Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMO: O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa realizada junto à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, descrevendo o processo de implantação do Balanced Scorecard em um órgão do setor público. A pesquisa teve por objetivo descrever como foi o processo pioneiro de implantação do Balanced Scorecard (BSC) na CAT – Coordenadoria de Ação tributária da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, responsável pela fiscalização e arrecadação dos tributos estaduais, pelo julgamento dos processos administrativos tributários e pelo gerenciamento dos sistemas relacionados à gestão fiscal – pioneira na implantação do BSC dentro da SEFAZ, em 2006 e 2007. Por meio de método exploratório baseado em revisão da literatura e entrevista com o principal responsável pela implantação do BSC concluiu- se que apesar das dificuldades encontradas na implementação (dificuldade também encontrada no setor privado (FISCHMANN, ZILBER, 1999; GOLDSZMIDT, 2003; ABREU et al., 2004; GALAS, 2004; TOSCANO, 2008), e da pouca utilização do BSC no setor público os conceitos de Kaplan e Norton tem boa aderência à realidade da gestão pública, e não apenas em organizações privadas. ABSTRACT: The article presents the results of a research carried through next to the Secretariat of the Finance of the State of São Paulo, describing the process of implantation of the Balanced Scorecard in an agency of the public sector. The research had for objective to describe as it was the pioneering process of implantation of Balanced Scorecard (BSC) in the Coordination of Activities tax of the Department of finances of the State of São Paulo, responsible for the fiscalization and collection of the state tributes, for the judgment of the administrative proceedings tributaries and for the management of the systems related to the fiscal management - pioneering in the implantation of the BSC inside of the SEFAZ, in 2006 and 2007. By means of method exploration based in revision of literature and main interview with the responsible one for the implantation of the BSC one concluded that although the difficulties found in the implementation (difficulty also found in private sector (FISCHMANN, ZILBER, 1999; GOLDSZMIDT, 2003; ABREU et al., 2004; GALAS, 2004; TOSCANO, 2008) and of the little use of the BSC in the public sector the concepts of Kaplan and Norton have good tack to the reality of the public administration, and not only in private organizations. APLICAÇÃO DO BALANCED SCORECARD NA GESTÃO PÚBLICA Publicação Anhanguera Educacional Ltda. Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Correspondência Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas - SARE rc.ipade@anhanguera.com v.16 • n.24 • 2012 • p.221-234 Leandro Nobeschi, Antonio Inacio Siqueira, Leonardo Fabris Lugoboni - Centro Universitário Anhanguera de Santo André REVISTA DE CIÊNCIAS GERENCIAIS PALAVRAS-CHAVE: Planejamento Estratégico; Balanced Scorecard; Administração Pública. KEYWORDS: Strategical planning; Balanced Scorecard; Public administration. Artigo Original Recebido em: 31/10/2011 Avaliado em: 11/05/2012 Publicado em: 05/05/2014 O caso da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo 222 Revista de Ciências Gerenciais 1. INTRODUÇÃO Dois importantes fatores contribuem para criar ambientes hipercompetitivos entre as organizações são a globalização da economia e as rápidas mudanças tecnológicas. Entende- se por mercado globalizado, a situação na qual bens, serviços, pessoas, habilidades e idéias cruzam livremente as fronteiras geográficas. E por mudanças tecnológicas, podemos entender a rápida disseminação da tecnologia, o significativo aumento das informações disponíveis e o aumento da intensidade do conhecimento, que se torna uma fonte valiosa de vantagem competitiva (HITT et al., 2008). Uma importância conseqüência decorrente do aumento da concorrência entre as empresas e da contínua e crescente pressão por maior competitividade é a necessidade das empresas terem posturas mais estratégicas e de desenvolverem ferramentas para facilitar a implantação e controle das estratégias dinâmicas. Neste sentido, entre as várias iniciativas e metodologias propostas ao longo do tempo o BSC tornou-se uma das mais difundidas no meio acadêmico e uma das mais adotadas pelas empresas (HITT et al., 2008). Desde proposição preliminar do conceito por Kaplan, Norton (1992) a metodologia tem sido continuamente por meio de artigos (1993, 1996, 2000a, 2000b, 2004b) e livros (1996, 1997, 2000c, 2004a, 2006) dos próprios autores além de outros autores que se dedicam ao tema da implementação estratégica. A título de ilustração identificamos entre os congressos do Enapad entre 1997 e 2007, 110 artigos referenciando ao BSC em seus diferentes aspectos. Observa-se de forma quase absoluta pesquisas de aplicação do BSC ao setor privado, todavia Kaplan, Norton (2000) afirmam que a metodologia por eles proposta pode ser utilizada em qualquer tipo de organização, e inclusive em