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Trabalho Estudo Supervisionado Básico 2 finalizado

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Antonio Jorge Ribeiro Marinho
Flávia Petrucio Figueira
Isabelle Batista de Araújo
Natielle Dacri Teixeira
Raphael Alcantara da Silva
RELATÓRIO DE CAMPO REFERENTE A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ÁREA JURÍDICA
NITERÓI 
2017
Antonio Jorge Ribeiro Marinho - 201301424463
Flávia Petrucio Figueira – 201408360861
Isabelle Batista de Araújo - 201402093331
Natielle Dacri Teixeira - 201403102023
Raphael Alcantara da Silva – 201401380107
RELATÓRIO DE CAMPO REFERENTE A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA ÁREA JURÍDICA
Trabalho da disciplina Estudo Superior Básico
em Psicologia II, código SDE0211, tendo como 
 requisito a 1ª avaliação do 1º semestre de 2017
sob supervisão da professora Adriana Pires.
NITERÓI
2017
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ---------------------------------------------------------------- 3
INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------- 4
DESENVOLVIMENTO ---------------------------------------------------------- 6
CONCLUSÃO --------------------------------------------------------------------- 10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ----------------------------------------- 12
ANEXO ---------------------------------------------------------------------------- 13
APRESENTAÇÃO
A atuação do Psicólogo tem sido objeto de estudo de vários pesquisadores que identificam que há deficiências no que refere à atuação desse profissional, bem como na sua formação. Nesse sentido, há evidências separando as exigências e as necessidades do exercício profissional e a formação oferecida na maioria dos cursos de Psicologia. No entanto, a formação e a atuação do profissional em Psicologia precisa ser construída de forma que esse profissional seja capaz de efetivamente atender a necessidades sociais reais. No campo de trabalho delimitado pela interação entre os fenômenos jurídicos e os psicológicos, há necessidade de verificar possibilidades de atuação existentes e que possam orientar a delimitação de aprendizagens para compor a formação do Psicólogo. A instituição profissional nesse campo de atuação pode ser aperfeiçoada com a descoberta e caracterização dessas necessidades e possibilidades de atuação. Investigar a percepção de profissionais do campo jurídico a respeito do que o Psicólogo lida, pode e precisa lidar e o que é esperado dele em relação ao que acontece no campo de trabalho dos operadores de Direito é um objetivo de pesquisa que pode propiciar um conhecimento significativo para o desenvolvimento da construção do projeto dessa profissão e instituição social.
Portanto, este trabalho tem como objetivo o interesse em sanar dúvidas referentes a atuação do psicólogo na área jurídica, contribuindo para a diminuição da escassez de informação na área, tanto pela faculdade, quanto pelas plataformas de pesquisa. O intuito é buscar o reconhecimento do tema afim de ampliar conhecimento, trazer esclarecimento e visibilidade sobre o assunto
Basearemos seu desenvolvimento em artigos científicos e na entrevista realizada em 16 de março de 2017, com a Psicóloga Jurídica Marcia Mourão Andrade Costa, de 48 anos, cujo CRP é o 05/20.812. Esta cursou a sua graduação na Faculdades Integradas Maria Thereza (FAMATH) e está atuando na área jurídica há 2 anos. Residente de Niterói, Rio de Janeiro, a psicóloga Marcia atua no juizado de violência doméstica (JVD) do Fórum Regional De Alcântara Juíza Patrícia Lourival Acioli, localizado em São Gonçalo, Rio de Janeiro.
INTRODUÇÃO
No Brasil e no mundo, observa-se uma efetiva participação do profissional da psicologia no contexto do judiciário. Este profissional é reconhecido como Psicólogo Jurídico. Diferenciando-se na categoria não só pelo contexto em que está inserido, mas pela sua técnica especializada, a qual exige capacitação e conhecimento da ciência jurídica, conquista profissional que o qualifica e o restringe.
