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Art. 786 ao 788

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2017	-	05	-	02
Primeiros	Comentários	ao	Novo	Código	de	Processo	Civil:	artigo	por	artigo	-	Edição
2016
CÓDIGO	DE	PROCESSO	CIVIL
PARTE	ESPECIAL.
LIVRO	II.	DO	PROCESSO	DE	EXECUÇÃO
TÍTULO	I.	DA	EXECUÇÃO	EM	GERAL
CAPÍTULO	IV.	DOS	REQUISITOS	NECESSÁRIOS	PARA	REALIZAR	QUALQUER	EXECUÇÃO
SEÇÃO	II.	DA	EXIGIBILIDADE	DA	OBRIGAÇÃO
Seção	II
Da	exigibilidade	da	obrigação
Art.	786.	 A	 execução	 pode	 ser	 instaurada	 caso	 o	 devedor	 não	 satisfaça	 a	 obrigação	 certa,
líquida	e	exigível	consubstanciada	em	título	executivo.
Parágrafo	 único.	 A	 necessidade	 de	 simples	 operações	 aritméticas	 para	 apurar	 o	 crédito
exequendo	não	retira	a	liquidez	da	obrigação	constante	do	título.
*	Correspondência	legislativa:	art.	580	do	CPC/73.
Sumário:	1.	Requisitos	da	obrigação	que	espelha	o	título	executivo.	2.	Liquidez	da	obrigação
1.	Requisitos	da	obrigação	que	espelha	o	título	executivo.	O	caput	insiste	no	óbvio:	a	execução
deve	estar	 lastreada	em	 título	executivo	que	contenha	uma	obrigação	certa,	 líquida	e	exigível.
Trata-se	de	repetição	do	disposto	no	art.	783.	1.1	Obviamente,	além	de	título	que	estampe	obrigação
certa,	líquida	e	exigível,	para	que	haja	execução	deve	haver	o	inadimplemento	do	devedor,	sem	o
que	não	há	interesse	para	a	demanda	executiva.
2.	Liquidez	da	obrigação.	O	parágrafo	único	faz	um	esclarecimento	quanto	à	liquidez.	Como	já
se	 disse,	 obrigação	 líquida	 é	 aquela	 quantificada	 ou,	 pelo	 menos,	 quantificável	 por	 meio	 de
simples	 cálculo	aritmético.	Dessa	 forma,	 a	necessidade	de	 simples	 operações	 aritméticas	para	 se
apurar	 o	 quantum	 debeatur	 não	 retira	 a	 liquidez	 da	 obrigação.	 20	 2.1	 Tal	 dispositivo	 está	 em
consonância	 com	o	 §	 2.º	 do	 art.	 509	que	dispõe	 sobre	 a	 desnecessidade	de	 liquidação	quando	 a
apuração	do	valor	da	sentença	depender	apenas	de	 cálculo	aritmético.	Como	é	evidente	–	 e	não
poderia	ser	diferente	–	a	regra	é	a	mesma	para	os	 títulos	 judiciais	e	extrajudiciais,	porquanto,	em
ambos,	exige-se	obrigação	líquida.
Art.	 787.	 Se	 o	 devedor	 não	 for	 obrigado	 a	 satisfazer	 sua	 prestação	 senão	 mediante	 a
contraprestação	do	credor,	este	deverá	provar	que	a	adimpliu	ao	requerer	a	execução,	sob	pena
de	extinção	do	processo.
Parágrafo	 único.	 O	 executado	 poderá	 eximir-se	 da	 obrigação,	 depositando	 em	 juízo	 a
prestação	ou	a	 coisa,	 caso	em	que	o	 juiz	não	permitirá	que	o	 credor	a	 receba	 sem	cumprir	a
contraprestação	que	lhe	tocar.
*	Correspondência	legislativa:	arts.	615,	IV,	582	parágrafo	único	do	CPC/73.
Outras	ref.	normativas:	V.	art.	914,	NCPC;	art.	313,	CC.