seus livros descrevem sua aplicação no setor público. Na realidade existem evidências que de fato as pesquisa têm refletido a própria prática das organizações, ou seja, no Brasil a gestão pública tem utilizado de forma relativamente tímida o BSC em suas organizações. Dado o exposto, surge à iniciativa da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (SEFAZ) – importante órgão público do principal estado do Brasil – de implantar o BSC como ferramenta de apoio à implementação e controle de suas diretrizes estratégicas e a partir de 2007 pode ser entendida como importante referência de aplicação desta metodologia à gestão pública. Neste sentido a presente pesquisa objetivou descrever o processo de implantação do BSC – Balanced Scorecard na SEFAZ – Secretaria da Fazenda do Estado se São Paulo. De acordo com o IBGE, o estado de São Paulo é o estado com o maior PIB entre os estados brasileiros. De acordo com a tabela abaixo, São Paulo é responsável por quase 34% de todo o PIB nacional, assim como o que ressalta a importância da aplicação do BSC neste órgão público. Aplicação do Balanced Scorecard na gestão pública: o caso da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo 223 Por ser o estado brasileiro envolvido com as maiores cifras, e por ser uns dos órgãos públicos pioneiros a utilizar o BSC para gerenciar a estratégia, a pesquisa torna-se relevante ao mundo acadêmico. 2. REVISÃO TEÓRICA Na revisão bibliográfica o objetivo é a fundamentação conceitual necessária para o desenvolvimento deste estudo. Dentre todos os materiais escritos sobre o assunto, é notória a importância dos artigos e livros publicados pelos criadores da ferramenta Kaplan e Norton, e, portanto eles serão referência sobre o tema BSC, principalmente no que tange à utilização do BSC na gestão pública. 2.1. BSC – Balanced Scorecard O primeiro sistema de planejamento e controle de gestão semelhante ao Balanced Scorecard, foi desenvolvido na década de 1950 pela General Eletric (GE), a qual estabeleceu sete indicadores de performance que se dividiam nas perspectivas financeiras, de clientes, interna e recursos humanos, com foco em produtividade e lucratividade no curto prazo e foco em crescimento e liderança gerencial no longo prazo. Existia, ainda, um último item que funcionava não como indicador, mas como uma nota para lembrar a necessidade do equilíbrio entre indicadores de curto e longo prazo. A GE usou esse modelo durante as décadas de 1950 e 1960, o qual se tornou um padrão nos cursos de Master of Business Administration (MBA) na década de 1970. No entanto, apesar dos esforços da GE, esse sistema de mensuração não foi difundido até o advento do movimento de qualidade na década de 1980, quando as empresasjaponesas, com foco na qualidade e na produtividade, estimularam as empresas americanas a se tornarem mais responsáveis quanto a esses aspectos. Segundo Norton (2002), citado por Toscano (2008), essa foi a semente do atual Balanced Scorecard. Com o tempo os autores perceberam que a ferramenta estava sendo utilizada para resolução de problemas muito mais importantes do que a mensuração de desempenho, a ferramenta estava sendo utilizada para implementar novas estratégias (KAPLAN, NORTON, 2000a). Kaplan e Norton (2000a), em suas pesquisas identificaram a atuação de cinco princípios, ou orientações, comuns às empresas focadas na estratégia: Leandro Nobeschi, Antonio Inacio Siqueira, Leonardo Fabris Lugoboni v.16 • n.24 • 2012 • p.221-234 224 Revista de Ciências Gerenciais • Traduzir a estratégia em termos operacionais – a elaboração dos mapas estratégicos; • Alinhar a organização à estratégia - a busca de sinergia entre as várias unidades da empresa; o rompimento com a estrutura dos silos funcionais; • Transformar a estratégia em tarefa de todos – a migração da estratégia de 10 (apenas a equipe executiva sênior) para a estratégia dos 10 mil (todos na empresa); a vinculação da remuneração ao desempenho; • Converter a estratégia em processo contínuo – o desenvolvimento dos sistemas de informação e análise, e do processo de aprendizado e adaptação da estratégia; • Mobilizar a mudança por meio da liderança executiva – a implementação da estratégia exige mudanças nos valores culturais da organização. O BSC surge a partir de um artigo publicado em 1992, intitulado “The Balanced Scorecard – Measures That Drive Performance” (Kaplan e Norton, 1992), fruto de um estudo patrocinado desde 1990 pela KPMG, uma grande empresa de consultoria, como um novo instrumento capaz de integrar as medidas financeiras às medidas não-financeiras, “abrangendo perspectivas do cliente, dos processos internos e do aprendizado e crescimento” Toscano (2008) citando Kaplan e Norton, (1997). Como já relatamos, Kaplan e Norton (1992) definem o Balanced Scorecard como o painel de instrumentos da cabina do piloto do avião. Onde esses instrumentos fornecem informações de diferentes aspectos para voar, como quantidade de combustível, altura da aeronave, velocidade do vento etc. O tomador de decisões na empresa assim como o piloto do avião tem a necessidade de conhecer as variáveis envolvidas no processo. 