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Difrac¸a˜o em Fendas e Redes de Difrac¸a˜o Fabio Rasera Figueiredo Componentes do grupo: Luan Bottin De Toni, Ramo´n Kruger, Augusto Lassen, Fabio Rasera Figueiredo. 28 de outubro de 2015 Resumo Neste experimento foram investigados os fenoˆmenos ondulato´rios da luz. Foram analisadas fendas simples, mu´ltiplas e redes de difrac¸a˜o para explorar as diferenc¸as entre os padro˜es de difrac¸a˜o e interfereˆncia exbidos por cada tipo de obsta´culo. Com base no princ´ıpio de Babi- net, pode-se medir o diaˆmtero de um fio de cabelo, utilizando-o como obsta´culo na passagem de luz. Ainda, a distaˆncia entre as ranhuras de um CD e um DVD foram medidas, assim como a distaˆncia entre as fendas de uma rede de difrac¸a˜o. 1 Introduc¸a˜o e Referencial Teo´rico O termo difrac¸a˜o se refere a fenoˆmenos que ocorrem quando frentes de onda encontram um obsta´culo ou uma abertura, tendo, portanto, cara´ter on- dulato´rio. A difrac¸a˜o em ondas de a´gua ou ondas de som sa˜o percebidas facilmente por no´s, pois se tratam, geralmente, de ondas com comprimento da ordem de cent´ımetros ou metros, possibilitando a ocorreˆncia do fenoˆmeno com obsta´culos ou aberturas macrosco´picas; no entanto, a difrac¸a˜o em ondas de luz na˜o e´ percebida no dia a dia, pois o comprimento de onda da luz esta´ na ordem de centenas de nanometros. A descoberta da difrac¸a˜o na luz foi de extrema importaˆncia justamente por atestar seu comportamento ondulato´rio. Antes do famoso experimento de fendas duplas realizado por Thomas Young (1773-1829), a difrac¸a˜o da luz ja´ havia sido observada e registrada pelo italiano Francesco Maria Grimaldi (1618-1663) em 1660, o qual, inclusive, cunhou o termo difrac¸a˜o. A descric¸a˜o matema´tica da difrac¸a˜o da luz e´ ana´loga a` da difrac¸a˜o de fluidos, pore´m, as ondas eletromagne´ticas teˆm natureza distinta das ondas mecaˆnicas. Apesar de ser conveniente utilizarmos analogias com ondas mecaˆnicas para repre- sentar as ondas eletromagne´ticas, e´ importante fazer essa distinc¸a˜o entre ambas. 1 Analisaremos neste experimento fendas u´nicas, fendas mu´ltiplas e redes de difrac¸a˜o, e todos os fenoˆmenos observados sera˜o descritos pela teoria ondulto´ria, de onde os conceitos de difrac¸a˜o e interfereˆncia sa˜o explicados. 1.1 Fenda Simples Ao passar por uma u´nica fenda, a luz devera´ sofrer difrac¸a˜o, caso essa fenda contenha espessura adequada. Para analisarmos como se procede fisicamente neste fenoˆmeno, vejamos o que ocorre na passagem de luz pela fenda: Figura 1: Passagem de luz por uma fenda de espessura a, onde os pontos repre- sentam fontes secunda´rias em uma frente de onda. Os raios de luz destacados esta˜o separados a uma distaˆncia a/2 Na Figura 1, uma frente de onda de luz coerente passa por uma fenda de espessura a, e duas frentes secunda´rias, cuja distaˆncia e´ equivalente a metade do tamanho da fenda sa˜o destacados. Supondo os dois raios de luz sejam paralelos, existe uma excedente de caminho a ser percorrido por um dos raios, e neste excedente cabera´ uma quantidade de comprimentos de onda. Se essa diferenc¸a for equivalente a meio comprimento