No princípio, o psicólogo jurídico apenas servia para formular laudos, baseado em diagnostico e testes psicológicos, para ajudar a instituição judiciária a tomar uma decisão. Porém, no decorrer do tempo surgiu a necessidade de mudar este modelo de atuação. Dessa forma, buscou-se novas formas de intervenção, visando o bem-estar do indivíduo, focando a preservação da sua cidadania.
Assim, vamos encontrar o psicólogo atuando junto a crianças, adolescentes e famílias nos Conselhos Tutelares, Abrigos, Sistema Socioeducativo, Varas da Infância e Juventude, Varas de Família, dentre outros, como também junto aos adultos nas demais Varas e estabelecimentos prisionais. Por outro lado, em que pese este leque de situações, sua atuação predominante continua sendo a confecção de laudos, pareceres e relatórios, no pressuposto de que cabe ao psicólogo, nesta interface, uma atividade basicamente avaliativa e de subsídios aos magistrados. 
O objeto de estudo da psicologia jurídica, assim como toda a psicologia, são os comportamentos que ocorrem ou que possam vir a ocorrer, porém não é todo e qualquer tipo de comportamento. Ela atua apenas nos casos onde se faz necessário um inter-relação entre o Direito e a Psicologia, como no caso de adoções, violência doméstica, novas maneiras de atuar em instituições penitenciarias, entre outros.
No dizer de J. Selosse apud Doron & Parot, a atuação da Psicologia na justiça se subdivide em três possiblidades: Psicologia judiciária que trata dos atores dos processos: acusado, vitima, acusador, testemunha; e pelos métodos de informação de instrução e confissão, e ainda busca entender a lógica de atuação dos juízes e seus auxiliares. A psicologia criminal que se apropria da investigação e análise do indivíduo delinquente, sua conduta e os processos criminógenos, e por último a psicologia legal que, estuda as significações e conceitos jurídicos penais e civis nos quais se baseiam os processos, compreendendo os princípios jurídicos que orientam a tomada de decisão, como: responsabilidade, culpa, periculosidade, interesse das partes, autoridade legal.
A psicologia tem claudicado de forma persistente na medida em que não tem calado onde é incapaz de falar ou, pelo menos, não tem calado quando ainda é incapaz de falar, de outro lado, tem fraquejado toda vez que não apresenta a necessária profundidade e consistência filosófica, sucumbindo ao universo da cultura, da reflexão, e, particularmente, do pensamento crítico.
DESENVOLVIMENTO
	A psicóloga Márcia relata que a psicologia jurídica não foi sua primeira opção. Seu foco era participar de vários concursos públicos e através desse meio ela foi inserida na área jurídica. Em sua trajetória passou pela área social, onde atuou por 4 anos. Em seguida passou pela área hospitalar, permanecendo por 10 anos. Devido a área hospitalar não mais responder às suas expectativas e necessidades, Márcia optou por tentar um concurso na área jurídica, pois nesse período havia uma grande quantidade de concursos em aberto. Passou para defensoria e em seguida para o Tribunal Judiciário, onde optou por ingressar neste setor devido a maior remuneração. Pelo concurso do Tribunal Judiciário ser muito difícil em relação aos demais, Márcia acreditava que não conseguiria passar.
	Em relação à sua formação, ela relata que fez sua graduação na Faculdades Integradas Maria Thereza com o tempo médio de 5 anos. Em seguida fez sua Pós graduação em Terapia Cognitiva Comportamental e Terapia Familiar Sistêmica. Ela conta que em todas as áreas em que atuou tinha como objetivo aperfeiçoar-se ao máximo e assim realizou através de cursos. A psicóloga cita que a área jurídica modificou financeiramente sua vida, trazendo mais conforto e dando a ela acesso a cursos que sonhava em fazer e que devido aos valores não havia realizado.
	Em relação à graduação, também declara que as suas expectativas foram atendidas, conta que ela ama olhar para trás e ver que foi crescendo, se desenvolvendo e vencendo desafios. Diz que não escolherianenhuma outra área que não a psicologia e que se sente privilegiada por ter conseguido chegar onde chegou através da mesma. Nos passa que o indivíduo que não tem bagagem antes de se formar na faculdade tem que baixar as expectativas iniciais e acreditar que elas podem sim ser alcançadas e até superadas, mas depois de um bom tempo, pois é tudo uma construção.