2.2. As perspectivas do BSC O Balanced Scorecard é uma ferramenta para auxiliar a empresa a organizar suas ações no sentido de implantar, gerir e cumprir a sua estratégia. O BSC, por meio de seu arranjo sistêmico, permite definir o que é preciso ser feito para atingir os anseios da organização, abordado de forma abstrata no planejamento estratégico, a partir do ponto em que ele desdobra a estratégia em ações específicas e concretas, passíveis de serem executadas, mensuradas e controladas. Para tanto, são definidos os objetivos estratégicos, que são os fins desejados e mensuráveis pelos seus indicadores – ou key performance indicators (KPI) – e as metas, que são os valores que se pretende atingir, acreditando-se que o cumprimento delas implica a realização da estratégia. Costa (2006) citado por Toscano (2008). De acordo com a literatura de Kaplan e Norton (1992, 2000a, 2000b, 2004a e 2004b) o BSC permite o gerenciamento da empresa através de quatro perspectivas: Perspectiva financeira; Perspectiva do cliente; Perspectiva de processos internos; e Perspectiva de aprendizado e crescimento. Aplicação do Balanced Scorecard na gestão pública: o caso da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo 225 2.3. Perspectiva financeira A perspectiva financeira utiliza o retorno sobre o investimento e o valor econômico agregado. Permite tornar os objetivos explícitos, e ajustar os objetivos financeiros às unidades de negócio. Além disso, permite especificar os indicadores pelos quais o sucesso da organização, no longo prazo, será avaliado, e também as variáveis consideradas mais importantes para criar e impulsionar objetivos de resultado no longo prazo. As medidas financeiras são valiosas para sintetizar as conseqüências econômicas imediatas de ações consumadas. A perspectiva financeira descreve os resultados tangíveis da estratégia em termos financeiros tradicionais como retorno sobre o investimento, valor para o acionista, rentabilidade, crescimento da receita e menor custo por unidade (FLORES, 2008; KAPLAN, NORTON, 2000a; 2000b). 2.4. Perspectiva do cliente De acordo com Flores (2008), retenção, participação de mercado participação de contas, são exemplos importantes de medidas genéricas enfatizadas pelos autores nesta perspectiva. A perspectiva do cliente define a proposta de valor que a empresa pretende usar para gerar vendas e também a lealdade do público almejado. Essa proposta forma o contexto no qual os ativos intangíveis geram valor. Nesta perspectiva, identifica o que os clientes do segmento- alvo valorizam e a partir daí cria-se uma proposta de valor. De acordo com Kaplan e Norton (2000a e 2000b), a perspectiva do cliente define a forma como a organização irá se diferenciar à partir dos concorrentes para atrair, manter e aprofundar relações com os clientes. Ainda de acordo com os autores, Normalmente, a proposição de valor é escolhida entre três diferenciais: excelência operacional (por exemplo, o McDonald’s e os computadores da Dell), intimidade com o cliente (por exemplo, Home Depot e da IBM na década de 1960 e 1970), liderança e de produto (por exemplo, a Intel e Sony). 2.5. Perspectiva de processos internos A perspectiva de processos internos identifica os poucos processos críticos que criam e implementam a proposta de valor diferenciada para o cliente. Quantidade, tempo de resposta, custo e lançamento de novos produtos podem ser relacionados como exemplos de medidas genéricas desta perspectiva. Esta diretamente relacionada com os aspectos mais críticos para realização dos objetivos dos clientes e dos acionistas. Quando uma pode determinar os meios pelos quais se irá realizar a proposição valor diferenciado para os clientes, a produtividade e melhorias para atingir seus objetivos financeiros, como: Inovar com novos produtos e serviços e ser penetrante em novos mercados e segmentos dos clientes; aumento dos clientes por aprofundar as relações com os clientes existentes; alcançar excelência operacional, melhorando a gestão da cadeia, o custo, a qualidade e o tempo dos processos internos (KAPLAN, NORTON, 2000a; 2000b). Leandro Nobeschi, Antonio Inacio Siqueira, Leonardo Fabris Lugoboni v.16 • n.24 • 2012 • p.221-234 226 Revista de Ciências Gerenciais 2.6. Perspectiva de aprendizado e crescimento De acordo com Kaplan e Norton (2000a, 2000b), o alicerce de toda e qualquer mapa estratégico é a perspectiva da aprendizagem e do crescimento, que define as competências essenciais, as tecnologias, a cultura corporativa necessária entre outras coisas, para apoiar uma estratégia da organização. Estes objetivos permite que uma empresa alinhar seus recursos humanos e de tecnologia da informação com a sua estratégia. A perspectiva de aprendizado e crescimento identifica os ativos intangíveis mais importantes para a estratégia. Os objetivos dessa perspectiva identificam os cargos (o capital humano), os sistemas (o capital informacional) e o clima (o capital organizacional) necessários para respaldar os processos internos de geração de valor. Esses ativos intangíveis devem estar integrados e alinhados aos processos internos críticos. De acordo com Flores (2008), como exemplos de medidas genéricas dessa perspectiva, podemos citar a satisfação dos funcionários e a disponibilidade dos sistemas de informação.Ainda de acordo com autor, os vetores de aprendizado e crescimento provêm basicamente de três fontes: funcionários; sistema; e alinhamento organizacional. 