de onda, havera´ interfereˆncia destrutiva ao chegarem ao mesmo ponto, e isso ocorrera´ para qualquer dois pontos selecionados que estejam a uma distaˆncia de a/2, criando regio˜es escuras. Assim, por geometria, podemos escrever: 1 2 a senθ1 = 1 2 λ (1) Se procedermos pelo mesmo racioc´ınio para os pro´ximos mı´nimos, sub- dividindo a fenda em partes equidistantes, encontraremos uma relac¸a˜o entre o aˆngulo θ e a ordem do mı´nimo que nos leva a expressa˜o generalizada. 2 • Mı´nimos para fenda u´nica: a senθm = mλ ; m = 1, 2, 3, ... (2) Onde m e´ chamado de nu´mero de ordem do mı´nimo. Analisando ma- croscopicamente, obtemos a relac¸a˜o geome´trica entre a abertura da fenda e o padra˜o observado. Figura 2: Relac¸a˜o geome´trica entre as regio˜es de auseˆncia de luz e o aˆngulo θ para o primeiro mı´nimo. Pela Figura 2, podemos escrever: tan θm = ym L (3) A intensidade da luz observada no padra˜o de difrac¸a˜o de uma fenda simples se da´ pela seguinte relac¸a˜o (vide Refereˆncia[1]): I = I0 ( senφ φ )2 (4) Onde φ = a senθ λ pi (5) 1.2 Fendas Mu´ltiplas A ana´lise das fendas mu´ltiplas devera´ ser diferente do primeiro caso. Neste caso, ale´m da difrac¸a˜o causada por cada fenda, existe o processo de inter- fereˆncia entre as ondas difundidas. 3 Figura 3: (a) Relac¸a˜o geome´trica entre as fendas e o anteparo; (b) Relac¸a˜o geome´trica entre as fendas, com aproximac¸a˜o de raios paralelos. Na Figura 3.b vemos que quando a diferenc¸a de caminho entre os raios equivaler a um nu´mero inteiro de comprimentos de onda, havera´ interfereˆncia construtiva, pois as ondas estara˜o em fase ao chegar em um mesmo ponto final. Quando a diferenc¸a de caminho equiavaler a um nu´mero inteiro acres- centado de meio comprimento de onda, havera´ interfereˆncia destrutiva. • Ma´ximo para fendas mu´ltiplas: d senθm = mλ ; m = 0, 1, 2, 3, ... (6) • Mı´nimo para fendas mu´ltiplas: d senθm = λ ( m+ 1 2 ) ; m = 0, 1, 2, 3, ... (7) Onde m e´ chamado nu´mero de ordem para ma´ximos e mı´nimos. A Equac¸a˜o 3 continua va´lida para relacionarmos o aˆngulo θ e a distaˆncia entre ma´ximos ou mı´nimos. A intensidade resultante dos efeitos de difrac¸a˜o e interfereˆncia e´ obtida a partir da multiplicac¸a˜o do fator de difrac¸a˜o pelo fator de interfereˆncia e devera´ resultar na seguinte relac¸a˜o (vide Refereˆncia[2]): I = I0 ( senδ δ )2(sen(Nφ) senφ )2 (8) Onde φ e´ o mesmo da Equac¸a˜o 5, N e´ o nu´mero de fendas, e: δ = d senθ λ pi (9) 4 1.3 Redes de Difrac¸a˜o Uma rede de difrac¸a˜o consiste em um enorme nu´mero de fendas ou linhas igualmente espac¸adas em uma superf´ıcie plana. Essas redes podem conter milhares de fendas por cent´ımetro, e um exemplo bastante comum e´ o Com- pact Disc, ou CD, cujo reflexo colorido que vemos se deve a` rede de difrac¸a˜o. Neste caso, como estamos tratando de um conjunto de diversas fendas, as Equac¸o˜es 5 e 6 para ma´ximos e mı´nimos ainda sa˜o va´lidas. A imagem a seguir representa uma rede de difrac¸a˜o. Figura 4: Representac¸a˜o de uma rede de difrac¸a˜o, onde α e´ a diferenc¸a de caminho o´tico. Ao analisarmos uma rede de difrac¸a˜o e´ interessante saber o nu´mero de fendas ou linhas por unidade de comprimento, ja´ que existe uma quanti- dade muito grande delas. Os efeitos de uma rede de difrac¸a˜o nos padro˜es observados sera´ analisado posteriormente. 