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DIREITO PENAL ITER CRIMINIS 27.06.15

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Direito Penal (27.06.15)
Iter Criminis:
Cogitação: É etapa psíquica em que o agente planeja mentalmente a prática de algo e por não ultrapassar a esfera do próprio agente, é absolutamente impunível (pra ter crime tem que atingir o bem alheio). Está presente em todos os crimes dolosos. Equipara-se a premeditação. 
Atos Preparatórios ou preparação: É etapa concreta no mundo fático, em que o agente se prepara, organiza, instrumentaliza para a realização do crime, sendo etapa impunível, via de regra, salvo quando o legislador opta por criar um crime autônomo para criminalizar uma conduta que seria uma mera preparação para outro crime. já é concreto no mundo real, porém não interfere no bem de terceiro. Via de regra porque o legislador pode optar por criminalizar certa conduta, como a formação criminosa (antiga formação de quadrilha). Ex. 288 e 291, CP
Atos Executórios ou Execução: Ocorre quando o agente dá início a concreta prática do crime, realizando uma conduta e interferindo na esfera do bem alheio, permitindo assim, a intervenção do Direito Penal punindo o fato, pelo menos através da tentativa. É a realização concreta do crime, é dar inicio ao ato criminoso. É aqui que nasce o crime tentado.
OBS.: TENTATIVA: A tentativa ocorre quando o agente dá início a execução, mas não chega a consumação por motivos alheios a sua vontade, ao seu dolo. Desta forma, o crime fica incompleto, devendo-se reduzir a pena de 1/3 a 2/3. Art. 14, II e § único.
Consumação: Ocorre quando o crime está completo, ou seja, com a lesão do bem jurídico tutelado. São crimes que se consumam quando se materializam o resultado. Sendo que isto pode ocorrer de três formas:
Crimes Materiais: com a concreta produção, materialização do resultado previsto (crimes materiais). EX: Arts. 121, 129, 155, CP.
Crimes formais: se consumam com a completa realização da conduta formalmente proibida, independentemente da produção do resultado previsto. Art. 159
Crimes de mera conduta proibida: são aqueles que se consumam com a completa prática da mera conduta proibida, não havendo sequer previsão de resultado.
ETAPAS do Iter Criminis: (está na sala virtual)
(não há crime na parte em vermelho) (nesse período em negrito ocorre a tentativa)
Condenação---Preparação---Execução---Atos Executórios---Consumação---Recebimento de denúncia---Sentença Condenatória
- Desistência Voluntária: ocorre quando o agente inicia a execução, mas durante esta realização, desiste de prosseguir ou abandona voluntariamente a prática dos atos. O crime não se consuma e afasta-se a tentativa, tornando o fato iniciado atípico, podendo responder por outros crimes eventualmente ocorridos.
OBS.: para diferenciar em questão concreta a Desistência Voluntária da Tentativa, utiliza-se a fórmula de Frank: se posso prosseguir e não quero, haverá desistência voluntária, mas se quero prosseguir e não posso, haverá tentativa.
- Arrependimento Eficaz: ocorre quando após completar todos os atos executórios, o agente atua e de forma eficaz impede que ocorra a consumação. Afasta-se a tentativa, tornando o fato iniciado atípico, podendo responder por outros crimes eventualmente ocorridos. Ex.: Quando se põe veneno na comida de alguém, a pessoa come e antes que ela morra, o agente interfere e o leva ao hospital, impedido que o fato se consume. (art. 15, CP)
- Arrependimento Posterior: é aquele posterior a consumação, quando o agente repara o dano ou restitui a coisa, com o propósito de diminuição de pena de 1/3 a 2/3, desde que o crime seja sem violência ou grave ameaça e a reparação ser feita até o recebimento da denúncia. A reparação parcial do dano também é aceita pelo STF, desde que seja ao menos 50% do dano. Ex,: furto, estelionato. (art. 16, CP).
Elementos integrantes da Teoria do Crime:
Fato típico: em seu aspecto formal é a descrição na lei da conduta humana proibida para a qual se estabelece uma sanção, sendo formado por elementos objetivos (verbo, elementos descritivos e elementos normativos), e também por elementos subjetivos. Quase sejam: o dolo (intensão, finalidade) e em alguns crimes elemento subjetivo especial (especial fim de agir). Ex.: “fim de obter vantagem para si ou para outrem” art. 159, CP.
