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RESENHA SOBRE A OBRA DE CANOTTI DE OLIVEIRA

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Referência Bibliográfica: Cattoni, Marcelo Andrade. Poder Constituinte – Belo Horizonte. Editora: Mandamentos, 2006.
Alunos:[2: Alunos: ]
Bárbara de Souza Borges[3: Bárbara de Souza Borges, graduando em direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Betim.]
Jéssica Costa Rodrigues[4: Jéssica Costa Rodrigues, graduando em direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Betim.]
Kaio Deleon Barra Ribeiro[5: Kaio Deleon Barra Ribeiro, graduando em direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Campus Betim.]
PODER CONSTITUINTE E PATRIOTRISMO CONSTITUCIONAL: O Projeto Constituinte do Estado Democrático de Direito na Teoria Discursiva de Jurgen Habermas.
A presente resenha crítica tem como objetivo abordar inúmeras reflexões acerca do significado do exercício do poder constituinte como início da legitimidade do estado democrático de direito, a partir de uma analise da Teoria do Discurso, da Democracia e do Direito de Jürgen Habermas.
A visão moderna da democracia distingue-se das demais, uma vez que se relaciona com um tipo de direito dotado de características principais, resultando de normas produzidas por um legislador e, após são sancionadas pelo Estado. Desta forma, a autodeterminação democrática dos cidadãos somente se realiza através do médium desse direito, que assegura estruturalmente as liberdades, porem de tal sorte que a idéia de dominação das leis que se concretiza historicamente na ideologia dos direitos humanos e da soberania da sociedade.
O estado democrático de direito coloca limites a autodeterminação soberana da sociedade, uma vez que a força da lei cobra que a formação democrática da vontade, não se vire aos direitos humanos positivados na forma de direitos fundamentais.
Assim, a autonomia política dos cidadãos incorpora-se na auto-organização de uma comunidade que cria as próprias leis. Por isso, entende-se que a demonstração normativa do estado democrático de direito supõe o estabelecimento de uma hierarquia entre o princípio dos direitos humanos e o da soberania popular, ou as leis são legitimas, inclusive a lei fundamental, quando concomitante com os direitos humanos, sem contar com a origem e o fundamento da legitimidade. 
Contudo, a idéia dos direitos humanos, vertida em direitos fundamentais, não pode ser imposta ao legislador soberano a partir de fora, como se foi uma limitação, nem ser simplesmente instrumentalizada como um conjunto funcional necessário aos seus fins. Por isso, há consideração do princípio dos direitos humanos e da soberania popular, como sendo de certa forma ligados. Sem contar que está ligação, poderá ser expressa de maneira diversa, a saber, como uma relação complementar entre autonomia publica e privada.
Em regra, para fazer um bom uso da autonomia publica garantida através de ditames políticos, a sociedade deveria que ser completamente independentes na configuração da sua vida privada, porém, os cidadãos da sociedade só podem gozar proporcionalmente sua autonomia privada, e enquanto cidadãos do estado, se fizerem uso adequado da sua autonomia política, uma vez que a liberdade de ação subjetivas, em igual distribuição, tem-se o mesmo valor.
No entanto, a idéia segundo a qual estes destinatários tem que se estabelecer um entendimento, juntamente com os autores, não coloca nas mãos dos cidadãos o poder necessário para que possam tomar qualquer decisão arbitraria, uma vez que, a garantia jurídica segundo a qual é permitida, na carta maior, de fazer ou não fazer o que se deseja é papel da autonomia privada. Logo, o poder é centralizado nas mãos daqueles poucos.
Entendimento este que vem se perpassando ao longo dos anos e, a cada criação de lei. Neste sentido, são claros os inúmeros dispositivos na Constituição Federal de 88, no qual coloca o poder nas mãos dos governantes.
Na interpretação liberal, os processos democráticos de criação de leis legitimam e exigem determinada forma de institucionalização jurídica. Uma lei dita como fundamental é introduzida como condição necessária e suficiente para o processo democrático, mas não como um resultado deste, pois a democracia não poderia ser definida pela própria democracia.
Assim, no entendimento a relação da democracia, como fonte de legitimação, e um Estado de direito, que não precisa de legitimação, não esta em oposição, uma vez que os ditames constitutivos que tornam possível a democracia, não poderiam limitar a prática democrática através de normas impostas. Logo, é impossível aceitar o poder etilista de especialistas em direito, que, apelam tão somente para a sua competência especifica de interpretar a constituição e sem serem legitimados pelas maiorias democráticas, isto é, pela sociedade, no qual revogam decisões de um legislativo eleito democraticamente.
Temos uma democracia dinâmica que se movimenta pelos tempos, assim para se criar uma identidade constitucional, deve-se buscar o entrelaçar dos tempos para buscar este entendimento, contudo por esta peculiaridade ativa do sistema não se conseguiriam chegar a um entendimento sólido.