2.7. Mapas estratégicos Para autores do BSC (Kaplan e Norton, 2000b) os mapas estratégicos mostram como os planos das organizações podem converter seus recursos em resultados desejados. O mapa estratégico traz um arcabouço para vincular os ativos intangíveis à geração de valor para o acionista por meio de quatro perspectivas inter-relacio¬nadas (Kaplan e Norton, 2004b). Kaplan e Norton (2000), citado por Kallas (2003), definem mapas estratégicos como a maneira de fazer com que todos os indivíduos na organização entendam a estratégia e como transformar ativos intangíveis em resultados tangíveis. Fonte: Kállas (2003), baseado em BSCOL, 2000 – Componentes e terminologia do balanced scorecard. Aplicação do Balanced Scorecard na gestão pública: o caso da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo 227 2.8. Processo de implementação do Balanced Scorecard Basso e Pace (2003) citam Kaplan e Norton (1996, 1997) para identificar os quatro passos na implementação do BSC: - esclarecendo e traduzindo a visão e a estratégia, - comunicando e estabelecendo vinculações - planejando e estabelecendo metas e - aprendizado e feedback estratégico. O primeiro passo procura desenvolver um entendimento da missão e da estratégia na busca de suas metas. Dado que as afirmações feitas na missão tendem a serem vagas, ela deverá ser traduzida em objetivos específicos e em seguida será desenvolvida uma estratégia que use os pontos fortes da organização para alcançar seus objetivos. Neste processo os administradores desenvolverão um conjunto de medidas capazes de capturar a estratégia. Este será o BSC da organização. Após o desenvolvimento do BSC, como parte do segundo passo, cada unidade estratégica determina suas medidas para o scorecard estabelecendo o processo de comunicação e de ligações, onde os administradores consideram os objetivos estratégicos de suas unidades dentro dos objetivos organizacionais. No terceiro passo os administradores definem metas e orçamentos e, no quarto passo, recebem feedback das estratégias das unidades de negócio e da organização ao avaliar seus desempenhos com relação às medidas do scorecard. 2.9. Limitações do Balanced Scorecard No que se refere às críticas à ferramenta, alguns pontos têm sido salientados pela literatura: Kallas (2003) utiliza as pesquisas de Boyett, Boyett (1999) e Akkermans, Oorschot (2002) para ressaltar a simplicidade do BSC. Eles alertam para a questão da conexão entre os objetivos e indicadores do BSC, uma vez que na pratica a associação entre causa e efeito raramente é clara. Um excelente conjunto de medidas não garante uma estratégia vencedora. A falha na conversão da performance operacional em resultados financeiros deve mandar os executivos de volta à “prancheta de desenho” para repensar sua estratégia ou seu plano de como implementá-la. Segundo Schneiderman (1999) o balanced scorecard pode falhar devido cinco motivos, a saber: 1. As variáveis não-financeiras são identificadas incorretamente como os principais indicadores da satisfação dos “stakeholders”. 2. As Melhorias das metas são negociadas com base nos requisitos dos “stakeholders”, limites do processo fundamental, capacidades dos processos de melhoria. 3. Não há sistema de desenvolvimento/implantação que analise metas de nível elevado no sub-processo, onde as atividades de melhorias realmente residem. 4. O estado da arte sobre sistemas de melhoria não é utilizado. 5. Não existe e não pode ser uma ligação quantitativas entre resultados não- financeiras e os resultados financeiros esperados. Leandro Nobeschi, Antonio Inacio Siqueira, Leonardo Fabris Lugoboni v.16 • n.24 • 2012 • p.221-234 228 Revista de Ciências Gerenciais 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Trata-se de uma pesquisa exploratória pois não há interesse em responder nenhuma indagação mais profunda sobre o tema. De acordo com Gil (2002) a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná- lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Utilizou-se o método do estudo de caso, pois o assunto merece destaque na administração pública tributária brasileira, atendendo às condições para o estudo de caso único. Gil (2002) define o estudo de caso como o um estudo profundo e exaustivo de objetos que permite um amplo e detalhado conhecimento. O estudo de caso é indicado para examinar acontecimentos contemporâneos que não exigem controle sobre eventos comportamentais, permitindo o acesso à ampla fonte de dados primários e secundários – documentos, observações, entrevistas (YIN, 2001). Os dados serão coletados através de entrevista semi-estruturada, com perguntas predominantemente abertas, realizada com o pessoas envolvidas na implementação e execução do projeto BSC na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. 