1.4 Princ´ıpio de Babinet O Princ´ıpio de Babinet, elaborado por Jaques Babinet (1794-1892), estabe- lece que o padra˜o de difrac¸a˜o causado por um objeto de dimenso˜es conheci- das e´ o mesmo causado por seu complementar, ou seja, por uma abertura de dimenso˜es equivalentes. Este princ´ıpio nos sera´ u´til para calcular a espes- sura de um fio de cabelo. Vide Refereˆncia[3] para uma explicac¸a˜o detalhada deste princ´ıpio. 5 2 Materiais Utilizados • LASER HeNe (λ = 632, 8 nm); • Fenda regula´vel; • Slides com nu´meros variados de fendas; • Trena (precisa˜o de 1 mm); • Paqu´ımetro (precisa˜o de 0, 5 mm); • Anteparo liso; • CD. • DVD; 3 Procedimento de Coleta de Dados 3.1 Fenda Simples Regula´vel e Medida do Fio de Cabelo Incidindo a luz de um laser de HeNe na fenda regula´vel, variamos a aber- tura e observamos os padro˜es formados no anteparo, fazendo uma ana´lise qualitativa. Figura 5: Montagem do equipamento para a observac¸a˜o de padro˜es de difrac¸a˜o causados por uma fenda u´nica regula´vel. Analisamos, tambe´m, os padro˜es de difrac¸a˜o na luz quando esta encontra um fio de cabelo como obsta´culo. O fio de cabelo foi posicionado a` frente da luz do laser para observarmos os padro˜es de difrac¸a˜o vistos no anteparo. Medimos a distaˆncia entre o fio decabelo e o anteparo com uma trena e as distaˆncias entre os ma´ximos observados no anteparo com um paqu´ımetro. Conforme o Princ´ıpio de Babinet, o fio de cabelo pode ser tratado como uma fenda simples para ter seu diaˆmetro calculado. 6 3.2 Fendas Mu´ltiplas Posicionamos slides com nu´meros variados de fendas em frente ao laser para observarmos os padro˜es de difrac¸a˜o e interfereˆncia no anteparo. Um slide possuia um conjunto de 2, 3, 4 e 5 fendas, outro possuia uma rede de difrac¸a˜o com 50 fendas por mil´ımetro. A montagem e´ semelhante a` da Figura 5, pore´m com os slides contendo fendas como obsta´culo, ao inve´s da fenda varia´vel. Analisaremos os padro˜es observados qualitativemente. 3.3 Redes de Difrac¸a˜o Utilizamos um CD e um DVD nesta etapa, com o intuito de tentar estimar a distaˆncia entres as ranhuras de ambos. Poscionamos o CD em frente ao laser e o anteparo em frente ao CD, de forma que a luz do laser refletisse no CD e incidisse no anteparo. Figura 6: Montagem do equipamento para a observac¸a˜o de padro˜es de difrac¸a˜o causados por reflexa˜o em um CD ou DVD. Posteriormente, medimos a distaˆncia entre os ma´ximos observados no anteparo e a distaˆncia entre o CD e o anteparo com uma trena. Para o DVD, repetimos o mesmo processo descrito para o CD. Ainda utiliza- mos uma rede de difrac¸a˜o para determinar experimentalmente o nu´mero de fendas por mil´ımetro, tendo como informac¸a˜o do fabricante que ela possui 50 fendas/mm. A rede de difrac¸a˜o foi posicionada entre o laser e o ante- paro; a distaˆncia da rede de difrac¸a˜o ate´ o anteparo foi medida com uma trena e as distaˆncias entre os ma´ximos foram medidas com um paqu´ımetro. 