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14/03/2011 1 CORROSÃO DEFINIÇÃO CORROSÃO EM ESTRUTURAS METÁLICAS 14/03/2011 2 Definição – O que é corrosão??? • oxidação??? • ataque químico??? • um fenômeno elétrico, a eletrólise???. CADA UMA DESSAS RESPOSTAS É PARCIALMENTE VERDADEIRA. • De um modo geral, a corrosão é um processo resultante da ação do meio sobre um determinado material, causando sua deterioração. • A primeira associação que se faz é com a ferrugem, a camada de cor marrom-avermelhada que se forma em superfícies metálicas. • Apesar da estreita relação com os metais, esse fenômeno ocorre em outros materiais, como concreto e polímeros orgânicos, entre outros. • Sem que se perceba, processos corrosivos estão presentes direta ou indiretamente no nosso cotidiano, pois podem ocorrer em grades, automóveis, eletrodomésticos e instalações industriais. Definições • Cientificamente, o termo corrosão tem sido empregado para designar o processo de destruição total, parcial, superficial ou estrutural dos materiais por um ataque eletroquímico, químico ou eletrolítico. • Com base nesta definição, pode-se classificar a corrosão em: – eletroquímica, – química e – eletrolítica. Corrosão eletroquímica A corrosão eletroquímica é um processo espontâneo, passível de ocorrer quando o metal está em contato com um eletrólito, onde acontecem, simultaneamente, reações anódicas e catódicas. É mais freqüente na natureza e se caracteriza por realizar-se necessariamente na presença de água, na maioria das vezes a temperatura ambiente e com a formação de uma pilha de corrosão. 14/03/2011 3 Corrosão Química • Também conhecida como seca por não necessitar de água, corresponde ao ataque de um agente químico diretamente sobre o material, sem transferência de elétrons de uma área para outra. • No caso de um metal, o processo consiste numa reação química Como ocorre a corrosão??? • Os minérios são as formas oxidadas na natureza • Purificação dos metais redução de seus óxidos através da aplicação de grande quantidade de energia • Termodinamicamente a tendência de decréscimo energético é a principal força motriz da corrosão Corrosão em estruturas metálicas 14/03/2011 4 Por que se preocupar com a corrosão??? • Interrupção da produção • Perda de produto • Perda de eficiência • Contaminação de produto • Perda de vidas Estruturas Metálicas: composição • Metais ferrosos como o aço e o ferro fundido são de largo uso na fabricação de estruturas e outros componentes. Exemplo: Ferrugem – Equações de 1 a 6 • Reação anódica (oxidação): Fe → Fe2+ + 2e– (1) • Reação catódica (redução): 2H2O + 2e– → H2 + 2OH – (2) • Formação do hidróxido ferroso: Fe2+ + 2OH– → Fe(OH)2 (3) • Meio com baixo teor de Oxigênio: 3Fe(OH)2 → Fe3O4 + 2H2O + H2 (4) • Teor de Oxigênio elevado: 2Fe(OH)2 + H2O + 1/2O2 →2Fe(OH)3 (5) 2Fe(OH)3 → Fe2O3. H2O + 2 H2O (6) Corrosão em estruturas metálicas • Os metais apresentam a tendência natural de atingirem um estágio mais estável por meio da formação de um composto metálico • O processo espontâneo é a corrosão • Os metais ferrosos como aço e ferro fundidos são de amplo uso na fabricação de estruturas e outros componenentes – Os principais minérios de ferro são: Fe2O3 (hematita), Fe3O4 (magnetita) e 2Fe2O3. 3H2O(limonita) – Por redução obtém-se o ferro elementar – Formação de óxido de ferro (ferrugem) 14/03/2011 5 Consequências • Reposições e consequentes despesas com minérios, energia e mão-de-obra • Custos de manutenção de processos de proteção • Emprego de materiais mais caros • Interrupções na produção • Perdas de produtos • Contaminação • Redução da eficiência de funcionamento do equipamento • Riscos de poluição ambiental • Riscos de explosões e incêndios • Perdas das propriedades mecânicas com comprometimento da estabilidade da estrutura Considerações • Do ponto de vista econômico, os prejuízos causados atingem custos extremamente altos, resultando em consideráveis desperdícios de investimento; isto sem