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A.U PROJETO DE INSTALAÇÕES DE BAIXAS TENSÕES

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Projeto de Instalações Elétricas de Baixa Tensão 
Um projeto das instalações elétricas inclui: iluminação, tomadas, aterramento, para-
raios, com dimensionamento dos circuitos, quadros e padrões de entrada de energia, com 
base no projeto de iluminação, tomadas, pontos de energia elétrica e outras necessidades 
da edificação, e apresentação dos desenhos executivos e de montagem dos quadros, relaç
ão e especificação dos materiais e aprovação na concessionária de energia elétrica. 
1.1. Padrão de Entrada de Energia 
Trata-
se do projeto do padrão de entrada de energia elétrica, conforme as cargas solicitadas pelo
 cliente, e a aprovação na concessionária de energia elétrica. 
1.2. Instalação elétrica e as interfaces com o projeto arquitetônico 
 A compatibilização de projetos é fundamental para evitar erros devido a interferências entr
e projetos das diferentes especialidades e minimizar o retrabalho, reduzindo prazos de proj
eto e execução, desperdícios e custos. É, também, um dos maiores desafios enfrentados n
o dia a dia dos escritórios de arquitetura e das empresas construtoras. Do estudo prelimina
r ao projeto executivo, corrigir as incompatibilidades entre diversos projetos, apontando e p
ropondo as adequações necessárias, é fundamental para evitar problemas posteriores na 
obra. 
Na compatibilização, projetos de diferentes especialidades são sobrepostos de modo que a
s interferências entre eles sejam detectadas e, assim, resolvidas, normalmente, pelo coord
enador de projetos. É função do coordenador, por exemplo, conseguir as informações de t
odas as especialidades envolvidas para compatibilizar o projeto de arquitetura com os dem
ais, antes de começar a execução da obra. "Também é papel do coordenador acompanhar
 o desenvolvimento dos projetos complementares com reuniões, troca de e-
mails, consultar especialistas e fornecedores, orientar a equipe e dar apoio ao cliente". 
 
1.3 Projeto de reforma 
Antes de iniciar um projeto de reforma, é importante o profissional, seja ele instalador, arqu
iteto, decorador ou engenheiro, conhecer o histórico da construção, sobretudo aquelas co
m mais de 20 anos de existência. 
O Procobre criou o Programa Casa Segura e fez um levantamento criterioso de estatísticas
 sobre os riscos com instalações elétricas e, principalmente, como se prevenir de acidentes
 e desenvolver uma obra segura. 
Muitas entidades, empresas e órgãos públicos trabalham intensamente a conscientização 
de realizar instalações elétricas seguras. Muitas delas realizam trabalhos isolados, os quai
s visam corrigir o problema. Outras preferem optar pela parceria, a exemplo do que está pr
omovendo um grupo de entidades formado pela Abempi, Abinee, Abrasip, Corpo de Bomb
eiros, Mapfre Seguros Brasil, Procobre, Qualifio, Secovi, Sindicel e Sindinstalação. 
Juntos, idealizaram o “Programa Casa Segura” para orientar o usuário e os profissionais so
bre a necessidade de melhorar a qualidade das instalações elétricas, contribuindo para dim
inuir os riscos de acidentes, valorizar os imóveis e promover a economia energética. Tudo i
sso baseado no uso racional e seguro da energia elétrica. 
O grupo realizou um censo sobre as edificações residenciais em São Paulo, construída há 
mais de 20 anos, chegando ao número de 16 mil edifícios nestas condições. Desse univers
o, foi estabelecida uma amostra de 150 prédios para um programa piloto. 
O primeiro passo do Casa Segura foi a avaliação das instalações elétricas dessa amostra, 
realizada por profissionais habilitados, com a emissão de um relatório que orientará os res
ponsáveis pelas edificações sobre a necessidade ou não de se fazer uma ação corretiva o
u preventiva, ajudando na tarefa de administrar o condomínio com mais eficiência e melhor
es resultados. Tal exame abrangeu as condições dos principais componentes da parte com
um da instalação elétrica e alguns apartamentos, incluindo entrada de energia, centro de m
edição, quadro geral de distribuição e de comando de bombas e prumadas. 
