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Lesão Corporal e Violência contra mulher

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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA – FACULDADE DE DIREITO
Aryadne Cristina dos Reis Marcelino
Iury Guilherme Muniz Salvador
Sarah Almeida de Figueiredo
Lesão Corporal e Violência contra mulher 
	No estudo sobre lesão corporal e violência contra a mulher é mister expormos o conceito, que os diferencia, já que ocorre uma linha tênue entre os entendimentos, como também, a influência de um tema sobre o outro, sob a ótica do ordenamento jurídico (juízo penal).
	A lesão corporal consiste na prática de violência cometida a outrem. A tipificação, enquanto crime, existirá na sua mensuração - leve, grave ou gravíssima - conforme doutrina majoritária. Segundo ensinamento de Nucci:
...Lembramos que se trata de qualquer ofensa física voltada a integridade ou a saúde do corpo humano, não se admitindo, neste tipo penal qualquer outra ofensa moral. Para sua configuração é preciso que a vítima sofra algum dano ao seu corpo, alterando-se interna ou externamente, podendo ainda, abrange qualquer modificação prejudicial à saúde, transfigurando-se determinada função orgânica ou causando-lhe abalos psíquicos comprometedores. (Nucci, 2011, p.663)
	A lesão corporal como crime, a forma como se apresenta e sua aplicação está elucidada no artigo 129, CP.
	No parágrafo 9º, do artigo 129, CP, o direito penal trata da violência doméstica, que enseja, “... violência contra qualquer membro da família, desde que o agente conviva ou tenha convivido, ou ainda, prevaleça o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade”.
Entendeu por bem, o legislador tratar da violência doméstica de forma dissímil, devido suas circunstâncias justificarem aplicação de penas mais rigorosas. O §9° do artigo 129 do código penal discorre que: “Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena ­ detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei no 11.340, de 2006).
Com a consumação do crime é necessário exame pericial, conhecida também como corpo de delito, no entanto, a lei Maria da penha já entra em ação, para defender a integridade física e psíquica. Vale ressaltar que a Lei somente tem aplicação quando é executada em situações de vulnerabilidade. Entrementes por imensuráveis vezes o delito, permanece oculto, para manutenção das relações familiares, ou por vergonha, dependência emocional e econômica. 
	A visão sobre lesão corporal, muitas vezes fica ligada a mulher, no entanto, quaisquer pessoas, independente do sexo, sendo crianças, idosos e adolescentes, podem sofrer lesão corporal. O código penal, parte especial traz em seu caput no artigo 129, que: 
Art.129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
É perceptível que o crime de lesão corporal, é tratado como categoria secundária, ou seja, de menor potencial. 
Já violência contra mulher há um leque de conceitos para definir tais ações e condutas, que se resumem em visuais e não visuais. Estão entre este dossiê, a violência física, que é praticada com o uso de força, violência psicológica, que é baseada nas proibições causando a vitima depressões e ansiedades. Há violência sexual, no qual não se tem o consentimento alheio.
De acordo com a desembargadora Angélica de Maria Mello de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo: 
Não é poder aquisitivo, escolaridade, desemprego, cor ou idade que definem o perfil de quem bate em mulher. A violência doméstica é um fenômeno social e cultural muito mais complexos que esses rótulos e está presente nos mais lares brasileiros.
	Diante da fala testilhada, é necessário pensar a relação entre a masculinidade e violência, pois mostrar-se agressivo é a maneira que muitos encontram para solução de conflitos, já que muitas vezes é exatamente assim que aprendem na infância. Então retornamos ao circulo vicioso, aludido anteriormente. 
Não obstante, existem mecanismos para coibir e prevenir a violência domestica e familiar contra a mulher, no qual entrou em vigor dia 7 de agosto de 2006. A lei nº 11.340, Lei Maria da Penha. A Lei Maria da Penha, adota a diligência aspirando propiciar a integridade física da mulher. O jurista Fernando Capaz descreve alguns exemplos de garantia: 
	Garantir a sua proteção policial; se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar; encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal, etc. O Juíz por sua vez, poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto, ou separadamente, algumas medidas protetivas de urgência, dentre as quais, o afastamento do ofensor do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; a proibição de determinadas condutas, entre as quais a aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância, entre estes e o agressor. 
	Sendo assim, entendesse que há benefícios para o grupo de ofendidas que vem se aprimorando com a legislação, entretanto por trás de todo acusação contra o agressor há sempre um estado afetivo suscitado pela consciência de perigo. 
Referência Bibliográfica
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VILLAR, Alice Saldanha. Crime de lesão corporal em violência doméstica contra mulher: a natureza incondicionada da ação penal. Disponível em: <https://conteudojuridico.com.br/artigo,crime-de-lesao-corporal-em-violencia-domestica-contra-a-mulher-a-natureza-incondicionada-da-acao-penal,54736.html>. Acesso em: 17 de março de 2017.
NUCCI, Guilherme de Souza.. Manual de Direito Penal, Parte Geral e Parte Especial; 7º ed. São Paulo – SP: Revista dos Tribunais, 2011.

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