Assim, mesmo que se chegue a um entendimento único quanto a essa identidade, não se sustentaria por muito tempo, uma vez que não é possível ligar os tempos com tanta invariabilidade. Os tempos mudam e, a necessidade de se alterar os textos de lei, mesmo que o mínimo possível faz-se necessário.
Logo, toda alteração deverá ser feita, especialmente com ênfase nos direitos fundamentais dos cidadãos.
Com certa frustração, a Constituição de 88 hoje é vista com certo fracasso, segundo alguns juristas brasileiros. Seria preciso um reconhecimento diante da incapacidade de constituir uma sociedade de cidadãos solidários, livres e iguais.
Com tudo, as expectativas normativas sempre serão inalcançadas e com isso a frustração sempre acompanhará o processo normativo constituinte.
Tradicionalmente, o problema com a efetivação da aplicação normativa é tratado de forma simplista, como se esse sempre fosse o ideal a ser alcançado e não o que deveria ser de fato aplicado. E isso agrava o problema de que de fato a Constituição de 88 deixa a desejar.
Os direitos fundamentais presentes na Constituição de 88, são tratados de forma sérios, porém revela-se um contraste entre o texto e contexto. Vivendo-se em um contexto social diferente da Constituição.
Por que não tomar medidas para resgatar as experiências solidaristas, as tradições de civismo e de defesa da liberdade? Como afirma Bernardo Sorj às frustrações da intelectualidade e das classes médias refletem o modo como é tratada a desmoralização das instituições democráticas existente. Ao invés de mostrar como a América Latina é uma diversidade de experiências sociais.
A ingenuidade em tentar tomar medidas provisórias é outro extremo que não podemos considerar. O Supremo Tribunal Federal não pode privatizar a apropriar-se da Constituição argüindo estar guardando a mesma. 
O processo constituinte possui um significado performativo. É uma perspectiva normativa para que posteriormente seja apropriada da missão constitucional e de sua história. Representantes do povo exercem suas competências para o povo.
A Constituição de 88 foi um marco importantíssimo, reinterpretando as grandes ideais de autonomia e de emancipação presentes nas grandes revoluções. Pois somos herdeiros de um processo constitucional que vem se desenvolvendo ao longo dos anos. Só podem ser definidas as condições do exercício da liberdade em liberdade para que não haja obstáculo ao próprio exercício dessa liberdade.
A disponibilidade em reconhecer a verdadeira dimensão da responsabilidade e do conhecimento de causa varia de acordo com a compreensão de liberdade. As normas são refletidas de acordo com o modo como estamos dispostos a respeitar reciprocamente como cidadãos desta República. Quando a proposta constituinte estava em andamento, ao mesmo tempo vivia-se a época da ditadura e a Constituição veio como uma ajuda imediata, subsumidono acordo das elites com a candidatura de Tancredo Neves no colégio eleitoral.
A mobilização e pressão popular determinando a queda da denominada comissão de notáveis e a montagem de um anteprojeto, logo após a morte do então presidente eleito Tancredo Neves, fez com que o projeto constituinte fosse colocado em modo imediato. Houve uma autêntica manifestação de poder constituinte devido ao processo adotado.
O poder constituinte requer mais que uma medida simples e tomada pelo poder ou manipulações para obter o apoio do povo. As instituições criadas serão criadas com o intuito de garantir os princípios de liberdade e igualdade. 
A forma jurídica moderna não se encontra à disposição da autolegislação democrática. Deve ser feita de acordo com os direitos fundamentais para o povo.
O Patriotismo constitucional, de acordocom o texto, é um conceito cunhado por DolfSternberger, que tem por referência o conteúdo normativo universalista da Lei Fundamental de 1949. Habermans usou o termo patriotismo constitucional em face do problema de identidade política acerca de como os alemães, após a experiência nazista, se reconciliariam com seu passado. Aceita-lo e se comprometer a escrever uma nova história a partir de então, dando assim um caráter moral ao “patriotismo constitucional”. 
A partir disso, Harbermas combateria historiadores neoconservadores que pretendiam certa “normalização” da história alemã, a partir de “negação” ou “esquecimento” do seu passado. Harbermas defende que a partir desse processo de aprendizado da Alemanha pós-holocausto, cidadania passa a se referir à titularidade de direitos fundamentais de participação política, garantindo assim uma autonomia jurídica pública. A partir dessa nova cultura política pluralista, aperfeiçoam-se movimentos sociais e novas organizações da sociedade civil.
“A defesa habermasiana do patriotismo constitucional, diz respeito à própria construção, ao longo do tempo, de uma coletividade advinda de um processo democrático autônomo e deliberativamente constituída internamente por princípios universalistas”.
Ao continuar, o professor alemão infere que o projeto constitucional democrático, definido através desse “patriotismo”, remete a ideia de construção de legitimidade. Por fim, para Habermas o patriotismo constitucional envolve a construção de uma cultura política pluralista com base em uma “Constituição democrática de uma república de cidadãos livres e iguais”. Ao fim do capítulo, podemos inferir que “patriotismo constitucional” é uma forma política estruturada por um sistema de direitos e sua perspectiva de universalidade em determinado contexto histórico de uma sociedade.