4 Dados Experimentais As tabelas a seguir listam todos os dados coletados durante o experimento. em todas as tabelas, L representa a distaˆncia entre o obsta´culo de difrac¸a˜o e o anteparo e y a distaˆncia de ma´ximos ou mı´nimos do centro. 7 Tabela 1: Distaˆncias medidas para a difrac¸a˜o no fio de cabelo. Fio de Cabelo (Mı´nimos) m 2ym (±0, 003) (cm) L (±0, 05) (cm) 1 1,265 2 2,590 3 3,825 4 5,270 78,20 Tabela 2: Distaˆncias medidas para a difrac¸a˜o pro reflexa˜o no CD. Difrac¸a˜o no CD (Ma´ximos) m ym (±0, 05) (cm) L (±0, 05) (cm) 5,90 1 5,90 12,00 Tabela 3: Distaˆncias medidas para a difrac¸a˜o por reflexa˜o no DVD Difrac¸a˜o no DVD (Ma´ximos) m y (±0, 05) (cm) L (±0, 05) (cm) 1 12,00 8,00 Tabela 4: Distaˆncias medidas para a difrac¸a˜o em uma rede de difrac¸a˜o. Rede de Difrac¸a˜o (Ma´ximos) m 2ym (±0, 003) (cm) L (±0, 05) (cm) 1 3,950 2 8,040 3 12,075 4 16,340 64,80 5 Ana´lise de Observac¸o˜es e Dados 5.1 Fenda Simples Regula´vel Conforme variamos a abertura da fenda, observamos as mudanc¸as do padra˜o de difrac¸a˜o no anteparo. Ao comec¸ar com a fenda fechada e aumentarmos a abertura em pequenas parcelas, observamos que, conforme se aumenta a abertura da fenda, o primeiro mı´nimo se aproxima do ma´ximo central, estreitando-o. Se diminu´ımos a abertura da fenda, verificamos que ocorre o oposto, o ma´ximo central se torna mais largo e o primeiro mı´nimo mais distante do centro. Analisando a Equac¸a˜o 2, vemos que, para um m definido, se a espessura a da fenda diminuir, o aˆngulo θm devera´ aumentar, resultando em uma abertura angular maior que representa o afastamento do primeiro mı´nimo em relac¸a˜o ao centro; se a espessura a aumenta, o aˆngulo θm devera´ 8 diminuir, resultando na aproximac¸a˜o do primeiro mı´nimo em relac¸a˜o ao centro. Os resultados observados, portanto, se demonstram de acordo com o previsto pela teoria. Figura 7: Fotografia de um dos padro˜es observados na difrac¸a˜o da fenda simples regula´vel. Podemos notar, ainda, que se a abertura a da fenda for menor que o comprimento de onda λ da luz, senθ e´ maior que 1, ou seja, a relac¸a˜o deixa de ser va´lida e na˜o ha´ observac¸a˜o dos efeitos de difrac¸a˜o. Quanto a` intensidade observada, vimos que o ma´ximo central e´ o mais intenso e essa intensidade cai igualmente a` esquerda e a` direita. A Equac¸a˜o 4 em conjunto com a Equac¸a˜o 5 descreve o comportamento da intensidade para uma fenda simples como uma curva senoidal que com o aumento de θ apresentando picos cada vez menores. Novamente, o que foi observado concorda com a teoria. 5.2 Medindo a Espessura de um Fio de Cabelo Pelo Princ´ıpio de Babinet, um fio de espessura a deve apresentar padro˜es de difrac¸a˜o iguais aos de uma fenda de mesma espessura. Portanto, utilizando os dados da Tabela 1 e as Equac¸o˜es 2 e 3 para fendas simples, podemos calcular o diaˆmetro do fio de cabelo utilizado. A figura a seguir e´ uma fotografia tirada do padra˜o observado. Figura 8: Fotografia do padra˜o de difrac¸a˜o observado tendo o fio de cabelo como obsta´culo. Na tabela a seguir esta˜o listados senθm para cada mı´nimo, de acordo com a Equac¸a˜o 3, as distaˆncias ym medidas e os valores do diaˆmetro a do cabelo calculados a partir de cada cada