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RESUMO TEORIA DAS RI

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Interdependência 
A interdependência surge a partir de um degelo das relações entre Estados Unidos e e URSS durante a guerra fria e uma relativa tentativa de perda de importância das questões de segurança em detrimento a temas como economia e meio ambiente. Tendo as obras de Keohane e Nye como fundamentais para dissertar sobre a temática e influenciar o sistema internacional. 
A interdependência questiona o impacto que os processos transnacionais têm no sistema e necessidade de que aconteça uma maior integração econômica e principalmente, que os eventos que ocorram em âmbito doméstico têm impacto na política externa e nos demais países, ou seja, não é uma política isolada. 
Dessa forma, questionam agora, a necessidade de uma teoria que compreenda esse novo mundo e explique, a partir da ascensão de novos atores no sistema internacional, não mais considerando apenas o Estado como o único ator das RI, mas ao mesmo tempo sem cair na perspectiva idealista e desconsiderar as questões de poder. 
E ao mesmo tempo mostrando que a interdependência dos Estados é geradora de conflito ou recurso de poder, sendo esta a primeira tentativa de conciliar o liberalismo com o realismo. Para os autores, o realismo não é capaz de explicar o mundo complexo e interdependente, sendo necessário uma teoria para somar-se com o realismo, sanando as problemáticas desta, reconhecendo que a interdependência não afeta apenas o setor econômico, mas outras áreas. 
A crise do petróleo é um marcado para Keohane e Ney para se compreender a interdependência dos Estados e a vulnerabilidade inédita dos países centrais, ao mostrar o impacto dos países periféricos nos países centrais. 
Keohane e Nye consideram que a interdependência dos Estados gera custo a não aproximar os Estrados a estimular completamente a economia. Onde o grau de interação e complexidade da econômica internacional tornam a interdependência inevitável, com isso, criando a necessidade de procurar mecanismos para lidar com os seus efeitos. Segundo eles, diversas conexões transnacionais estavam surgindo, aumentando relações (principalmente as econômicas) entre países e sociedades e ampliando as oportunidades de cooperação entre nações. 
Premissas realistas inadequadas, tornando-se necessário um outro tipo ideal, oposto ao realismo. A interdependência complexa é um modelo que se aproxima mais da realidade, sendo um modelo explicativo que consegue analisar melhor as mudanças nos regimes. As premissas realistas são baseadas no conflito, interesses nacionais e integração tênue e provisória de acordo com os interesses, balança de poder e uso da força, e por último, o estado como ator, desconsiderando atores transnacionais. Já a interdependência complexa, busca uma maior participação de atores que não seja o Estado, não há hierarquia clara de problemas e interesses; a força é um instrumento político pouco eficaz. Tando a interdependência complexa como o realismo são tipos ideias, a maioria das situações estará localizada entre ambos. 
Keoahane e Nye compreendem três características fundamentais na interdependência: 	
Existem múltiplos canais de comunicação e negociação: Contatos formais entre membros de diferentes agencias e órgãos governamentais e destes com atores privados; diversidade de atores; as organizações internacional com papel de negociação e de estimulo a cooperação. : existência de múltiplos canais de contato entre países industrialmente avançados; elites do governo e não-governamentais interagindo entre si, em organizações; governamentais ou privadas; bancos e firmas multinacionais afetam tanto o ambiente doméstico como as relações entre estados; participação de grandes e dinâmicas organizações, nem sempre controladas pelos governos se tornou um fator normal nas relações domésticas e internacionais. (Existem vários canais que conectam sociedades, incluindo laços informais entre elites governamentais, bem como relações transnacionais.)
Agenda Múltipla: Existe uma diversidade de questões na agenda dos Estados, que vão desde as mais tradicionais até os chamados novos temas; verifica-se uma ausência de hierarquia entre os temas da agenda internacional. Tradicionalmente, dividiam-se os temas entre questões de “alta política” (segurança, armamento, alianças e etc) e de baixa política (basicamente economia), sendo que os primeiros tinham precedência e condicionavam os segundos; A fronteira entre o doméstico e o internacional: é difusa. Torna-se cada vez mais difícil distinguir entre um espaço e outro à medida de que as interconexões se multiplicam e atravessam as fronteiras dos Estados nacionais.( Os temas das relações internacionais não podem ser rigidamente hierarquizados por importância. Tudo depende da situação. A agenda política mundial consiste de múltiplas questões que não estão organizadas em uma hierarquia clara ou consistente)
Utilidade crescente do uso da força: a interdependência complexa implica um envolvimento reciproco tal entre os atores que o uso da força militar é virtualmente descartado para resolver divergências; É cada vez mais difícil vincular negociações sobre questões de baixa política a questão de segurança. Em outras palavras, uma superioridade militar dificilmente influenciará o resultado de uma disputa econômica; o poder militar não é fungível, ou seja, não é como o dinheiro, cujo uso é indiscriminado em qualquer transação econômica. O poder militar não pode ser empregado para definir o resultado de negociações sobre, por exemplo, o fornecimento de recursos naturais ou a redução de tarifas aduaneiras. (O uso de força militar vem diminuindo, devido à dependência mútua entre membros da comunidade internacional.)
Cada vez mais decisões de política interna de diferentes países afetam outros países e ao mesmo tempo, políticas econômicas externas cada vez mais se relacional com políticas econômicas internas, borrando as linhas entre interno e externo e aumentando o número de questões importantes para a política externa. 
Percebe-se cada vez mais uma ausência de hierarquia entre os temas/questões, onde as agendas de relações exteriores têm se ampliado e diversificado. Agora politicas anteriormente na esfera domestica afetam cada vez mais os outros estados e iniciativas internacionais atestam a superação da distinção entre interno e externo, como exemplo, OCDE, comunidade europeia, GATT, FMI. E a política externa frequentemente é subordinada aos interesses de grupos sociais, não podendo a nação ser tratada de forma monolítica.
Com base nessas três premissas, é possível concluir que o que fazemos em um lado do planeta afeta o outro. Essa interconexão e interdependência, cada vez mais evidentes a medida que a comunicação se globaliza. E é por causa dela que estamos mais dispostos a cooperar com outras sociedades. .Hoje, se queremos estabilidade econômica e política, é preciso entender que não podemos fazer isso sozinhos. É necessário desenvolver instituições e regimes que possam estruturar o avanço de metas coletivas.
Entretanto, Nye, enfatiza que ainda que os Estados ocupem destaque na politica internacional esses atores que outra hora dominavam, passaram a dividir a arena internacional como os demais atores. Entretanto, os Estados não devem ser subestimados, visto que exerce influência sobre os demais agentes. Esses novos agentes não possuem força para impor suas vontades dentro do território estatal, mas podem influenciar o processo de decisões internacionais. 