Elemento subjetivo do tipo:
- Espécies de dolo:
1. Dolo Direto (1º grau): é o conceito puro do dolo natural, ou seja, finalidade, intensão, vontade de gerar certo resultado típico. Teoria da Vontade
2. Dolo Direto (2º grau): ocorre quando o agente realiza determinada conduta com intensão, porém, reconhece que com certeza outros resultados irão se produzir e quanto a esses resultados responderá com dolo direto de segundo grau. Ex.: Bomba no avião. Alguém que o agente quer matar e põe uma bomba no avião, além de matar o desafeto, também mata as outras pessoas que estão a bordo. Responderá por todas as mortes dolosamente, em concurso informal imperfeito, art. 70, segunda parte, somando as pena.
3. Dolo Geral: ocorre quando o agente realiza uma conduta com dolo e acreditando ter alcançado o resultado pretendido, realiza uma segunda conduta, porém, na verdade o resultado só ocorre em face deste segundo ato. O primeiro ato será geral e abrangente quanto ao segundo ato, o agente responderá pelo crime doloso consumado.
4. Dolo Eventual: é modalidade anômala, sui generis de dolo, pois nele o sujeito não possui intensão de gerar o resultado, porém atua de acordo com os seguintes elementos. (DICA: é o dolo do vidente, é o dolo de quem prever, previsão)
a) Previsão concreta do resultado (diferente de previsibilidade que é mera possibilidade de prever => que gera crime culposo).
b) Consentimento quando ao resultado.
c) Age assumindo o risco de o resultado ser produzido. Ex.: Falso cirurgião.
OBS.: o dolo eventual não admite tentativa, pois o agente não possui vontade e portanto responde de acordo com os resultados causados.
- Tipo Culposo: é aquele produto da falta de cuidado do sujeito (imprudência, negligência ou imperícia) gerando um resultado típico previsto na forma culposa (regra da excepcionalidade do crime culposo). Ex.: Dano culposo. Art. 163, CP.
OBS.: Crimes culposos terão sua pena sempre convertida em restritiva de direitos (art. 43 e 44, CP).
Elementos:
Conduta (ação ou omissão)
Resultado Típico
Nexo Causal
Falta de cuidado (imprudência, negligência ou imperícia)
Previsibilidade
Espécies de culpa:
Culpa Inconsciente (comum): é aquela comum em que o agente possui apenas previsibilidade do resultado, mas não prevê, pois atua com falta de cuidado (imprudência, negligência ou imperícia) gerando um resultado típico culposo.
Culpa Consciente previsibilidade + repúdio ao resultado + certeza de que o resultado não ocorrerá. É a culpa com previsão concreta do resultado, o agente tem consciência de que o resultado pode se produzir, porém repudia este resultado e só atua quando tem a convicção de que o resultado não se produzirá por confiar em suas habilidades pessoais. Ocorrendo o resultado, responde pelo crime culposo.
Dolo eventual e culpa consciente têm a previsão do resultado como base
Preterdolo: o dano mais grave que o desejado
	
	Consciência
	Vontade
	Dolo direto
	Prevê o resultado
	Quer o resultado
	Dolo eventual
	Prevê o resultado
	Não quer, mas assume o risco
	Culpa consciente
	Prevê o resultado
	Não quer, mas assume e pensa poder evitar
	Culpa inconsciente
	Não prevê o resultado que era previsível
	Não quer e não aceita o resultado
ILICITUDE (ratio cognoscendi)
É a relação de contrariedade ao ordenamento jurídico de um fato típico realizado. Sendo que, de acordo com a teoria indiciária adotada, todo fato típico será também ilícito, salvo se estiver presente uma causa de justificação, excludente da ilicitude.
Excludentes de Ilicitude (art. 23, CP)
Estado de necessidade (art. 24, CP): decorre de uma situação de PERIGO, para o bem próprio ou de terceiro onde há estrita necessidade de se lesionar um bem alheio para preservar o bem em perigo. O código penal adotou a teoria unitária, para qual TODO estadode necessidade é excludente da ilicitude, portanto chamado de estado de necessidade justificante. 