	Afirma que um dos desafios da área jurídica é o acúmulo de trabalho, devido à pequena quantidade de profissionais no grupo engajados em um único objetivo. Relata que apesar da grande demanda, a qualidade de trabalho é ótima, pois ela tem acesso a todo o material necessário. A Márcia nos conta que o tribunal a aproveita em outros setores ao invés de convocar algum profissional de fora, isso resulta no atraso da resolução dos casos que já estão em andamento. Sendo assim, pode-se concluir que o maior desafio é o acúmulo de serviço devido a pequena quantidade de profissionais. 
	Sua maior frustração no início da carreira foi na atuação da área clínica. Ela relata que teve vontade de desistir imediatamente, pois essa é uma área muito incerta, onde nunca se sabe se terá clientes, se eles irão pagar corretamente ou se voltarão na próxima sessão. Sentiu angústia por ser seu primeiro trabalho, depender do dinheiro e saber que essa área não traz estabilidade financeira, pois um de seus maiores valores pessoais é a segurança. Afirma que tem pretensão de voltar a área clínica apenas por satisfação pessoal, pois hoje já tem a sua vida financeira estabilizada e segura.
	Em relação a psicologia jurídica, a Márcia diz ser uma área que pode trazer algum tipo de perigo. Atualmente ela atua na Vara de Violência Doméstica (área que ela possui mais experiência) atendendo na área criminal. Os autores dos delitos que ela atende geralmente vão ao fórum obrigados e chegam muitas vezes agressivos. É de suma importância analisar bem o que irá citar no relatório sobre o caso, pois os autores dos mesmos terão acesso a eles, e por atender uma grande diversidade de delatores, incluindo traficantes, pode gerar alguma situação de perigo. Uma das coisa que a deixou realizada foi mostrar a uma mulher vítima de violência doméstica que ela poderia ter uma vida diferente. Fizemos o questionamento se há também atendimento com homens, ela nos disse que sim, mas que esse não é o foco, a entrevista com o homem tem o papel de contrapor a fala da mulher, com a ideia de que ele dê a outra visão da denúncia.
	Márcia acredita que não há um perfil específico para o profissional ingressar na área jurídica, porém por lidar com pessoas que se perdem entre verdades e mentiras, é importante ter a capacidade de distingui-las. Entretanto pontua que não é função do psicólogo saber quem está falando a verdade e quem está mentindo, essa é de total responsabilidade do juiz.
	No caso de violência doméstica, o atendimento do psicólogo jurídico se dá em ouvir separadamente e igualmente o relato do homem e da mulher. Baseado neste relato tece suas considerações. A entrevistada nos passa que é um mito que psicólogo precisa ter algo inato, acredita que tudo é aprendido, ela derruba algumas famas que falam sobre psicólogo quando diz que o mesmo não precisa ter um perfil montado, não precisa ser extrovertido, ele pode ter qualquer tipo de temperamento, o que vai fazer ele ser um bom psicólogo é o seu trabalho e especializações.
	A psicologia jurídica abrange áreas da infância e juventude, lidando com processos de adoções, menores infratores, dentre outros, área da família, nos casos de violência doméstica. e na pouco conhecida etiques, que são núcleos que visitam várias comarcas do interior para prestar serviços nestas, devido a elas não possuírem equipes técnicas lá.
	Márcia relata que na psicologia jurídica não há uma abordagem específica, mas de antemão nos afirma que nessa área não é utilizada a abordagem clínica. O trabalho é basicamente mostrar a vítima que ela tem capacidade de sair da situação em que está. O foco do atendimento é no resultado, em trazer de volta o que foi tirado da vida do cidadão. O atendimento é bem focal, sua principal função é dar um retorno ao juiz, e o mesmo deseja sempre uma resposta concreta do psicólogo sobre qual parte está com a razão. A psicóloga relata ter apenas uma sessão (se o caso for muito delicado no máximo duas) para ouvir tudo sobre o caso e tecer suas considerações para o juiz. Acredita que haveria a possibilidade de melhores resultados caso houvesse mais tempo e mais sessões. Porém, afirma que é quase impossível isso ocorrer.
