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1. Introdução A resistência elétrica pode ser caracterizada na “dificuldade” encontrada para que haja passagem de corrente elétrica por um condutor submetido a uma determinada tensão. Resistores são peças utilizadas em circuitos elétricos que fazem o uso dessa propriedade para converter energia elétrica em energia térmica, ou seja, são usados tanto para limitar a intensidade da corrente quanto na geração de calor.[1] Além dos resistores, existem outros componentes usados em circuitos para outras finalidades. O voltímetro e o amperímetro, por exemplo, são utilizados para quantificar a voltagem e a corrente, respectivamente. O voltímetro é utilizado para medir a diferença de potencial (ou voltagem) entre dois pontos, e por isso deve ser sempre ligado em paralelo com o trecho do circuito do qual se deseja obter a tensão elétrica. Para que não ocorra problemas como circuito, sua resistência deve ser a maior possível. Se sua resistência for muito alta, comparando-se às resistências do circuito, considera-se o aparelho como sendo ideal. Sendo assim, ele apresenta uma resistência interna teórica infinita. De um modo análogo, o amperímetro apresenta uma resistência interna muito próxima de zero para fins práticos, por isso é colocado em série para medir resistências com valores grandes. Outro conceito fundamental pode ser retirado das leis de Ohm, descobertas pelo Alemão Georg Ohm, no qual se percebeu que em temperatura constante a corrente elétrica seria diretamente proporcional a diferença de potencial para todo resistor ôhmico, ou seja, linear. A segunda lei de Ohm demonstra a resistividade elétrica dos materiais analisados, aferindo a proporcionalidade da resistência elétrica ao comprimento e o tipo de material utilizado, sendo também a resistência inversamente proporcional a área de secção transversal. [2] 2. Metodologia e Modelo 2.1 Materiais Multímetros IP- 370TR; Protoboard MP-1680 Minipa; Resistor de 5 MΩ; Resistor de 10 kΩ; Fios conectores; Fios jacaré-banana; Fonte DC Power Supply HY3003D; 2.2 Procedimento O experimento realizado foi dividido em duas partes. Na primeira, utilizou-se um multímetro na função Ohmímetropara medir a resistência de resistores com capacidades diferentes.Foi empregadauma amostra de cada tipo, em que cada uma delas foi medida uma vez para tensão e uma vez para corrente elétrica.Essas medidas foram registradasquando houve a estabilização do valor apresentado no multímetro.Foi observada também a incerteza do aparelho, que nesse caso é a variação do último algarismo significativo e a variação da escala. Na segunda parte do experimento foram utilizados: o multímetro, a fonte, a protoboard, um resistor de 10 kΩ e um resistor de 5 MΩ.Dois circuitos foram apresentados pelo professor, e a melhor montagem para o levantamento da curva característica de um resistor de 10 kΩ e de outro de 5 MΩ foi selecionada. Os circuitos estão representados pelas Figuras 1 e 2. Figure 1 Circuito 1 Figure 2 Circuito 2 Através do uso do multímetro na função ohmímetro, foram verificados os valores de cada resistor. Em seguida, o Circuito 2 foi montado utilizando-se o resistor de 5 MΩ. Esse resistor foi colocado sobre a protoboard, e nela uma das garras da fonte foi acoplada, enquanto a outra foi acoplada em uma das pontas do multímetro. A segunda ponta do multímetro foi apoiada sobre o resistor para que a medida pudesse ser obtida.Os dados foram tomados a partir da regulação da tensão do circuito de 0 a 10 volts com intervalo de 0,5 voltsajustados pela fonte.Assim, os valores de correntes nas diferentes tensões eram registrados pelo multímetro. Para a montagem do Circuito 1, foi utilizado o resistor de 10 kΩ. Este foi apoiado sobre a protoboard. Uma das garras da fonte foi ligada à ponta de prova do amperímetro e a outra ao resistor, onde a segunda ponta de prova do amperímetro estava acoplada. Então, o multímetro foi ligado na função voltímetro e medida de tensão foi feita. Os dados de corrente foram tomados a partir do amperímetro, e os valores de tensão a partir do voltímetro. A regulação da tensão do circuito foi feita de 0 a 10 volts com intervalo de 0,5 volts ajustados pela fonte. 