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Definição de domicílio jurídico das pessoas, consoante os arts. 70 a 78 do CC

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jusbrasil.com.br
1 de Junho de 2017
O domicílio jurídico
DOMICÍLIO DAS PESSOAS FÍSICAS E
JURÍDICAS
A necessidade de um domicílio para o acionamento legal de uma pessoa levou a
elaboração deste trabalho acadêmico onde será apresentado os domicílios jurídicos
e suas principais características, abordar­se­á a definição de domicílio, explanar­
se­á sobre as teorias da pluralidade dos domicílios jurídicos das pessoas naturais e
jurídicas. Também será apresentado a diferenciação do domicílio da pessoa natural
a utilização do domicílio legal ou o contratual e suas principais características,
exemplificando­as para um maior discernimento sobre a matéria. Colocando­se da
mesma forma o domicílio da pessoa jurídica, quando é de direito público, privado,
e se apresentando o caso das pessoas de territórios alienígenas ou internas.
Definição:
1. O domicílio é o lugar ou a sede pré­fixado em lei ou em contrato, onde poder­se­
á encontra a pessoa natural ou jurídica, para que a mesma possa arcar com as suas
obrigações legais.
2. O domicílio é a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para
efeitos de direito e onde exerce ou pratica, habitualmente, seus atos e negócios
jurídicos. (Diniz, Maria Helena, p.246, 2012)
DOMICÍLIO
O domicílio jurídico, consoante o artigo 70 do Código Civil, é o lugar onde a pessoa
natural estabeleça a sua residência com animo definitivo. O domicílio neste caso é,
o local em que a pessoa física assista, é a morada, o seu morārī ¹. Todavia o Art. 71
do mesmo código ressalva a situação anterior, apresentando a situação em que se a
pessoa dispuser de duas ou mais residências, e se as mesmas alternadamente,
sejam o local em que a pessoa habite, terão o status de domicilio. Assim
apresentando­se a pluralidade dos domicílios, onde pode­se haver o domicílio com
animo definitivo, onde entende­se que seria a residência habitual, este podendo
PUBLICAR CADASTRE‐SE ENTRARPESQUISAR
enquadra­se no art 71 ou 72 do CC. Segundo o qual, "É também domicílio da
pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é
exercida."(Art 72, CC). Deste modo a pessoa além de ter o seu domicílio no local
em que resida, identicamente terá em seu local de ofício, assim reconhecendo­se o
domicílio profissional, haja visto que a carga horária média de trabalho ultrapassa
as quarenta horas semanais², e detrimento a essa perda horária no ambiente
profissional, é provável quem se encontre a pessoa física neste ambiente para que
exerça as suas obrigações legais. Exemplo: Mévio que, reside em seu apartamento
no centro da cidade de Vitória, mas trabalha em uma empresa em outro município,
foi citado em uma delação premiada, a justiça federal envia ao seu domicílio
jurídico uma intimação. A primeira dúvida ao analisar está situação hipotética é, a
onde será entregue essa intimação, a julgar por, que Mévio pode está em Vitória,
porem pode está na empresa, destarte a justiça encaminhará a intimação para os
dois locais. Consequentemente o seu apartamento e a empresa em serão o seu
domicílio jurídico.
OS TIPOS DE DOMICÍLIO DA PESSOA
NATURAL
A legislação civil admitindo a pluralidade dos domicílios, concebe em seus artigos,
do número, 73 e 76 ao 78 a existência de duas espécies de domicílios, a necessária
ou legal e a voluntária.
1) Domicílio legal ou necessário: "Têm domicílio necessário o incapaz, o
servidor público, o militar, o marítimo e o preso." (Art. 76, CC). O artigo 76 desta
norma apresenta a necessidade do domicílios às pessoas que adequem­se a ele, em
seguida em seu parágrafo único é demonstrado a quem compete e onde será o
domicílio dos mencionados anteriormente no artigo. Assim, o Domicílio do: A)
Incapaz será a do seu representante ou assistente, inferindo­se que, os menores de
16 (dezesseis) anos (Art 3º, CC), os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos
(Art. 4º, I, CC), os ébrios habituais e os viciados em tóxico (Art. 4º, II, CC), aqueles
que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade (Art.
