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FATOS JURÍDICOS

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1. DOS FATOS JURÍDICOS
1.1 Conceito 
Fato é qualquer acontecimento, e um acontecimento simples pode se tornar um fato jurídico.
Exemplo 1: Andar de carro (fato simples). Bater o carro no carro de outra pessoa enquanto dirige (fato jurídico).
Fato jurídico é todo acontecimento, natural ou humano, que determina a ocorrência de efeitos que dão origem, modificação, conservação e extinção de direitos. 
Explicação do exemplo 1: O fato simples se tornou jurídico porque no momento em que houve a batida, deu origem ao direito de outrem.
1.2 Fato Jurídico em Sentido Amplo
> Direito Objetivo: norma 
> Direito Subjetivo: norma + fato jurídico (é a aplicação da norma; é o direito individualizado de cada um)
O fato jurídico é o elemento capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir relações jurídicas dos Direitos Subjetivos.
♥ Aquisição (art. 74, CC): além do disposto no art. 74, a título de complementação, é importante distinguir os direitos futuros (norma do art. 74), em relação à expectativa de direito, direito eventual e direito condicional. 
Da expectativa: é a possibilidade de aquisição de um direito (o fato jurídico pode ou não ocorrer). Exemplo: está tramitando um projeto de lei que aumente a licença gestação, mas este pode ou não ser aprovado, no entanto, mulheres que estavam grávidas têm a expectativa de um direito que talvez não aconteça. Ou seja, é uma mera expectativa.
Do eventual e condicional: depende de uma condição ou termo para aquisição (o fato jurídico pode ou não ocorrer). Exemplo: Vicente irá doar seu carro para Lorenzo somente após ele se formar na faculdade, mas, se Lorenzo nunca se formar, nunca terá o carro de Vicente.
Formas de analisar as aquisições de direito:
Originária ou Derivada: tinha ou não titular anterior.
Gratuita ou Onerosa: de acordo com a existência ou não de uma contraprestação para a aquisição de direito. A onerosa, que é a forma por contraprestação, não necessariamente precisa ser paga em dinheiro, pode ser feita de outro modo. Exemplo: eu vendo/troco meu livro por outro livro. Vendo/troco meu carro por outro carro.
A título Universal ou Singular: se o adquirente substitui o sucedido na totalidade (ou em quota-parte) de seus direitos ou apenas de uma ou algumas coisas determinadas. Exemplo: Universal = inventário. Singular = doação.
Simples ou Complexo: sem ou com necessidade do preenchimento de diversos requisitos. Exemplo: Usucapião.
Inter vivos ou Mortis Causa: entre pessoas vivas ou em razão da morte de alguém.
♥ Da conservação de Direitos: são destinados ao resguardo (defesa) de direitos, caso estes sejam ameaçados por quem quer que seja. Essas medidas podem ser sistematizadas da seguinte forma:
Atos de conservação: atos praticados pelo titular do direito para evitar o perecimento, turbação ou esbulho de seu direito. Exemplo: medidas de ações cautelares.
Atos de defesa do direito lesado: tendo ocorrido a violação do direito, no exercício do Direito Constitucional (art. 5º, XXXV, CF/88), é a medida adequada para a conservação do direito.
Atos de defesa preventiva: antes mesmo da violação (mas diante de sua ameaça evidente) é possível o ajuizamento de procedimentos próprios para uma defesa preventiva.
Autotutela: ocorrida a violação, a ordem jurídica sempre admite, sempre excepcionalmente, a pratica de atos de autotutela. Exemplo: desforço incontinente, no direito civil, ou a greve, no direito do trabalho.
♥ Da modificação dos Direitos: existem dois tipos, o objetivo e o subjetivo.
Modificação Objetiva: relativa ao conteúdo ou objeto.
	Quantitativa
	Qualitativa
	Ex: quitação de parcelas
	Ex: troca do pagamento em dinheiro por outro objeto ou serviço.
Modificação Subjetiva: relativa aos titulares/sujeitos.
	Substituição dos Sujeitos
	Multiplicação
	Concentração
	Desdobramento
	Ex: compra e venda
	Ex: casamento; sociedade
	Ex: compra das cotas de um sócio (uma propriedade com 2 donos, 1 falece a posse dessa passa para o outro)
	Ex: outorga de uma procuração (um direito meu que eu deixo outra pessoa exercer por meio de autorização)
♥ Da extinção dos direitos: os direitos podem extinguir-se de diversas maneiras, como por exemplo:
Perecimento do objeto (anel que cai no mar)
Alienação (transferir o objeto de um patrimônio para outro, perdendo do direito para um antigo titular)
Renúncia (desistência de ser titular de um direito, salvo algumas proibições legais, insuscetíveis de renúncia são os direitos públicos, como os de família, e os da personalidade, como vida, honra, liberdade)
Abandono (intenção do titular de se desfazer da coisa, porque não quer mais continuar sendo seu dono)
Falecimento do titular
Decadência (atinge o próprio direito protestativo)
Abolição de um instituto jurídico (como aconteceu com a abolição da escravatura)
Confusão (se em uma só pessoa se reúnem as qualidades de credor e devedor)
Escoamento de prazo (se a relação jurídica for constituída a termo)
Etc. 