Sumário:	1.	Prestações	recíprocas	.	Exceção	do	contrato	não	cumprido;	2.	Prova	do	cumprimento
da	obrigação;	3.	Depósito	em	juízo	para	o	executado	eximir-se	da	obrigação.
1.	 Prestações	 recíprocas.	 Exceção	 do	 contrato	 não	 cumprido.	 Tal	 questão	 diz	 respeito	 à
exigibilidade	 da	 obrigação.	 A	 norma	 em	 foco	 trata	 da	 hipótese	 de	 prestações	 recíprocas	 e	 a
questão	da	 exceção	do	 contrato	não	 cumprido	 em	 sede	de	 execução.	 1.1	Com	efeito,	o	 caput	do
dispositivo	 em	 tela	 diz	 respeito	 à	 hipótese	 em	 que	 o	 título	 prevê	 obrigações	 recíprocas	 para	 as
partes	e	o	exequente	só	pode	exigir	o	implemento	da	obrigação	pelo	executado	após	ter	cumprido	a
sua.	Nesta	 situação,	 impõe-se	 ao	 exequente	 fazer	 prova	do	 cumprimento	 da	 sua	obrigação,	 sob
pena	de	indeferimento	da	petição	inicial.
2.	Prova	do	cumprimento	da	obrigação.	A	prova	deve,	preferencialmente,	 ser	documental	e
acompanhar	a	petição	inicial,	pois	 sua	produção,	 se	complexa,	 teria	o	condão	de	 transformar	o
processo	de	execução	em	verdadeiro	processo	de	conhecimento,	o	que	é	vedado.	Rigorosamente,
no	processo	de	execução	não	há	espaço	para	dilação	probatória	sobre	os	elementos	que	atestam	a
exigibilidade	da	obrigação.
3.	Depósito	em	juízo	para	o	executado	eximir-se	da	obrigação.	O	parágrafo	único,	por	 sua
vez,	 traz	 a	 hipótese	 de	 o	 executado	 eximir-se	 da	 sua	 obrigação,	 depositando-a	 em	 juízo,	 numa
espécie	de	mecanismo	de	 tutela	posto	à	disposição	do	executado,	 tal	 como	uma	forma	especial	de
consignação	 em	 pagamento.	 Assim	 ocorrendo,	 o	 juiz	 não	 permitirá	 que	 o	 exequente	 receba	 a
obrigação	 prestada	 pelo	 executado	 sem	 cumprir	 a	 contraprestação	 que	 lhe	 couber.	 3.1	 Vale	 a
ressalva	 de	 que	 tal	 dispositivo,	 em	 certa	 medida,	 é	 contraditório	 com	 o	 caput.	 Isso	 porque	 o
parágrafo	 único,	 ao	 menos	 na	 sua	 segunda	 parte,	 tem	 como	 premissa	 que	 o	 autor	 ainda	 não
cumpriu	 sua	 obrigação	 e,	 nos	 termos	 do	 caput,	 só	 seria	 viável	 a	 execução	mediante	 prova	 do
cumprimento	da	obrigação	do	exequente.	3.2	A	redação	do	art.	582	do	CPC/73	resolve	tal	questão,
pois	prevê	a	mesma	regra	do	parágrafo	único,	antes	mencionada,	porém	seu	caput	mencionava	que
“em	 todos	 os	 casos	 em	 que	 é	 defeso	 a	 um	 contraente,	 antes	 de	 cumprida	 a	 sua	 obrigação,	 exigir	 o
implemento	da	do	outro,	não	se	procederá	à	execução,	se	o	devedor	se	propõe	satisfazer	a	prestação,
com	meios	considerados	idôneos	pelo	juiz,	mediante	a	execução	da	contraprestação	pelo	credor,	e	este,
sem	justo	motivo,	recusar	a	oferta”.	3.3	A	hipótese,	portanto,	diz	respeito	à	recusa	injustificada	do
exequente	em	aceitar	a	satisfação	da	obrigação,	por	meios	idôneos,	pelo	devedor,	daí	a	razão	de
se	permitir	que	o	executado	preste	sua	obrigação	em	juízo,	exonerando-o.	3.4	O	NCPC,	como	se	viu,
não	traz	esta	hipótese,	 limitando-se	a	exigir	prova	do	adimplemento	do	exequente,	de	forma	que
torna	incongruente	a	previsão	do	parágrafo	único.	3.5	A	nosso	ver,	a	disposição	do	parágrafo	único
está	deslocada	e	tem	lugar	para	a	hipótese	prevista	no	art.	788	seguinte,	como	se	verá	na	sequência.
