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A teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson

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A teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson
Referências: Papalia, Olds e Feldman (2006); BEE, H. (2003) e GALLAHUE, D.L.; OZMUN, J.C. (2001)
Sobre Erik Erikson
teórico que afirmou:
o desenvolvimento se processa por toda a vida;
o sentido de identidade de uma pessoa se desenvolve através de uma série de estágios psicossociais;
Que sua maior ênfase estava nas exigências e expectativas culturais;
 
desenvolvimento resultando da interação da pessoa com o ambiente.
Proposições gerais
Proposição 1: 
o indivíduo passa por uma série de períodos distintos de desenvolvimento (estágio) com uma tarefa desenvolvimental específica. A tarefa central de cada período é o desenvolvimento de uma “qualidade do ego” específica. 
 
Proposição 2: 
os períodos desenvolvimentais são particularmente definidos pela sociedade em que a pessoa se desenvolve. Ex: Numa cultura em que a escolarização fosse adiada, o tempo da tarefa desenvolvimental poderia mudar.
 
Proposição 3:
 qualquer tarefa desenvolvimental que não seja completada eficazmente deixa um resíduo que interfere nas tarefas futuras. 
Os oito estágios do desenvolvimento psicossocial 
Os oito estágios do desenvolvimento psicossocial 
CONFIANÇA BÁSICA VS DESCONFIANÇA BÁSICA 
(do nascimento aos 18 meses de vida)
a questão é saber se a criança desenvolverá ou não um sentido de confiança básico na previsibilidade do mundo e em sua capacidade de afetar os acontecimentos que a cercam.
 
o comportamento da pessoa que cuida da criança é decisivo para a resolução bem ou malsucedida dessa crise por parte da criança.
Um equilíbrio entre confiança, que lhes permite formar vínculos afetivos e desconfiança, que lhes permite se proteger, é importante nessa fase.
 
CONFIANÇA BÁSICA VS DESCONFIANÇA BÁSICA 
(do nascimento aos 18 meses de vida)
Quando predomina a confiança, desenvolve-se a virtude da esperança (podem satisfazer suas necessidades e desejos). Quando predomina a desconfiança, verão o mundo como hostil e imprevisível e problemas para formar relacionamentos.
 
