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2017 - 05 - 02 Primeiros Comentários ao Novo Código de Processo Civil: artigo por artigo - Edição 2016 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL PARTE ESPECIAL. LIVRO II. DO PROCESSO DE EXECUÇÃO TÍTULO I. DA EXECUÇÃO EM GERAL CAPÍTULO III. DA COMPETÊNCIA Capítulo III DA COMPETÊNCIA Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. * Correspondência legislativa: art. 576 do CPC/73. Outras ref. normativas: V. arts. 21, 23 e 24, 42 a 63, 951 a 959, NCPC. Sumário: 1. Regras de competência para a execução de título extrajudicial. 2. Foro de domicílio do executado, constante do título ou da situações dos bens. 3. Especificamente quanto ao foro do executado. 4. Foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título. 5. Opção do exequente 1. Regras de competência para a execução de título extrajudicial. O NCPC optou por disciplinar separadamente as regras de competência na execução de título extrajudicial. O CPC/73 limita-se a fazer remissão ao tratamento dado à competência na execução de título judicial. 2. Foro de domicílio do executado, constante do título ou da situações dos bens. O inc. I refere à possibilidade de a execução ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição (constante do título) ou, ainda, da situação dos bens sujeitos aos atos executivos. A lei não prioriza um foro em detrimento do outro, podendo o exequente optar por qualquer deles. 3. Especificamente quanto ao foro do executado. Os incs. II a IV tratam de variações para a hipótese do exequente optar por promover a execução no foro do executado. Caso o executado tenha mais de um domicílio, o exequente poderá optar por qualquer deles (inc. II). Por outro lado, sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde o executado for encontrado (não necessariamente seu domicílio) ou, poderá optar o exequente, por ajuizá-la no foro do seu próprio domicílio (inc. III). Havendo litisconsórcio passivo, a execução poderá ser ajuizada no foro do domicílio de qualquer dos executados, à escolha do exequente (inc. IV). 4. Foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título. Por fim, o inc. V tarifa outra hipótese de competência, à escolha do exequente e, por tal razão, estaria melhor se colocada no inc. I, ao lado das hipóteses lá constantes. Com efeito, a execução também poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que o executado nele não resida. 5. Opção do exequente. Como se vê, as opções para que o exequente opte pelo melhor juízo, por assim dizer, para o ajuizamento da execução são várias, reforçando a ideia de que a execução está voltada precipuamente à sua satisfação. Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os cumprirá. § 1º O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana. § 2º Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o juiz a requisitará. § 3º A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes. § 4º A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo. § 5º O disposto nos §§ 3º e 4º aplica-se à execução definitiva de título judicial. * Correspondência legislativa: arts. 577, 230 e 579 do CPC/73. Outras ref. normativas: V. arts. 154, 155, 233, 360, III, e 846, NCPC. Sumário: 1. Atos executivos na execução. Cumprimento pelo Oficial de Justiça. Regra geral. 2. Comarcas Contíguas. 3. Força policial. 4. Inclusão do nome do executado em cadastro de inadimplentes 1. Atos executivos na execução. Cumprimento pelo Oficial de Justiça. Regra Geral. O art. 782 traz algumas disposições acerca da forma de cumprimento dos atos executivos. O caput traz a regra de que o juiz determina os atos executivos a serem realizados e, salvo quando a lei dispuser de forma diversa, caberá ao Oficial de Justiça cumpri-los. 2. Comarcas Contíguas. O § 1.º, repetindo fórmula do CPC/73 para o cumprimento de citações e intimações, diz que o oficial de Justiça poderá “cumprir os atos executivos” também nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região metropolitana. Como se vê, o oficial de justiça poderá realizar todos os atos executivos – e não somente intimações e/ou citações – em comarcas contíguas, de forma a dar mais efetividade à execução, sem necessidade de © desta edição [2016] expedição de cartas precatórias. 3. Força policial. Tal como na regra do CPC/73, o § 2.º do art. 782 do NCPC prevê que, havendo necessidade de força policial para a efetivação da execução, cumprirá ao juiz (e não ao oficial de justiça) requisitá-la. 4. Inclusão do nome do executado em cadastro de inadimplentes. Os §§ 3.º e 4.º trazem uma novidade: a possibilidade de, mediante requerimento da parte exequente, o juiz autorizar a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes. A inscrição deverá ser cancelada se houver pagamento ou a extinção da execução por qualquer motivo, ou ainda se houver garantia do juízo. Trata-se de mais um meio coercitivo, tendente a compelir o executado a cumprir a obrigação e dar efetividade à execução. 4.1 Por fim, o § 5.º estende a possibilidade desta providência, qual seja, a inclusão do nome do devedor em cadastro de inadimplentes, às execuções definitivas de título judicial, excluindo-a, portanto, do âmbito das execuções provisórias. Não se concorda com a distinção. Infelizmente, neste ponto, olvidou-se o legislador que a execução provisória processa-se, via de regra, como a definitiva. Tal forma de coerção, a nosso ver, é perfeitamente viável também no âmbito da execução provisória.
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