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FRACASSO ESCOLAR

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FRACASSO ESCOLAR: O QUE É E COMO COMBATÊ-LO
Angelo Antônio Silva Melo[1: Acadêmico do Curso de Licenciatura Plena em Geografia - UESPI. Bloco 1. 2016.2E-mail: corsangelo96@hotmail.com]
Graciete Dias Ponte[2: Professora do Curso de Geografia – UESPI. Mestre em Sociologia Política pela UFSCE-mail: graciete-ponte@hotmail.com]
RESUMO
O fracasso escolar tem sido um desafio a ser enfrentado pela educação formal. Entendemos o mesmo como sendo a evasão a repetência e, num sentido mais amplo, a aprovação sem a aquisição do conhecimento científico historicamente acumulado. Os índices de fracasso escolar continuam alarmantes entre as escolas públicas brasileiras. É hoje, o assunto mais estudado e discutido por profissionais da área da pedagogia e psicopedagogia. O assunto vem em função da procura de quem vem a ser quem seriam os culpados pelo efeito do fracasso alguém que possa assumir sozinho esta situação, pela qual o país vivência no contexto escolar.
PALAVRAS-CHAVE: Fracasso escolar, evasão escolar, escola pública.
INTRODUÇÃO
“Fracasso escolar é difícil de ser definido e compreendido por se tratar de um fenômeno que não é natural, mas resultado das condições de interação entre a proposta de ensino, a assimilação do aprendizado por parte dos alunos, os modelos de ensino e de avaliação, além do contexto escolar e familiar” (Giúdice*, 2009).
A questão da evasão e repetência não é recente, mas um fenômeno presente há pelos menos seis décadas E nesse período, pouco se conseguiu fazer para alterar tal quadro que atinge uma parcela significativa dos estudantes que ingressam no sistema educacional brasileiro. 
Conceitualmente, o fracasso escolar é entendido como um desajuste produzido em algum ponto do sistema educativo, exemplos: na formação do docente, na exigência dos conteúdos, na fragmentação curricular ou, ainda, nas possibilidades oferecidas aos alunos para o aprendizado.
Há momentos em que profissionais culpam a criança, ora a família, em outros uma determinada classe social, ora todo um sistema econômico, político e social. Segundo Sales e Silva (2008), em busca de respostas, os educadores voltam ao cenário brasileiro da década de 60, cujos princípios estavam alicerçados em teorias da escola nova desenvolvidas nos EUA e Europa. Em contraste ao ensino tradicional.
Já na década de 70 a preocupação foi pela qualidade do ensino como forma de minimizar a questão do fracasso escolar. Porém na metade da década de 80, pesquisas atribuíam aos professores a responsabilidade pelo insucesso dos educandos. Mas será que existe um culpado para a não-aprendizagem? 
“A culpa, o considerar-se culpado, em geral, está no nível imaginário” (FERNANDEZ, 1994)
Podemos dizer que ao redor do contexto escolar, varias são as forças que circulam ao redor de uma influência sobre os alunos e professores. Forças estas que encontramos no convívio das pessoas em meio a sociedade, o contato particular de cada um, com sua rede social.
Para Meira (2002); Sales e Silva (2008); Costa (2009) os exemplos de forças influenciadoras são: Pais que não ligam para o desenvolvimento do ensino para com seus filhos;< Crianças com má estruturação familiar; Crianças que trabalham para auxiliar nas despesas de casa; Professores com má formação; Escolas com estrutura precária, para o desenvolvimento do ensino; Dificuldade de relacionamento com o corpo da direção de escolas (entre professor, psicopedagogos e direção).
Costa ainda menciona que outro fator que contribui com o fracasso escolar, é a iniciação sexual dos adolescentes/jovens. Que cada vez estão iniciando mais cedo sua vida sexual e acabam se tornando pais e mães muito jovens, sem uma boa orientação. O que acabam tendo que assumir responsabilidades de pessoas adultas antes do tempo.
Ainda existem aqueles que se prostituem para ganhar dinheiro de forma fácil, iludidos com a promessa uma vida melhor que nunca chega, e por estes motivos acabam abandonando a escola.
A família, por sua vez, é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são os primeiros ensinantes e as “atitudes destes frente às emergências de autoria do aprendente, se repetidas constantemente, irão determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos” (FERNÁNDEZ, 2001 citado por MEIRA, 2008).
Entendemos que uma boa formação dos professores é indispensável na educação para melhorar o rendimento na aprendizagem; Para buscar uma eficiência maior em relação à informação a ser passada; Possibilitando uma maior compreensão dos jovens com determinados assuntos. Sendo que a aprendizagem é um processo ligado, ou seja, que se dá na ligação entre quem ensina e quem aprendente.