4º, III, CC) e os pródigos. (Art. 4º, IV, CC). Serão representado ou assistido por
seus pais ou por tutor os menores de 18 (dezoito) anos ou maiores de 16 (dezesseis)
não emancipados, serão representados ou assistidos por curadoria os maiores de
18 (dezoito) anos ou emancipados. B) do servido público, lugar em que exercer
permanentemente suas funções, o servidor só terá o seu domicílio se exercer
permanentemente as suas funções, logo, todo servido que não seja concursado³
não será permanente, não enquadrando­se na regra. C) dos militares onde servir,
e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar
imediatamente subordinado (Art. 76, parágrafo único, CC). D) O marítimo, onde o
navio estiver registrado, tendo em vista que marítimo⁴ não terá uma residência
fixa (em solo nacional) quando estiver em serviço, ele será encontrado na
embarcação que estará registrada em algum porto, assim podendo ser acionado
legalmente. E) do preso, o lugar em que cumprir a sentença. Segundo a revista dos
tribunais (463:107), citada por Diniz, Maria Helena, (2012, p.250) "Se se tratar de
preso ainda não condenado, seu domicílio será o voluntário". F) O agente
diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem
designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito
Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.(Art. 77, CC). O
diplomata que alegar a extraterritorialidade⁵ será processado pela justiça e pelas
leis de seu Estado, não submetendo­se a legislação do país a onde estiver
acontecido o fato, desde que, o Estado de origem do agente e o Estado que ocorrera
o fato devem ter celebrado acordo de cooperação. Ex. O ministro das relações
exteriores do Brasil que, está nos EUA, atropela uma criança, que vai a óbito
imediatamente após o impacto com o carro, o diplomata não irá ser processado
pelas as autoridades americanas, tendo em vista que o Brasil e os Estado Unidos
tem um acordo diplomático e sendo assim o agente será processado no Brasil,
pelas leis nacionais. G) Ter­se­á por domicílio da pessoa natural, que não tenha
residência habitual, o lugar onde for encontrada.(Art. 73, CC), aquele que não
tenha habito de residir em um único lugar, Ex. O caixeiro viajante que se hospeda
em um hotel ou pousada, o seu quarto será o seu domicílio, pois ali ele será
encontrado.
2) Voluntário ou por contrato: Aquele que, volitivamente⁶ exerça a vontade de
alterar o seu domicílio, por contrato, "Nos contratos escritos, poderão os
contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e
obrigações deles resultantes."(Art. 78, CC). Ex. O morador de Vitória precisa viajar
para fora do país, e em sua cidade ele não tem familiares, ele, conhecedor do
direito, elege o foro de Guarapari no domicílio jurídico de sua filha para que lá, ele
possa arcar com as suas obrigações legais. A eleição de foro ocorre quando os
contratantes pré­determinam, em contrato escrito, onde as obrigações legais serão
cumpridas, já validada pela súmula⁷ do STF, mas esta competência do foro
contratado não abrange o consumidor, posto que o Código de defesa do
consumidor em seu artigo de número 101 no inciso I, legitima que a ação pode ser
proposta no domicílio do autor e já sendo matéria jurisprudencial⁸ pelo Supremo
Tribunal de Justiça. O consumidor, pode, afastar o foro contratado e solicitar que
que o processo ocorra em seu domicílio jurídico. Ex. Um morador de São Paulo
compra um pacote de televisão por assinatura de uma empresa carioca, esta, por
sua vez, em seu contrato de adesão delimitar que o foro competente para possíveis
ações judiciais será o de Nova Iguaçu­RJ. Mas o consumidor atento a legislação
solicita em juízo que a ação transite no foro da cidade de São Paulo. Ou atos
constitutivos.(Art. 75, IV,CC). O domicílio será então, a sede administrativa, onde
ocorre a gerencia da pessoa, a sua governança, ou ainda considerar­se­á o
domicílio especial, que é nada mais que, a eleição de foro, previsto no artigo 78
desta norma. Admitindo­se assim a eleição de foro às pessoas jurídicas. A pessoa
Jurídica ainda, poderá ter diversos estabelecimentos em lugares diferentes, Ex.
Uma rede de supermercados com atuação em todos os estados do país."Tendo a
pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles
será considerado domicílio para os atos nele praticados."(Art. 75, § 1o, CC). Desta
maneira, o código civil admite a pluralidade do domicílio para a pessoa jurídica.
Em um mundo com territórios alienígenas⁹ as pessoas jurídicas também
encontram­se nesta territorialidade, a legislação cria a possibilidade do domicilio
das pessoas jurídicas estrangeiras deterem o seu domicílio no território nacional,
"Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver­se­á por
domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das
suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder."
(Art. 75, § 2o, CC), à vista disso, a pessoa jurídica estrangeira, podendo ela ser, de
direito público ou privado, Ex. A ONU com pessoa jurídica de direito público
internacional e uma empresa multinacional sendo ela pessoa jurídica de direito
privado externo, terá como seu domicílio, a sua agencia estabelecida no Brasil, Ex.
Uma filial de uma multinacional x, que no país atua como fabricante de
combustível na cidade de Guarapari­ES, será o domicílio desta pessoa, que tem
como sede administrativa internacional a Suíça.
A MUDANÇA DO DOMICÍLIO
A pessoa perderá o seu domicílio anterior se: 1) Em congruência com o artigo 74,
mudar­se de residência, com o animo definitivo, assim, abandonando o seu antigo
domicílio e aderindo­se ao novo, que será a sua nova residência, contudo, apenas o
ato da mudança não representará a mudança do domicílio, mas para que isso
ocorra é necessário que a pessoa declare às municipalidades dos lugares, que deixa,
e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as
circunstâncias que a acompanharem.(Art. 74, Parágrafo único, CC). 2) Pela
contratação de foro, consoante o artigo 78 da mesma lei, 3) Pela necessidade (Art.