falar dos acidentes e perdas de vidas humanas provocados por contaminações, poluição e falta de segurança dos equipamentos. • Estima-se que uma parcela superior a 30% do aço produzido no mundo seja usada para reposição de peças e partes de equipamentos e instalações deterioradas pela corrosão (Nunes e Lobo, 1990). Tipos de corrosão 14/03/2011 6 Corrosão Uniforme • A corrosão se processa em toda a extensão da superfície, ocorrendo perda uniforme da espessura. Também chamada de corrosão generalizada. Corrosão uniforme em chapa de carbono Mecanismo • Envolve existência de reações eletroquímicas uniformemente • É comum e de fácil controle • A velocidade de corrosão uniforme é em geral expressa em termos de perda de massa por unidade de superfície e por unidade de tempo ou pela perda de espessura de metal corroído Prevenção • Pode ser evitada com inspeção regular da estrutura e com uso de ligas especiais como aço inoxidável • Limpeza superficial com jato de areia e renovar a pintura antiga • Reforço ou substituição dos elementos danificados 14/03/2011 7 Corrosão por placas • a corrosão se localiza em regiões da superfície metálica e não em toda a sua extensão, formando placas com escavações. Corrosão alveolar • a corrosão se processa na superfície metálica produzindo sulcos ou escavações semelhantes a alvéolos, apresentando fundo arredondado e profundidade geralmente menor que o diâmetro. Considerações • Ataca materiais metálicos que apresentam formação de películas protetoras passivamente • Não implica em redução homogênea da espessura • Ocorre no interior de equipamentos, tornando difícil seu acompanhamento • Existência de pontos com maior fragilidade da película é um dos fatores o meio se torna ácido dificultando restituição da camada passiva inicial 14/03/2011 8 Corrosão puntiforme ou por pites • a corrosão se processa em pontos ou pequenas áreas localizadas na superfície metálica produzindo “pites”, que são cavidades que apresentam o fundo em forma angulosa e profundidade geralmente maior do que o seu diâmetro. • Neste tipo de corrosão é aconselhável considerar: – - o número de pites por unidade de área; – - o diâmetro médio dos pites; – - a profundidade média dos pites. Corrosão intergranular • A corrosão se processa entre os grãos da rede cristalina do material metálico, o qual perde suas propriedades mecânicas e pode fraturar quando solicitado por esforços mecânicos, tendo-se então a corrosão sob tensão fraturante (Stress Corrosion Cracking). 14/03/2011 9 Corrosão sob tensão • Pode ser proveniente de encruamento, solda,tratamento térmico, cargas • Surgimento de micro fissuras rompimento brusco da peça antes da percepção do problema Corrosão Filiforme • A corrosão se processa sob a forma de finos filamentos, mas não profundos, que se propagam em diferentes direções. • Ocorre geralmente em superfícies metálicas revestidas com tintas ou com metais. Geralmente quando a umidade relativa do ar > 85% e em revestimentos permeáveis de oxigênio e água ou apresentando falhas Corrosão por lixiviação • Forma lâminas de material oxidado e se espalha pelo seu interior até camadas mais profundas • Seu combate é feito através de tratamento térmico 14/03/2011 10 Corrosão por erosão • Ocorre em locais turbulentos onde o meio corrosivo se encontra em alta velocidade aumentando o grau de oxidação das peças • Ex.: esgotos em movimento, despejo de produtos químicos, ação direta da água do mar ou de riosConsiderações • Pode ser diminuída por revestimentos resistentes • O desgaste superficial é capaz de destruir as camadas protetoras, formando uma pilha ativo-passivo Corrosão por frestas • Podem ocorrer em juntas soldadas de chapas sobrepostas, em rebites, em ligações de tubulações unidas por flanges, ou por roscas e parafusos, etc Considerações • As frestas são inerentes as construções por meio de metais, logo no projeto devem ser minimizadas com o objetivo de reduzir a corrosão • As ligações parafusadas são