	A entrevistada nos conta que na área da violência doméstica o psicólogo jurídico tem interação basicamente com assistentes sociais, porém em outras áreas há comunicação com advogados, o que ela comenta ser super desagradável, pois os mesmos ficam atrás da equipe técnica, questionam relatórios, processam os psicólogos, dentre outras coisas.
	As limitações do psicólogo, segundo a Márcia, estão em querer fazer a diferença, pois na psicologia jurídica não há tempo hábil devido a demanda burocrática ser muito grande. Um exemplo disso, é quando chega uma pessoa depressiva e não se pode atendê-la de imediato, primeiro se deve avaliar a necessidade em relação ao processo. Portanto, acaba sendo muito objetivo, pois se o psicólogo quiser realizar o desejo de atender poderá que fazer isso caso tenha uma vida paralela entre a psicologia jurídica e a psicologia clínica.
	Márcia nos relata que atendeu muitos casos de abusos infantis e que esses são os mais difíceis, diz inclusive, que chegou a ela o caso de uma família evangélica. onde a esposa culpava o marido de ter abusado sexualmente da filha de 6 anos. Foi um caso muito complicado, pois a mãe ia ao atendimento e dizia que Deus teria revelado a ela que o pai havia abusado de sua filha mais nova e, sem ter provas, começou a fazer várias acusações. Ela relata que normalmente não se coloca tudo no relatório, inclui apenas o necessário para ajudar o juiz. Porém, nesse caso ela teve que pôr tudo o que a mãe havia dito. Como a mãe da criança estava acusando o pai, e a psicóloga acreditava que o mesmo não havia cometido esse crime, ela achou melhor detalhar muito mais do que o normal. A mãe queria impedir o pai de ver sua filha, então a levou ao IML (Instituto Médico Legal) para uma possível comprovação do ato que a mesma o acusava. Contudo, não foi constatado nada, apenas expôs a criança a uma situação desagradável, constrangedora e, principalmente, traumatizante. Em um dos trechos do relatório, a psicóloga expressa não identificar má fé na mulher pela denúncia contra o marido, e sim que ela realmente acreditava ter tido a visão. Ela relata ter analisado na criança uma linguagem não característica de sua idade, notou que a mesma era influenciada pela mãe, passando a acreditar que o pai havia mesmo a molestado. A psicóloga deve ter cuidado em seu posicionamento para não acabar intimidando as partes, pois se isso ocorrer, corre o risco de se calarem, prejudicando assim o andamento do processo. Baseado no relatório, o juiz liberou a visitação do pai, alegando que foi comprovado que ele não havia cometido crime algum contra a criança.
	Márcia afirma que já houve um grande avanço na área da psicologia jurídica, apesar de ser uma “psicologia nova”. A psicóloga prestou concurso para PJ em 1998, primeiro ano a ocorrer o mesmo. Um dos objetivos do psicólogo na área jurídica é humanizar a área, incluindo advogados e juízes, que até então tinham apenas um ponto de vista.
	Quando questionada sobre as contribuições que os psicólogos poderiam dar a área jurídica ela diz acreditar que dar suporte a equipe técnica seja a principal, mesmo achando que isso não irá ocorrer. Ela diz que caso a equipe fosse maior poderiam dar uma mais assistência aos casos, dando como exemplo uma mulher que precisa se reerguer depois de uma violência doméstica, ou até mesmo aos processos que requerem maior tempo e dedicação, coisa que não é possível devido a falta de profissionais.