As crianças que emergem do primeiro ano com um firme sentido de confiança são as que têm pais amorosos e que respondem de forma previsível e confiavelmente a criança. As crianças cujo os cuidados iniciais tenham sido erráticos ou ásperos podem desenvolver a desconfiança. 
Segurança básica vs desconfiança
 AUTONOMIA VS VERGONHA E DÚVIDA
(dois a três anos)
Nessa época a criança ganha mobilidade e isso lhe dá um âmbito de escolha muito maior e forma a base para o sentido de independência ou autonomia.
Mudança do controle externo para o auto-controle (terríveis dois anos)
Virtude que surge é a vontade, tornar-se mais poderosas e independentes. Dúvida: reconhecer o que ainda não estão prontas para fazer sozinhas. Vergonha: viver com regras sensatas. 
Se os esforços das crianças não forem cuidadosamente orientados pelos pais e ela experimentar fracassos repetidos e se sentir ridícula, os resultados de todas as novas oportunidades para a mobilidade e a exploração podem ser a vergonha e a dúvida em vez de um senso básico de autocontrole e dignidade própria.
Autonomia vs vergonha e dúvida
INICIATIVA VS CULPA (de três a seis anos)
A criança é capaz de planejar um pouco, de tomar iniciativa no alcance de metas específicas. Tendo adquirido essas novas habilidades organizacionais, a criança as experimenta, procura atingir objetivos de vários tipos e pode ir contra restrições ambientais.
Esse é um tempo de vigor, de ação e de comportamentos que os pais talvez considerem agressivos. 
O risco é que a criança pode ir longe demais. Ela pode quebrar um brinquedo favorito ou bater na mãe ou no pai. Quando isso acontece, ela pode se sentir esmagada por um sentimento de culpa.
Quando a criança excede os limites do comportamento aceitável (como os percebe), experimentará a sensação de culpa. 
INICIATIVA VS CULPA (de três a seis anos)
A criança tem que lidar com sentimentos conflitantes: planejar e realizar atividades versus dores na consciência em relação aos planos. Podem e querem fazer cada vez mais coisas. Aprendem que algumas coisas recebem aprovação social enquanto outras não. Como conciliam esse desejo de fazer com o desejo de aprovação?
Com amplas oportunidades para fazerem coisas sozinhas - mas com orientação e limites consistentes – as crianças podem alcançar um equilíbrio entre a tendência de exagerar na competição e na realização e a tendência de ser reprimida e dominada pela culpa. 
As crianças que aprendem a regular esses impulsos opostos desenvolvem a virtude da iniciativa para imaginar e a perseguir metas.
Iniciativa vs culpa
 PRODUTIVIDADE VS INFERIORIDADE (de seis a doze anos)
Nessa fase, o começo da escolarização é uma força importante. A criança está agora em face da necessidade de ganhar a aprovação através da produtividade - aprendendo a ler, a escrever a fazer somas e outras habilidades específicas.
A tarefa desse período é desenvolver o repertório de habilidades específicas que a sociedade requer da criança.
Resolução dessa crise: é a competência, a idéia de si mesmo como capaz de dominar habilidades e de concluir tarefas.
PRODUTIVIDADE VS INFERIORIDADE 
(de seis a doze anos)
Um perigo é de que por uma razão ou outra, a criança seja incapaz de desenvolver as habilidades esperadas e em vez disso desenvolva um senso básico de inferioridade.
Um grande contribuinte para a auto-estima é o apoio social, primeiro dos pais e dos colegas, depois dos amigos e dos professores.
Mesmo que a criança se julgue inteligente e atraente, sua auto-estima será abalada se ela não se sentir valorizada pelas pessoas importantes de sua vida. Ainda assim, o apoio social geralmente não compensa uma auto-avaliação negativa. 
Produtividade vs inferioridade
 IDENTIDADE VS CONFUSÃO DE PAPÉIS 
(de 12 a 18 anos)
A tarefa dessa fase é o reexame do adolescente da sua identidade e dos papéis que deve desempenhar.
O que deve emergir é um sentido reintegrado do eu, do que deseja fazer e ser, e do papel próprio do seu sexo. 
O risco é o da confusão resultante da profusão de papéis que estão à disposição do adolescente nessa fase.
A crise de identidade raramente se desenvolve plenamente na adolescência, questões relativas à identidade aparecem repetidas vezes durante a vida adulta.
Para formar uma identidade, os adolescentes devem afirmar e organizar suas habilidades, suas necessidades, seus interesses e seus desejos. Perigo: confusão de identidade, a qual pode retardar muito a conquista da maturidade psicológica.
IDENTIDADE VS CONFUSÃO DE PAPÉIS (de 12 a 18 anos)
A identidade forma-se pela resolução de três questões importantes: 
escolha de uma ocupação
adoção de valores nos quais acreditar e segundo os quais viver 
desenvolvimento de uma identidade sexual satisfatória
Adolescentes que resolvem essa crise de forma satisfatória desenvolvem a virtude da “fidelidade”: lealdade, fé, identificação com um conjunto de valores.
A identificação pessoal aparece quando os jovens escolhem os valores e as pessoas aos quais serão fiéis, em vez simplesmente aceitarem as escolhas dos pais. 
Identidade vs confusão de papéis 
 INTIMIDADE VS ISOLAMENTO (de 18 a 30 anos)
Centra-se em torno da necessidade de intimidade, de fundir a própria identidade com a de outra pessoa.
Se o sentido de identidade do indivíduo não for bastante forte para lidar coma intimidade, poderá resultar numa sensação de isolamento.
Se jovens adultos não puderem ter um envolvimento pessoal profundo com outras pessoas, podem ficar isolados e absortos em si mesmos. Contudo, precisam também de um pouco de isolamento para pensarem sobre a sua vida. A medida que vão resolvendo as demandas conflitantes de intimidade, de competitividade e de distância, desenvolvem um senso de ética.
A resolução dessa crise resulta na “virtude” do amor.
Intimidade vs isolamento 
 GERATIVIDADE VS ESTAGNAÇÃO 
(de 30 a 50 anos)
Geratividade:
preocupação dos adultos maduros com o estabelecimento e a orientação da próxima geração. Deixar um legado.
As pessoas que não encontram um escape para a geratividade tornam-se absortas em si mesmas, excessivamente entregues aos próprios prazeres ou estagnadas (inativas ou inertes).
A virtude desse período é o “cuidado”: um maior comprometimento em tomar conta das pessoas, dos produtos e das idéias com os quais aprendemos a nos importar. 
Produtividade vs estagnação 
 INTEGRIDADE DO EGO VS DESESPERO 
(de 50 anos em diante)
Para o indivíduo fazer face aos problemas do envelhecimento e da morte, ele precisa ter desenvolvido a qualidade difusa que Erikson chama de integridade do ego, que inclui dignidade, sabedoria prática e aceitação por parte da pessoa de seu próprio modo de viver.
A pessoa deve ter passado eficazmente pelo sete estágios anteriores, mas ela deve também aceitar o que ela é e o que tem sido e feito.
 