Marcelo Cattoni crítica também o texto constitucional construído a partir de emendas ao texto da Constituição, deixando claro que essas jamais serão capazes de transformar a realidade, sendo necessária a construção de um novo texto Constitucional a partir dessa nova realidade.
O autor ataca a PEC 157/2003, de forma brilhante, ao remeter a ela a característica inconstitucional, (esta busca modificar o quórum de votação e os turnos de forma a simplificar o processo legislativo). Modificar o processo legislativo seria destruir as garantias constitucionais elencadas pelo legislador pátrio as minorias políticas. O autor vai além, ele classifica tais propostas de mudança, não apenas como “autoritárias”, mas como “atos de pura violência”. Nota-se, portanto a franqueza e a inconformidade do autor sobre essa questão no texto de forma clara e justificada. O patriotismo constitucional contra fraude a Constituição se resume simplesmente na tentativa de violação das condições constitucionais e processuais para deliberação por maioria.
No capítulo Constituição: direito e política nos preocupamos em como a atuação de órgãos competentes, (Congesso Nacional, Supremo Tribunal Federal), acabam provando sua “incompetência”, ao ir contra a Constituição Federal mais vezes do que a normalidade permite, ocasionando na insatisfação e em indagações de estudiosos do assunto e por fim na descrença no Direito. Como lutar contra isso, é uma pergunta criada pelo autor que acaba sem resposta. 
O autor problematiza ainda a questão do direito à moradia, elencada no art.6º da CF. O fato de se colocar o direito na Constituição pura e simplesmente não faz com que em um passe de mágica construam-se casas pelo país; precisa-se, portanto de uma politica habitacional condizente para que o direito seja efetivamente exercido. O autor compara o direito à moradia com a proibição do racismo, e sua simples imposição pela CF, sem que sejam realizadas políticas de integração racial e cultural da sociedade. 
O autor faz uma correlação entre os “tiranos” que já estiveram em nosso poder. A pretensão é nos fazer pensar em quão dependentes nós somos de nos sentirmos vítimas das circunstancias e de como precisamos colocar a responsabilidade em alguém que não seja nós mesmos. “Enquanto nós formos incapazes de exercer a nossa cidadania, teremos um regente, um tutor que agora será o Supremo Tribunal Federal, que vai exercer a cidadania por nós”. “Nós temos é que parar de transferir as nossas responsabilidades.” Somente a partir disso, exerceremos nossa cidadania corretamente.
O controle jurisdicional de constitucionalidade das leis e do processo legislativo remete a ideia de “garantia das condições processuais para o exercício da autonomia pública e da autonomia privada dos coassociados jurídicos, no sentido da equiprimordialidade e da inter-relação entre elas.” O autor explica dividindo essa tarefa em duas: 1º – A garantia do devido processo legislativo democrático. E 2º- A garantia do devido processo constitucional.
O respeito pelo devido processo legal, vêm na perspectiva da Constituição garantir, de forma adequada, a participação nos processos constitucionais de controle judicial de constitucionalidade da lei e do processo legislativo, a partir de uma interpretação construtiva, a fim de garantir autonomia para o exercício da autonomia jurídica dos cidadãos. Somente assim os direitos fundamentais e a autonomia política serão assegurados, de forma a dar segurança aos cidadãos para que esse possam resolver as demais pendencias que possam surgir, (mesmo que nas esferas administrativa, econômicas e sociais), de forma procedimentalista.
O autor, por fim, ao falar de “processo formal”, afirma que o processo de controle constitucional deve deixar aberturas para que seja reformada a Constituição caso sejam necessárias às mudanças com o passar do tempo, mas que o processo legislativo de reforma também deve impedir que os dispositivos constitucionais fossem objeto de alteração pelo exercício de um falso poder constituinte derivado. Entretanto, “não se pode fazer da Jurisdição Constitucional uma guardiã republicana do processo político e de cidadania”. “Uma interpretação do processo político que seja adequada à complexidade das sociedades atuais não pode reduzir a política a um processo de auto realização ética.”
 De acordo com as considerações finais do autor, a formação da opinião é formada pela legitimação dos processos de justificação normativa e dos pressupostos de comunicativos. Assim a Jurisdição Constitucional não deve trabalhar em estado de exceção, em condições excepcionais, mas na autoridade de seu direito próprio. 
Assim, concluímos a partir disso que a Constituição deve sintetizar o procedimentalíssimo do processo no Estado democrático de direito. E a Jurisdição Constitucional não deve em hipótese alguma exercer a cidadania no lugar dos cidadãos; “não pode assumir o papel de um regente que toma o lugar de um sucessor de menor idade ao trono”.
PALAVRA-CHAVE: Patriotismo Constitucional; Poder Constituinte; Estado Democrático de Direito.

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