Check-up predial 
O Programa Casa Segura pode auxiliar no esclarecimento de diversas dúvidas, entre elas 
como avaliar a saúde de uma instalação elétrica. Quando chega o momento de um fazer c
heck-
up; e como o desgaste natural atinge as edificações e torna necessária uma análise criterio
sa das condições de um imóvel, ou seja, ações que garantem a valorização deste patrimôn
io e a segurança dos usuários. Em geral, as instalações elétricas de imóveis mais antigos n
ão foram dimensionadas para as atuais necessidades de consumo e muitas vezes estão e
m estado precário. Por isso, um check-
up predial periódico pode ajudar os responsáveis pelas edificações a realizar as corretas pr
áticas de manutenção. Na parte elétrica, a inspeção predial é uma grande aliada na avaliaç
ão do estado de um imóvel nos aspectos de desempenho, vida útil, segurança, conservaçã
o, manutenção e exposição ambiental. 
Avaliações e seus resultados 
Um número significativo de edificações pode estar com instalações comprometidas atualm
ente, em termos de segurança e desempenho energético. Sobretudo construções antigas, 
em que a manutenção é essencial devido ao desgaste natural dos componentes da instala
ção e à mudança da necessidade elétrica, que nas últimas décadas foi marcada pelo aume
nto do uso de produtos eletrônicos. Vale lembrar que estatísticas do Corpo de Bombeiros a
pontam que as instalações elétricas inadequadas aparecem como a segunda principal cau
sa de incêndio no Brasil. 
O panorama das instalações elétricas no País é alarmante, e os usuários precisam ser info
rmados da importância da revisão dessas instalações e da necessidade de manutenções b
ásicas, para garantir a preservação de suas vidas e a integridade do patrimônio. 
Os estudos revelaram o seguinte panorama atual: 
• Os edifícios, equipamentos e as instalações internas dos apartamentos não cumprem os r
equisitos mínimos de segurança nas montagens de circuitos e quadros, materiais e disposi
tivos utilizados. 
• Não existem ou são ineficazes os sistemas de aterramento e os condutores de proteção, 
com risco de choques elétricos nos usuários. 
• Os circuitos estão operando em sobrecarga, com as proteções (disjuntores e alguns fusív
eis) subdimensionadas e sem atuação real, provocando aquecimento excessivo dos condu
tores, quadros e conexões e risco de incêndio na instalação. 
• Próximos aos circuitos e quadros estão sendo armazenados produtos inflamáveis e utiliza
dos materiais combustíveis. 
• Não há o uso de tecnologias mais recentes, como condutores com baixa emissão de fum
aça em áreas especiais especificadas nas normas técnicas, e que ajudam a diminuir o núm
ero de vítimas em caso de incêndios. 
Resultados em Porcentagem 
• Falta de condutor de proteção - 98% 
• Dispositivo de proteção incompatível com os condutores - 93% 
• Falta de dispositivo de proteção residual DR - 98% 
• Falta dispositivo contra sobretensões - 100% 
• Quadro de distribuição com partes energizadas acessíveis - 79% 
• Evidência de aquecimento excessivo dos condutores - 53% 
• Quadro com materiais combustíveis - 82% 
• Falha no sistema de proteção contra descargas atmosféricas -
 SPDA (aterramento, descidas, continuidade) - 85% 
Está prevista a realização de monitoramento durante o ano de 2006, por meio de novo cont
ato com os edifícios avaliados, para a determinação das ações de reforma ou adequação q
ue foram efetivamente tomadas após o recebimento dos relatórios. 
Estatísticas 
No Brasil não existem estatísticas atualizadas quanto a acidentes com a rede elétrica. Sab
e-
se que nos Estados Unidos, cerca de 5 mil pessoas chegam anualmente aos prontos socor
ros vitimados por choques elétricos e aproximadamente mil casos fatais são creditados an
ualmente a este fator. 
Com a evolução da informática e dos modernos equipamentos que facilitam a vida modern
a, o mau usoda eletricidade, as condições precárias das instalações na maioria das residê
ncias e um número mínimo de casas e apartamentos que são dotados das condições ideai
s de aterramento aumentam os riscos. 
Dados da Fundação SEADE do Estado de São Paulo revelam que, em 2003, o número de 
mortes registradas em crianças de 5 a 10 anos por choque elétrico foi de 48, superior aos c
asos de sufocação e acidentes com ciclistas (38) e praticamente equivalente às queimadur
as (54). 