	Finalizamos a entrevista pedindo a ela conselhospara os estudantes de psicologia. Suas palavras foram “Faça concursos, pois a psicologia está sempre se inovando, Vocês precisam escolher a área que querem atuar e se especializar na mesma, e não sair atirando para todo lado. Precisa pesquisar muito para ter uma direção, não pode ficar no geral, pois quando você tem um foco, privilegia seu trabalho, tornando-se autor sobre aquele assunto.”
CONCLUSÃO
Este trabalho buscou apontar o histórico da Psicologia Jurídica, algumas questões referentes à formação acadêmica nessa área e os principais campos de atuação. Diante do exposto, é possível concluir que esse ramo da Psicologia é muito recente, especialmente na área científica. A Psicologia Jurídica é um dos ramos da Psicologia que mais cresceram nos últimos anos, tanto nacional quanto internacionalmente. Trata-se de um dos campos mais promissores e carentes de profissionais especializados na área. É uma emergente área de especialidade da ciência psicológica, se comparada às áreas tradicionais de formação e atuação da Psicologia como a Escolar, a Organizacional e a Clínica. É próprio desta especialidade sua interface com o Direito, com o mundo jurídico, resultando encontros e desencontros epistemológicos e conceituais que permeiam a atuação do psicólogo jurídico. Os setores da Psicologia Jurídica são diversos. Há os mais tradicionais, como a atuação em Fóruns e Prisões, e há também atuações inovadoras como a Mediação e a Autópsia psíquica, uma avaliação retrospectiva mediante informações de terceiros. 
As referências utilizadas para construir esse material reforçam a dificuldade de encontrar textos relacionados ao assunto, especialmente artigos científicos. As deficiências na formação decorrem, em parte, do rápido desenvolvimento das relações entre Psicologia e Direito e o despreparo para lidar com os avanços e as novas áreas de atuação que surgem a cada dia. A Psicologia Jurídica Brasileira pode e necessita crescer, não só na quantidade de profissionais atuantes, na qualidade do trabalho desenvolvido por eles, mas também na intensificação da produção e publicação do conhecimento. O registro da prática e os trabalhos teóricos enriquecem o caráter científico desta, o que, em tese, possibilitaria maior eficiência da prática e um possível aumento de profissionais para atuar nessa área, assim atendendo a grande demanda de trabalhos enfrentados para pouco psicólogos jurídicos. Este é um dos desafios da Psicologia Jurídica Brasileira. A partir do momento em que as pesquisas realizadas comprovem a importância do trabalho do psicólogo junto às instituições judiciárias, a inserção e valorização do trabalho deste profissional ficam facilitadas e fortalecidas.
Ao analisar os campos de atuação do psicólogo jurídico, percebe-se um predomínio da atuação desses profissionais enquanto avaliadores. A elaboração de psicodiagnósticos, presente desde o surgimento da Psicologia Jurídica, permanece como um forte campo de exercício profissional. Contudo, a demanda por acompanhamentos, orientações familiares, participações em políticas de cidadania, combate à violência, participação em audiências, entre outros, tem crescido enormemente. Esse fato amplia a inserção do psicólogo no âmbito jurídico, ao mesmo tempo em que exige uma constante atualização dos profissionais envolvidos na área. O psicólogo não pode deixar de realizar psicodiagnósticos, âmbito de sua prática privativa. Entretanto, deve estar disposto a enfrentar as novas possibilidades de trabalho que vêm surgindo, ampliando seus horizontes para novos desafios que se apresentam.
Destaca-se ainda a necessidade de ampliar o espaço para discussão acerca da Psicologia Jurídica no ambiente acadêmico, mediante a criação de disciplinas e promoção de encontros nos quais se busque suprir a carência existente nos currículos dos cursos de Psicologia. Ademais, é preciso ampliar a área de pesquisa, de forma a produzir obras científicas que contemplem os diferentes campos em que a Psicologia Jurídica tem passado a atuar e contribuir. A partir do momento em que as pesquisas realizadas comprovem a importância do trabalho do psicólogo junto às instituições judiciárias, a inserção e valorização do trabalho deste profissional ficam facilitadas e fortalecidas. 