Art.	788.	O	credor	não	poderá	iniciar	a	execução	ou	nela	prosseguir	se	o	devedor	cumprir	a
obrigação,	mas	poderá	recusar	o	recebimento	da	prestação	se	ela	não	corresponder	ao	direito
ou	 à	 obrigação	 estabelecidos	 no	 título	 executivo,	 caso	 em	 que	 poderá	 requerer	 a	 execução
forçada,	ressalvado	ao	devedor	o	direito	de	embargá-la.
*	Correspondência	legislativa:	art.	581	do	CPC/73.
Sumário:	1.	Adimplemento	da	obrigação	pelo	devedor.	2.	Recusa	pelo	exequente.	Cumprimento
defeituoso	da	obrigação.	3.	Conduta	do	executado	para	discutir	a	forma	e	o	modo	do	cumprimento
da	obrigação.
1.	Adimplemento	da	obrigação	pelo	devedor.	Prevê	 o	 art.	 788	 que	 o	 exequente	não	poderá
iniciar	 ou	 prosseguir	 na	 execução	 caso	 o	 executado	 cumpra	 sua	 obrigação.	 Por	 certo,	 nesta
situação	não	há	como	justificar	o	interesse	processual	para	a	execução.
©	desta	edição	[2016]
2.	 Recusa	 pelo	 exequente.	 Cumprimento	 defeituoso	 da	 obrigação.	 O	 dispositivo	 traz	 a
possibilidade	 de	 o	 exequente	 recusar	 o	 recebimento	 da	 prestação	 pelo	 executado,	 desde	 que
prestada	em	desconformidade	com	o	título	executivo.	A	hipótese	–	o	cumprimento	defeituoso	da
obrigação	–	 resguarda	o	 interesse	processual	do	 exequente	para	manejar	 a	 execução	 forçada,
visando	ao	cumprimento	tal	como	previsto	no	título	executivo.
3.	 Conduta	 do	 executado	 para	 discutir	 a	 forma	 e	 o	modo	 do	 cumprimento	 da	 obrigação.
Poderá	 o	 executado	 discutir	 a	 forma	 e	 o	 modo	 do	 cumprimento	 da	 obrigação	 em	 sede	 de
embargos.	 Poderá,	 ainda,	 o	 executado,	 segundo	 pensamos,	 na	 hipótese	 do	 título	 referir-se	 a
obrigações	 recíprocas	 e	 sendo	 injusta	 a	 recusa	 do	 exequente,	 valer-se	 da	 regra	 prevista	 no
parágrafo	 único	 do	 art.	 787	 do	 NCPC,	 ou	 seja,	 “o	 executado	 poderá	 eximir-se	 da	 obrigação,
depositando	em	juízo	a	prestação	ou	a	coisa,	caso	em	que	o	juiz	não	permitirá	que	o	credor	a	receba
sem	cumprir	a	contraprestação	que	lhe	tocar”.
footnotesfootnotes
20.	“Conforme	verificado	pelo	 Julgador	de	Primeira	 Instância,	 trata-se	 de	questão	que	pode	 ser	 resolvida	mediante	 simples	 cálculos
aritméticos,	o	que	não	retira	a	liquidez,certeza	e	exigibilidade	da	obrigação”	 (STJ,	REsp	1169705,	decisão	monocrática,	 j.	26.11.2013,
Rel.	Min.	Napoleão	Nunes	Maia	Filho,	DJe	28.11.2013).

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