4. A SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo – SEFAZ-SP, é órgão responsável pela organização da máquina arrecadadora, é composta por cinco Coordenadorias com competências específicas, CAT - Coordenadoria da Administração Tributária; CAF - Coordenadoria da Administração Financeira; COM - Coordenadoria de Planejamento e Modernização; CEDC - Coordenadoria de Entidades Descentralizadas e Compras Eletrônicas e a CGA - Coordenadoria Geral de Administração. Nesta pesquisa destaca-se a CAT – responsável pela fiscalização e arrecadação dos tributos estaduais, pelo julgamento dos processos administrativos tributários e pelo gerenciamento dos sistemas relacionados à gestão fiscal. A SEFAZ preocupada em desenvolver um novo modelo de gestão pública, fundamentado em transparência e utilidade, definiu como seus principais objetivos: fornecer ao contribuinte orientação e serviços mais eficientes; ser um modelo de administração pública baseada em transparência e utilidade; disponibilizar, à sociedade, instrumentos de acompanhamento e informação sobre as contas públicas; promover a inclusão social, através da educação fiscal e divulgação de informações; estimular a prática da cidadania e promover o despertar da consciência tributária no cidadão. Sua missão é: Prover e gerir recursos financeiros com justiça e equilíbrio fiscal, contribuindo para o desenvolvimento do Estado de São Paulo. E preocupado em cumprir sua missão, iniciou em 2006 a implantação de uma nova ferramenta (o Balanced Scorecard) para gerir a estratégia. Em 1998, a CAT já desenvolvia seu planejamento estratégico utilizando a metodologia do Planejamento Estratégico Situacional Aplicação do Balanced Scorecard na gestão pública: o caso da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo 229 - PES. Apesar de voltada para o setor público, trata-se de uma ferramenta complexa e de difícil comunicação para as bases da organização. O esforço para medir o desempenho da área tributária era feito através do acompanhamento de alguns poucos indicadores isolados, que não compunham um sistema estruturado. Netto et. al, (2006), fazem uma explanação da utilização do método de Planejamento Estratégico Situacional – PES, na CAT, e em suas conclusões afirmam que em um primeiro momento a metodologia recém-implantada contribuiu para a integração entre os órgãos subordinados a CAT, facilitando a identificação de deficiências na capacidade técnico- administrativa da organização e o alcance dos resultados desejados, bem como tirou o caráter pontual e emergencial do planejamento das ações. Benefícios esses de acordo com gestores da CAT não perduraram. Após determinado período houve um abismo entre aárea de planejamento estratégico e a área operacional, sendo perceptível a necessidade de maior integração entre elas. Kaplan, Norton (2000a), afirmam que na grande maioria das empresas o planejamento estratégico é muito bom no papel, todavia falham quando os gestores pretendem colocá-lo em prática. A história da construção desta integração começa em 2000, quando o atual coordenador da CAT - Otávio Fineis Júnior - participou de um seminário no qual conheceu a metodologia do BSC e vislumbrou a possibilidade de sua utilização no setor público, particularmente na área tributária da SEFAZ. Fineis percebeu que, com um mapa estratégico contendo os objetivos estratégicos da organização melhor definidos, indicadores, metas e iniciativas, ele preencheria a lacuna entre o planejamento e a área operacional. A simplicidade da metodologia permitiria, em sua visão, comunicar de maneira mais clara, precisa e focada o conteúdo do planejamento estratégico. De acordo com Kaplan, Norton (2000a) grande parte do fracasso das empresas não se dá pela “má” estratégia, e sim por falhas na operacionalização da estratégia. A CAT estava empenhada em otimizar substancialmente a execução da sua estratégia e resolveu adotar o BSC como ferramenta para viabilizá-la. O processo de implantação do BSC iniciou-se em 2006, quando foi contratada a consultoria Symnetics e durou um ano e meio. De acordo com Kallas (2003) o conceito do BSC foi formalmente trazido para o Brasil em 2000 pela consultoria Symnetics Ltda, quando se estabeleceu uma parceria com a Balanced Scorecard Collaborative (BSCOL), empresa fundada por Kaplan, Norton. A partir dessa parceria, o conceito passou a ser difundida por meio de consultorias e treinamentos especializados, oferecidos por uma unidade de negócio educacional da empresa brasileira, a SymSchool. Na implementação do BSC, o conteúdo do planejamento estratégico, definido com o PES, foi tomado como referência, realizando-se os ajustes e aprimoramentos necessários Leandro Nobeschi, Antonio Inacio Siqueira, Leonardo Fabris Lugoboni v.16 • n.24 • 2012 • p.221-234 230 Revista de Ciências Gerenciais segundo a ótica da