A interdependência aborda a cooperação recíproca, ou seja, dependência mútua e contempla a interferência de forças externas que influenciam atores em diversos países. A teoria não afirma que a arena internacional seja um ambiente de cooperação apenas, mas que no jogo para obter os resultados propostos é necessário manipular os fatores de interdependência. Tais assimetrias são consideradas fontes de poder entre o s atores. Essas assimetrias na arena global aumenta a complexidade do sistema, e torna o cenário internacional um ambientede coalizões mais complexas, de modo que diferentes formas de poder são utilizadas. 
A interdependência abarca a concepção de sociedade internacional, ou seja, ambiente em que os Estados partilham de interesses e valores comuns e são interligados por um conjunto de regras através de instituições comuns que estabelecem regras também comuns responsáveis por orientar tais relações.
- A SENSIBILIDADE E VERIBILIDADE
Poder pode ser compreendido como a capacidade de um ator em fazer que outros façam alguma coisa que os mesmos não fariam por vontade própria. Pode ser compreendido como o controle dos desdobramentos. Um ator menos dependente possui um recurso político importante, pois mudanças no relacionamento serão menos custosas à ele em relação aos outros
De acordo com a teoria da interdependência, há duas dimensões em que o poder se manifesta, são elas a sensibilidade e vulnerabilidade. Tal manifestação do poder refere a maneira com que os recursos são utilizados frente a outro ator a fim de influenciar diretamente o resultado de determinada situação. 
A sensibilidade significa o potencial de resposta de um pais em relação a outro. Isto é, a capacidade de resposta política frente a uma ação que possa afetar de modo significativo a política anterior do pais.É o indicador de impacto, medido em termos de custos, que uma ocorrência em um pais tem sobre a sociedade de outro. Quanto maior a interdependência, maior a sensibilidade.
A vulnerabilidade, diferente da sensibilidade, retrata não a capacidade de resposta, mas a possibilidade de determinado pais de influenciar no resultado das ações de outro país. Mede o custo das alternativas disponieis para fazer frente diante do impacto externo. Vulnerabilidade de um pais será alta quanto mais alta for o custo das iniciativas necessárias para fazer frente ao efeito gerado pela interdependência. 
As assimetrias entre na interdependência separam as áreas mais importantes da relação entre determinados estados e revelam as diferenças de poder presente em cada uma. 
Sendo que essas dimensões ocorrem resultados que podem ser imediatos(sensibilidade) ou de curto e médio prazo, vulnerabilidade. Portanto, o grau de influência e de controle de resultados, em maior ou menor grau se resume a esses conceitos. 
Tais dimensões influencia os atores internacionais nos planos interno e externo: a sensibilidade refere-se ao impacto interno que as alterações em âmbito internacional causam. Por outro lado, a vulnerabilidade, é demonstrada a partir da capacidade de um ator de enfrentar as mudanças no cenário internacional, bem como os custos provenientes dessas mudanças. (Essa dimensão se destaca como elemento determinante na política internacional, pois se o ator em questão for menos vulnerável possuirá maior poder de barganha e possibilidade de estratégias nas relações internacionais)
A sensibilidade e a vulnerabilidade são fatores que influenciam os resultados no contexto da interdependência, pois estão relacionados com o poder. De modo que, se transformam em fontes de poder e são utilizados pelas organizações internacionais e os Estados para alcançar seus objetivos sejam eles imediatos ou não. Entende-se que os países que fazem parte dessas organizações como a ONU são menos vulneráveis que os países em conflito, isso porque países como os EUA tem condições militares e econômicas de enfrentar as situações em âmbito internacional oferecendo respostas imediatas a quaisquer questões, seja envolvendo a sensibilidade ou vulnerabilidade, pois esses conceitos explicam a disparidade que há entre os países maiores que compõem o sistema. Aqueles países que não possuem a capacidade de enfrentar e responder prontamente as situações assimétricas em conflito são considerados mais sensíveis, pois os danos são mais perceptíveis. 
E isso pode ser explicado, sendo Sarfati, pelo custo e a disponibilidade recursos, pois os países periféricos não possuem alternativas suficientes para oferecem respostas rápidas e os recursos são menores. 
As organizações agem de modo que maximizem seus ganhos de curto prazo através da barganha e incentivam condutas cooperativas ao demonstrarem crescentes benefícios mútuos. E a responsabilidade quanto ao comportamento dos envolvidos, fortalece e favorece os regimes, bem como as negociações, visto que a atuação dessas instituições influencia na formação e na mudança dos interesses estatais. De acordo com os autores, as organizações internacionais são uma estrutura de autoridade de alcance mundial e são importantes, mesmo que essas estruturas se configurem na diminuição da autonomia dos Estados. 
De acordo com Young, a efetividade das instituições é a forma de medir o desempenho dessas de modo a determinar a conduta individual e coletiva. Já segundo DI SENA JUNIOR, as atuações das organizações internacionais apresentaram falhas, pois autores consideram a criação das ONU, parte da consolidação do poder hegemônico do EUA sobre os outros países, pois os EUA recorrem a ONU e OTAN e demais organizações para legitimar suas ações militares. 
- A ATUAÇÃO DOS ATORES NO SISTEMA INTERNACIONAL: 
Considerando que, se os Estados estão inseridos na Sociedade Internacional significa que esses atores reconhecem interesses e valores comuns, como por exemplo, a responsabilidade com os compromissos assumi dos, o respeito por regras no tocante ao uso da força entre si. Outro valor seria o respeito mútuo pela interdependência de cada um e consequentemente a cooperação desses atores no funcionamento das instituições. 
As Instituições Internacionais se constituem em agentes que atuam no cenário internacional, o u seja, essas instituições são utilizadas como parte dos jogos como instrumentos de barganha. A atuação desses atores fortalecem os pequenos Estados e demonstram que um conflito não pode ser vencido apenas com o uso da força física. Santos Junior explica que a perspectiva teórica interdependente expõe o choque de interesses que contrapõem os Estados. Isso porque há entre os Estados um poder desigual, fato que influencia na realização de projetos e nas estratégias estatais, no âmbito internacional.
