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O aço é um produto siderúrgico definido como liga metálica composta principalmente de ferro e pequenas quantidades de carbono. Para aços utilizados na construção civil, o teor de carbono é da ordem de 0,18% a 0,25% Um dos principais motivos que retardaram o uso do aço no Brasil, foram as altas temperaturas, necessárias para sua fabricação, e que encareciam seu processo de fabricação, dificultando tanto a popularização quanto a comercialização. Para entender o que é o aço, é necessário conhecer o seu processo de fabricação. Exibição do vídeo sobre a Produção do Aço A usina siderúrgica é a empresa responsável pela transformação do minério de ferro em aço, de maneira que ele possa ser usado comercialmente. Este processo tem o nome de Redução. Primeiramente, o minério – cuja origem básica é o óxido de ferro (FeO) – é aquecido em fornos especiais (alto fornos), em presença de carbono (sob a forma de coque ou carvão vegetal) e de fundentes (que são adicionados para auxiliar a produzir a escória, que, por sua vez, é formada de materiais indesejáveis ao processo de fabricação). O objetivo desta primeira etapa é reduzir ao máximo o teor de oxigênio da composição FeO. A partir disso, obtém-se o denominado ferro-gusa, que contem de 3,5 a 4,0% de carbono em sua estrutura. Como resultado de uma segunda fusão, tem-se o ferro fundido, com teores de carbono entre 2 e 6,7%. Após uma análise química do ferro, em que se verificam os teores de carbono, silício, fósforo, enxofre, manganês entre outros elementos, o mesmo segue para uma unidade da siderúrgica denominada aciaria, onde será finalmente transformado em aço. O aço, por fim, será o resultado da descarbonatação do ferro gusa, ou seja, é produzido a partir deste, controlando-se o teor de carbono para no máximo 2%. O que temos então, é uma liga metálica constituída basicamente de ferro e carbono, este último variando de 0,008% até aproximadamente 2,11%, além de certos elementos residuais resultantes de seu processo de fabricação. O limite de 0,008% de carbono está relacionado à sua máxima solubilidade no ferro à temperatura ambiente (solubilidade é a capacidade do material de se fundir em solução com outro), enquanto que o segundo - 2,11% - à temperatura de 1148° C . Os aços diferenciam-se entre si pela forma, tamanho e uniformidade dos grãos que o compõem e, é claro, por sua composição química. Esta pode ser alterada em função do interesse de sua aplicação final, obtendo-se através da adição de determinados elementos químicos, aços com diferentes graus de resistência mecânica, soldabilidade, ductilidade, resistência à corrosão, entre outros. De maneira geral, os aços possuem excelentes propriedades mecânicas: resistem bem à tração, à compressão, à flexão, e como é um material homogêneo, pode ser laminado, forjado, estampado e suas propriedades podem ainda ser modificadas por tratamentos térmicos ou químicos. O aço, como os demais metais, se solidifica pela formação de cristais, que vão crescendo a diferentes direções, formando os denominados eixos de cristalização. A partir de um eixo principal, crescem eixos secundários, que por sua vez se desdobram em novos eixos e assim por diante até que toda a massa do metal se torne sólida. O conjunto formado pelo eixo principal e secundários de um cristal é denominado dendrita. Quando duas dendritas se encontram, origina-se uma superfície de contato e ao término do processo de cristalização, formam cada uma os graõs que compõem o metal, de modo que todos os metais, após sua solidificação completa, são constituídos de inúmeros grãos, justapostos e unidos. Além do ferro, o aço apresenta em sua constituição carbono e elementos de liga. Estes elementos formam junto com o ferro uma solução e, de acordo com a temperatura e a quantidade de carbono presente, haverá a presença de um determinado tipo de reticulado na sua composição da sua estrutura química. As propriedades dos aços dependem muito de sua estrutura cristalina, ou seja, de sua composição química, do tamanho dos grãos, de sua uniformidade. Os tratamentos térmicos bem como os trabalhos