amplamente utilizadas na montagem final, necessitando de ação preventiva – Fabricação de porcas com medidas exatas – Controle das áreas líquidas 14/03/2011 11 Corrosão em ranhuras • Todos os defeitos que contenham cantos vivos, locais para depósito de solução aquosa, acúmulo de sujeira, exposição do material não protegido, podem apresentar essa corrosão Corrosão em canto vivo • Prevenção: investimento financeiro • Revestimentos com material da própria peça Corrosão galvânica • Provavelmente é o tipo mais comum, porque a corrosão em função da água quase sempre se deve ao processo galvânico • Alguns casos típicos são reservatórios, tubulações ou estruturas expostas ao tempo, submersas ou subterrâneas. Nessas condições, há a presença, constante ou não, de água, que favorece a formação de células galvânicas. Célula galvânica – figura 1 • Dois eletrodos de materiais diferentes são imersos em um eletrólito e são eletricamente ligados entre si. Nessas condições, as reações eletroquímicas serão: No catodo: O2 + 4e − + 2H2O → 4OH − No anodo: 2Fe → 2Fe++ + 4e− Portanto, no anodo ocorre uma reação de oxidação (corrosão do material) e no catodo, uma reação de redução. Os íons OH− e Fe++ combinam-se para formar Fe(OH)2 (ferrugem). 14/03/2011 12 Considerações Na prática, as células galvânicas formam-se devido às diferenças de materiais existentes como soldas, conexões ou simples diferenças superficiais no mesmo metal. O eletrólito pode ser a água contida no solo ou em contato direto com o líquido. Algumas construções práticas podem agravar o problema da corrosão. Exemplo: se uma tubulação subterrânea de cobre é assentada junto a uma de aço. Se houver, de alguma forma, um contato elétrico entre ambas, haverá a formação de uma extensa célula galvânica que aumentará significativamente a corrosão no aço. Proteção • Em tubulações e reservatórios deve ser considerada também a corrosão das superfícies internas, que dependerá muito do fluido em contado. Pinturas e revestimentos anticorrosivos são comuns na parte interna dos reservatórios. • Tubulações de sistemas em circuito fechado, como torres de resfriamento e circuitos de água quente, podem ter a corrosão interna controlada pelo tratamento químico da água. • Seja interna ou externamente, pinturas e revestimentos contribuem para reduzir a corrosão galvânica, mas sua durabilidade não é eterna e sempre apresentam pequenas falhas, mesmo quando novos. Isso significa a necessidade de manutenções periódicas. • Para tubulações subterrâneas, um método clássico e eficiente é a proteção catódica 14/03/2011 13 Corrosão em concreto • O concreto é o principal material da engenharia usado em construções • Vantagens – Flexibilidade – Economia – Durabilidade – Resistência do fogo • Desvantagens – Baixa resistência – Baixa ductibilidade – Alguma concentração – Composições variadas Concreto armado • É uma associação de concreto e aço com o fim de aproveitar vantajosamente as qualidades de resistência desses dois materiais; • Inconvenientes na construção civil, tais como: impossibilidade de modificações posteriores em virtude da ligação rígida dos elementos da estrutura, custo elevado da demolição e aproveitamento insignificante do material daí resultante Vantagens • A opção pela prática deste processo construtivo é bastante influenciada por características, como: boa aderência dos dois materiais garantindo transmissão eficaz e segura das deformações e esforços entre um e outro, preservação do ferro contra ferrugem, quando imerso no concreto, mesmo reduzido a peças delgadas, alta resistência à ação do fogo, perfeita adaptação a qualquer forma por mais irregular que seja, etc. 14/03/2011 14 Corrosão de armaduras • Destrói o aço imerso no concreto • Causa expansão volumétrica • Gera tensões significativas • Pode ocorrer: – Forma de fissuras – Destacamento do cobrimento – Manchas – Redução da seção da armadura – Perda de aderência 14/03/2011 15 • A corrosão das armaduras no