As assimetrias entre os Estados geram uma cooperação, a fim de que haja o desenvolvimento desses países, porem aqueles que possuem maior desenvolvimento mantem o controle sobre as questões que são de seu interesse. As organizações internacionais agem como instrumento eficaz de negociação na barganha entre os países. Portanto, a Interdependência é caracterizada por uma disputa assimétrica entre os atores, uma arena de conflito e de cooperação, que obtêm como resultados; perdas e ganhos, em maior ou menor proporção. Geralmente, nesse jogo todos ganham, não há perdedores, de tal forma que se transformam em dependentes uns dos outros; 
- O PAPEL MENOR DA FORÇA MILITAR: 
A força só domina outros meios de poder caso não haja impedimento na escolha de instrumentos por parte de um ator. Nesse caso, o Estado com mais força militar prevalecerá. A força vista como um ultimo recurso, ainda que seja um importante componente do poder de um Estado. A força não é um meio apropriado para se atingir outros objetivos (economia, bem estar) Na maioria dos caso, os efeitos de tal uso são extremamente custosos e incertos. Mas isso não quer dizer que os instrumentos da força militar não tenham valor de barganha. Agora a dissuasão e a cooperação militar passam a ser vistas como formas de ganhar influência política.
 Ademais, mesmo para países que tenham relações de interdependência mutua, duas questões permanecem: mudanças sociais e políticas drásticas poderiam tornar a força novamente um instrumento direto da política. Um pais que usa a força para proteger outro pais terá influência no receptor de tal auxilio. 
Quando uma questão não levanta “paixões”, o uso da força se torna cada vez mais impensável, nesses casos, a interdependência complexapode ser um conceito valoroso para a análise do processo político. Em questões de “vida ou morte”, o uso da força se tornaria novamente relevante
Estratégias de vinculação/ligação (linkage): 
Com o declínio do uso da força militar, os países fortes tenderão a enfrentar dificuldades em controlar a miríade de questões, agendas e regimes existentes; as variações na estrutura de poder; as estratégias de controlar os resultados das questões internacionais;dificuldade em ligar sua força com os resultados esperados.
Ainda que estados fortes possam utilizar seu poder econômico para assegurar resultados em tal área, esse processo sofrerá influência e resistência de atores domésticos, transnacionais e transgovernamentais. Dada essa dificuldade de vinculação, a forma da distribuição do poder em cada questão se tornará mais importante
O estabelecimento de agendas: a importância, dado o declínio da opção militar, da formação e do controle de agendas. Agendas sendo afetadas por grupos domésticos. Novamente, a mistura entre interno e externo
Relações transnacionais e transgovernamentais: burocracias e atores não-governamentais estabelecendo contatos e metas próprias, comprometendo a ideia de “interesse nacional”
O papel das organizações internacionais: num mundo aonde há diversas questões ligadas de maneira imperfeita, com coalizões formadas transaccionalmente e transgovernamentalmente, o papel potencial de instituições internacionais aumenta fundamentalmente. Definindo as questões importantes e quais destas podem ser agrupadas, organizações internacionais podem ajudar a determinar as prioridades governamentais e a natureza dos comitês interdepartamentais. Por reunir oficiais de diversos países, as ois ajudam a ativar as potenciais coalizões na política internacional. Permitem que agências de governos transformem coalizões potenciais (ou Tácitas) em transgovernamentais explícitas. Permitem a representividade e a maior relevância de estados fracos., exemplo, assembleia da onu (buscam maior equiparação econômica e social)
POWER AND INTERDEPENDENCE: WORLD POLITICS IN TRANSITION (1977)
O texto fala sobre a era da interdependência, onde os ideias utópicos e realistas não são suficientes para entender a política envolvida na interdependência global, onde um fica apontando os erros do outro. Nesse contexto, o autor, busca explorar as condições nas quais cada modelo terá maior chance de produzir previsões precisas e explicações satisfatórias, dando espaço para uma perspectiva mais irreal do sistema internacional, acreditando na obsolencia da força militar e nos benefícios da interdependência econômica. No entanto, existe, uma via de mão dupla, onde a interdependência afeta a política internacional e o comportamento dos Estados, mas ações governamentais também afetam a interdependência, como exemplo, os regimes internacionais. 
A nova retorica da interdependência: 
Durante a guerra fria, a segurança nacional era o slogan utilizado pelos líderes políticos para gerar apoio para suas políticas, ou seja, estratégias de alto custo que visavam reforçar a estrutura política econômica e militar do mundo livre. E ao mesmo tempo, promoveu, também, o arcabouço racional que justificava a cooperação internacional e a ONU, dessa forma, a segurança nacional tornou-se o símbolo favorito para os internacionalistas que apoiavam o envolvimento maior dos EUA nos assuntos mundiais, como exemplo, a contenção soviética e o plano marshall. O interesse nacional (ou o de segurança nacional) justificava políticas internas e o favorecimento de certos interesses econômicos
A simbologia de segurança nacional foi um produto da guerra fria e do sentimento de ameaça que os americanos possuíam e a persuasão de tal conceito foi aumentada pelos realistas, ao colocá-lo como o objetivo primário dos estados e ao acertar que tais ameaças eram constantes. 
E enquanto a noção de guerra fria de ameaça a segurança perdia a intensidade, os conflitos domésticos e a competição econômica aumentavam. Assim, o poder simbólico da segurança nacional ia perdendo a hegemonia. 
Líderes políticos utilizam a interdependência como se fosse uma “necessidade natural”, onde serve para garantir (ou conquistar) poder e influência, tanto interna como externamente e ainda que a conotação da retórica da interdependência seja diferente da segurança nacional, também é utilizada para legitimar a liderança americana em questões mundiais. 
Mesmo assim, a retórica da interdependência e a simbologia da segurança nacional não coexistem pacificamente. Uma diz que os conflitos de interesse são parte do passado, enquanto outra afirma sua perenidade e a constante ameaça da violência e nenhuma responde totalmente aos anseios por guidelines confiáveis para os problemas da interdependência extensiva.
Os retóricos da interdependência argumentam que as teorias de balança de poder e segurança nacional, por sua vez, não são bem adaptadas para analisar os problemas econômicos e ambientais, pois recursos de poder diferentes seriam necessários para lidar com problemas diferentes; na política de interdependência, fatores domésticos e transacionais, além de interesses governamentais, são envolvidos; a noção de “interesse nacional” fica da vez mais difícil de ser empregada; a ideia de que estados agirão em interesse nacional se torna ambígua e por último, a interdependência não extinguira os conflitos, estes tomarão novas formas, as quais as abordagens não conseguem explicar. 
A interdependência como conceito analítico: Aonde há custos de transação recíprocos, há interdependência. Aonde não há, há apenas interconectividade. A interdependência não é apenas utilizada em situações de benefício mútuo, mas de dependência mútua. Sempre há custos, já que restringe a autonomia. 