mecânicos modificam em maior ou menor intensidade alguns destes aspectos (arranjo, dimensões, formato dos grãos) e, consequentemente, podem levar a alterações nas propriedades de um determinado tipo de aço, conferindo-lhe características específicas: mole, duro, quebradiço, etc. Os principais parâmetros de influência nos tratamentos térmicos são: · aquecimento: geralmente realizado a temperaturas acima da crítica (723°), para uma completa “austenização” do aço. Esta austenização é o ponto de partida para as transformações posteriores desejadas, que vão acontecer em função da velocidade de resfriamento; · tempo de permanência à temperatura de aquecimento: deve ser o estritamente necessário para se obter uma temperatura uniforme através de toda a seção do aço; · velocidade de resfriamento: é o fator mais importante, pois é o que efetivamente vai determinar a estrutura e consequentemente as propriedades finais desejadas. As siderúrgicas escolhem os meios de resfriamento ainda em função da seção e da forma da peça. Dentre os tratamentos térmicos mais utilizados, encontram-se o recozimento, a normalização, a têmpera e o revenido. Vejamos a seguir as principais características de cada um: No recozimento a velocidade de esfriamento é sempre lenta e o aquecimento pode ser feito a temperaturas superiores à crítica (recozimento total ou pleno) ou inferiores (recozimento para alívio de tensões internas). É utilizado quando se deseja: · remover tensões devido a tratamentos mecânicos à frio ou à quente, tais como o forjamento e a laminação; · diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade do aço; · alterar propriedades mecânicas; · ajustar o tamanho do grão. A normalização é um tratamento semelhante ao anterior quanto aos objetivos. A diferença consiste no fato de que o resfriamento posterior é menos lento. Visa refinar a granulação grosseira de peças de aço fundido, que são também aplicadas em peças depois de laminadas ou forjadas, ou seja na maioria dos produtos siderúrgicos. É também usada como tratamento preliminar à tempera e ao revenido, visando produzir uma estrutura mais uniforme e reduzir empenamentos. A têmpera consiste no resfriamento rápido da peça de uma temperatura superior à crítica, com a finalidade de se obter uma estrutura com alta dureza (denominada estrutura martensítica). Embora a obtenção deste tipo de estrutura leve a um aumento do limite de resistência à tração do aço, bem como de sua dureza, há também uma redução da maleabilidade e o aparecimento de tensões internas. Procuram-se atenuar estes inconvenientes através do revenido. Já o revenido geralmente sucede à têmpera, pois além de aliviar ou remover tensões internas, corrige a excessiva dureza e fragilidade do material e aumenta a maleabilidade e a resistência ao choque. A temperatura de aquecimento é inferior à 723° (crítica), e os constituintes obtidos dependem da temperatura a que se aquece a peça. Os trabalhos mecânicos podem ser a frio ou a quente. A laminação é um exemplo de trabalho mecânico a quente confere as formas adequadas dos produtos em aço para uso comercial (chapas, perfis, barras). O forjamento e o estiramento são outros exemplos. O trabalho mecânico a quente é realizado acima da temperatura crítica do aço (723° C), pois assim ele se torna mais mole e conseqüentemente mais fácil de ser trabalhado. Depois de deformados, os grãos do material em questão recristalizam-se,agora sob a forma de pequenos grãos. O encruamento é um trabalho a frio, pois ele é realizado abaixo da temperatura crítica. Neste caso, após o trabalho, os grãos permanecem deformados e diz-se que o material está “encruado”. Assim como nos tratamentos térmicos, o encruamento altera as propriedades do material – aumenta a resistência, o escoamento, a dureza, a fragilidade e diminui o alongamento, estricção, resistência à corrosão, etc. Se o aço encruado for aquecido, os cristais tenderão a se reagrupar e o encruamento a desaparecer. Os aços utilizados em estruturas de concreto armado no Brasil são estabelecidos pela norma NBR 7480/96. Conforme o valor característico da resistência de escoamento (fyk), as