2.3 Modelo Quando se aplica uma tensão V (ou diferença de potencial elétrico, d.d.p.) em um condutor qualquer, é estabelecida uma corrente elétrica de intensidade i nele. Para a maioria dos condutores, essas duas grandezas são diretamente proporcionais. Assim, temos: Essa constante é denominada como resistência elétrica do condutor (R), que é dependente de alguns fatores, como a característica do material. Então, segundo a Primeira Lei de Ohm, temos: , (A) onde V é dado em Volts, R é dado em ohm (Ω) e em ampère (A), no sistema internacional. [2] Se colocados na forma , o gráfico encontrado com a Equação (A) representa a curva característica do resistor. Para se obter os dados de tensão e corrente, os dois circuitos foram montados baseando-se na resistência equivalente para paralelo e em série, respectivamente.[2] (B) (C) Resistores considerados ôhmicos, tem a sua curva característica sendo uma reta. Para que a melhor reta que descreva as medidas seja encontrada, utiliza-se a equação (D): , (D) onde equivale a diferença de potencial elétrico (V), o coeficiente angular representa a resistência (R) e a variável é expressa pela corrente ( ), tendo como coeficiente angular igual a zero. A partir desse ponto, pode-se utilizar o método de ajuste do Qui-quadrado[3] para ajustar uma reta correspondente ao dados experimentais comprovando ou não modelo proposto. 2.4 Propagação de Erros As incertezas das Equações (B) e (C) foram calculadas de acordo com a Teoria da Propagação de Erros[3], representadas pela Equação (E) e (F), respectivamente: , (E) em que equivale a incerteza instrumental associada ao resistor R. (F) O erro estatístico das medidas foi calculado segundo a Equação (G): , (G) onde é o número de medidas feitas, cada medida individual e a média das medidas. Como todos os instrumentos utilizados são eletrônicos e estes apresentam um erro instrumental : , (H) Onde é o menor valor que o instrumento pode apresentar, é uma porcentagem e é parâmetro. Esses valores estão relacionados à precisão do instrumento encontrada no manual. Por fim, tem-se o desvio padrão (I) 3. Dados Experimentais e Análise Os dados coletados durante o experimento está descrito conforme Tabelas 1 e 2 abaixo: Tabela 1 Dados coletados para o Resistor 1 Resistor 1 (5 MΩ) Tensão (V) Voltímetro Tensão (V) Incerteza Amperímetro Corrente i (A) Incerteza 1 0,5 0,000603 0,22 0,0000001 0,0000005 2 1,0 1,075 0,22 0,0000002 0,0000005 3 1,5 1,528 0,22 0,0000002 0,0000005 4 2,0 2,080 0,22 0,0000003 0,0000005 5 2,5 2,538 0,22 0,0000004 0,0000005 6 3,0 3,022 0,22 0,0000005 0,0000005 7 3,5 3,521 0,22 0,0000006 0,0000005 8 4,0 4,069 0,22 0,0000006 0,0000005 9 4,5 4,571 0,22 0,0000007 0,0000005 10 5,0 5,084 0,22 0,0000008 0,0000005 11 5,5 5,522 0,22 0,0000009 0,0000005 12 6,0 6,020 0,22 0,000001 0,0000005 13 6,5 6,570 0,22 0,0000011 0,0000005 14 7,0 7,000 0,22 0,0000012 0,0000005 15 7,5 7,490 0,22 0,0000013 0,0000005 16 8,0 8,010 0,22 0,0000014 0,0000005 17 8,5 8,510 0,22 0,0000015 0,0000005 18 9,0 9,020 0,22 0,0000016 0,0000005 19 9,5 9,550 0,22 0,0000017 0,0000005 20 10,0 10,02 0,220,0000018 0,0000005 Tabela 2 Dados coletados para o Resistor 2 Resistor 2 (10 kΩ) Tensão (V) Voltímetro Tensão (V) Incerteza Amperímetro Corrente i (A) Incerteza 1 0,5 0,5475 0,00821250 0,0000613 0,0005 2 1,0 1,045 0,01567500 0,0001068 0,0005 3 1,5 1,482 0,02223000 0,0001529 0,0005 4 2,0 2,051 0,03076500 0,0002071 0,0005 5 2,5 2,516 0,03774000 0,0002604 0,0005 6 3,0 3,019 0,04528500 0,0003079 0,0005 7 3,5 3,564 0,05346000 0,000361 0,0005 8 4,0 4,035 0,06052500 0,0004048 0,0005 9 4,5 4,512 0,06768000 0,0004614 0,0005 10 5,0 5,035 0,07552500 0,0005049 0,0005 11 5,5 5,593 0,08389500 0,0005554 0,0005 12 6,0 6,040 0,09060000 0,00061 0,0005 13 6,5 6,520 0,09780000 0,000658 0,0005 14 7,0 7,040 0,10560000 0,000708 0,0005 15 7,5 7,540 0,11310000 0,00076 0,0005 16 8,0 7,990 0,11985000 0,00081 0,0005 17 8,5 8,490 0,12735000 0,000864 0,0005 18 9,0 9,030 0,13545000 0,000913 0,0005 19 9,5 9,500 0,14250000 0,000963 0,0005 20 10,0 10,05 0,15075000 0,00101 0,0005 Na tabela 3, estão os valores do resistor 1, dos dados teóricos, calculados e experimental, o primeiro valor é informado