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Métodos de Seleção

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Melhoramento Genético Animal – Seleção 
 
Profa. Chiara Rodrigues 
 
 
 MÉTODOS DE MELHORAMENTO GENÉTICO ANIMAL 
 
 
 
Melhoramento Animal = mudança na média fenotípica da população 
no sentido desejado, através de mudanças 
genéticas ou de meio. 
 
Uma vez que, 
 
 
 
 
 
Ferramentas para promover o melhoramento: 
 
1) Seleção → escolha de indivíduos que serão pais das 
próximas gerações. 
 
2) Métodos de Reprodução → são os tipos de acasalamentos 
disponíveis para promover o melhoramento. 
 
 
a. Exogâmico – indivíduos não aparentados → heterose ou 
vigor híbrido. 
b. Endogâmico – Indivíduos aparentados → homozigose. 
 
 
P = G + E 
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1. SELEÇÃO 
 
Natural - baseada nos princípios de Charles Darwin. A própria 
natureza se encarrega de eliminar aqueles indivíduos menos aptos 
a sobreviverem em determinado ambiente. 
 
Artificial - Consiste na escolha (pelo homem) de indivíduos que 
serão usados como reprodutores. 
 
Em melhoramento animal, a seleção consiste na escolha 
de indivíduos que serão usados como reprodutores (pais). O 
efeito primário da seleção é aumentar a freqüência gênica 
favorável, e o resultado da seleção é a mudança na média da 
população. 
 
Algumas considerações: 
1. é um processo de melhoramento genético, mas não é um 
sistema de acasalamento; 
2. não cria novos genes; age fazendo com que indivíduos com 
combinações gênicas mais favoráveis deixem mais filhos; 
3. processo lento de melhoramento, no entanto, as mudanças 
genéticas obtidas são permanentes; 
4. mais eficiente quanto mais próxima de 0,5 for a freqüência 
gênica; 
5. não fixa o heterozigoto; 
6. são necessárias muitas gerações de seleção para tornar 
abundante um gene que é raro na população; 
7. exerce pequeno efeito sobre o aumento da homozigose. 
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Admitindo que a maioria das características medidas em uma 
população segue distribuição normal, a seleção de indivíduos de 
fenótipos superiores para dada característica pode ser representada 
conforme o gráfico da curva normal dado na Figura 1. 
 
 
 
Figura 1. Distribuição Normal 
 
Em que, 
pX = média da população; 
Xt = valor mínimo da característica nos animais selecionados ou 
ponto de truncamento; 
SX = média dos animais selecionados; 
b = proporção dos indivíduos selecionados; e 
Z = altura da ordenada no ponto de trucamento. 
A 
z 
Xt 
b 
SX pX 
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1.1. Diferencial de Seleção 
 
 
Em que, 
 
∆S = diferencial de seleção; 
Ps XXS  = média dos animais selecionados; e 
Ps XXS  = média da população. 
 
Exemplificando: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ps XXS  
 
2 
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Considerações sobre o DS: 
 
1. Os desempenhos individuais de machos (♂) e fêmeas (♀) 
devem ser considerados no cálculo do DS, tendo em vista que 
ambos contribuem para a formação do gameta; 
2. No caso de características especiais, que se manifestam em 
um só sexo (ex.: produção de leite), considerar o desempenho 
de parentes próximos, como irmãs completas e meio-irmãs 
para o cálculo do DS. 
3. Quando ambos os sexos são considerados tem-se o 
Diferencial de Seleção Médio: 
 
 
 
 
 
DSmédio = DS♂ + DS♀ 
 2 
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4. A magnitude do DS depende da proporção de indivíduos 
selecionados e da variabilidade da característica, expressa 
em desvio-padrão (Figura 3). 
 
 
Figura 3. Diagramas que mostram como o Diferencial de Seleção (DS) 
depende da proporção selecionada da população e da variabilidade do caráter 
normalmente distribuído. 
 
O DS torna-se comparável entre populações diferentes ou 
entre características diferentes quando é padronizado: 
 
 
Em que, 
∆S = diferencial de seleção; 
i = intensidade de seleção; e 
σp = desvio padrão da característica na população. 
 
 A intesidade de seleção (i) depende apenas da proporção de 
indivíduos selecionados (Tabela 1). 
 
 
 
DS = i.σp 
i = Z/b 
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Em que, 
i = intensidade de seleção; 
Z = altura da ordenada do ponto de truncamento; e 
b = proporção de indivíduos selecionados. 
 
Na Tabela 1 são apresentados os valores de intensidade de 
seleção para a curva normal padronizada em função da proporção 
de animais selecionados para reprodução. 
 
Tabela 1. Valores de intensidade de seleção (i) em função da 
proporção de animais selecionados para a reprodução (b). 
 
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 O DS é a superioridade média fenotípica indivíduos 
selecionados para a reprodução em relação a média 
fenotípica da população. 
 
 O quanto dessa superioridade será disponibilizado a prole 
dependerá da herdabilidade da característica. 
o h2 alta – maiores chances de transmissão da 
superioridade 
o h2 baixa – menores chances de transmissão. 
 Se não houvessem efeitos devido ao meio e ação aditiva dos 
genes → ∆G = DS 
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1.2. Resposta à Seleção 
 
Medida por meio do Ganho Genético (∆G): 
 
 
 Prediz o quanto os descendentes serão 
geneticamente superiores em relação à média 
da geração dos pais. 
 
Quando se considera o DS padronizado (DS = i. σp): 
 
 
 
Portanto, o ganho genético ou a resposta à seleção depende 
da herdabilidade, da intensidade de seleção e da variabilidade da 
característica na população. 
 
Quanto > DS e > h2 da característica, > o ∆G. 
 
 Na prática, o ganho genético por intervalo de tempo é 
usualmente mais importante que o progresso por geração, de 
modo que o intervalo de geração é fator importante no cálculo 
da resposta à seleção ou ganho genético: 
 
 
 
 Intervalo de geração 
 
∆G = DS. h2 
∆G = i. h2. σp 
 
∆G = i. h2. σp 
 t 
 
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1.3. Intervalo de Geração: 
 
 Consiste no intervalo de tempo entre os estádios 
correspondentes do ciclo de vida em gerações sucessivas. 
 
 Pode ser calculado como a média da idade dos pais, quando 
nascem os descendentes que são destinados a se tornarem 
os pais na próxima geração. 
 Quanto > a intensidade de seleção e < o intervalo de geração, 
> ∆G. 
 
O criador ou melhorista pode melhorar a resposta à seleção 
quando aumenta a intensidade de seleção ou diminui o intervalo de 
geração. Para se aumentar a intensidade de seleção deve-se 
selecionar uma menor proporção de indivíduos para reprodução (b), 
o que aumentará o intervalo de geração. Existe, portanto, um 
conflito de interesse entre a intensidade de seleção e o intervalo de 
geração, sendo necessário encontrar o melhor ajustamento entre os 
dois. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. Bibliografia Consultada 
 
 
BARBOSA, S. B. P.. Apostila - Curso de Caprinocultura 
(Melhoramento Animal). Associação Brasileira de Educação 
Agrícola Superior – ABEAS, Recife, 1992. 
 
LOPES,P. S., TORRES, R. A., PIRES, A. V., REIS FILHO, J. C.. 
Apostila - Teoria do Melhoramento Animal. Universidade Federal 
de Viçosa – MG, 2004.

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