APRENDIZAGEM X FRACASSO ESCOLAR
Ao falarmos de fracasso escolar, além de tentarmos analisar os fatores que contribuem para seu surgimento, é necessário conceituar aquilo que vem a ser seu oposto: a aprendizagem.
Já foi mencionado que a aprendizagem é um processo vincular, ocorrendo portanto entre subjetividades. Para aprender, o ser humano coloca em jogo seu organismo herdado, seu corpo e sua inteligência construídos em interação e a dimensão inconsciente (MEIRA, 2008).
O aprender passa pela observação do objeto, pela ação sobre ele e pelo desejo. O conhecimento é o resultado de uma construção do sujeito na interação com os objetos (PIAGET).
E o saber é a apropriação desses conhecimentos pelo sujeito de forma particular, própria dele, pois implica no inconsciente do mesmo.
A partir disso, podemos definir aprendizagem como uma construção singular que o sujeito vai fazendo a partir de sua interação com o meio e com os objetos. E assim ele vai transformando as informações em conhecimento, deixando sua marca como autor e vivenciando a alegria que acompanha a aprendizagem.
Este processo se difere bastante do fracasso escolar que pode evidenciar uma falha nesta relação vincular ensinante- aprendente. 
No fracasso escolar “a criança não tem um problema de aprendizagem, mas eu, como docente, tenho um problema de ensinagem com ele” (FERNANDEZ*, 1994 citado por Meira, 2008).
Para Meira (2002); A sociedade busca cada vez mais o êxito profissional, a competência a qualquer custo e a escola também segue esta concepção. Podendo aqueles que não conseguem responder às exigências da instituição sofrer com um problema de aprendizagem. A busca incansável e imediata pela perfeição leva à rotulação daqueles que não se encaixam nos parâmetros impostos.
Segundo Sales e Silva (2008), as atividades que podem serem desenvolvidas em sala de aula em busca de melhores resultados são: atividades abertas e diversificadas através de pesquisas, registros escritos, falados e debatidos. Onde estas atividades possibilitem os jovens poder desenvolver um melhor raciocínio e um conhecimento dentro de um contexto, que possivelmente ele venha á se deparar em sua vida.
INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
A atuação do psicopedagogo deve buscar o que significa o aprender para esse sujeito e sua família, tentando descobrir a função do não aprender.
Segundo Fernández (2001 citado por Meira, 2008), uma visão clínica que se preocupa com o desenvolver do problema do fracasso escolar, está vinculado a observação feita dos psicopedagogos, em buscar fazer uma escuta particular do sujeito, possibilitando entrar causas do não-aprender e organizar metodologias que busquem facilitar uma aprendizagem e um melhor desenvolvimento escolar do aluno.
Atualmente as escolas desenvolvem projetos onde visam aproximar pais, professores, psicopedagogos e direção escolar tudo na busca de melhorar o desenvolvimento do ensino, propondo aos pais, uma maior participação do desenvolvimento imposto a seus filhos, de forma que venha a auxiliar os professores no desenvolvimento da tarefa do ensinar, procurando ter uma maior participação, com atuação mais eficaz na cobrança com seus filhos mediante as tarefas impostas pelo educando.
CONCLUSÃO
Portanto, buscar soluções para o fracasso escolar não consiste em encarar esse comportamento do aprendente como uma doença, mas em ampliar estefoco, abrindo espaço para outras variáveis que também influenciam no processo da aprendizagem. Como a instituição, o método de ensino, as relações ensinante- aprendente, os aspectos sócio-culturais, a história de vida do sujeito, entre outras (MEIRA, 2008).
Para acabar com o fracasso escolar ou ameniza-lo, deve ter um desenvolvimento de trabalho coletivo entre coordenadores, professores e os pais, reorganizar o tempo-espaço escolar, revisar as políticas públicas voltadas para a educação, desenvolver habilidades para lidar com as diferenças encontradas na escola.
REFERÊNCIAS
COSTA, Francisco. O Fracasso Escolar e as Deficiências na Formação do Professor; publicado em: http://www.webartigos.com 24/08/09, disponível em: <www.webartigos.com/articles/23750/1/O-Fracasso-Escolar-e-as-Deficiencias-na-Formacao-do-Professor/pagina1.html>
MEIRA, Michelle de Castro. Fracasso escolar: De quem é a culpa?; Publicado pela INESP- Instituto de Ensino Superior de Pesquisa/UEMG- Universidade do Estado de Minas Gerais. Junho 2002; Disponível em: <www2.funedi.edu.br/revista/revista-eletronica3/artigo12-3.htm>
SALES, A. M. B., & SILVA, T. L. da, As causas e consequências do fracasso escolar. Publicado pela Faculdade de Rolim de Moura – Farol Centro de Pós- graduação Lato Sensu. Paraná, 2008 disponível em: <sergioetatiane.blogspot.com/2009/01/as-causas-e-consequncias-do-fracasso.html>

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