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PLANO DE SEGURANÇA DA ÁGUA - BARREIRAS DE PROTEÇÃO EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NOELSON DÓRIA DE AQUINO POLYANNA DUARTE DE CARVALHO RAIMUNDO BEZERRA NETO Breve Histórico do Controle de Qualidade Até meados do século XIX – Características organolépticas; Em 1958 – Primeira Publicação da OMS (Norma/Parâmetros), Preocupação com a Qualidade da Água Fornecida; Portaria 56/Bsb,1977; GM/36,1990; 1469/00 MS e 518/04 MS – Recomendação para criação de Plano de Segurança; Portaria 2914/11 MS – Manter avaliação sistemática do SAA, conforme os princípios dos Planos de Segurança da Água (PSA) recomendados pela MS ou definidos em diretrizes vigentes no País. Art. 13º. Compete ao responsável pelo sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano: IV - manter avaliação sistemática do sistema ou solução alternativa coletiva de abastecimento de água, sob a perspectiva dos riscos à saúde, com base nos seguintes critérios: (...) e) na qualidade da água distribuída, conforme os princípios dos Planos de Segurança da Água (PSA) recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ou definidos em diretrizes vigentes no País; PORTARIA MS 2914/11 Qualidade da água para consumo humano “Água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido nesta Portaria e que não ofereça riscos à saúde”. ( Portaria 2914/2011 ) ÁGUA POTÁVEL ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO “Água potável destinada a ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem”. (Portaria 2914/2011) (P Fonte: Boas Práticas MS Fonte: Boas Práticas MS O controle da qualidade da água baseado única e exclusivamente em análises laboratoriais de amostras da água, ainda que freqüente, e embora indispensável, não constitui garantia absoluta de potabilidade. Controle Laboratorial Rafael Bastos 24 h Fonte: Rafael Bastos Limites do controle laboratorial O recurso a ferramentas de avaliação e gerenciamento de riscos, aplicadas de forma abrangente e integradas, desde a captação até o consumo, constitui a forma mais efetiva de garantir a segurança da qualidade da água para consumo humano (WHO, 2004) proteção do manancial de abastecimento e bacia contribuinte atenção ao histórico das características da água visão sistêmica: manancial ↔ tratamento ↔ reservação ↔ distribuição ↔ consumo; adoção de boas práticas em todas as partes constituintes, inclusive etapas dos processos, do sistema de produção e abastecimento de água avaliação sistemática vulnerabilidade do abastecimento Segurança da água O que é um Plano de Segurança da Água? “Documento que identifica e prioriza riscos plausíveis num sistema de abastecimento (...), estabelece medidas de controle para os reduzir ou eliminar e estabelece processos para verificar a eficiência da gestão dos sistemas de controle e qualidade de água produzida” Fonte: VIEIRA, José Manuel Pereira – Planos de Segurança em sistemas públicos de abastecimento de água Plano de Segurança da água OBJETIVO GERAL DO PSA O PSA é um instrumento com abordagem preventiva, aplicável a sistemas de pequeno e grande porte, com o objetivo de garantir a segurança da água para consumo humano. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO PSA BENEFÍCIOS DO PSA Identificar perigos e riscos, oportunamente; •Otimizar investimentos; • Reduzir custos de tratamento; •Melhoria de desempenho e resposta mais rápida em caso de incidentes; •Garantir a qualidade da água, atendendo ao padrão de potabilidade estabelecido pela legislação vigente; •Garantir maior segurança e confiabilidade, por parte dos consumidores, diminuindo as reclamações; e •Melhorar a atuação intersetorial. PRINCÍPIOS A abordagem do PSA baseia-se em muitos dos princípios e conceitos de outras abordagens de gerenciamento de risco, em especial nos Princípios de Múltiplas Barreiras; nas Boas Práticas; na Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle (APPCC); e na Análise de Risco. Múltiplas barreiras Boas práticas Avaliação / gerenciamento de riscos Boas Práticas Operacionais Conjunto de procedimentos aplicados aos sistemas de abastecimento, desde sua concepção, planejamento ou projeto, até, e sobretudo, às rotinas operacionais. Minimização de riscos à saúde humana associados ao consumo de água ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE (APPCC) Análise de Risco (Conceitos) Enfoque sistemático para identificar perigos e estimar os riscos que podem afetar a inocuidade da água, a fim de estabelecer as medidas para controlá-los. (WHO, 1988) PERIGO Característica intrínseca de uma substância ou de uma situação que pode vir a causar efeitos adversos à saúde Ex.: Presença de microrganismos patogênicos Análise de Risco (Conceitos) EVENTO PERIGOSO Evento que pode trazer riscos à uma