Por fim, destaca-se a necessidade de conhecer determinadas terminologias da área jurídica e a importância de um trabalho interdisciplinar, junto a advogados, juízes, promotores, assistentes sociais e sociólogos. Eis o grande desafio da psicologia jurídica: não ficar limitada aos conhecimentos advindos da ciência psicológica e trocar conhecimentos com ciências afins, buscando redimensionar a compreensão do agir humano, considerando os aspectos legais, afetivos e comportamentais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://psicologado.com/atuacao/psicologia-juridica/psicologia-juridica
http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/artigos/2014/psicologia-juridica-encontros-e-desencontros-em-sua-pratica-servidora-cristiana-jobim-souza
Santos, Jeane Patrícia dos. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia
LEAL, Liene Martha. Psicologia jurídica: história, ramificações e áreas de atuação. Diversa, Ano I - nº 2, pp. 171-185, jul./dez. 2008. Disponível em <http://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/38525467/material4414.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1491486893&Signature=AUw5nUG8U%2FtNgRguqgoeTfdeKvU%3D&response-content-disposition=inline%3B%20filename%3DPsicologia_juridica_historia_ramificacoe.pdf> acessado em 06 abr. 2017
FRANCA, Fátima. Reflexões sobre psicologia jurídica e seu panorama no Brasil. Psicol. Teor. prat., São Paulo, v.6, n.1, p.73-80, jun.2004. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872004000100006&lng=pt&nrm=iso> acessado em  05  abr.  2017 
LAGO, Vivian de Medeiros. AMATO, Paloma. TEIXEIRA, Patrícia Alves. ROVINSKI, Sonia Liane Reichert. BANDEIRA, Denise Ruschel. Um breve histórico da psicologia jurídica no Brasil e seus campos de atuação. Estudos de Psicologia I Campinas I 26(4) I 483-491 I outubro - dezembro 2009. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v26n4/09.pdf, acessado em 06 abr. 2017.
ANEXOS
Questionário da entrevista realizada em 16 de março de 2017, com a Psicóloga Jurídica Marcia Mourão Andrade Costa (CRP 05/20.812):
1- Porque escolheu Psicologia Jurídica?
2- Quais considerações tiveram que ser feitas antes de seguir o caminho Jurídico?
3- Sobre a sua formação, quanto tempo levou? Quais foram suas especializações, cursos na área, etc.?
4- Em relação financeira, é possível ter uma “uma vida confortável”, só com a Psicologia Jurídica?
5- Qual é o maior desafio encontrado diariamente?
6- Qual foi sua maior frustração quando realmente começou a trabalhar?
7- Acredita que a Psicologia Jurídica pode te trazer algum tipo de perigo?
8- Qual é o melhor e mais importantes conselhos que você daria a um estudante de Psicologia?
9- Qual área das que você trabalhou inserida na Psicologia Jurídica que você mais se identificou e por que?
10- Com suas experiências, você acredita que tenha alguma característica, ou habilidades que um profissional de Psicologia tenha mais sucesso na área Jurídica?
11- Em relação a área da Psicologia Jurídica, quais são os departamentos inseridos na Psicologia Jurídica que ainda é pouco conhecida?
12- Qual tipo de abordagem é mais utilizada na área da Psicologia Jurídica, e por quê?
13- Quais são outras áreas que forma sua equipe multidisciplinar?
14- As expectativas criadas na graduação foram correspondidas na prática?
15- Houve alguma avaliação contestada por um juiz/promotor ou advogado?
16- A que ponto a atuação do Psicólogo é limitada na área Jurídica?
17- Quais contribuições você faria para melhoria da atuação na Psicologia Jurídica?
18- Você acredita que o campo Jurídico apresenta condições necessárias para que o Psicólogo possa fazer um bom atendimento?19- Com um olhar otimista, onde você acha que a Psicologia Jurídica poderia chegar?
20- Comente algum caso que tenha sido muito marcante para você.
21- Há alguma figura, teórico, que foi e é sua inspiração nessa área?

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