mı´nimo. Como L e´ muito maior que as distaˆncias ym medidas, senθ ' θ. 9 Tabela 5: Dados calculados para medir o diaˆmetro de um fio de cabelo. Diaˆmetro do Fio de Cabelo m ym (±0, 003) (cm) senθm (102) a (µm) 1 0,633 0,809 ± 0,004 78 ± 6 2 1,295 1,656 ± 0,004 77 ± 4 3 1,913 2,445 ± 0,004 78 ± 4 4 2,635 3,368 ± 0,004 75 ± 3 < a > (µm) 76,9 ± 0,7 Conforme a Tabela 5, calculamos o seguinte diaˆmetro para o fio de ca- belo: 76, 9± 0, 7µm. 5.3 Fendas mu´ltiplas Observamos os padro˜es formados quando posicionamos diferentes nu´meros de fendas em frente ao laser. A` medida em que o nu´mero de fendas aumenta, observa-se o estreitamento dos pontos ma´ximos, deixando-os mais definidos e intensos. Os ma´ximos permanecem na mesma posic¸a˜o, independente do aumento de fendas. Um gra´fico representativo da intensidade em func¸a˜o da distaˆncia y foi feito para ilustrar o comportamento observado. Utilizou-se a Equac¸a˜o 8 simplificada em func¸a˜o de y. Figura 9: Comportamento da intensidade em func¸a˜o da posic¸a˜o y, com unidades arbitra´rias. A Figura 9 demonstra que, conforme o nu´mero de fendas aumenta, mais estreitas e de maior amplitude sa˜o as curvas de intensidade, ale´m de sur- 10 girem novos picos entre cada ma´ximo principal, formando novos ma´ximos de menor intensidade. Estes ma´ximos intermedia´rios na˜o foram observa- dos devido a` baixa intensidade. Percebe-se tambe´m que, na Figura 9, os ma´ximos principais permanecem na mesma posic¸a˜o, conforme observado experimentalmente. O efeito combinado da difrac¸a˜o com a interfereˆncia faz com que aparec¸am regio˜es de intensidade zero entre as sequeˆncias de ma´ximos e mı´nimos. A abertura das fendas e´ responsa´vel pela difrac¸a˜o, que causa a alterac¸a˜o de intensidade, delimitando os ma´ximos de inter- fereˆncia, enquanto os efeitos de interfereˆncia ao acrescentarmos fendas sa˜o responsa´veis pelo estreitamento e aumento de intensidade dos ma´ximos. Figura 10: Intensidade em func¸a˜o de y para diferentes nu´meros de fendas. Os efeitos de difrac¸a˜o definem os limites em que a curva de intensidade formada pelos efeitos de interfereˆncia esta´ contida. (a) 2 fendas; (b) 3 fendas; (c) 4 fendas; (d) 5 fendas. Os efeitos observados no experimento se demonstraram de acordo com o comportamento previsto pela teoria. 5.4 CD e DVD como Redes de Difrac¸a˜o Para estimar o nu´mero de ranhuras em um CD e em um DVD, incidimos a luz do laser sobre ambos e avaliamos os padro˜es formados. Com os dados 11 registrados nas Tabelas 2 e 3, e utilizando as Equac¸o˜es 3 e 6, podemos obter o nu´mero de ranhuras. Como nessa etapa L e y sa˜o de dimenso˜es semelhantes, senθ na˜o resulta em um valor aproximadamente igual a θ. Para obter θ, basta utilizar a equac¸a˜o Equac¸a˜o 3, de onde temos: θm = tan −1 (ym L ) (10) A tabela a seguir lista as distaˆncias y medidas, os valores de senθ ea distaˆncia d entre as ranhuras. Tabela 6: Dados medidos e calculados para determinar a distaˆncia entre as ra- nhuras de um CD. Ranhuras em um CD m ym (±0, 05) (cm) senθm (±0, 004) dCD (µm) 1 5,90 0,441 1,43 ± 0,01 Como foi poss´ıvel medir apenas o ma´ximo de 1a ordem, e tanto o primeiro ma´ximo a` esquerda