população. (Ex. lixiviação de material fecal). Análise de Risco (Conceitos) RISCO Previsão de eventos em saúde em uma população exposta a fatores de risco (perigos) Probabilidade de um evento ocorrer (medida numérica) Exposição efeito (doença) Análise de Risco (Conceitos) Exemplo: Uma água para consumo humano que contenha agentes patogênicos seria um perigo, enquanto que seu fornecimento à população traz um risco, que pode ser quantificado e expresso em termos de probabilidade Perigo/Risco Probabilidade de Ocorrência Descrição Peso Quase certa Espera-se que ocorra 1 vez por dia 5 Muito provável Espera-se que ocorra 1 vez por semana 4 Provável Espera-se que ocorra 1 vez por mês 3 Pouco provável Pode ocorrer 1 vez por ano 2 Raro Pode ocorrer em situações excepcionais 1 Escala de Probabilidade de Ocorrência Adaptado de WHO, 2004 Priorização de riscos Escala de Severidade das Conseqüências Adaptado de WHO, 2004 Severidade das Conseqüências Descrição Peso Catastrófica Letal para parte significativa da população (>10%) 5 Grande Letal para uma pequena parte da população (< 10%) 4 Moderada Nocivo para parte significativa da população (>10%) 3 Pequena Nocivo para uma pequena parte da população (< 10%) 2 Insignificante Sem qualquer impacto detectável 1 Priorização de riscos Matriz de Classificação de Riscos Fonte: VIEIRA, José Manuel Pereira – Planos de Segurança em sistemas públicos de abastecimento de água Probabilidade de Ocorrência Severidade de Conseqüências Insignificante Peso 1 Pequena Peso 2 Moderada Peso 3 Grande Peso 4 Catastrófica Peso 5 Quase certa 5 10 15 20 25 Muito provável 4 8 12 16 20 Provável 3 6 9 12 15 Pouco provável 2 4 6 8 10 Raro 1 2 3 4 5 Extremo Elevado Moderado Baixo Priorização de riscos Priorização de riscos Muito Alto > 32: risco extremo e não-tolerável, necessita controle imediato; Alto 16 a 24: risco alto e não-tolerável, necessita controle; Médio 8 a 12: risco moderado; Baixo < 8: risco baixo, tolerável, sendo controlável por meio de procedimentos de rotina, não constituindo prioridade. COMO DEFINIR UM PONTO CRÍTICO DE CONTROLE ? Árvore de decisão para definição de PCC. Análise de Risco (Conceitos) Identificação de um PCC Desenvolvendo o Plano de Segurança da Água. ETAPAS PRELIMINARES Constituição da equipe ETAPA 2 Monitoramento operacional ETAPA 3 Planos de gestão Descrição e avaliação do SAA Construção e validação do diagrama de fluxo Identificação e análise de perigos potenciais e caracterização de riscos Identificação e avaliação de Medidas de Controle Identificação dos PCC Estabelecimento dos Limites críticos Estabelecimento de procedimento de monitoramento Estabelecimento de ações corretivas Estabelecimento de procedimentos de rotina e de emergência Validação e verificação do PSA Planejamento de atividades ETAPA 1 Avaliação do Sistema Levantamento das informações PSA- Etapas preliminares Coordenador responsável pela condução do projeto e aplicação: Equipe com conhecimento do sistema e capacidade de previsão de perigos: Equipe responsável pelas análises da qualidade da água Pessoas diretamente envolvidas na operação diária: Constituição da equipe Etapas preliminares Planejamento das Atividades Levantamento das Informações Constituição de Equipe Técnica ETAPA 1: AVALIAÇÃO DO SISTEMA Descrição e avaliação do SAA Construção e validação do diagrama de fluxo Identificação e análise de perigos potenciais e caracterização de riscos Identificação e avaliação de Medidas de Controle Identificação dos PCC ETAPA 1 Avaliação do Sistema ETAPA 1: AVALIAÇÃO DO SISTEMA A avaliação do sistema deve partir do diagnóstico detalhado, desde o manancial até o ponto de consumo, e tem por objetivo verificar se o sistema pode garantir o tratamento e o fornecimento de água, de acordo com metas de saúde pré-estabelecidas. ETAPA 1: AVALIAÇÃO DO SISTEMA • Descrição do sistema de abastecimento de água - Descrição e a análise simples da bacia hidrográfica do manancial de captação; - Descrição e análise das etapas da estação de tratamento de água e do sistema de distribuição. • Construção e Validação do Diagrama de Fluxo A finalidade da elaboração do diagrama de fluxo do sistema de abastecimento de água para consumo humano é fornecer uma sequência de todas as etapas envolvidas no processo, da captação de água até o consumidor. O diagrama deverá incluir todos os elementos da infraestrutura, possibilitando a identificação de perigos e pontos de controle relacionados a todo o processo de produção de água potável. ETAPA 1: AVALIAÇÃO DO SISTEMA Recomenda-se que a equipe técnica de elaboração e implantação do PSA verifique, por meio de visita em campo, se todas as informações contidas no diagrama de fluxo estão corretas e, quando necessário, deve-se ajustá-lo de forma a refletir a situação real do sistema de abastecimento de