Administração da época. De acordo com Binenbojm e Wilson (2004) na metodologia do Planejamento Estratégico Situacional, teve o painel de indicadores de desempenho da CAT concebido segundo duas vertentes estratégicas: “incremento da arrecadação” e “qualidade no atendimento ao contribuinte”. Iniciou-se um conjunto de indicadores relativos à vertente estratégica “incremento da arrecadação”, focando os processos em suas várias etapas e não somente o trabalho de cada área isoladamente. De acordo com os dados coletados a mudança principal do PES para o BSC não ocorreu na formulação do planejamento, mas na forma de operacionalizá-lo. Em um primeiro momento, o interesse na implantação do BSC, dentro da SEFAZ, restringiu-se à CAT. Assim, foi construído o mapa estratégico da CAT (seis meses) e em seguida mais sete mapas, um para cada uma de suas diretorias (12 meses). De acordo com o departamento de planejamento da CAT, no início do trabalho os funcionários demonstravam certa desconfiança quanto ao sucesso da empreitada. Receavam desperdiçar tempo com algo que, mais uma vez, poderia não apresentar resultado prático. Para reverter este quadro, foi elaborado um plano de comunicação estipulando a realização de workshops de “sensibilização” nos quais a metodologia e o processo de trabalho eram apresentados de forma objetiva. Sua realização precedeu a construção de cada um dos mapas contribuindo para a mudança de opinião paulatina de boa parte dos funcionários. Porém a ferramenta fundamental de comunicação prevista no plano era a implantação de um sistema de gestão na intranet da SEFAZ, que permitisse não só o gerenciamento da estratégia, mas sua comunicação clara a todos os funcionários dentro do Estado de São Paulo. Este sistema encontra-se em fase adiantada de implantação viabilizando acesso aos mapas (existentes e futuros) de todas as áreas da SEFAZ e todos os seus elementos (objetivos, indicadores, metas, iniciativas, responsáveis) e também à lógica do BCS – inserida como informação complementar aos mais interessados. A concepção do sistema permite aos funcionários visualizarem a performance de sua área e sua contribuição para o sucesso da organização. De acordo com a entrevista dada pelo coordenador da CAT para o site da Symnetics, agora a CAT possui metas específicas, que impactarão diretamente o salário de seus funcionários (variável conforme o desempenho alcançado). Kaplan, Norton (1997); Costa (2006) citados por Toscano (2008), recomendam que o BSC e seus indicadores sejam ligados ao sistema de recompensas da empresa para que o mesmo gere mudança e o desempenho desejado. Segundo os autores, a remuneração variável baseada em resultados é uma alavanca poderosa para que os executivos se comprometam com as metas organizacionais e, quando ligado aos indicadores do Balanced Scorecard, permite que os membros da organização percebam a importância de suas ações e funções para o alcance dos objetivos estratégicos. O governo poderá pagar mais porque já está arrecadando mais. Ainda de Aplicação do Balanced Scorecard na gestão pública: o caso da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo 231 acordo com informações dadas pelo coordenador da CAT ao site Symnetics, o número de fiscais se manteve praticamente constante desde o final de 2006. Mas esse grupo consegue, por exemplo, julgar mais processos. Em dezembro de 2006, o governo paulista tinha 19.344 processos para julgar. São dívidas de impostos e multas que o governo precisa receber. Cada processo demorava em média 489 dias. Depois de um ano, o número caiu para 15.307 processos; o tempo de julgamento passou para 431 dias. Hoje, a fila está com 14.109 processos. Cada um leva em média 401 dias. Julgar mais rápido significa dinheiro para o governo estadual. Os processos em espera valem cerca de R$ 30 bilhões. O resultado chamou a atenção do atual Secretário da Fazenda, que estendeu o planejamento estratégico para toda a SEFAZ, estabelecendo seus objetivos, indicadores e ações estratégicas. Estes elementos também foram mapeados constituindo o Mapa Estratégico Corporativo da organização. Na SEFAZ o BSC monitora objetivos relacionados a todas as suas áreas. Ele não é apenas uma ferramenta de medição de desempenho organizacional, mas de gestão da estratégia. Apresenta a visão de futuro, ou seja, o ponto futuro que a organização almeja a longo prazo, e monitora o presente com os indicadores para verificar se os objetivos estão sendo atingidos. Hoje a pauta de discussões da SEFAZ volta-se para o futuro, ou seja, para a implementação de sua estratégia. A hipótese estratégica é que o atingimento dos objetivos estratégicos definidos materializa a implantação da estratégia traçada para levar a organização ao cumprimento de sua missão e ao alcance da visão de futuro. O passado é encarado como aprendizado organizacional – interessam os erros, não os culpados. Na SEFAZ o BSC apresenta uma estrutura diferente do BSC no setor privado, pois neste o principal resultado é a geração de lucros, representado pelos objetivos alocados na