Ganhos relativos x ganhos absolutos: deve ser refutada a afirmação de que o ganho conjunto conseguido através de um relacionamento estará livre de um conflito acerca da repartição de tal ganho. (eterna tentativa de maximizar os ganhos em termos relativos)
Realismo Estruturalista 
Theory International Politics (Waltz): Questiona a validade do realismo como teoria e a necessidade de estabelecer o realismo em bases mais solidas e cientificas. E propõe uma nova teoria que permita explicar o que ocorre, preveja o que ira e poderá acontecer, uma teoria mais bem estruturada, “mais elegante”. Por providenciar uma análise estrutural da política internacional, Waltz denominou seu realismo de “realismo estruturalista”. Waltz é marcado por uma preocupação em providenciar explicações para a continuidades e repetições presentes na política internacional, não para as exceções. Mesmo assim, procura explicar a mudança ou até a inevitabilidade de mudança
Segundo ele, a atenção deve ser concentrada não nas interações entre as unidades, mas na posição que essas unidades ocupam no sistema, na forma como estão posicionadas, organizadas. 
Para que haja uma mudança estrutural, é preciso que haja uma mudança na posição que as partes ocupam no sistema. Para Watlz, a estrutura designa condições que constrangem os resultados da política internacional . A estrutura do sistema, então, é definida por três pilares. 
O primeiro deles é o princípio ordenador. Ao contrário de sistemas políticos internos, que são hierárquicos, o sistema internacional é anárquico e descentralizado, já que formalmente todos os Estado s são iguais. Os sistemas internacionais são espontâneos e involuntários, de modo que, depois de estabelecidos, os Estados não têm mais controle sobre eles e passam a ser constrangidos por eles. No sistema internacional impera a autoajuda (já mencionada anteriormente) e a preocupação com a sobrevivência, pré-requisito para qualquer outro objetivo estatal. O que se observa é que a estrutura anárquica do sistema internacional constrange o com portamento dos Estados, pois os pune ou recompensa, embora eles sejam livrespara agirem da forma que desejarem.
O segundo pilar da estrutura trata do caráter das unidades. Os Estados são as unidades do sistema político internacional e não se diferem em termos de funções. Por mais que existam diferenças quanto ao território, população, riquezas, dentre outros, eles são semelhantes por serem unidades políticas autônomas. Embora existam outros atores, eles podem ser considerados os mais relevantes, aqueles que de fato definem a estrutura do sistema. Os Estados são semelhantes em relação às tarefas que enfrentam, as funções que devem exercer. Isso não significa, contudo, que ele s sejam semelhantes em termos de capacidades de desempenhar cada uma dessas tarefas 
O terceiro e último pilar que caracteriza a estrutura do sistema, assim, diz respeito justamente à distribuição das capacidades: Essa distribuição das capacidades, segundo o autor, não é um atributo das unidades e sim da estrutura, tendo em vista que define a posição que cada Estado vai ocupar. Dessa forma, a distribuição das capacidades é um conceito sistêmico e uma mudança nessa distribuição pode gerar uma mudança na estrutura. Assim como uma mudança no princípio ordenador poderia modificar a estrutura, a alteração das capacidades, internamente ou externamente (por meio de alianças), provoca uma alteração na estrutura do sistema. No caso do sistema internacional, uma mudança estrutural em razão de alterações nas funções das unidades está descartada tendo em vista que as funções dos Estados são semelhantes.
A partir dessas considerações Waltz aponta que na política internacional, na relação entre os Estados, o estado natural é de guerra. A guerra pode acontecer a qualquer momento devido à decisão dos Estados em optar pelo uso da força. Entretanto, a grande diferença entre o sistema interno e o internacional não é necessariamente o uso da força mas o fato de o sistema internacional ser um sistema de auto-ajuda. Essa é uma implicação gerada pela estrutura anárquica. Tal estrutura constrange o comportamento dos Estados, por exemplo, limitando a cooperação. Num ambiente onde impera a auto-ajuda, as unidades se preocupam com a sobrevivência e evitam favorecer mais a outros do que a elas mesmas. Os Estados se preocupam em não se colocarem em posições de dependência em relação a outros Estados, buscando sempre que possível um certo grau de independência 
Nota-se, então, que diferente do que coloca o realismo clássico, Waltz percebe que a política internacional é definida pelos constrangimentos estruturais. A estrutura do sistema faz com as ações gerem resultados inesperados. Por mais que os Estados não desejem viver em um ambiente hostil, eles precisam resguardar seus interesses. Se um Estado agir diferente, ele arcará sozinho com os prejuízos e isso não trará mudanças estruturais. A questão central da contribuição de Waltz, então, é que num ambiente anárquico, onde impera a auto-ajuda, os Estados tendem a buscar um equilíbrio de poder. Para sobreviver, os Estados contam com esforços internos, que podem ser traduzidos como o incremento das capacidades, e esforços externos, através da formaç ão de alianças.
A teoria do equilíbrio de poder, dessa forma, busca explicar um resultado que pode ser percebido no sistema: a formação de balanças de poder. Não se trata de discutir se o equilíbrio, uma vez alcançado, é mantido ou não. O ponto relevante é perceber que, um avez que o equilíbrio tenha sido alterado, ele será restaurado de uma forma ou de outra. Isso ocorre porque o sistema estimula os Estados a buscarem segurança, induzindo ao equilíbrio. A principal preocupação dos Estados é, então, manter sua posição dentro do sistema, garantindo assim a sobrevivência. 
KENNETH WALTZ E O REALISMO ESTRUTURAL
O realismo estrutural é uma teoria que trata da estrutura do sistema internacional, um sistema com liberdade jurídica própria. O autor não busca trabalhar com as particularidades dos atores, mas sim vai se concentrar na continuidade de fatores. E foca mais nos ganhos relativos, do que nos absolutos. 
Dessa forma, surge uma pergunta: como Estados estáveis podem produzir um sistema instável? O sistema é anárquico, mas ele consegue adentrar na liberdade de ação de Estados. 
A década de 1970 é marcado pela crise do realismo, nesse período houve a confirmação da relevância das questões econômicas, de novos atores e novas agendas. Então, surgindo um questionamento acerca da teoria realista no geral, com o Estado centrismo, a questão da segurança e o papel do Estado. Existe agora a necessidade estabelecer o realismo em bases mais solidas e cientificas, dai a necessidade de uma teoria que permita explicar o que ocorre, preveja o que ira ou poderá acontecer. Uma teoria baseada em regras gerais, que não trabalhasse com tantas exceções, que providenciasse explicações para continuidades e repetições presentes na política internacional que pudesse quase universalmente explicar tudo, ou seja, uma teoria “elegante” por providenciar uma análise estrutural da política internacional. 
