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Universidade Federal Rural de Pernambuco Departamento de Medicina Veterinária Semiologia Veterinária SEMIOLOGIA DO SISTEMA LINFÁTICO Avaliação dos Linfonodos Importante para identificar órgãos ou uma região acometida por processo patológico devido a drenagem do local; Alterações características de certas doenças infecciosas (Ex: Linfadenite, Leucose, Leishmaniose) permitindo o diagnóstico clínico; Comprometimento de órgãos devido a compressão exercida pela dilatação dos linfonodos (Ex: Compressão do Linfonodo mediastínico sobre o vago na Tuberculose ou Actinobacilose, provocando disfagia e timpanismo, o mesmo linfonodo quando aumentado pode comprimir também a traqueia e árvore brônquica causando tosse). Linfonodos dificilmente são as sedes da doença primaria, envolvendo-se de forma secundária devido a processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos. O exame baseia-se em inspeção e palpação, caso necessário pode ser feito biopsia do linfonodo. A inspeção pode ser dificultada pela pelagem longa ou pele pigmentada do animal. Na palpação deve ser avaliado o tamanho, consistência, sensibilidade, mobilidade e temperatura dos linfonodos palpáveis e sempre bilateralmente. Localização/Linfonodos Palpáveis Linfonodos mandibulares: Sempre em par, drenam a cavidade nasal, lábios, língua e glândulas salivares. Podem ser examinados em cães, gatos, equídeos e ruminantes (Em bovinos adultos e saudáveis são muito pequenos e cobertos por tecido adiposo); Linfonodos retrofaringeos: Laterais e mediais na região cervical, drenam partes internas da cabeça, esôfago, palato e faringe. São palpados apenas quando aumentados, principalmente em ruminantes; Linfonodos pré-escapulares: Adiante da escapula, pouco acima da articulação com o úmero. São de difícil palpação em equinos. Drenam o pavilhão auricular, pescoço, ombro, membros torácicos e terço do tórax. Fácil exame em ruminantes; Linfonodos pré-femurais: Localizados no terço inferior do abdômen, próximo a prega do flanco e tuberosidade ilíaca. Drenam a região posterior do corpo e segmento da coxa, são palpáveis em ruminantes e equinos magros; Linfonodos mamários: Dois nódulos de cada lado na transição da parede abdominal com o parênquima glandular. Drena o úbere e partes da coxa, sendo palpado nas fêmeas de ruminantes; Linfonodos inguinais superficiais: Medial e lateral ao corpo do pênis. Drena os órgãos genitais masculinos externos, são palpados em cães; Linfonodos poplíteos: Estão ausentes nos equinos. Localizados entre o músculo bíceps femoral e semitendíneo. Drenam pele, músculos, tendões e articulações dos membros posteriores. É palpável em cães e gatos. Os linfonodos parotídeos, retrofaríngeos e axilares são palpados apenas quando reativos a algum processo inflamatório, infeccioso ou neoplásico da região de drenagem. Alguns linfonodos internos podem ser palpados por via retal em grandes animais como o íleo femoral e o da bifurcação aórtica do íleo. Características dos Linfonodos Tamanho: Varia mesmo quando palpado em animais saudáveis da mesma espécie. Apresentam forma de feijão e são maiores em animais jovens, devido a intensa exposição antigênica. O estado nutricional do animal pode induzir uma falsa impressão de adenopatia, uma vez que o emagrecimento permite a palpação de linfonodos que não são palpados em animais sadios (Ex: Pré- femorais em equinos). A infartação ganglionar (Hiperplasia) é decorrente da ação fagocitária e produção de linfócitos e anticorpos no linfonodo. Quando acomete os vasos linfáticos é denominado Linfagite, quando apenas o linfonodo é acometido é denominado Adenite, quando são ambos Linfadenite. O aumento dos linfonodos pode causar compressão em estruturas vizinhas, causando sintomas secundários. A não palpação de um linfonodo, mesmo sendo realizada no local correto é um indicativo positivo de normalidade; Sensibilidade: Em linfonodos hipertrofiados devido a processos inflamatórios ou infecciosos existe sensibilidade ao toque, diferente nos animais sadios ou com processos crônicos, onde a sensibilidade é normal ou discretamente aumentada respectivamente. A pesquisa da sensibilidade é um bom indicativo para diferenciar uma linfoadenopatia reativa de uma decorrente de processo neoplásico; Consistência: Normalmente apresentam uma consistência firme, sendo moderadamente compressíveis, cedendo a pressão e voltando a forma inicial. Nos processos reativos a consistência não altera. Em processos crônicos, de origem inflamatória, infecciosa ou neoplásica os linfonodos ficam duros. A presença de flutuações traz uma consistência mole ao linfonodo, demonstrando a formação de material liquefeito em seu interior (exsudato purulento ou seroso), ocorre quando o linfonodo é sede de abscessos ou metástases de desenvolvimento rápido; Mobilidade: Normalmente apresentam boa mobilidade, seja em relação a pele, quanto as estruturas vizinhas quando palpados. A perda ou ausência da mobilidade são achados comuns em processos inflamatórios bacterianos agudos, devido a formação de celulite localizada, fixando o linfonodo a tecidos vizinhos; Temperatura: Normalmente apresentam temperatura igual a da pele que os recobre, quando elevada observa-se comumente dor a palpação. Deve ser determinado se o comprometimento do linfonodo é localizado ou generalizado. Um aumento unilateral indica comprometimento da área de drenagem de determinado linfonodo, se o aumento for generalizado é associado a doenças sistêmicas agudas ou neoplásicas. Exames Complementares Biópsia: Por excisão com remoção cirúrgica de uma parte ou todo o linfonodo para exame histopatológico ou por Aspiração através de uma punção (agulha-seringa), onde o material proveniente do linfonodo é aspirado para exame citológico. A biópsia é recomendada para linfoadenopatias localizadas ou generalizadas de etiologia desconhecida e nas suspeitas de metástases tumorais.
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