barras de aço são classificadas nas categorias CA-25 e CA-50 e os fios de aço na categoria CA-60. As letras CA indicam concreto armado e o número na sequência indica o valor de fyk, em kgf/mm 2 ou kN/cm2. Por indicação da NBR 6118/03 os seguintes valores podem ser considerados para os aços: a) Massa específica: 7.850 kg/m3; b) Coeficiente de dilatação térmica: 10-5/ºC para intervalos de temperatura entre – 20ºC e 150ºC; c) Módulo de elasticidade: 210 GPa ou 210.000 MPa. Uma barra metálica submetida a um esforço crescente de tração sofre uma deformação progressiva de extensão (figura abaixo) . A relação entre a tensão aplicada (s = F/área) e a deformação linear específica (e = Dl /l ) de alguns aços estruturais pode ser vista no diagramas tensão-deformação do gráfico a seguir: Segundo a NBR 6118/03, os aços CA-25 e CA-50 podem ser considerados como de alta ductilidade e os aços CA-60 podem ser considerados como de ductilidade normal. Ductilidade é a capacidade dos materiais de se deformar sem se romper. Pode ser medido por meio do alongamento ou da estricção, ou seja a redução na área da seção transversal do corpo de prova. Quanto mais dúctil o aço, maior será a redução de área ou o alongamento antes da ruptura. A ductilidade do aço, tem grande importância nas estruturas de concreto armado, pois permite a visualização de grandes deformações nas peças antes do rompimento, o que na prática constitui um aviso da presença de tensões elevadas. Uma peça de aço, sob efeito de tensões de tração ou de compressão sofre deformações, que podem ser elásticas ou plásticas. Elasticidade de um material é a sua capacidade de voltar à forma original. Então a deformação elástica é reversível, ou seja, desaparece quando a tensão é removida. Deformação plástica é a deformação permanente. É o resultado de um deslocamento permanente dos átomos que constituem o material, diferindo, portanto, da deformação elástica, em que os átomos mantêm as suas posições originárias. A deformação plástica altera a estrutura interna do metal, tornando mais difícil o escoamento e aumentando a dureza do metal. Esse aumento na dureza por deformação plástica é denominado endurecimento por deformação a frio ou encruamento e é acompanhado de elevação do valor da resistência e redução da ductilidade do metal. A superfície dos aços pode ser lisa, conter nervuras (saliência ou mossas) ou entalhes. A rugosidade da superfície dos aços é medida pelo coeficiente de conformação superficial (η1) e deve atender o coeficiente de conformação superficial mínimo (ηb), para cada categoria de aço (CA-25, CA-50 ou CA-60), conforme indicado na NBR 7480. Produzidos de acordo com as especificações da norma brasileira, são fornecidos nas categorias CA-50, com superfície nervurada e CA-25, com superfície lisa. Os vergalhões são encontrados sob a forma de rolos para bitolas até 12,5 mm e em barras retas ou dobradas de 12m, em feixes de 1.000 e 2.000Kg. Geralmente, quando se faz referência a estes tipos de aço, costuma-se chamá-los de barras de aço. O aço CA-60 apresenta capacidade de soldabilidade com ótimo dobramento e alta resistência. É indicado para a produção de vigotas de lajes pré-fabricadas, treliças, armações para tubos, pré-moldados e outras aplicações. O vergalhão CA-60 está disponível em rolos, estocadores para uso industrial e feixes de barras retas ou dobradas de 12 metros com 1000 Kg. Profissionais especializados em armação são responsáveis pela realização do serviço, uma mão de obra que usa ferramentas especificas: Torques: Utilizado para fazer amarração e corte de peças ( arame recozido) Chave de virar ferro: Utilizado para dobrar barras de diâmetro considerável em locais desfavoráveis. Chapa para virar ferro: Presa a uma bancada, é usada também para virar ferros de grandes diâmetros. Tesourão corta vergalhão: Utilizado para cortar vergalhões de diâmetros reduzidos. Arco de serra: Usado para fazer cortes em barras de ferros, inclusive de diâmetros variáveis. Serra Multi-corte e Esmerilhadeira: Usado para corte de grandes quantidades de ferro e de diâmetros elevados.
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