Entre incêndios, os dados do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo mostram que, 
das ocorrências para as quais a corporação é acionada e naquelas em que é possível desc
obrir a origem real, as causas elétricas representam a segunda contribuição mais important
e. 
No ano de 2004, ocorreram 37.975 incêndios de diferentes proporções somente no Estado 
de São Paulo, sendo que em cerca de metade deles não foi possível determinar a causa re
al. Nos demais casos, as instalações elétricas inadequadas, que acabam causando curtos-
circuitos e sobrecargas, só ficam atrás dos “atos incendiários” provocados por vandalismo 
ou doença mental. 
O que o Procobre propõe 
1. Implementar um plano de inspeções e reformas das instalações elétricas, de modo que 
elas disponham dos elementos adequados de segurança. 
2. Oferecer aos usuários a possibilidade de atualizar suas instalações de acordo com os no
vos requisitos técnicos, visando sua segurança e conforto. Essa ação será viabilizada por 
meio de acordos com entidades de classe e setoriais, empresas concessionárias de energi
a, companhias de seguros e o poder público, oferecendo subsídios em impostos e taxas e 
preços especiais para a renovação das instalações. 
Normas de Qualidade 
O nível de exigências das normas técnicas brasileiras é adequado e está coerente e ajusta
do às normas internacionais. Infelizmente, não existe mecanismo legal no País que garant
a o cumprimento geral das normas e que possibilite uma avaliação sistemática das instalaç
ões prediais ou que permita que as concessionárias de energia elétrica exijam qualquer tip
o de avaliação prévia das instalações construídas. 
O Programa Casa Segura levantou as legislações municipais existentes sobre eventuais in
centivos de impostos e taxas para edifícios reformados ou que trate da inspeção periódica 
das instalações por órgãos municipais ou contratados, como condição para a emissão do “
habite-
se”. As cidades que já possuem legislação aprovada ou em análise, e que foram pesquisad
as, são Curitiba/PR, Ribeirão Preto/SP e Belo Horizonte/MG. 
A cidade de Curitiba aprovou seu novo Código de Posturas, estabelecendo a figura do Cert
ificado de Inspeção Predial, com um conteúdo significativo na abordagem das instalações 
elétricas. 
O programa lançou um site na Internet para divulgar a iniciativa e também orientar os inter
essados sobre entidades que podem ajudá-
los a contratar serviços, empresas instaladoras e de manutenção, fornecedoras de materiai
s e de serviços em geral ou buscar mais informações sobre o assunto. O endereço é: pr
ogramacasasegura.org.br 
 
 
Prevenção 
O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo informa que a maioria do
s incêndios ainda é causada pelo mau uso da rede elétrica das edificações. E recomenda: 
• Execute as instalações elétricas conforme a norma NBR 5410 da ABNT (Instalações Elétr
icas de Baixa Tensão), e nunca provisórias ou precárias (gambiarras), evitando sobrecarga
 da rede e possível curto-circuito; 
• Quando for realizar reparos nas instalações elétricas, procure sempre um profissional hab
ilitado e credenciado; 
• Realize periodicamente manutenção preventiva nas instalações elétricas, pois elas possu
em vida útil limitada; 
• Dê especial atenção a áreas críticas como cozinha e banheiros, uma vez que nesses loca
is se encontram dois elementos cuja combinação pode ser perigosa: água e eletricidade; 
• Não utilize equipamentos elétricos quando estiver descalço ou com pés úmidos; 
• Jamais toque em equipamentos elétricos enquanto estiver dentro de banheiras; 
• Se um eletrodoméstico dispõe de ligação à terra, utilize-
o sempre que a instalação permitir. Se a instalação não possuir o fio terra, instale imediata
mente; 
• Evite instalar condutores elétricos próximos a chaminés, estufas, aquecedores ou outras f
ontes de calor; 
• Nunca utilize equipamentos ou dispositivos com cabos de alimentação que apresentem d
anos na isolação elétrica, pinos quebrados ou tomadas danificadas; 
• Evite sempre que possível utilizar tomadas múltiplas ou adaptadores do tipo “benjamins”; 
• Nunca desligue um equipamento elétrico da tomada puxando pelo cabo de alimentação e
 sim pelo plugue; 
• É conveniente desconectar da tomada os equipamentos portáteis quando não estiverem 
sendo utilizados; 
• Verifique se a potência do equipamento está coerente com a capacidade da instalação ex
istente; 
• Quando for executar alguma manutenção na instalação, os dispositivos de proteção (disju
ntores) devem estar desligados. 