1.3 Fato Jurídico em Sentido Estrito
O fato jurídico em sentido estrito está vinculado aos fatos naturais, isso quer dizer que decorrem da natureza. 
Existem os fatos naturais ordinários e extraordinários:
	Ordinários
	Extraordinários
	Acontecimento produzido pela natureza de forma esperada.
	Acontecimento produzido pela natureza de forma inesperada.
	Ex: nascimento; morte; decurso do tempo, etc.
	Ex: terremoto; enchente; raios, etc.
	
	Obs: pode ser um fato natural simples ou jurídico, ou seja, o simples pode se tornar jurídico. Ex: um raio que cai em uma propriedade e pega fogo, logo, tornar-se-á um fato natural jurídico.
1.3.1 Ato/Fato Humano
É o que decorre da vontade humana. Existem os fatos lícitos e os ilícitos.
	Lícitos
	Ilícitos
	É o praticado em concordância com o ordenamento jurídico. 
	É o que viola o ordenamento jurídico, pois gera dano. (art. 186, CC)
♥ Ato/Fato Humano em sentido estrito: objetiva a realização da vontade do agente. Não é possível a negociação, pois no ordenamento jurídico já existem leis versando sobre tais conteúdos, ou seja, já é fixado na lei. Já possui efeitos na lei. Exemplo: reconhecimento de paternidade, fixação de domicílio, quitação, etc.
2. NEGÓCIO JURÍDICO
2.1 Conceito
É uma manifestação de vontade destinada a produzir efeitos jurídicos, ou seja, um ato de vontade dirigido a fins práticos tutelados pelo ordenamento jurídico. Emitida em obediência aos seus pressupostos de existência, validade e eficácia, com o propósito de produzir efeitos admitidos pelo ordenamento jurídico pretendidos pelo agente.
Quando algo pode ser negociado o indivíduo poderá decidir como quer negociar esse determinado negócio. Exemplo: Contratos (art. 185, CC).
OBS: negócio jurídico é uma declaração de vontade que NÃO PODE estar em desacordo com o ordenamento jurídico.
OBS: para o negócio jurídico ser válido ele primeiro precisa ser existente, para então ver se é válido ou não.
2.2 Alicerces
Autonomia da vontade/Autonomia privada: os sujeitos de direito podem autorregular, nos limites legais, seus interesses particulares.
Livre iniciativa
Princípios Constitucionais: 
Dignidade da pessoa humana
Boa-fé
Equilíbrio econômico
Solidarismo social (sobre não poder fazer qualquer coisa, mesmo no seu próprio terreno, por vários motivos, seja por vizinhança, saúde pública, questões ambientais, etc.) 
2.3 Classificações
Quanto ao número de declarantes:
Unilateral (quando ocorre apenas uma manifestação de vontade. Ex: testamento, renúncia)
Bilateral (quando ocorre manifestação de vontade de duas partes, formadas em consenso. Ex: contrato de compra e venda, locação, prestação de serviços)
Plurilateral (quando se conjugam, no mínimo, duas vontades, admitindo-se número superior, porém todas destinadas com o mesmo fim. Ex: contrato de sociedade)
Quanto ao exercício de direitos:
Negócios de disposição (doação, venda)
Negócios de administração (comodato)
Quanto às vantagens patrimoniais:
Gratuitos (doação)
Onerosos (compra e venda, empreitada,ou até mesmo troca de bens)
Neutros (instituição de bem de família, e é neutro porque ele não é para efeitos de pecuniário)
Bifrontes (ideia de duas frentes, são contratos que podem ser cobrados ou não, como por exemplo, o contrato de depósito)
Quanto à forma:
Formais ou solenes (compra e venda de imóvel acima de 30 salários mínimos, casamento)
Não formais ou de forma livre (compra e venda, doação de bem móvel)
Quanto ao momento de produção do efeito:
Inter Vivos (produz efeitos desde logo. Compra e venda, prestação de serviços)
Mortis Causa (testamento. O testamento não pode ser reivindicado)
Quanto à existência
Principais – existentes por si mesmos (compra e venda, mútuo)
Acessórios – cuja existência pressupõe a do principal (só existem se houver um principal. Exemplo: penhor, fiança.... Quando um contrato é encerrado, o contrato anexo é encerrado simultaneamente, pois ele depende do contrato principal)
Quanto ao conteúdo
Patrimoniais – relacionados com bens ou direitos aferíveis pecuniariamente (prestação de serviços, locação)
Extrapatrimoniais – referentes a direitos sem conteúdo econômico (acordo sobre a guarda e visita de filhos)
Quanto à eficácia
Constitutivos (efeitos ex nunc – dali pra frente) – compra e venda
Declaratórios (efeitos ex tunc – efeitos retroativos, voltam no tempo) – partilha de bens
2.4 Interpretação do Negócio Jurídico
A manifestação de vontade é seu elemento mais importante, muito mais, inclusive, do que a forma com que se materializou. “Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. 