O PERIGO deve ser: atual e inevitável (o perigo tem que estar ocorrendo e não haver outro meio de se preservar o bem que não seja a lesão do bem alheio); não pode ter sido criado por sua vontade (quem cria a situação de perigo dolosamente não pode alegar estado de necessidade, porém se a criação do perigo for culposa, por falta de cuidado, nada impede o estado de necessidade); do bem próprio ou de terceiros; inexigibilidade do sacrifício do seu bem.
OBSERVAÇÃO: Não há estado de necessidade se o sacrifício do bem em perigo for exigível na situação concreta ao invés de lesionar o bem alheio. Isto se aplica em caso concreto quando o patrimônio está em perigo, não sendo autorizada a lesão de uma vida para preservá-lo. De acordo com o art. 24, § 2º, se o sacrifício do bem era exigível, mas o sujeito resolveu preservá-lo lesionando o bem alheio, responderá pelo crime, porém com sua pena reduzida de 1/3 a 2/3.
OBSERVAÇÃO 2: De acordo com o art. 24, § 1º, os garantidores que tem o dever legal de enfrentar o perigo (art. 13, §2º, a) não podem alegar estado de necessidade.
Estrito cumprimento do dever legal: atua licitamente funcionário público que age cumprindo de forma estrita os seus deveres impostos pela lei inerentes à função. Ex.: policial que opera a prisão.
OBSERVAÇÃO: O policial que dispara sua arma contra meliante não atua em estrito cumprimento do dever legal, mas sim em legítima própria ou de terceiros, mas claro, se houver agressão.
Exercício regular de direito: atua ilicitamente todo aquele que age exercendo de forma regular a sua função/profissão/condição. Ex.: poder familiar, lesões desportivas, exercício médico, ofendículas, etc.
OFENDÍCULAS: São os obstáculos (meios de defesa) postos para preservar um bem (arames farpados, cachorros, cacos de vidros em muros, cerca elétrica). Estes meios são considerados meios de legítima defesa chamada de pré-ordenada.
Legítima defesa: pressupõe uma situação de AGRESSÃO, ou seja, conduta humana voltada a lesionar um bem jurídico alheia. Logo, o ataque de animal não produz situação de legítima defesa, já que não configura agressão, mas sim situação de perigo, gerando estado de necessidade, salvo se o animal for usado como instrumento, arma, para um ser humano agredir outro.
ATENÇÃO: Não há do que se falar em legítima defesa em agressões passadas ou futuras.
Requisitos:
Agressão atual ou iminente: atual é a agressão que está ocorrendo, ou seja, que já começou, mas ainda não terminou. Iminente é aquela que está prestes a acontecer e se dá no último momento antes de se tornar atual.
ATENÇÃO: Quando a agressão ainda for futura, mas ficar claro que a única forma de se defender e garantir a tutela do seu bem for a antecipação atacando o futuro agressor, haverá a chamada legítima defesa antecipada. Causa supralegal de exclusão da culpabilidade que também vai afastar o crime.
Defesa de um direito próprio ou alheio: Somente se pode invocar a legítima defesa quem estiver defendendo bem ou interesse juridicamente protegido. Por exemplo: não há que se falar em legítima defesa contra agressão a bem sem proteção jurídica, como é o caso dos entorpecentes.
Moderação no emprego dos meios necessários à repulsa: o agente deverá se utilizar de acordo com aquilo que tem disponível apenas dos meios estritamente necessários e suficientes para repelir e fazer cessar a agressão. Os excessos serão punidos normalmente, a título de dolo ou culpa (art. 23, parágrafo único.
LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA: nada impede que haja legítima defesa do excesso daquele que estava em legítima defesa, mas passou do limite. Isto porque o excesso configura um ato ilícito, uma agressão injusta, permitindo a quem a sofre se defender em legítima defesa.
A legítima defesa putativa (virtual), não é excludente de ilicitude, mas sim produto de um erro a respeito da situação de agressão (erro de tipo permissivo, art. 20, § 1º).
Consentimento do ofendido (causa supralegal): quando o titular de um bem jurídico DISPONÍVEL (não vale para bens indisponíveis) autoriza previamente a sua lesão.

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