pelo fabricante, o segundo é calculado a partir dos métodos estatísticos e o terceiro coletados no laboratório. Tabela 3 Valores do Resistor 1 Resistência Teórica Resistência Calculada Resistência Experimental 5000000,000 ohm 5553249,840ohm 5062002,090ohm Na tabela 4, estão os valores do resistor 2, dos dados teóricos, calculados e experimental, o primeiro valor é informado pelo fabricante, o segundo é calculado a partir dos métodos estatísticos e o terceiro coletados no laboratório. Tabela 4 Valores do Resistor 2 Resistência Teórica Resistência Calculada Resistência Experimental 10000, 000 ohm 10009, 018ohm 9730,021ohm 4. Análise de Dados Figure 3 Gráfico V x i para o Resistor de 5 MΩ Figure 4Gráfico V x i para o Resistor de 10 kΩ y = 9E-08x - 7E-08 0 0,0000002 0,0000004 0,0000006 0,0000008 0,000001 0,0000012 0,0000014 0,0000016 0,0000018 0,000002 0 5 10 15 20 25 T e n s ã o ( V ) Corrente (A) V x i y = 5E-05x + 6E-06 0 0,0002 0,0004 0,0006 0,0008 0,001 0,0012 0 5 10 15 20 T e n s ã o ( V ) Corrente (A) V x i Analisando os gráficos 1 e 2 de relação entre tensão(V) e corrente (A), nota-se uma linearidade da reta para ambos os resistores , demonstrada através de dados previamente coletados no experimento.Nota-se também que os resistores possuem resistência constante, isto é, ela não varia com o aumento da corrente ou da tensão.Pelo o valor de Chi-Quadrado reduzido ser próximo de 1, é evidenciada uma curva característica que representa os parâmetros apresentados. 5. Discussão Em primeiro momento, debateu-se os maiores quesitos que não foram controlados, ou, quando foram, condições que poderia deixar uma insegurança nos dados coletados, sendo estes, os erros humanos ao medir a tensão e corrente, controle da conexão do circuito e incertezas dos aparelhos utilizados. No Resistor 1 (5 MΩ), as incertezas do voltímetro e do amperímetro permaneceram constantes. Os valores medidos pelo multímetro eram diretamente proporcionais ao aumento da tensão, assim, demonstrando a linearidade dos resistores, isso significa que a primeira lei de ohm foi evidenciada sua veracidade a partir dos cálculos e curva característica para resistores ôhmicos. Além disso, o Chi-quadrado do resistor 1 foi estimado com 0,97, ou seja, um valor muito próximo de um valor real. Estimou-se, então, que os valores dados do fabricante e os valores encontrados em laboratório foram satisfatórios. Já no Resistor 2 (10 kΩ) as incertezas do voltímetro variaram, devido a mudança da tensão, porém a incerteza do amperímetro permaneceu constante, assim, mesmo havendo valores maiores nas incertezas obteve-se um gráfico ôhmico fazendo não perder a eficácia da primeira lei de ohm. Outro ponto crucial foi o valor do Chi-quadrado baixo estimado com 0,44, sendo um valor abaixo do esperado, todavia, explicado com problemas de medição humana. Auferiu-se, então a fidelidade do valor dado pelo fabricante e os calculados e mostrados em laboratório. 6. Conclusão Através do experimento e de sua analise, concluímos que os valores encontrados para os resistores não são exatos, porém , são aceitáveis pois consideramos as imperfeições de medida e o erro humano, além disso, com o cálculo da incerteza, nota-se uma pequena variação , se comparado a um sistema perfeito de medida.Pode-se afirmar também, que os resistores obedecem a lei de ohm, pois a resistência permanece constante independente da tensão e da corrente. 7. Referências [1] USP ONLINE - Ensino de Física. Lei de OHM, Resistência Elétrica. Disponível em: <http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/corrente/lei_ohm_resist_eletrica/>. Acesso em: 27 mar. 2015. [2] HALLIDAY, David. Fundamentos de física 3: eletromagnetismo. 8. ed. Rio de Janeiro, RJ: LTC, c2009. 395 p., il. ISBN 9788521616054. [3] VUOLO, Jose Henrique. Fundamentos da teoria dos erros. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Edgard Blucher, 1996. []Magalhães, M. N.; Lima, A. C. P. Noções de Probabilidade e Estatística. 5ª edição. São Paulo: Edusp, 2008. [] MANFREDO, HarriTabacniks; Instituto de Física da Universidade de São Paulo; Conceitos Básicos de teoria do erros; São Paulo, 2003
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