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O método de dosagem ITERS-IPT-EPUSP inicia com a determinação da resistência de dosagem (fcj). Segundo NBR 12655 (2006), a resistência de dosagem (fcj) deve atender às condições de variabilidade prevalescentes durante a construção. Esta variabilidade é medida pelo desvio-padrão, Sd, sendo levada em conta no cálculo da resistência de dosagem. A equação 2 apresenta a fórmula para a determinação do fcj: Equação (2) Onde: fcj = Resistência média do concreto à compressão, prevista para a idade de j dias, em megapascals; fck = Resistência característica do concreto à compressão, em megapascals; Sd = Desvio padrão de dosagem, em megapascals. O desvio-padrão têm relação com a condição de preparo do concreto. A tabela 10 apresenta a variação do desvio-padrão conforme condição de preparo do concreto. Tabela 10 – Desvio-padrão a ser adotado em função da condição de preparo do concreto Condição de preparo do concreto Desvio-padrão MPa A 4,0 B 5,5 C1) 7,0 1) Para a condição de preparo C, e enquanto não se conhece o desvio-padrão, exige-se para os concretos de classe C15 o consumo mínimo de 350 kg de cimento por metro cúbico de concreto. Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT (2006). As condições de preparo do concreto, também são determinadas pela NBR 12655 (2006), da seguinte forma: Condição A (aplicável às classes C10 até C80): o cimento e os agregados são medidos em massa, a água de amassamento é medida em massa ou volume com dispositivo dosador e corrigida em função da umidade dos agregados; Condição B: - Aplicável às classes C10 até C25: o cimento é medido em massa, a água de amassamento é medida em volume mediante dispositivo dosador e os agregados medidos em massa combinada com volume; - Aplicável às classes C10 até C20: o cimento é medido em massa, a água de amassamento é medida em volume mediante dispositivo dosador e os agregados medidos em volume. A umidade do agregado miúdo é determinada pelo menos três vezes durante o serviço do mesmo turno de concretagem. O volume de agregado miúdo é corrigido através da curva de inchamento estabelecida de forma específica para o material utilizado; Condição C (aplicável apenas aos concretos de classe C10 e C15): o cimento é medido em massa, os agregados medidos em volume, a água de amassamento é medida em volume e a sua quantidade é corrigida em função da estimativa da umidade dos agregados e da determinação da consistência do concreto. Determinada a resistência de dosagem (fcj), os próximos passos do método de dosagem ITERS-IPT-EPUSP são descritos por Helene e Terzian (1992), seguindo os seguintes procedimentos: Determinação do fator água/cimento (a/c): Pode ser adotado através de cálculos de correlações que variam conforme o tipo de cimento e idade (j) do concreto. Empregando as equações 3, 4, 5 e 6, é possível obter o fator (a/c) para os concretos utilizando cimentos CP I, CP II, CP III, CP IV e CP V ARI, respectivamente: CP I Equação (3) CP II Equação (4) CP III Equação (5) CP IV Equação (6) CP V ARI Equação (7) Determinação do fator água/materiais secos (H): Este fator poderá ser determinado através da tabela 11, em função da dimensão máxima do agregado graúdo (ϕ) e do tipo de adensamento. Tabela 11 – Fator água/materiais secos (H) Φ máxima do agregado graúdo (mm) Tipo de adensamento Adensamento manual Adensamento vibratório 9,5 10,0 11,0 19,0 8,0 9,5 25,0 8,5 9,0 38,0 8,5 8,0 50,0 8,5 7,5 Fonte: Helene e Terzian (1992). Traço genérico (m): Tendo como variáveis os fatores a/c e fator água/materiais secos (H), o traço genérico pode ser obtido através da equação 6. Equação (6) Teor de argamassa (α): Obtido em função da dimensão máxima do agregado graúdo (ϕ) e do tipo de rocha que caracteriza o agregado graúdo, conforme tabela 12. Tabela 12 – Teor de argamassa (α) Φ máxima do agregado graúdo (mm) Tipo de rocha Granito (%) Basalto (%) Seixo (%) 9,50 45,36 57,00 53,00 19,00 47,98 47,84 53,41 25,00 48,23 53,00 49,00 38,00 47,00 51,00 47,00 50,00 47,00 49,00 45,00 Fonte: Helene e Terzian (1992). Cálculo da proporção de areia (a): Obtida em função do teor de argamassa (α) e do traço genérico (m), através da aplicação da equação 7. Equação (7) Cálculo da proporção de brita (p): Obtida em função do traço genérico (m) e da proporção de areia (a), através da aplicação da equação 8. Equação (8) Aplicados esses procedimentos de cálculo, obtém-se o traço 1:a:p:a/c, que corresponde as proporções de cimento:areia:brita:fator a/c. Obtido a traço do concreto, pode-se na sequência calcular o consumo de materiais. O consumo de cimento (C) pode ser obtido em função da proporção de areia (a), proporção de brita (p), fator a/c e das massas específicas aparentes do cimento (dc), areia (da), brita (dp), através da aplicação da equação 9. dc = 1,200 kg/dcm3; da = 1,700 kg/dcm3; dp = 1,800 kg/dcm3; Equação (9) Onde: C = Consumo de cimento (kg/m3 de concreto) Por fim, calculados o consumo de cimento (C), pode-se calcular os consumos de areia (A), brita (P) e água (H2O), aplicando respectivamente as equações 10, 11 e 12. Equação (10) Equação (11) Equação (12) Onde: A = consumo de areia (kg/m3 de concreto); P = consumo de brita (kg/m3 de concreto); H2O = Consumo de água (kg/m3 de concreto). Exercício 1 Calcule o traço de dosagem do concreto estrutural que será produzido numa obra de 2 pavimentos. Considerar fck = 25,0 MPa, cimento CP IV, areia média, brita granítica de 19 mm, adensamento vibratório. Traço genérico: 1:1,22:2,41 (cimento: areia média: brita nº1 (19 mm))
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