quanto a` direita possuem exatamente a mesma medida, na˜o houveram dados suficientes para um tratamento estat´ıstico. O valor obtido para a distaˆncia entre as ranhuras de um CD e´: dCD = 1, 43±0, 01µm. Se sabemos que ha´ 1 ranhura a cada 1, 43µm, podemos obter o nu´mero de ranhuras por mil´ımetro facilmente. nCD = 1 ranhura (1, 43± 0, 01)10−3 mm = 699± 5 ranhuras mm Em seguida, uma tabela registra os dados calculados de forma equiva- lente para o DVD. Tabela 7: Dados medidos e calculados para determinar a distaˆncia entre as ra- nhuras de um DVD. Ranhuras em um DVD m ym (±0, 05) (cm) senθm (±0, 006) dDVD (µm) 1 12,00 0,832 0,761 ± 0,006 Novamente, foi poss´ıvel medir apenas o ma´ximo de 1a ordem. O valor final obtido para a distaˆncia entre as ranhuras de um DVD foi: dDVD = 0, 761±0, 006µm. Em seguida, obtemos o nu´mero de ranhuras por mil´ımetro do DVD. nDVD = 1 ranhura (0, 761± 0, 006)10−3 mm = 1314± 10 ranhuras mm Nota-se que o nu´mero de ranhuras do DVD e´ maior do que o do CD, sendo relativamente pro´xima do dobro. Este resultado se demonstra co- 12 erente, ja´ que o DVD possui maior capacidade de armazenamento de in- formac¸o˜es. 5.5 Rede de Difrac¸a˜o Com a rede de difrac¸a˜o observamos um padra˜o onde os ma´ximos eram es- treitos e bem definidos. A figura a seguir mostra uma fotografia do padra˜o observado. Figura 11: Padra˜o de difrac¸a˜o e interfereˆncia observado no anteparo com a rede de difrac¸a˜o como obsta´culo. Em comparac¸a˜o com os slides contendo 2,3,4 e 5 fendas, nota-se que os ma´ximos da rede de difrac¸a˜o sa˜o muito mais estreitos, intensos e espac¸ados. O maior espac¸amento dos ma´ximos em relac¸a˜o a`s outras fendas, se deve a` espessura das fendas da rede de difrac¸a˜o ser diferente da espessura das fendas do slide com 2,3,4 e 5 fendas. A intensidade e a nitidez dos pontos sa˜o efeitos devidos ao grande nu´mero de fendas presentes na rede de difrac¸a˜o, descritos pelas mesmas equac¸o˜es que descrevem os efeitos de difrac¸a˜o e interfereˆncia em mu´ltiplas fendas, pois a rede de difrac¸a˜o nada mais e´ que um sistema de fendas mu´ltiplas, pore´m com um nu´mero grande de fendas. Utilizando os dados da Tabela 4 e as Equac¸o˜es 6 e 10, pode-se calcular senθ e a distaˆncia d entre as fendas da rede de difrac¸a˜o. Tabela 8: Dados calculados para a rede de difrac¸a˜o Rede de Difrac¸a˜o m y (±0, 003) (cm) senθ (10−2) d (µm) 1 1,975 3,046 ±0, 005 20,77 ± 0,04 2 4,020 6,192 ±0, 007 20,44 ± 0,02 3 6,038 9,277 ±0, 009 20,46 ± 0,02 4 8,170 12,51 ±0, 01 20,24 ± 0,02 < d > (µm) 20,5 ± 0,1 Assim, o nu´mero de fendas por mil´ımetro sera´ dado por: nf = 1 fenda (20, 5± 0, 1)10−3 mm = 48, 8± 0, 2 fendas mm O slide apresentava a informac¸a˜o de conter 50 fendas por mil´ımetro, 13 portanto o resultado encontrado e´ bastante pro´ximo do esperado, com erro percentual de apenas 2, 4%. 