A pessoa que não pode aceitar, que olha para trás com tristeza, pode experimentar o desespero. Esse desespero manifesta-se particularmente como o medo da morte.
INTEGRIDADE DO EGO VS DESESPERO 
(de 50 anos em diante)
Adultos mais velhos precisam avaliar, resumir e aceitar sua vida para poderem aceitar a aproximação da morte.
Sem maiores arrependimentos, sem alongar-se no que deveria ter feito ou em como poderia ter sido.
A integridade do ego depende não apenas da reflexão sobre o passado, mas também da contínua estimulação e desafio. 
Sobre os estágios de Erikson
George Vaillant argumenta que dois outros estágios precisam ser acrescentados ao modelo de Erikson:
“consolidação da carreira” (dos 23 aos 35 anos)
“garantia de significado vs rigidez (dos 45 aos 55 anos): uma época de satisfação tranqüila e de relaxamento para muito adultos, quando os objetivos foram atingidos ou o fato de não os ter atingido foi aceito. Nessa fase se preocupam em extrair um sentido de suas vidas e passam a lutar contra uma tendência à rigidez.
Uma síntese parcial (Helen Bee, 1986)
uma mudança ou uma transição ou uma crise na personalidade ocorre sempre que há um acúmulo de um número suficiente de tensões externas e internas. Quando o nível crítico é atingido, cria-se o desequilíbrio e ocorre algum tipo de mudança;
os indivíduos diferem no número de tensões que podem tolerar antes de uma crise ser atingida;
dentro de uma dada sociedade, há idades específicas em que um acúmulo de um grande número de tensões de mudanças provavelmente ocorrerá, de modo que a maioria de nós partilhará uma transição na mesma época do nosso ciclo vital.
Uma síntese parcial (Helen Bee, 1986)
em face de um acúmulo suficiente de tensão, o indivíduo pode responder de várias maneiras, as vezes de várias maneiras ao mesmo tempo, ou seqüencialmente. Algumas das possibilidades são:
desenvolvimento pessoal, concebido como força do ego cada vez maior;
importante mudança externa na vida, como novo emprego, divórcio, hobbies novos e significativos;
doença física pode ir desde perturbação do sono até as doenças fatais;
doença mental ou distúrbio emocional. A mais comum entre adultos é a depressão. Em crianças, muito do que é classificado como “problemas de comportamento” está provavelmente relacionado ao acúmulo de tensões;
alcoolismo ou outro abuso de drogas;
suicídio
Obs: Exatamente qual dessas respostas alternativas a tensão ocorrerá num dado indivíduo não é possível prever nesse estágio de nosso conhecimento.
Níveis superiores de qualidade do ego 
o progresso de uma crise para a seguinte pode ser, e geralmente é um processo de desenvolvimento pessoal. Cada período de calmaria é qualitativamente diferente do período anterior e mais maduro.

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