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O Negócio Jurídico “Por Negócio Jurídico deve-se entender a declaração de vontade privada destinada a produzir efeitos que o agente pretende e o direito reconhece. Tais efeitos são a constituição, modificação ou extinção de relações jurídicas de modo vinculante, obrigatório para as partes intervenientes. Elementos Essenciais: A Vontade: O negócio jurídico é a declaração de vontade que se destina à produção de certos efeitos jurídicos que o sujeito pretende e o direito reconhece. É elemento essencial do negócio jurídico, e tem que ser manifestada. Somente depois de sua manifestação, a vontade passar a ter influência no ordenamento jurídico e dá vida ao Negócio Jurídico. O Agente: O Sujeito emissor da vontade, necessário por que o negócio jurídico só nasce a partir da expressão da vontade, uma conduta humana. A Forma: Trata-se da maneira usada pela agente para manifestas sua vontade. Expressa Tácita Presumida A palavra falada, escrita, gestos, mímicas... É quando a vontade for claramente manifestada, não importa através de que meio. Não há uma manifestação clara da vontade, mas ela é dedutível pelo comportamento, do modo de agir da parte. Ex. nas vitrines das lojas há mercadoria expostas. Supõe-se que elas estão a venda. Similar à tácita. Na tácita a presunção vem de uma das partes baseada no comportamento da outra parte. Na presumida a presunção vem da lei, e não de uma das partes. Ex. quando damos um cheque, há a presunção legal de que vamos pagar, vamos ter dinheiro para cobrir o cheque. Há uma presunção de quitação/pagamento. Elementos essenciais para validade do NJ: Para manifestação de vontade das partes: Capacidade dos agentes: A manifestação de vontade deve ser feita por pessoas capazes, com capacidade de fato. Para o objeto: Lícito Possível Determinado Determinável Permitido por lei. Divide-se em Impossibilidade Relativa e Absoluta. É individualizado. Ex. 20 caixas de bombom Nestlé, 10 carros Gol modelo X, ano X, cor X. Tem que tudo estar bem especificado, modelos e quantidades! há elementos necessários para que no momento em que o contrato for executado o objeto seja plenamente qualificado. – Ex. venda de safra futura. Há a quantificação exata na hora do cumprimento do contrato. Impossibilidade relativa: só é impossível para determinada pessoa. Essa impossibilidade não invalida o negócio jurídico e sim há quebra de contrato. Impossibilidade absoluta: beber toda água do mar, pular até a lua, coisas absurdas. Para a forma: Forma prevista na lei. Se não seguir a forma prevista na lei o NJ não é válido. Pode até existir, mas não é válido. A regra geral é forma livre, e será determinada em casos específicos. – Ex. divórcio consensual sem menores envolvidos e compra de imóveis de valor acima de 30 salários mínimos, ambos devem ser feitos por escritura pública. Se for feito sem a escritura pública pode até existir, mas não é válido. Reserva mental: Art. 110 – “A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento”. É quando uma parte engana a outra. Alguém declara alguma coisa que não é sua vontade efetiva. Quer uma coisa e fala outra. – Ex. Autor que afirma que doará x% da venda do seu livro no lançamento para a instituição de caridade tal, mas na verdade quer apenas aumentar seu lucro e enrolar a instituição e as pessoas que comprariam o livro pensando que ajudariam a instituição. Daí vale o que foi dito! A instituição pode exigir esse valor. Condição Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Suas principais características são: Voluntariedade: deve nascer da vontade das partes; Futuridade: é o evento que ainda não aconteceu e nem deixou de acontecer, encontrando-se ainda pendente em expectativa. Se o evento já se verificou, ainda que as partes não saibam da ocorrência, não há que se falar em condição, podendo caracterizar erro ou ignorância; Incerteza: o evento pode ou não se verificar (incerteza real, não somente na mente da pessoa). Suspensiva Resolutiva Ela suspende o exercício e a aquisição do direito, quando implementada a condição suspensiva, as partes terão de volta o exercício e a aquisição dos efeitos do Negócio Jurídico. Já a condição resolutiva é absolutamente o contrário da suspensiva, nesse caso, a eficácia acaba quando a condição é satisfeita. Na compra um automóvel, Pedro manifesta a vontade de comprar o carro de João ai no momento do negócio, Pedro decide colocar um elemento acidental no negócio que só será celebrado quando a condição for exercida, ou seja, ele já existe, já é válido em todos os seus requisitos PORÉM sua eficácia ainda não produz efeitos. A eficácia ficará contida, aguardando o implemento da condição. No nosso exemplo vamos supor que Pedro tenha colocado como condição para comprar o carro de João um evento futuro e incerto (a condição em si) no caso a chuva, ele disse que só comprará o carro caso no dia da compra chova. Esse negócio existe? SIM. É válido? SIM. É eficaz? MOMENTANEAMENTE NÃO, pois só terá eficácia se no dia da compra chover, só depois do implemento da condição o negócio produzirá efeitos. Um pai doa uma casa para a filha, com a condição de que ela não se separe do marido. Se ela divorciar, o imóvel volta para a propriedade do pai. Já na condição suspensiva, enquanto não ocorrer o implemento, suspende-se o direito. (art. 125, CC)
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