Declaratório (expressar a intenção dos interessados)
Integrativa (preencher lacunas contidas no negócio, por meio de normas supletivas, costumes, etc.)
Constitutiva (reconstruir o ato negocial com o intuito de salvá-lo)
3. PLANO DE EXISTÊNCIA
Como o Negócio Jurídico não surge do nada, para que seja considerado como tal, deve atender a certos requisitos mínimos, regulados pelo sistema normativo do Novo Código Civil. Assim, nenhum Negócio Jurídico existirá ante a ausência de algum dos elementos (pressupostos de validade do negócio jurídico) constitutivos essenciais, quais sejam:
	1º Declaração de vontade
	Livre e de boa-fé
	2º Agente emissor da vontade
	Capaz (art. 104, CC)
	3º Objeto
	Lícito (art. 104, II, CC)
	4º Forma
	art. 104, III, CC
Detalhes de cada elemento:
	1º
	A declaração da vontade não pode estar impregnada de malícia, deve ser livre e de boa-fé. Poderá ser expressa (através da palavra escrita ou falada, gestos ou sinais), ou tácita (aquela que resulta de um comportamento do agente)
	2º
	O agente emissor da vontade deve ser capaz e legitimado para o negócio. Na ausência de capacidade plena para conferir validade ao negócio celebrado, deverá o agente ser devidamente representado ou assistido. A participação do agente (pessoa física ou jurídica) é indispensável para a configuração existencial do negócio jurídico.
	3º
	Referir-se à licitude do objeto significa dizer que seu conteúdo é lícito, não contrário aos bons costumes, à ordem pública, à boa-fé e à função social ou econômica de um instituto.
	4º
	A forma é o meio pelo qual a declaração de vontade se exterioriza, ou, em outras palavras, o tipo de manifestação através do qual a vontade chega ao mundo exterior (forma escrita, oral, silêncio, sinais, etc.). Mas não há que se confundir a FORMA (elemento existencial do negócio) com a FORMA LEGALMENTE PRESCRITA. A inobservância da forma legalmente prescrita atinge o plano de validade, e não o de existência.
No Plano da Existência não se avalia a invalidade ou eficácia desse fato jurídico, só se cogita a presença dos fatores existenciais mínimos.
Para a ordem jurídica o fato pode ser indiferente ou relevante. Com efeito, é no plano da existência que é realizado o estudo para se aferir se o fato possui relevância para o Direito.
Nessa ordem de ideias, o fato adquire existência jurídica quando possuir todos os elementos de existência. Portanto, possuindo os elementos de existência jurídica, o fato passará a ter relevância para o Direito.
Frise-se, ter relevância jurídica é ter existência jurídica. Uma vez que, e somente quando, o fato possui existência jurídica é que podemos passar para a análise jurídica deles nos planos da validade e da eficácia.
3.1 Plano de validade
Os atos jurídicos determinam a aquisição, modificação ou extinção de direitos. Para que, porém, produzam efeitos, é indispensável que reúnam certo número de requisitos que costumamos apresentar como os de sua validade. Se o ato possui tais requisitos, é válido e dele decorre a aquisição, modificação e extinção de direitos previstas pelo agente. Se, porém, falta-lhe um desses requisitos, o ato é inválido, não produz o efeito jurídico em questão e é nulo.
Requisitos do plano de validade:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz (para efetuar uma declaração de vontade, a capacidade do agente (no momento do ato) é indispensável para a sua participação válida na seara jurídica. Se absolutamente incapaz tem que ser representado pelos pais, tutores ou curadores; se relativamente incapaz tem que ser assistido pela pessoa que a lei determinar. Deficiente não interditado pode declarar sua vontade mediante decisão apoiada.
Negócio jurídico realizado por absolutamente incapaz é NULO (art. 166, I, CC) e realizado por relativamente incapaz é ANULÁVEL (art. 171, I, CC)
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável (se não houver essas características o negócio jurídico será NULO (art. 166, II, CC)
III – forma prescrita ou não defesa em lei (regra: forma livre (consensualismo). Exceção: formalismo.)

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