perspectiva financeira. Na SEFAZ o foco recai sobre os interesses do Estado e da Sociedade sintetizados na sua missão. Conforme preconiza a metodologia, os indicadores de todas as perspectivas balanceadas do mapa são importantes, uma vez que são dispostos dentro de uma lógica de causa e efeito. Kaplan, Norton (2000a), dizem que o sucesso financeiro não é o principal objetivo das entidades governamentais e não lucrativas, e por isso é possível reformular a arquitetura do BSCpara colocar os clientes ou constituintes no alto da pirâmide, por exemplo. De acordo com Hitt et al. (2008), a estratégia é o conjunto integrado e coordenado de compromissos e ações definido para explorar competências essenciais e obter vantagem competitiva. E no caso da SEFAZ não é diferente. Ela possui atributos de valores, que devem ser percebidos pela sociedade, como: Respeito ao cidadão; Ética; Compromisso com resultados; Transparência nas ações; Visão estratégica; Valorização dos servidores; Inovação e criatividade; Responsabilidade fiscal; Responsabilidade socioambiental; Parceria com a iniciativa privada. Esses valores estão permeando todos os esforços que a SEFAZ vai fazer na implementação da estratégia para atingir sua visão de futuro e atingir sua missão. São esses valores que deram origem aos objetivos a serem alcançados nos mapas estratégicos. Leandro Nobeschi, Antonio Inacio Siqueira, Leonardo Fabris Lugoboni v.16 • n.24 • 2012 • p.221-234 232 Revista de Ciências Gerenciais Na CAT, onde o processo encontra-se em estágio mais avançado, o gerenciamento com o BSC ocorre da seguinte forma: acompanhamento semanal das iniciativas (ações e projetos estratégicos que impulsionam os objetivos do mapa da CAT e constam do plano de ação da SEFAZ) e acompanhamento quadrimestral dos objetivos estratégicos. Este último, em reunião específica denominada Reunião de Análise da Estratégia – RAE, onde a evolução dos indicadores associadas às principais iniciativas dão a tônica das discussões. A última RAE do ano reveste-se de um caráter especial: o de revisão dos objetivos, ou seja, verifica-se se eles ainda estão aderentes à estratégia da SEFAZ. Ajustes pontuais podem ser realizados, mas se a percepção for de uma mudança mais profunda, demanda-se um novo trabalho de formulação do planejamento estratégico. Para Carvalho, Bonassi (2005), citado por Toscano (2008), as Reuniões de Análise Estratégica (RAE), devem ser focadas no aprendizado, a fim de produzir informações que visem a melhorar o desempenho de uma empresa na direção de sua estratégia e não no controle das pessoas e das tarefas. É fundamental, para tanto, a criação da figura de um facilitador, responsável pela coordenação e assessoria da gestão da estratégia, uma espécie de guardião da agenda estratégica executiva. O núcleo de gestão da estratégia da CAT é composto por três funcionários e mantém contato freqüente com o responsável pelo BSC de cada uma das sete diretorias. Já o gerenciamento do BSC da SEFAZ será feito pela Coordenadoria de Planejamento e Modernização (CPM), que assessora diretamente o Secretário da Fazenda. Uma vez que a SEFAZ consolidou o mapeamento de seu planejamento estratégico nos primeiros meses de 2008, a CAT trabalhou ao longo do semestre no alinhamento de seu mapa estratégico à instância corporativa. O mapa estratégicoda SEFAZ é constituído por sete objetivos estratégicos e dezessete indicadores, dando uma relação de 2,4 indicadores por objetivo. O mapa da CAT possui 15 objetivos e 33 indicadores, apresentando uma relação de 2,2 indicadores por objetivo. Todas as iniciativas estratégicas da SEFAZ, que alavancam seus objetivos, compõem um plano de ação e, no mapa da CAT, figuram apenas as iniciativas vinculadas a seus objetivos. De acordo com informações dadas pelo coordenador da CAT em entrevista ao site da Symnetics, até o fim do ano pretendem estar com o BSC em funcionamento em toda SEFAZ. 5. CONCLUSÕES Para um melhor desempenho de qualquer empresa, é necessário primeiramente uma estratégia bem definida. Porém, mais importante do que desenvolver uma boa estratégia é conseguir operacionalizar esta estratégia para que a empresa possa atingir sua missão e adquirir competências essenciais. No setor público, não é diferente. Órgãos públicos estão preocupados em gerir melhores seus departamentos estão buscando ferramentas para obter melhor desempenho de suas operações. Neste contexto a Secretaria da Fazenda Aplicação do Balanced Scorecard na gestão pública: o caso da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo 233 do Estado de São Paulo, em 2006 começa a implementar uma nova ferramenta para acompanhar sua estratégia. O Balanced Scorecard. A pesquisa procurou descrever como esta sendo o processo de implementação do BSC, seus motivos, e seus resultados iniciais. Verificamos que de acordo com os idealizadores da ferramenta, Kaplan e Norton, o BSC é perfeitamente aplicável no setor público. A utilização do BSC teve início em apenas uma das sete coordenadorias da SEFAZ e devido aos bons resultados relatados, acabou tornando-se motivo de interesse de toda secretaria. Como limitações podemos relatar o fato do processo ainda não concluído em sua totalidade, uma vez que apenas o BSC na CAT esta sendo utilizado em sua plenitude, impedindo a pesquisa de um levantamento mais profundo em toda SEFAZ, com uma quantidade maior de usuários, ficando assim restrito à opinião poucas pessoas envolvidas diretamente com a ferramenta. Limitações estas que poderão ser sanadas em pesquisas futuras, quando o processo estiver em plena utilização e outras opiniões poderão ser registradas. REFERÊNCIAS ABREU, F. et al. Vantagens e desvantagens do uso do Balanced Scorecard: o caso CARRIS. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 24, 2004, Florianópolis. Anais. Florianópolis: ENEGEP, 2004. BASSO, L.F.C; PACE, E.S.U. Uma análise crítica da direção da causalidade no Balanced Scorecard. RAE- eletrônica, v.2, n.1, jan/jun 2003. BINENBOJM, M. e WILSON, R. M., Indicadores de desempenho: a experiência da Coordenadoria da Administração Tributária do estado de São Paulo. IX Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Madrid, España, 2 - 5 Nov. 2004. FISCHMANN, A. A. E ZILBER, M. A.. - Utilização de indicadores de desempenho como instrumento de suporte à gestão estratégica. CD-ROM encontro ENANPAD, 1999. FLORES, E. L. O Alinhamento estratégico: O Balanced Scorecard como condutor do processo na Caixa Econômica Federal. Dissertação (Mestrado). Caxias do Sul. Universidade de Caxias do Sul. 2008. GALAS, E. S. Fatores que Interferem na Implantação de um Modelo de Gestão Estratégica Baseado no Balanced Scorecard: Estudo de Caso em uma Instituição Pública. CD-ROM encontro ENANPAD. Curitiba. Anais do XXVIII Enanpad. Curitiba: ANPAD, 2004. 1 CD. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. ___. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GOLDSZMIDT, R. G. B. Uma revisão de literatura dos fatores críticos para a implementação e uso do Balanced Scorecard. CD-ROM encontro ENANPAD, Atibaia: ANPAD, 2003. HITT, M. A., IRELAND, R. e HOSKISSON, R. E. Administração estratégica. 2 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. IBGE, Contas Regionais do Brasil 2003 – 2006 / IBGE divulga as contas Regionais 2003-2006. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_ noticia=1264. Acessado em 03/01/2009. KALLÁS, D., Balanced Scorecard: Aplicações e Impactos. Um estudo com jogos de empresas, Dissertação (mestrado). São Paulo, Universidade de São Paulo – USP, 2003. KAPLAN, R.S. NORTON, D.P. The balanced scorecard - measures that drive performance. Harvard Business Review. Boston, v. 70, n. 1, p. 71-79, January- February, 1992. v.16 • n.24 • 2012 • p.221-234 Leandro Nobeschi, Antonio Inacio Siqueira, Leonardo Fabris Lugoboni 234 Revista de Ciências Gerenciais ___. Putting the Balanced Scorecard to Work. Harvard Business Review. Boston, v. 71, n. 5, p. 134-147, Setembro-Outubro, 1993. ___ Using a Balanced Scorecard as a Strategic Management System. Harvard Business Review. Boston, v. 74, n. 1, p.75-85, January- February, 1996. ___ A estratégia em ação. 17 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. ___ Organização orientada para a estratégia: como as empresas que adotam o balanced scorecard prosperam no novo ambiente de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2000a. ___ Having Trouble with your Strategy? Then Map It - Harvard Business Review Septemnber- October, pp. 167-175, 2000b. ___ Mapas estratégicos. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004a ___ “Measuring the Strategic Readiness of Intagible Assets,” Harvard Business Review, February, pp. 52-63. 2004b ___ Alinhamento. Rio de Janeiro: Campus, 2006. NETTO, F. S.; HOURNEAUX JR., F; POLO, E. F. A adoção do modelo de planejamento estratégico situacional no setor público brasileiro: um estudo de caso. Organizações & Sociedade, Salvador, v. 13, n. 39, p. 149-165, out./dez. 2006 SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO, A secretaria da fazenda. Disponível em: http://www.fazenda.sp.gov.br/institucional/oque.asp, Acessado em 17/07/2008. SYMNETICS LTDA, O governo paulista adota um painel de indicadores... . Disponível em: http:// www.symnetics.com.br/index.php?PN=nota&DX=39, Acessado em 15/07/2008. SCHNEIDERMAN, A. M. Why balanced scorecards fail. Journal of Strategic Performance Measurement., pp.6-11, January, 1999. TESOURO NACIONAL, Estados e Municípios. Disponível em: http://www.tesouro.fazenda.gov. br/estados_municipios/index.asp, Acessado em 27/07/2008. TOSCANO, T. C. FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO PARA IMPLANTAÇÃO E USO DO BALANCED SCORECARD COMO FERRAMENTA DE GESTÃO DA ESTRATÉGIA: estudo de caso de duas empresas brasileiras, Dissertação (mestrado). Belo Horizonte, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2008. YIN, R. K.. Estudo de Caso. Planejamento e Métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001. Aplicação do Balanced Scorecard na gestão pública: o caso da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo
Compartilhar