Waltz denominou seu realismo de “realismo estrutural”, o oposto do que o pensamento estrutural costuma fazer, procura explicar a inevitabilidade da mudança para explicar a continuidade. O que, de fato, havia permanentemente existido em âmbito internacional era o fenômeno da guerra, em função da permanência da anarquia. Então, há a busca por uma resposta estrutural ao fenômeno recorrente da guerra
Em 1979 surge questionamento quanto as causas da guerra e que essa só faz sentindo no nível do sistema internacional, e sendo qualquer explicação no nível do Estado uma “resposta reducionista”. As três imagens para estudar as causas da guerra seriam o homem, o Estado e o Sistema. O autor não menospreza as teorias produzidas em nível unitário -Estado-, mas alega que possuem um escopo limitado. 
Essa nova teoria sistêmica das relações internacionais, não poder reduzir a estrutura como a soma de partes que a compõem, pois ela per se constrange, limita e orienta a ação dos agentes. E existem dois mecanismos mediantes os quais a estrutura constrange e limita a ação dos agentes, que funcionam de maneira complementar: 
Socialização: impõe padrões aceitáveis, delimitando os tipos de ação inaceitáveis. A estrutura (família, tribo, sociedade, s.i. ...) que indica aos agentes aquilo que é ou não é aceitável. Mas não impede que façam algo inaceitável, mas os sujeita à sanção e à marginalização caso assim procedam
Competição: funciona de maneira complementar à socialização. As ações dos mais bem-sucedidos são imitadas pelos demais, na busca pelo sucesso. Determinado em termos de permanência no “jogo”, de contínua participação no mesmo 
Waltz acredita que qualquer estrutura pode definida em termos de três características: 
Princípio ordenador: hierarquia ou anarquia
A característica de suas unidades (característica em função da divisão de trabalho entre elas): cumprem as mesmas funções; ou podem se especializar e, com isso, cumprir funções diferentes
A distribuição de capacidades entre as unidades: bipolar ou multipolar. Num sistema bipolar há conflito entre os pólos e dificuldade de se estabelecer alianças, mas mesmo assim são mais estáveis do que multipolares, porque é mais fácil de se perceber a agenda de 2 países do que de vários, reduzindo incertezas (um exemplo de mundo multipolar muito instável foi na Europa no pré 1ª guerra mundial). No arranjo multipolar pode-se estabelecer alianças. Waltz não concebe a existência de um mundo unipolar porque não tem como haver a aglutinação de poder num estado só, não existe tamanha “hierarquia/poder” que um estado possa exercer. 
Anarquia: 
Anarquia como princípio coordenador das relações internacionais:a ausência de uma autoridade soberana que tenha o monopólio legítimo do uso da coerção (arranjo unipolar), pois waltz diz que autoridade é o exercício de poder em sistemas hierárquicos, sendo que a autoridade é legítima. No sistema internacional, sendo anárquico, não há autoridade, e sim exercício de poder, que não é legítimo, marcando-se “o estado de natureza hobbesiano”. Ainda assim, estados com recursos de poder superiores influenciam e podem obrigar outros a mudarem suas políticas, porém de maneira ilegítima.
As capacidades das unidades estão no nível unitário, enquanto a distribuição de tais capacidades está no nível do sistema internacional.
Teorias reducionistas e sistêmicas: 
Explicam os resultados/desdobramentos internacionais através de elementos e combinações de elementos localizados nos níveis nacional e subnacional, ou seja, forças internas produzem desdobramentos externos. o sistema internacional como mero desdobramento externo em relação ao comportamento das partes. os desdobramentos externos são apenas a soma dos resultados produzidos por estados separados, com o comportamento de cada um explicado através de suas características internas. Ou seja, vão tratar de unidades do sistema internacional. mas quando considera-se unidades, pode-se cometer erros de precisão, porque por exemplo, nem sempre quem “makes trouble” é um “troublemaker” ou então um “peacekeeper” sempre vai promover a paz. Assim, há insuficiência na análise do sistema internacional, pois ele não é resultado simples da interação entre as partes. a política externa dos estados não vai se traduzir necessariamente em ações, pois sofrerá constrangimentos e frustrações. se isso não ocorresse, a estabilidade permaneceria no sistema internacional.
- cientistas políticos: tanto tradicionalistas como modernistas, estabelecem seus sistemas através da redução deles até suas partes que interagem. Mas por duas razões, tais abordagens (de ambos os lados) parecem estranhas:
A diferença de métodos que usam obscurece a similaridade de suas metodologias (a lógica que seus questionamentos seguem)
As descrições diferentes dos objetos de seus questionamentos reforça a impressão de que a diferença de métodos é uma diferença de metodologia, o que não é verdade. assim, é perigoso e causa análises erradas quando desconsideram causas sistêmicas, as rebaixando ao nível da interação entre unidades. tais autores praticam uma “falácia analítica”, pois confinam seus estudos a fatores que demonstrem o fenômeno proposto, desconsiderando que configurações maiores/mais abrangentes podem possuir propriedades a serem estudadas. se acreditássemos em tais teorias, deveríamos supor que nenhuma causa importante interfere nos objetivos e ações dos estados, bem como nos resultados produzidos por suas ações
 Dizer que estados estáveis produzem um mundo estável é um equívoco, pois se todos os estados lutassem apenas por sua segurança e não tivessem quaisquer arranjos com seus vizinhos, o mundo permaneceria constantemente inseguro (mesmo com tais estados estáveis). Portanto, causas que não são encontradas no âmbito individual operam entre os atores coletivamente. Cada estado desenvolve políticas e decide suas ações de acordo com seus processos internos, mas as decisões são moldadas pela presença de outros estados e pelas interações entre os mesmos. Quando e como forças internas acham expressão internacional não pode ser explicado em termos das partes que interagem caso a situação na qual estão: constrange/ cancela certas ações/ afeta os desdobramentos de suas interações
Se a mudança nos desdobramentos na política internacional está ligada diretamente nas mudanças que ocorrem nos atores, como podem haver similaridades em tais desdobramentos quanto os atores variam? Ou seja, como as continuidades podem ser explicadas? Há uma repetição de padrões entre os atores. Desde a guerra do peloponeso podemos observar semelhanças entre as linhas de ação dos atores. Há uma tendência histórica de perpetuação, o que não quer dizer que não exista possibilidade de mudança. Mas um sistema só vai mudar a partir de mudanças estruturais, e não unitárias. A estrutura então funciona como um seletor da ação estatal no sistema internacional; é o darwinismo nas relações internacionais.
Então, por que se recorre persistentemente à redução? Muitas vezes, não é por causa da intenção do autor, mas por seus erros de análise
- causas situadas nos níveis unitário e sistêmico interagem, por isso uma explicação que só considere as unidades é fadada ao fracasso. 
Como uma teoria de sistemas da política internacional seria? qual seria seu escopo? o que seria capaz e incapaz de explicar? A tarefa de conceber uma estrutura do sistema internacional que possa dizer o quanto da ação e interação dos estados poderia ser explicado em nível sistêmico... a estrutura de um sistema age com força que constrange e cerceia. Por causa disso, as teorias dos sistemas explicam as continuidades dentro do sistema
- estruturas também podem mudar subitamente, através de revoluções por exemplo.