76 e, CC), onde o militar mudará seu domicílio uma vez que mude o local onde
servir, o marítimo toda vez que o navio mudar o local de matrícula, a pessoa
natural que tornar­se servidor público, e a sua mudança de lugar onde exerça as
suas funções gerará a mudança de domicílio, e o presidiário que ao deixar o regime
carcerário, não terá mais ali o seu domicílio.
NOTAS DE FIM
1 O verbo "morari" é de origem do Latim que tem como significado: retardar­se,
ficar, viver
2 A jornada média no Brasil é de 40,9 horas semanais, segundo a Pesquisa
Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) feita pelo IBGE em 2008.
3 Aquele que foi habilitado em concurso por provas públicas.
4 Um marítimo é, em sentido lato, uma pessoa que opera embarcações ou assiste à
sua operação, manutenção ou serviço. O termo aplica­se aos profissionais das
marinhas de comércio e pesca.
5 Extraterritorialidade em direito internacional é o estado de ser isento da
jurisdição da lei local, geralmente como resultado de negociações diplomáticas.
6 De modo volitivo "volitivamente", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
O adjetivo volitivo provém do termo latim volo, que significa “quero”. Volitivo é
todo o ato que se encara para superar a resistência e alcançar o que se deseja.
Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora
7 SÚMULA 335 DO STF ­ "É válida a cláusula de eleição do Foro estabelecida em
contrato."
8Superior Tribunal de Justiça DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO Edição nº
1543 – Brasília, disponibilização Quarta­feira, 25 de Junho de 2014, publicação
Sexta­feira, 27 de Junho de 2014. "AGRAVO REGIMENTAL ­ EXCEÇÃO DE
INCOMPETÊNCIA ­ RELAÇÃO DE CONSUMO­ APLICAÇÃO 00 CDC ­
COMPETENTE FORO DO DOMICILIO DO CONSUMIDOR ­ FORO DE ELEIÇÃO
AFASTADO ­ INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 120, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC ­
PRECEDENTES DO STJ E DESTA CORTE ­ RECURSO DESPROVIDO" (e­STJ fl.
178)
9 Território estrangeiro, aquilo que é estranho, Território não pertencente ao
Estado brasileiro, e nem está submetido às leis nacionais.
BIBLIOGRAFIA
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Teoria geral do direito
civil.29 ed. São Paulo:Saraiva, 2012. 622
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Parte Geral. 10 ed. São
Paulo: Saraiva, 2012
JUSTIÇA, Superior Tribunal. DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO. Edição nº
1543 – Brasília, disponibilização Quarta­feira, 25 de Junho de 2014, publicação
Sexta­feira, 27 de Junho de 2014.
Direito a saber direito. Disponível em: www. Caduchagas. Blogspot. Com.
Br/2012/07/direito­civil­domicilio. Html
Acesso em: 19 de Fevereiro de 2017
Domicílio. Disponível em:
http://www.olibat.com.br/documentos/Apostila_Pessoas_e_Bens_4A.pdf>;
Acesso em: 01 de Março de 2017.
Domicílio e residência. Disponível em:
www.tudosobreconcursos.com/materiais/direito­civil/domicilioeresidencia
Acesso em:19 de Fevereiro de 2017
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www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm
Acesso em: 17 de Fevereiro de 2017
Súmulas. Disponível em:http://www.stf.jus.br/portal/cms/verTexto.asp?
servico=jurisprudenciaSumula&página=sumula_301_400
Acesso em: 01 de Março de 2017
Morari. Disponível em:http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/morada/
Acesso em: 17 de Março de 2017
Jornada de trabalho. Disponível em:
http://super.abril.com.br/comportamento/brasileiro­nao­gosta­de­trabalhar/
Acesso em: 17 de Março de 2017
Concursado. Disponível em: https://www.dicio.com.br/concursado/
Acesso em: 18 de Março de 2017
Marítimo. Disponível em: Acesso em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Marinheiro
18 de Março de 2017
Extraterritorialidade. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Extraterritorialidade
Acesso em: 18 de Março de 2017
volitivamente. Disponível em: https://www.priberam.pt/dlpo/volitivamente
Acesso em: 19 de Março de 2017
Volitivo. Disponível em: < http://conceito.de/volitivo>; Acesso em: 19 de Março
de 2017
Jusbrasil. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/72271004/stj­
27­06­2014­pg­4199/pdfView Acesso em: 19 de Março de 2017
CDC. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm
Acesso em: 19 de Março de 2017
Disponível em: http://carminatisimoes.jusbrasil.com.br/artigos/457836149/o‐domicilio‐juridico

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