Parceiros do Programa Casa Segura 
• Abempi –
 Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Manutenção Predial e Industrial. 
• Abinee- Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica 
• Abrasip – Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais 
• Corpo de Bombeiros 
• Mapfre Seguros Brasil 
• Procobre - Instituto Brasileiro do Cobre 
• Qualifio – Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos 
• Secovi – Sindicato da Habitação 
• Sindicel –
 Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Laminação e Trefilação de Metais Não Fer
rosos do Estado de São Paulo 
• Sindinstalação – Sindicato da Indústria de Instalação do Estado de São Paulo 
 
2 Projeto de Instalações Hidráulicas, Sanitárias, Pluviais e Gás 
Tratase do dimensionamento das instalações de água fria, quente, esgoto, drenagem pluvi
al e gás, com base nos pontos de consumo e características da edificação, e apresentação
 dos desenhos executivos, relação e especificação dos materiais, e aprovação na concessi
onária, quando for o caso. 
2.1 Instalação hidráulica e as interfaces com o projeto arquitetônico 
O projeto arquitetônico deve definir a localização dos equipamentos, tendo em vista suas c
aracterísticas funcionais, e compatibilizá-
lo com os projetos de estrutura, fundações, instalações e outros. Essa é condição básica p
ara a integração entre os vários subsistemas construtivos. O projeto de instalações prediai
s integrado aos demais permitirá fácil operação e manutenção na fase de uso do edifício. E
ssa compatibilização entre os vários subsistemas envolvidos na construção do edifício, evit
a improvisações durante a obra. 
Além desse descaso, muitos encanadores e construtores fazem confusão entre os conceit
os de pressão e vazão. Alguns acreditam que a pressão na rede de distribuição e nos pont
os de utilização de água depende do tamanho do reservatório, sendo que a pressão depen
de exclusivamente da altura (pressão estática) e do percurso que a água percorre (pressão
 dinâmica). Portanto, o volume do reservatório não determina o aumento ou diminuição das
 pressões. Quanto mais alto for o reservatório, maior será a pressão na rede e nos pontos 
de utilização de água. 
A situação das instalações prediais no Brasil não se encontram dentro dos padrões da Ass
ociação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e como a Lei da Gravidade é gratuita, gran
de parte dos empreiteiros e construtores não pensa duas vezes e coloca as tubulações de 
tudo quanto é jeito. Isso sem levar em consideração alguns conceitos importantes, tais co
mo as declividades mínimas para o escoamento do esgoto e das águas pluviais. Outro exe
mplo são as tubulações de água potável, projetadas e/ou executadas sem considerar a mel
hor forma para sua distribuição e uso racional da água, negligenciando também as pressõe
s ideais paraum bom funcionamento dos aparelhos sanitários. 
Além de mal dimensionados, também se comete muitos equívocos com relação ao posicio
namento desses reservatórios. A posição ideal quando não existem barreiras arquitetônica 
e estrutural, deve ser tal que fique o mais próximo possível dos pontos de consumo. Isso s
e deve a dois fatores: perda de carga e economia. 
A perda de carga numa canalização é a diferença de energia inicial e a energia final de um 
liquido, quando ele flui de um ponto ao outro. Essas perdas poderão ser distribuídas (ocasi
onadas pelo movimento da água na tubulação) e localizadas (ocasionadas pelas conexões
, válvulas, registros, etc.). Portanto, quando se coloca tubulações e conexões de forma ale
atória essa perda de carga aumenta, ocasionando uma diminuição das pressões nos ponto
s de utilização de água. 
Como se sabe, todos os equipamentos de utilização de água (torneiras, chuveiros, entre o
utros) necessitam de uma pressão mínima para funcionarem satisfatoriamente. Quando es
se parâmetro não é atendido alguns aparelhos não funcionam bem como, por exemplo, as 
duchas e os chuveiros elétricos. Isso acaba comprometendo o conforto do usuário, principa
lmente, na hora do banho. Por isso, é preciso muito cuidado na hora de construir. Às vezes
, o barato sai caro. Além do desconforto e das dores de cabeça, os prejuízos são enormes 
com os futuros vazamentos e entupimentos dessas redes e ramais de água e esgoto.

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