Uma teoria só funcionará se as estruturas políticas forem definidas em termos de que se possa identificar seus efeitos causais e como tais efeitos variam conforme as estruturas mudam. Essa é uma teoria de sistemas explica mudanças entre sistemas, não dentro deles: a vida dentro dos sistemas não é apenas de repetição, pois descontinuidades importantes ocorrem. Caso as mudanças ocorram em um sistema que perdura, as causas são encontradas no nível unitário. Ou seja, tal teoria lida com forças que agem no nível internacional, não no nacional
Uma teoria dos sistemas explica como a organização de uma esfera age como força que constrange e descarta as ações das unidades que interagem entre si, como deverão ter que competir e se ajustar entre si caso queiram sobreviver e prosperar
obs: teoria de política externa não é teoria de política internacional: a primeira se localiza no âmbito nacional; a segunda busca explicar o sistema, como este influencia a política externa, quais são as adaptações necessárias ao estado em suas políticas
- a importância do estudo dos atos dos países mais poderosos para se compreender o sistema: uma teoria geral é necessariamente baseada nos grandes poderes presentes em um sistema
- agências E agentes agem; sistemas não. Mas agencias e agentes são afetados pelo sistema. E de duas formas os efeitos são produzidos: socialização e competição
Estruturas políticas: para se definir uma estrutura, é preciso que se ignore como as unidades se relacionam, se concentrando no “posicionamento” de certa unidade em relação à outra
- três proposições: 1) estruturas podem perseverar enquanto personalidade, comportamento e interações variam amplamente; 2) uma definição estrutural se aplica às esferas de características diferentes, enquanto o arranjo das partes é similar; 3) teorias desenvolvidas em determinada esfera podem ser aplicadas em outras, com algumas adaptações
- Tipos de estrutura: hierárquica (interno) e anárquica (s.i.)
- Sistemas internacionais: as estruturas emergem pela coexistência dos estados, sendo uma geração individualista, espontânea e não-intencional, cujo predomínio do self-help é emblemático, marcando um mundo competitivo. o si tambem é pautado na sobrevivência, assim devem agir em interesse próprio, protegendo-se e ajudando outros apenas quando é de seu interesse, não por gentileza ou altruísmo.
O exame das características na anarquia e as expectativas sobre os desdobramentos associados às esferas anárquicas. o “estado entre estados” conduz suas ações sob a sombra constante da violência, pois entre estados, o estado de natureza é o estado de guerra. não quer dizer que a guerra esteja sempre ocorrendo, mas como os estados decidem a maneira de utilizarem sua força, esta pode irromper a qualquer momento. No entanto, a distinção entre internacional e nacional não pode ser achada no uso da força, mas em suas diferentes estruturas. Exemplo disso, é que um governo concede a si o monopólio douso legítimo da força.
obs: há importância de outros atores (não estatais), mas o estado continua (e continuará) sendo preponderante
- Como os estados são funcionalmente indiferenciáveis, são distinguidos pela posse em termos de várias capacidades. Ou seja, o si vai ser organizado pela variação de capacidades de projeção de poder. Assim, estados são posicionados de maneira diferenciadas no sistema internacional de acordo com suas capacidades
A capacidade-chave é o poder (em sua maioria, definido em termos econômicos e militares). mas ele é importante em termos relativos, e não absolutos, ou seja, em comparação aos atributos/recursos de poder de outros estados, pois o ganho dos outros estados pode vir a prejudicá-lo
Assim, analisemos os conceitos de interdependência e integração: num ambiente anárquico, unidades similares trabalham para manter certo grau de independência, lutando até por uma “autarquia”. A integração junta partes entre nações, deixando-as muito próximas. já a interdependência deixa as naçoes “frouxamente conectadas”. a integração quase nunca ocorre porque a estrutura da política internacional a limita de duas formas: num sistema de self-help, os ganhos relativos têm maior relevância
as vantagens da anarquia: ao mesmo tempo que ameaça a segurança, concede liberdade. assim, quanto mais forte é uma agência, maior desejo pelo controle e exercício de autoridade terá
- estados agem de acordo com a realpolitik: interesse estatal é o que move a nação; estados buscam sua preservação e a maximização dos meios para exercer poder. 
meios internos: aumento das capacidades econômica e militar
meios externos: aumentar capacidades através de conquista e da formação de alianças, reduzindo a capacidade de seus opositores
balança de poder como jogo de alinhamento e realinhamento: pode ser o meio de projeção dos dominantes ou entao o seu “desbalanceamento” pode ser o objetivo daqueles que buscam a dominação
obs: bandwagoning: um país fraco que enxerga num país forte a possibilidade dele se projetar para dentro do seu território, entao o país fraco vai se aliar a ele
	Debate Neo realista X Neo liberalista
Resumo do texto
A natureza e as consequências da anarquia: 
Ambas as correntes concordam que o sistema internacional é anárquico, entretanto, discordam sobre a natureza e as consequências dessa anarquia nas R.I. Os neo-realistas tendem a dar maior ênfase a anarquia como uma função que restringe o comportamento dos Estados, ou seja, a estrutura anárquica determina o comportamento egoísta dos Estados, essencialmente de preocupação com a própria sobrevivência. E tendem a enfatizar a anarquia refere-se apenas a ausência de um governo central mundial. Para os neoliberais a formação anárquica do sistema internacional permite centenas de interações entre os Estados, sendo esta relação traduzida sob o conceito de interdependência, que não necessariamente levaria os Estados a buscar um equilíbrio de poder.
O Autor Power identifica duas formulações em torno da anarquia: na primeira, a anarquia significa a ausência de um governo mundial, fazendo com que os Estados se relacionem de forma soberana. E isso implica da independência do Estados em escolher participar ou não de acordos internacionais, sem existir alguma agencia supra estatal que tenha a capacidade de punir os Estados que se comportam diferente do combinado. 
Assim, para Arthur Stein, a anarquia descreve a clássica caracterização da política internacional, sendo a relação entre as entidades soberanas dedicadas à sua própria sobrevivência, as quais, em última estância, devem estar preparadas para depender apenas delas mesmas e, por conseguinte, usar a força para se defender, ou seja, a anarquia refere-se à disponibilidade de meios de força para sobreviver. 
Essa ausência de governo central, indica que a anarquia é um conceito com pouca utilidade para a compreensão das R.I. Pois desde 1649 o mundo encontra-se em anarquia, dessa forma, a anarquia não diz muito sobre as mudanças no sistema internacional.