concreto armado é um fenômeno que só ocorre quando as condições de proteção proporcionadas pelo cobrimento de concreto são insuficientes. Corrosão de Armaduras na base de Pilares Aspectos Gerais Manchas superficiais de cor marrom-avermelhadas; Fissuras paralelas à armadura; Redução da seção da armadura; Descolamento do concreto. Corrosão de Armaduras em Vigas com Juntas de Dilatação Aspectos Gerais manchas superficiais de cor marrom-avermelhadas; fissuras paralelas à armadura; redução da seção da armadura; descolamento do concreto; saturação da parte inferior da viga. Corrosão de Armaduras em Lajes Aspectos Gerais manchas superficiais de cor marrom-avermelhadas; corrosão generalizada em todas as barras da armadura; redução da seção da armadura; descolamento do concreto; 14/03/2011 16 Corrosão de Armaduras devido à Presença de Umidade Aspectos Gerais manchas superficiais (em geral branco-avermelhadas) na superfície do concreto; umidade e infiltrações; percolação de água; Corrosão de Armaduras devido à Presença de Umidade Corrosão de Armaduras por Ataque de Cloretos Aspectos Gerais Manchas superficiais de cor marrom-avermelhadas; Apresenta corrosão localizada com formação de "pites"; Ninhos e Segregações no Concreto Aspectos Gerais Vazios na massa de concreto; Agregados sem o envolvimento da argamassa; Concreto sem homogeneidade dos componentes; 14/03/2011 17 Desagregações do Concreto Aspectos Gerais agregados soltos ou de fácil remoção Lascamento do Concreto Aspectos Gerais descolamento de trechos isolados do concreto; desplacamento de algumas partes de concreto geralmente em quinas dos elementos e em locais submetidos a fortes tensões expansivas; Proteção • Proteção física • Um bom cobrimento das armaduras, com um concreto de alta compacidade, sem "ninhos", com teor de argamassa adequado e homogêneo, garante, por impermeabilidade, a proteção do aço ao ataque de agentes agressivos externos. • Esses agentes podem estar contidos na atmosfera, em águas residuais, águas do mar, águas industriais, dejetos orgânicos etc. Não deve, tampouco, conter agentes ou elementos agressivos internos, eventualmente utilizados no seu preparo por absoluto desconhecimento dos responsáveis, sob pena de perder, ou nem mesmo alcançar, essa capacidade física de proteção contra a ação do meio ambiente. Proteção • Proteção química • Em ambiente altamente alcalino, é formada uma capa ou película protetora de caráter passivo. • A alcalinidade do concreto deriva das reações de hidratação dos silicatos de que liberam certa porcentagem de Ca(OH)2, podendo atingir cerca de 25% (~100 kg/m3 de concreto) da massa total de compostos hidratados presentes na pasta Essa base forte (Ca(OH)2 ) dissolve-se em água e preenche os poros e capilares do concreto, conferindo-lhe um caráter alcalino, que proporciona uma passivaçãodo aço. 14/03/2011 18 Continuação • A função do cobrimento de concreto é, portanto, proteger essa capa ou película protetora da armadura contra danos mecânicos e, ao mesmo tempo, manter sua estabilidade. • Pode-se dizer que a película passivante é de ferrato de cálcio, resultante da combinação da ferrugem superficial (Fe(OH)3 ) com o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2 ). • Portanto, a proteção do aço no concreto pode ser assegurada por: elevação do seu potencial de corrosão em qualquer meio de pH > 2, de modo a estar na região de passivação (inibidores anódicos); • abaixamento de seu potencial de corrosão, com o fim de passar ao domínio da imunidade (proteção catódica); e • manter o meio com pH acima de 10,5 e abaixo de 13, que é o meio natural proporcionado pelo concreto, desde que este seja homogêneo e compacto. Lixiviação no concreto • Consiste na dissolução e arraste do Hidróxido de cálcio da massa do concreto • Ataque de águas duras, águas de chuvas ou infiltração de umidade, águas pantanosas, subterrãneas, profundas ou ácidas 14/03/2011 19
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