6 Conclusa˜o Apo´s experimentarmos fendas variadas, percebe-se que a abertura e quan- tidade de fendas sa˜o fatores determinantes nos padro˜es observados. A es- pessura das fendas ira´ definir o padra˜o de difrac¸a˜o, determinando o modo como a intensidade luminosa varia. Observamos que a intensidade devera´ seguir uma curva senoidal, cujos picos se tornam menores ao se afastar do pico central. O nu´mero de fendas pelo qual a luz passa influencia dire- tamente na nitidez do padra˜o de interfereˆncia observado; quanto maior o nu´mero de fendas, mais estreitos sa˜o os ma´ximos de intensidade. Com o princ´ıpio de Babinet pudemos calcular o diaˆmetro de um fio da cabelo, utili- zando a teoria que descreve os padro˜es de difrac¸a˜o para uma fenda simples, o diaˆmetro calculado foi: 76, 9 ± 0, 7µm; levando em conta a pequena es- pessura do fio de cabelo, seria imposs´ıvel fazer esta medida com qualquer instrumento mecaˆnico de medida que possu´ımos em laborato´rio, portanto e´ um feito incr´ıvel. As redes de difrac¸a˜o demonstraram grande capacidade em tornar n´ıtidos e estreitos os ma´ximos, o que as tornam o´timas ferramentas para determinar comprimentos de onda. Calculamos para o CD e o DVD, que sa˜o tipos de redes de difrac¸a˜o, o nu´mero de ranhuras por mil´ımetro, e encontramos 699± 5 ranhuras/mm para o CD e 1314± 10 ranhuras/mm para o DVD. Pelo nu´mero imenso de fendas ou ranhuras por mil´ımetro, as redes de difrac¸a˜o servem como excelentes ferramentas para separar as cores do espectro, apenas com base na difrac¸a˜o, fato que e´ confirmado ao visuali- zarmos o espalhamento de coras pela superf´ıcie de um CD ou DVD. A o´tica geome´trica falha ao tentar descrever estes fenoˆmenos, os padro˜es observados aqui so´ podem ser descritos com a o´tica f´ısica, ao representarmos a luz como onda. 14 Refereˆncias [1] P. A TIPLER, G. MOSCA, F´ısica Para Cientistas e Engenheiros, vol. 2, Eletricidade e Magnetismo, O´ptica, editora LTC, 6a edic¸a˜o, Cap. 33, p. 441-448, 2008. [2] PHYSICS-ANIMATIONS. Diffraction Gratings. Dispon´ıvel em: http://physics-animations.com/Physics/English/DG10/DG.htm Acesso em: 23 de out. 2015. [3] Z. M. TAN, K. T. MCDONALD, Babinet’s Principle for Eletromag- netic Fields, Joseph Henry Laboratories, Princeton University, Prince- ton, NJ 08544, 2012. Dispon´ıvel em: http://www.hep.princeton.edu/ ~mcdonald/examples/babinet.pdf. Acesso em: 21 de out. 2015. [4] WOLFRAM RESEARCH. Diffraction Grating. Dispon´ıvel em: http://scienceworld.wolfram.com/physics/DiffractionGrating. html Acesso em: 21 de out. 2015. [5] WIKIPEDIA. Experieˆncia da dupla fenda. Dispon´ıvel em: https:// pt.wikipedia.org/wiki/Experi%C3%AAncia_da_dupla_fenda Acesso em: 21 de out. 2015. [6] H. M. NUSSENZVEIG, Curso de F´ısica ba´sica - vol. 4 - O´tica Re- latividade F´ısica Quaˆntica, (editora Edgard Blu¨cher, 1a edic¸a˜o, 1997. p. 149). [7] D. HALLYDAY, R. RESNICK & J. WALKER, Fundamentos de F´ısica vol.4 - O´ptica e F´ısica Moderna, (editora LTC, 8a edic¸a˜o, 2010). 15 Introdução e Referencial Teórico Fenda Simples Fendas Múltiplas Redes de Difração Princípio de Babinet Materiais Utilizados Procedimento de Coleta de Dados Fenda Simples Regulável e Medida do Fio de Cabelo Fendas Múltiplas Redes de Difração Dados Experimentais Análise de Observações e Dados Fenda Simples Regulável Medindo a Espessura de um Fio de Cabelo Fendas múltiplas CD e DVD como Redes de Difração Rede de Difração Conclusão
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