Outro problema, que ao discutir essa ideia de anarquia ligada a falta de um governo mundial, tem que se discutir exatamente o que queremos dizer com o tema governo. Primeiro, governança e governo são coisas diferentes, o governo sugere atividades sustentadas por uma autoridade formal enquanto a governança refere-se a atividades apoiadas em objetivos comuns, que podem ou não derivar de responsabilidades legais que não dependem, necessariamente, do poder da política para que sejam aceitas. Resumidamente, governança é um fenômeno mais amplo do que governo. 
A diferença entre governança e governo é fundamental, pois permite dizer que existe há governança sem governo, ou seja, significa admitir que existe uma ordem sem uma autoridade central capaz de impor decisões em escala global, por exemplo, a ausência de um governo mundial não impede de existir a ordem mundial do comércio. 
Dilema do armamento- manteiga: o qual há uma dúvida na alocação de recursos entre o setor militar e o restante da economia produtiva. Considerando dois Estados, em cada período, cada um deve tomar uma decisão entre alocar recursos para a produção e consumo ou para o setor militar. Existe essencialmente um dilema de alocação porque apenas o Estado tem a legitimidade para investir em seu setor militar e, logicamente, o dinheiro do Estado vem de sua capacidade de tributar a produção e o consumo. Portanto, uma alocação maior em investimentos militares deve indicar um aumento de impostos que, por sua vez, deve gerar preços mais altos e, no momento seguinte, uma diminuição do PIB. Dessa forma, se um Estado quiser que sua economia cresça e que, por consequência, haja mais gastos militares no presente. 
A cada momento, cada Estado deve tomar uma decisão entre balancear o poder e garantir o crescimento da economia; conseqüentemente, é pouco provável que os Estados balanceiem o tempo todo por causa da anarquia, pois isso significaria o seu próprio enfraquecimento no longo prazo.
Cooperação internacional: 
Ambos os lados acreditam que a cooperação internacional seja possível, entretanto, os neo-realistas entendem que, embora ela seja possível, é difícil de ser construída e, se construída, difícil de ser mantida. Já os neoliberais também entendem que a cooperação seja difícil de ser alcançada, no entanto, considerando a interdependência entre os Estados, esse caminho é o único viável para lidar com os conflitos internacionais.
A possibilidade de cooperação internacional é ligada a questão de anarquia no sistema internacional, ou seja, para os neorrealistas, a estrutura anárquica obriga os Estados a pensar egoisticamente, ou seja, na ausência de um poder supremo internacional, qualquer Estado pode ameaçar a sobrevivência de outro, portanto, as relações internacionais são definidas em termos de sobrevivência e do poder para garanti-las. Diante dessas circunstâncias, os Estados são profundamente sensíveis a possibilidade da erosão de seu poder relativo. Estruturalmente, a anarquia limita o estimulo dos Estado para cooperar, pelo medo de que isso possa significar um aumento do poder relativos dos outros. Além disso, os Estados sempre têm medo das reais intenções dos outros Estados em uma cooperação. 
Sob quais circunstancias o neo-realismo entende que a cooperação seja possível? A cooperação ocorrera somente quando e enquanto os interesses egoístas dos Estados forem satisfeitos por esse arranjo. É por isso que a cooperação é difícil de ser construída e mantida, pois, quando ela não mais satisfaz os interesses do Estado, ele a interrompe.
Em um sistema bipolar, o comportamento bandwagon garante esquemas de cooperação mais estáveis em torno dos polos, porque cada polo é responsável, por garantir a sobrevivência das unidades em seu campo. 
Já em um sistema unipolar: a cooperação assume a forma de sobrepeso, a medida que os Estados mais fracos buscam se unir para contrabalancear o poder hegemônico, enquanto em um sistema multipolar os arranjos de cooperação seriam, por definição,mais instáveis, pois os Estado teriam um incentivo maior em balancear entre si. 
Para os neoliberais, como Axelrod e Keohane: a cooperação é a única opção para o conflito, portanto, devemos julgar sob quais circunstancias aumentamos a probabilidade de ocorrer a cooperação internacional. Esses autores compreendem que o incentivo para a cooperação aumenta quando existe uma ligação de assuntos de interesse entre os Estados, ou seja, os Estados podem, por exemplo, cruzar suas agendas econômicas com a política. 
Outra circunstância é a ligação entre os jogos políticos domésticos e internacionais: que é quando os interesses domésticos favorecem a negociação, os Estados buscam levar o tema como prioritário nas negociações internacionais. 
Outra circunstância facilitadora da cooperação é a compatibilidade jogos: a cooperação econômica no pós guerra foi facilitada pelo fato de países europeus serem aliados militares. Além disso, a estratégia de reciprocidade, conhecida como Tit-for-Tat na teoria dos jogos, também tende a facilitar a cooperação. 
As instituições internacionais têm um papel fundamental em prover um canal de incentivo a cooperação, inclusive dando estrutura para que as circunstancias anteriormente mencionadas ocorram com mais facilidade. Portanto, avaliar a probabilidade ocorrência de cooperação internacional esta fundamentalmente ligado a construção de instituições e regimes internacionais. 
- Ganhos absolutos versus ganhos relativos: 
Está ligado a forma como os Estados interpretam os ganhos advindos da cooperação. Para os neo-realistas, os Estados estão preocupados com os ganhos relativos que, basicamente, indicam quanto o Estado X esta ganhando em relação ao Estado Y. Isso acontece, porque no mundo anárquico das R.I, os Estados estão preocupados com as ameaças que os outros podem representar a sua posição no sistema internacional, portanto, seria fundamental garantir o balanço de poder com esses outros Estado. Dessa forma, se x e y forem Estados vizinhos que decidam cooperar e, se Y ganhar mais que X no arranjo cooperativo, poderia haver um desiquilíbrio de poder e, consequentemente, X evitara participar do esquema cooperativo ou procurara uma forma de aumentar os seus ganhos o diminuir os ganhos de Y.
Já os neoliberais tendem a privilegiar a visão de que os Estados se preocupam com os ganhos absolutos. Diante de uma situação de cooperação, os Estados tendem a avaliar suas funções de maximização de poder. Poucos lhes importa se os outros Estados estão ganhando mais ou menos que eles diante da situação de cooperação, mesmo porque uma negociação não é exatamente uma competição. 
Powel sugere que a chave para compreender esse dabate é a distinção de duas possibilidades: a primeira é que o grau de preocupação de um Estado com seus ganhos relativos é produto de seu ambiente estratégico, ou seja, caberia avaliar quão importante é o dilema de segurança em seu contexto.Em uma segunda concepção, o grau de preocupação com os ganhos relativos independe do ambiente. 
