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Parasitologia Teníase e Cisticercose Amanda Bezerra de Souza Martins Ana Priska Bezerra Leal Anna Clélia Resende Eduardo de Oliveira Martins Dantas Gabriela Valente Oliveira Gabriele Almeida Santos Matheus Soares Mariana de Oliveira Pereira INTRODUÇÃO Agente etiológico: Helmintos Taenia solium e Taenia saginata Filo: Platyhelmithes Classe: Cestoda Ordem : Cyclophillidea Família: Taenidae Hospedeiro intermediário: Suínos (T. solium) Bovinos (T. saginata) Hospedeiro definitivo: homem O homem pode ser hospedeiro intermediário acidental na cisticercose INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO É uma parasitose cosmopolita. A teníase e a cisticercose são duas entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie de cestoideo, em fases diferentes do seu ciclo de vida. Taenia sp são vermes grandes que apresentam cor branca leitosa e corpo achatado dorsoventralmente em forma de fita. INTRODUÇÃO Teníase Cisticercose Parasitose intestinal Taenia solium e Taenia saginata Ingestão de cisticerco Enfermidade somática Taenia solium Ingestão de ovos da T. solium T. solium e T. saginata são parasitos de ampla distribuição. Encontram-se mais frequentemente em áreas onde existe o hábito de ingerir carne de gado ou de porco. Estima-se que mais de 70 milhões de pessoas estejam infectadas por T. saginata e que até 2,5 milhões possam estar infectadas por T. solium no Mundo. EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA Na Ásia: A teníase e a cisticercose são endêmicas na Índia, na China, no Vietnã e no Nepal. Na África: Ocorre infecção em praticamente todos os países abaixo do Saara. Na Europa: Registram-se atualmente apenas casos esporádicos de teníase e cisticercose em Portugal, Espanha, Itália e Polônia. A América Latina tem sido apontada por vários autores como área de prevalência elevada de neurocistircercose. Colômbia, Brasil, México, Peru, Honduras, Equador, Guatemala, Bolívia e Venezuela. No Brasil tem sido cada vez mais diagnosticada principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Com baixa ocorrência nas regiões Norte e Nordeste. O Ministério da Saúde registrou um total de 937 óbitos por cisticercose no período de 1980 a 1989. Até o momento não existem dados disponíveis para que se possa definir a letalidade do agravo. Nas comunidades judaicas a prevalência é muito baixa. EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA Ausência completa de aparelho digestivo e sistema circulatório. Sistema reprodutor hermafrodita. Presença de ventosas e escólex. Habitam o terço médio do intestino delgado do homem. Podem sobreviver por até 30 anos FORMAS MORFOLÓGICAS O verme adulto é grande, achatado, tem forma de fita e coloração branca. T. solium possui habitualmente de um a quatro metros de comprimento (podendo alcançar 09 metros) T. saginata pode medir de quatro a dez metros (já foram encontradas espécimes com até 25 metros). Ambas apresentam um escólex que mede cerca de um milímetro, com quatro ventosas salientes. FORMAS MORFOLÓGICAS O estróbilo possui centenas de proglotes e é ligado ao escólex por um colo. As proglotes jovens são mais largas do que compridas, enquanto as maduras têm comprimento similar à largura. Os ovos são liberados pela ruptura das proglotes grávidas e são eliminados nas fezes. FORMAS MORFOLÓGICAS Os ovos das duas espécies são indistinguíveis à microscopia comum possuem forma esférica e oncosferas ou embrião hexacanto. Os ovos resistem por até um ano em ambiente com alta umidade. As formas larvárias são estruturas vesiculares, transparentes, de tamanho variável, com líquido em seu interior. FORMAS MORFOLÓGICAS FORMAS MORFOLÓGICAS Taenia solium Taenia saginata Ovo 4 ventosas Rostro ou rostelo Pequenos ganchos ou acúleos 4 ventosas Não possui pequenos ganchos ou acúleos Esféricos Morfologicamente indistinguíveis Mede cerca de 30 micrômetros Embrióforo (casca protetora) Contém o embrião FORMAS MORFOLÓGICAS Ovo Oncosfera Cisticerco Embrião maduro Contém seis acúleos (hexacanto) Constituído de vesícula translúcida Contém um escólex com 4 ventosas, rostelo e colo (T. solium) A T. saginata difere-se pela ausência do rostelo Ganchos Escólex Ventosas Colo Estróbilo Contém as proglotes Proglotes jovens Proglotes maduras Proglotes grávidas FORMAS MORFOLÓGICAS FORMAS MORFOLÓGICAS FORMAS MORFOLÓGICAS CICLO BIOLÓGICO Teníase Parasito Heteroxênico. O homem é capaz de eliminar mais de 500.000 ovos diariamente, contaminando o solo, as pastagens e as coleções d’água. Os hospedeiros intermediários se infectam ingerindo ovos do helminto. CICLO BIOLÓGICO Teníase CICLO BIOLÓGICO Teníase e Cisticercose TRANSMISSÃO Transmissão da Teníase: Ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cisticercos de T. solium ou T. saginata. Transmissão da Cisticercose: Ingestão acidental de ovos viáveis de T. solium. AUTOINFECÇÃO EXTERNA: Ocorre quando o próprio portador da T. solium elimina as proglotes e ovos de sua própria tênia levando-os à boca pelas mãos contaminadas ou coprofagia. AUTOINFECÇÃO INTERNA: Pode ocorrer durante vômitos ou movimentos retroperistálticos do intestino, possibilitando presença de proglotes grávidas ou ovos de T. solium no estômago. TRANSMISSÃO Cisticercose HETEROINFECÇÃO: Quando os humanos ingerem alimentos ou água contaminados com os ovos da T. solium disseminados no ambiente através das dejeções de outro paciente. Os ovos de T. saginata não são infectantes para o homem TRANSMISSÃO Cisticercose A resposta imunológica celular de pacientes portadores de cisticercose vem sendo pesquisada, mas os estudos ainda são inconclusivos. Cerca de 50% dos pacientes respondem ao teste cutâneo com PPD (proteína purificada do Mycobacterium tuberculosis), para hipersensibilidade retardada. Aumentos significativo de linfócitos T e B têm sido observados nesses pacientes. IMUNOLOGIA Período de Incubação: Da cisticercose humana, varia de 15 dias a anos após a infecção. Na teníase, em torno de 3 meses após a ingesta da larva, o parasita adulto já é encontrado no intestino delgado humano. Assintomáticos Sintomáticos SINTOMATOLOGIA SINTOMATOLOGIA Teníase Insônia Anorexia Vômitos Fenômenos alérgicos Irritabilidade Dor epigástrica Perda de peso Diarreia ou constipação Náuseas Dores abdominais Forma Cardíaca Forma Intramedular Forma Muscular ou Subcutânea Forma Ocular Neurocisticercose SINTOMATOLOGIA Cisticercose SINTOMATOLOGIA Cisticercose SINTOMATOLOGIA Cisticercose SINTOMATOLOGIA Cisticercose SINTOMATOLOGIA Cisticercose SINTOMATOLOGIA Cérebro humano invadido por cistos de T. solium Clínico Aspectos clínicos e epidemiológicos. Laboratorial Pesquisa de proglotes e ovos de tênia nas fezes. DIAGNÓSTICO Exames de imagens Através de Raio X para evidência de cisticercos calcificados Imunológico Testes sorológicos: ELISA, IFI DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Teníase Niclosamida Praziquantel TRATAMENTO Cisticercose Praziquantel Albendazol Dexametasona Não ingerir carne crua ou insuficientemente cozida, ou ainda, proveniente de abate clandestino, sem inspeção oficial. Inspeção rigorosa da carne e fiscalização dos matadouros. Fiscalização de produtos de origem vegetal. Melhoramento do sistema dos serviços de água, esgoto ou fossa. Lavar bem as mãos, principalmente após usar o banheiro e antes das refeições. PROFILAXIA Impedir o acesso do suíno e do bovino às fezes humanas. Fazer periodicamente exames de fezes em moradores de área rurais. Tratamento em massa dos casos humanos nas populações-alvo. Instituir um serviço regular de educação em saúde, envolvendo as professoras primarias e líderes comunitários; PROFILAXIA FERREIRA, M. U. Parasitologia Contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARDI, P.M.; VITOR, R. W. A. Parasitologia Humana. São Paulo: Atheneu, 