Buscar

CEJUS_Aula 03 - Direito Administrativo

Prévia do material em texto

www.cursocejus.com.br 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Primeira Fase da OAB 
3ª Aula 
Prof. José Aras 
 
Aulas que devem ser assistidas no Livro on line: 
i. Regime Jurídico Administrativo e Controle da Administração Pública; 
ii. Atos Administrativos; 
iii. Poderes Públicos; 
iv. Servidores Públicos; 
 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA: 
 
1. Generalidades: 
- É dividida em Administração Pública e Terceiro Setor; 
- Administração Pública pode ser dividida em Direta e Indireta; 
- Descentralização = Criação de entidades = NOVAS pessoas jurídicas = AP Indireta; 
depende de Lei Específica; cria Autarquias e a lei autoriza a criação das demais; 
- Desconcentração = Criação de órgãos = NÃO há personalidade jurídica própria = AP 
Direta; 
- AP Direta, Autárquica e Fundacional se aplicam o mesmo regime; regime jurídico de 
direito público; 
 
2. As Agências no Direito Brasileiro: 
- O direito brasileiro concebe dois tipos de agencias, quais sejam: 
 
2.1. Agências Reguladoras: 
- As agências reguladoras são SEMPRE autarquias em regime especial; 
- Aplica-se às agências reguladoras o mesmo regime das Autarquias comuns; 
 
 
 
www.cursocejus.com.br 
- Todas as prerrogativas e os ônus ou sujeições das Autarquias aplica-se nas agências 
reguladoras; 
- Ex: ANATEL, ANEEL, ANVISA, ANP, ANAC; 
- O regime especial é marcado por duas características: 
a) Maior extensão do poder normativo; essa normatização embora com maior extensão, 
deve sempre obedecer a lei; NÃO pode ser contra a lei; 
 
b) Maior estabilidade dos dirigentes; isso porque os dirigentes das agências reguladoras 
exercem mandato, com prazo certo; e só podem ser destituídos através de processo 
administrativo ou judicial; 
Após o exercício do mandato, o dirigente fica impedido de atuar no setor por ele 
regulamentado, sujeitando-se a um período de quarentena (em media é de 04 meses); 
Durante a quarentena o ex-dirigente continua vinculado à agência reguladora, recebendo 
remuneração; 
Se o ex-dirigente for servidor público, pode o mesmo voltar ao exercício do cargo, abrindo 
mão da quarentena; 
A violação ao período de quarentena, pelo dirigente, tipifica o crime de advocacia 
administrativa; 
 
2.2. Agências Executivas: 
- As agências executivas são Autarquias ou Fundações com uma nova qualificação; 
- A qualificação das agências executivas se dá com a assinatura de um contrato de 
gestão, firmado entre a Autarquia ou Fundação e a Administração Pública Direta; 
- Ex: INMETRO; 
- Esse contrato de gestão tem por objeto ampliar a autonomia da entidade em troca do 
cumprimento de metas de desempenho; Princípio da Eficiência; 
- Art. 37, §8º da CF/88; 
Art. 37, § 8º da CF/88 - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da 
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus 
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão 
ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: 
I - o prazo de duração do contrato; 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos 
dirigentes; 
III - a remuneração do pessoal. 
 
 
 
www.cursocejus.com.br 
3. Estatais: 
3.1. Empresas Públicas: 
3.2. Sociedades de Economia Mista: 
- As empresas públicas e as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de 
direito PRIVADO; 
- Essas entidades têm vários traços em comum; 
 
DIFERENÇAS 
Empresas Públicas Sociedade de Economia Mista 
Capital = 100% público; Capital = % Público + % Privado; 
 O controle acionário (ações com direito a 
voto) é SEMPRE do Estado, uma vez que 
as ações comerciais podem ser 
aleatoriamente distribuídas; 
Podem ter qualquer forma societária; Pode 
ser LTDA, S.A., Comandita por Ações; 
SEMPRE são constituídas como forma de 
Sociedade Anônima (S.A.); 
EP Federal TEM foro privativo na Justiça 
Federal, Art. 109, I da CF/88; 
As sociedades de economia mista NÃO 
tem foro privilegiado; 
 
SEMELHANÇAS 
Empresas Públicas Sociedade de Economia Mista 
1. As estatais são constituídas como pessoas jurídicas de direito privado, e submetem-se 
a um regime jurídico também de direito privado; 
2. Por isso é que, essas entidades NÃO gozam das prerrogativas públicas que se 
aplicam à AP Direta, Autárquica e Fundacional; 
3. Portanto o regime jurídico é, como regra, de DIREITO PRIVADO, conforme Art. 173, 
§1º da CF/88; 
4. Assim, o regime jurídico é de direito privado civil, comercial, trabalhistas e tributário; 
5. Os bens das estatais são bens de natureza privada; os bens estão sujeitos à penhora; 
6. NÃO estão sujeitas à falência; NÃO se aplica a Lei 11.101/05; Princípio da Paridade 
de Formas; 
 
 
 
www.cursocejus.com.br 
7. O empregado público é regido pela CLT; são celetistas; embora, se sujeitam a 
concurso público; 
8. NÃO gozam da estabilidade do Art. 41 da CF/88; 
9. NÃO gozam de imunidade tributária; 
10. (Atenção) As estatais PODERÃO gozar de privilégios fiscais quando forem 
extensivos ao setor privado; Art. 173, §2º da CF/88; 
11. Ambas são criadas pra desempenhar duas atividades distintas: 
a) Prestação de Serviços Públicos; 
OU 
b) Atuação no Domínio Econômico; 
12. O regime jurídico das estatais que prestam exclusivamente serviços públicos, 
embora se mantenham de direito privado, sofrem um obtemperamento, justamente em 
razão da sua ligação com interesse da coletividade; exemplo clássico de estatal que se 
submete a regras públicas é a EBCT – Correios, eles gozam de prerrogativas públicas, 
de modo que seus bens são impenhoráveis e também se beneficiam da imunidade plena 
tributária; 
13. Já as estatais que atuam no domínio econômico NÃO precisam licitar quando o 
contrato se refere a sua atividade fim; 
 
 
Art. 41 da CF - São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de 
provimento efetivo em virtude de concurso público. (Alterado pela EC-000.019-1998) 
 
Art. 173 da CF - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a 
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
§ 1º - A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas 
subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação 
de serviços, dispondo sobre: (Alterado pela EC-000.019-1998) 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da 
administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de 
acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. 
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais 
não extensivos às do setor privado. 
§ 3º - A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade. 
 
 
 
www.cursocejus.com.br 
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da 
concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. 
§ 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a 
responsabilidade desta, sujeitando-aàs punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra 
a ordem econômica e financeira e contra a economia popular. 
 
4. Paraestatais / Terceiro Setor: 
- São pessoas jurídicas de direito PRIVADO; 
- Desenvolvem atividades de interesse coletivo; 
- Integram a organização administrativa no Brasil; 
- JAMAIS as Paraestatais integrarão a Administração Pública; 
- Em razão do desempenho de atividade pública e SEM finalidade lucrativa, as 
paraestatais gozam de diversos “favores” públicos; 
- Essas entidades são classificadas: 
a) Sistema “S”; Ex: SESI, SENAI, SEBRAE; 
b) Entidades de Classe; Coorporações Profissionais; Ex: Conselho de Medicina, Conselho 
de Odontologia, OAB; 
OBS: Essas coorporações são criadas diretamente da lei, logo tem natureza de autarquia; 
trata-se de autarquia sui generes; 
c) OSCIP; Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; Termo de parceria; 
d) OS; Organizações Sociais; Contrato de gestão

Continue navegando