Para uma concepção neoliberal, em um contexto de cooperação no oriente médio, é razoável supor que os Estados se preocupem mais com seus ganhos relativos, dado o contexto de insegurança na região. Por outro lado, no contexto mercosul, os Estados focariam mais em seus ganhos absolutos.
Já para os neorrealistas, em ambos os casos os Estados focariam ganhos relativos, mas, logicamente, no primeiro caso, a sensibilidade deles ao ganho relativo seria muito maior que no segundo caso. 
Quando os neo-realistas enfatizam os ganhos relativos, eles tendem, na verdade, a enxergar a cooperação como um jogo de soma zero. Se o estado x ganha, o estado y deve perder. Em outras palavras, se x ficou mais poderoso, necessariamente y está mais fraco.por outro lado, o conceito de ganhos absolutos parece identificar a cooperação como um jogo diferente de zero. As negociações entre x e y podem trazer ganhos de poder para ambos os estados, mesmo que identifiquemos que os ganhos sejam assimétricos.
. Os neo-realistas e os neoliberais pressupõem a fungibilidade do poder, à medida que o primeiro grupo entende que um poder militar pode ajudar a obtenção de mais poder na área econômica, enquanto o segundo entende que seja possível fazer barganhas do tipo tit-for-tat envolvendo assuntos de diferentes áreas. 
Prioridade dos Estados:
No contexto do debate “neo-neo”, fica claro que os neorrealistas assuem a tradicional posição de que a agenda dos Estados é hierárquica e a segurança assume o lugar de prioridade número um. Já os neoliberais tendem a entender que a agenda dos Estados não seja hierárquica, isto é, há Estados que podem se preocupar mais com o tema de segurança, ao passo que outros focam os temas econômicos.
Intenções versus capacidades: 
Os neo-realistas tendem a enfatizar as capacidades do Estado, ou seja, seu poder. Quando um Estado é muito podero em economia ou força militar, assume-se as intenções dele, ou seja, se o Estado X tiver uma capacidade relativa maior que a do Estado Y, assumemse as interações de X em relação a Y, pois se X não tivesse intençãoes de ameaçar Y nem nem que seja em um sentido de dissuasão, porque teria aumentado o seu poder em relação a Y? Nessas circunstâncias, não estaria alternativa a Y, a não ser buscar balancear o poder de X.Portanto, fica claro que o dilema da segurança torna irrelevante uma suposta avaliação objetiva das intenções do Estado, pois se Y presume que as intenções de X sejam benévolas, pode correr o risco da ingenuidade que pode resultar em sua destruição.
Já os neoliberais focam as intenções dos Estados. Ou seja, é claro que os Estados tendem a se preocupar muito mais com os ganhos relativos de seus inimigos que dos seus aliados. Por isso, é fundamental avaliar a percepção dos líderes dos Estados sobre as intenções dos outros Estados.
Instituições e regimes: 
Os neo-realistas tendem a minimizar a importância das instituições e regimes internacionais, pois, para eles, estes somente existem enquanto respondem aos interesses dos Estados poderosos. Já os neoliberais atribuem importância central às instituições e aos regimes internacionais como catalisadores da cooperação internacional e mitigadores dos efeitos da anarquia internacional.
Mearsheimer nota que os neo-realistas reconhecem que os Estados podem operar por meio das instituições. Entretanto, eles entendem que as regras construídas dentro delas refletem os cálculos egoísticos de interesse próprio baseados primariamente na distribuição internacional do poder. Portanto, os Estados mais poderosos criam, dão forma e mantêm as instituições como uma forma de administrar as suas participações de poder ou até mesmo de aumentá-las. 
As críticas de Mearsheirmer ao Institucionalismo estão basicamente concentradas na idéia de que a teoria diz muito pouco a respeito de como os Estados cooperam em termos de segurança e qual o impacto das instituições em relação à segurança internacional. 
Os neoliberais, como Keohane, buscam refutar as críticas neo-realistas indicando que, à medida que os Estados decidem cooperar, eles procuram construir instituições, como o FMI, a OTAN,o GATT etc., e estas tiveram e têm um importante papel na construção de um diálogo e de relações pacíficas entre os países. EXEMPLO A UNIAO EUROPEIA 
Além desses seis pontos, é importante identificar algumas críticas pontuais ao Realismo waltziano. Powell17 aponta três críticas específicas:
1. As preferências são determinadas exogenamente: ou seja, as preferências dos Estados são consideradas dadas. A estrutura do sistema constrange seu comportamento e por isso a teoria não considera relevante identificar as preferências dos Estados, mesmo porque ela está condicionada à anarquia que implica o desejo primário de sobrevivência no sistema internacional. Nesse contexto, critica-se a incapacidade de o Neo-Realismo explicar os comportamentos distintos dos Estados sob condições idênticas
2. A inseparabilidade de agente e estrutura: critica-se o Neo-Realismo por não esclarecercorretamente a relação entre agente e estrutura. O problema aqui está na suposta identificação da estrutura enquanto entidade ontologicamente primitiva, mas, na verdade, a teoria reduz a estruturaa propriedades dos agentes, o que acaba individualizando-a. 
3. A definição falha da estrutura: a definição da estrutura de Waltz comporta o princípio de ordenamento, a distribuição das capacidades e a diferenciação (ou não) funcional das unidades. 
Conclusão: 
O debate Neo-Realismo versus Neoliberalismo não é uma reedição do debate Realismo versus Idealismo, porque ambas as correntes teóricas partem das mesmas premissas de racionalidade dos atores: Estadocentrismo e anarquia do sistema internacional. Assim, o ponto central de debate entre essas correntes indica quais fatores são capazes de restringir o comportamento dos Estados. O debate “neo-neo” é, na realidade, muito mais estreito do que os nomes das correntes fazem parecer. Isso ocorre porque, fundamentalmente, ambas as teorias derivam da mesma raiz realista, ou seja, o Neoliberalismo Institucional não é uma nova versão do Idealismo.
O propósito do Neoliberalismo não é exatamente se opor ao Neo-Realismo, porque essa teoria não se propõe a explicar as condições de guerra e paz nas relações internacionais, apenas foca dois eixos. O primeiro eixo é que, quando os Estados decidem cooperar, as instituições têm um importante papel para o sucesso dessa empreitada e o segundo é que muitos Estados não estão preocupados primordialmente com sua segurança em um mundo de interdependência complexa. Ou seja, é difícil imaginar que elementos como balanço de poder e dilema de segurança sejam os elementos fundamentais nas relações entre os Estados do Mercosul. Para esse caso, o Neoliberalismo seria uma teoria mais útil, enquanto para as relações entre Israel e seus vizinhos árabes, o Realismo poderia oferecer uma explicação mais plausível.

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