água. ETAPA 1: AVALIAÇÃO DO SISTEMA ETAPA 1: AVALIAÇÃO DO SISTEMA Ponto de intervenção com alteração da qualidade da água. Ponto de monitoramento com alteração da qualidade da água. Ponto de inspeção. RD – rede de Distribuição ETA – Estação de Tratamento de Água Etapas preliminares Construção do diagrama de fluxo para avaliação de risco: todas as etapas e possibilidades devem ser abordadas Bacia de captação Captação Tanque Torneira consumidor Tratamento Rede distribuição Lançamento de esgotos sanitários atividades agropecuárias animais silvestres - algas Efetividade do tratamento Etapas do tratamento Recontaminação Uso de diferentes fontes Reservatórios desprotegidos Biofilmes recontaminação - Recontaminação Adaptado de Stevens et al. (1995) Rafael Bastos, PSA. Etapas preliminares A AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DEVE SER REVISTA PERIODICAMENTE! ETAPA 1: AVALIAÇÃO DO SISTEMA ETAPA 1: AVALIAÇÃO DO SISTEMA • Identificação e análise de perigos potenciais e caracterização dos riscos Uma vez identificados os possíveis eventos perigosos e os perigos, deve-se analisá-los em função do seu grau de risco, caracterizando-os e priorizando-os com o emprego das técnicas Matriz de Priorização de Risco e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). ETAPA 2 Monitoramento operacional Estabelecimento dos Limites críticos Estabelecimento de procedimento de monitoramento Estabelecimento de ações corretivas ETAPA 2: MONITORAMENTO OPERACIONAL ETAPA 2: MONITORAMENTO OPERACIONAL Para o desenvolvimento do monitoramento operacional deve-se: • Determinar medidas de controle dos sistemas de abastecimento de água; • Selecionar parâmetros de monitoramento; • Estabelecer limites críticos; e • Estabelecer ações corretivas. ETAPA 2: MONITORAMENTO OPERACIONAL O monitoramento operacional tem por objetivo controlar os riscos e garantir que as metas de saúde sejam atendidas. Assim, a cada perigo priorizado nas diversas etapas do sistema, além das medidas de controle, deve ser verificada a necessidade de se associar programas de avaliação, de forma a verificar se estão atendidos os limites críticos, ou se tais medidas mantêm-se eficazes na eliminação dos perigos ou minimização dos riscos (WHO, 2011). ETAPA 3: PLANOS DE GESTÃO ETAPA 3 Planos de gestão Estabelecimento de procedimentos de rotina e de emergência Validação e verificação do PSA ETAPA 3: PLANOS DE GESTÃO ETAPA 3: PLANOS DE GESTÃO Os planos de gestão devem prever a verificação periódica do PSA e de sua eficácia, além de estratégias de comunicação de risco à saúde, incluindo-se os procedimentos para alerta em situações de emergência e informação às autoridades de saúde pública, conforme o Decreto nº 5.440/2005 . ETAPA 3: PLANOS DE GESTÃO Os planos de contingência incluem as seguintes etapas: 1. Aspectos Gerais Objetivos e abrangência do plano de contingência; Informações sobre o SAA; Identificação dos recursos humanos para a tomada de decisões; Avaliação da vulnerabilidade a qual o SAA está sujeitos. ETAPA 3: PLANOS DE GESTÃO Contingência 2. Planos de Ação Em função dos principais tipos de emergências ou desastres e da análise de vulnerabilidade, elabora-se o plano de ação, que deverá ser descritivo, ilustrado e com diagrama de fluxo operacional indicando todos os envolvidos e suas respectivas responsabilidades. ETAPA 3: PLANOS DE GESTÃO Contigência 3. Fluxo das execuções para o acompanhamento e avaliação do plano de ação São necessários instrumentos de comunicação eficazes e treinamento dos funcionários para a realização de procedimentos de resposta, com vistas a garantir o gerenciamento dos desastres ou emergências eficazmente. Deve-se estabelecer documentos e protocolos próprios de comunicação para o Plano de Gestão. A metodologia a aplicar deve ser apropriada à dimensão e complexidade do sistema de abastecimento de água. No caso específico de sistemas simples, pode ser aconselhável uma abordagem mais genérica. O PSA deve abranger todos os aspectos relacionados com o controle das origens, tratamento e distribuição da àgua, competindo a responsabilidade da sua aplicação à entidade gestora do sistema. Para garantir o êxito na aplicação de um PSA deve assegurar-se que a entidade gestora do sistema de abastecimento de àgua dispõe de condições operacionais e de recursos humanos adequados a uma efetiva gestão de controle. CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento desta metodologia teve início com as constatações das limitações da abordagem tradicional de controle da qualidade da água para consumo humano, baseada em análises laboratoriais lentas e de alto custo.; Entende-se oportuno o envolvimento dos comitês de bacias hidrográficas nas iniciativas de discussão e implantação do PSA. FIM
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