2005. GOMES, A. P.; NUNES, E. R., FELIPPE, K. C.; CARNEIRO, M. C.; SANTOS, S. S. Teníase e Cisticercose: breve revisão dos aspectos gerais. Pediatr. mod. Teresópolis, v. 44, n. 4, p. 151-156, 2008. Portal do Ministério da Saúde. Referências Bibliográficas Estudo soroepidemiológico da cisticercose humana em um município do Estado do Piauí, Região Nordeste do Brasil Alberto Novaes Ramos Jr.; Heloísa Werneck de Macedo; Marcelo Campos Rodrigues; Regina Helena Saramago Peralta; Nicodemos Alves de Macedo; Margareth da Cunha Marques; Jair Rodrigues Alves; Arly de Negreiros Paes; José Adail Fonseca de Castro; Adauto José Gonçalves Araújo; José Mauro Peralta Nos países em desenvolvimento, são observadas frequências elevadas de parasitoses intestinais e teciduais associadas, resultando em um grande impacto em termos de morbidade e mortalidade. No Brasil, os dados disponíveis revelam que os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste são os de maior relevância para a cisticercose humana. Os estados de SP, RJ, PR, MG, ES e GO são considerados como áreas endêmicas de neurocisticercose, observando-se presença ocasional nos Estados da BA, MA, PE, CE, PB e RN. Entretanto, essa situação não reflete a realidade epidemiológica do Brasil, uma vez que no Piauí, por exemplo, o complexo teníase- cisticercose tem sido pouco investigado. INTRODUÇÃO Estudar o perfil epidemiológico da neurocisticercose na população do Município de João Costa, localizada no entorno do referido parque. Em paralelo, pretende-se determinar a prevalência das parasitoses intestinais e principalmente observar se infecções por Taenia estão presentes nessa população. OBJETIVO Área estudada O Município de João Costa está localizado na microrregião de São João do Piauí, Alto Médio Canindé (sudeste piauiense). De características predominantemente rurais, esse município apresenta uma baixa densidade populacional, com população estimada de 3.090 habitantes no ano 2003, distribuída em uma área de 1.862,9km2 e que apresenta um nível sócio-econômico-sanitário deficitário. MATERIAL E METÓDOS Avaliação epidemiológica Para a análise do contexto epidemiológico de base da área, utilizaram-se os dados obtidos no estudo sobre a doença de Chagas. Para as questões referentes a este estudo, estruturou-se um questionário para se buscarem as informações específicas referentes aos riscos associados à transmissão da teníase e da cisticercose. MATERIAL E METÓDOS Estudo sorológico Com o objetivo de se estabelecer à detecção de anticorpos IgG para cisticercose, o estudo sorológico foi estruturado em dois momentos. O primeiro momento compreendeu estudos sobre as parasitoses intestinais e sobre a doença de Chagas, realizados em cooperação com a prefeitura local e a FUMDHAM. No segundo momento, foram analisadas amostras de soro de 92 pessoas selecionadas por terem apresentado sorologia reativa pelo método ELISA no primeiro momento, de seus familiares e de pessoas que, nessa ocasião, apresentavam sintomas sugestivos de neurocisticercose (crises convulsivas, epilepsia, demência, cefaléia crônica, síncope). MATERIAL E METÓDOS Comissão ética Este trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (CEP/UFPI) pelo Parecer 13/00. MATERIAL E METÓDOS Análise estatística A construção e a análise do banco de dados foram realizadas utilizando-se o programa Epi Info, em sua versão 6.04d. Além da estatística descritiva, foram utilizados o coeficiente de Yule para medir os diferentes graus de associação observados e o teste do qui-quadrado, considerando- se um nível de significância estatística de 5% em ambos os testes. MATERIAL E METÓDOS Os resultados do estudo indicam o caráter endêmico da cisticercose na área, além da elevada frequência de protozooses intestinais. RESULTADOS Esses resultados são o reflexo das condições observadas no município estudado geradas pela forma de ocupação e organização social do espaço ao longo de mais de três séculos de história. DISCUSSÃO