Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Responsabilidade Civil 07/Fev/12 Prof.º Dr. Clayton Reis 14/Fev/12 1. Conceitos 1.1 Função da Responsabilidade Civil - Ligado a alguém que é obrigado a indenizar outra pessoa porque cometeu um ato culposo. - É o dever (obrigação) de indenizar por decorrência de um ato culposo. - Ex.: Cachorro atacou o pedestre. O proprietário do animal tem o dever de vigilância sobre seu animal, logo é responsável civilmente pelo ataque e é seu dever indenizar. - A reprodução da imagem não pode ter conotação comercial ou fins depreciativos. - A resp civil objetiva proteger a pessoa em sentido amplo, conduta em face da ordem jurídica. - Regras para ter uma boa conduta: - Viver honestamente; - Não prejudicar ninguém - Dê a cada um o que lhe é devido. - Dano jurídico é aquele amparado pela lei. Ex.: legítima defesa, estado de necessidade. - Os danos jurídicos não são indenizados. - 1.2 Conceito de Resp Civil - É um atv vida social, decorrente do comportamento da pessoa no ambiente social. - Agir em desconformidade jurídica, viola a esfera material ou imaterial de outrem, ficando obrigado a reparar o dano causado. - Sempre ocorrerá quando houver uma violação de dois fatores determinantes: - Ofensa aos direitos da personalidade - Violação à dignidade da pessoa humana. - A dignidade da pessoa humana sobrepõem a todos os outros princípios. - Antijuridicidade: é aquilo que é contra o direito (contra legis). Violo o direito. - Tem que verificar se há excludente que justifica a antijuridicidade. Ex.: Estado de necessidade. - Antijuricidade objetiva: não depende da vontade do agente. Ex.: Avulsão (art. 1.251) – Não responde por estes atos. - Antijuridicidade subjetiva: há a vontade do agente. Responde pelos atos. - A culpa é vontade humana. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. - Mens legislatori (espirito do legislador) direciona ao dever de agir. - A culpa está ligado a dois fatores: - Comportamento do Homo medius; - Previsibilidade; - Previsibilidade e comportamento que qualquer pessoa seria capaz de saber o que é certo ou errado. 28/Fev/12 1.3 Fundamentos da Responsabilidade - Código de Hamurabi, Já teve as primeiras responsabilidades pecuniárias, mas a maior era regras com punições corporais. - Igualdades de Direitos – Punição Igual e Proporcional. - Na civilização helênica houve o conceito da reparação do dano causado, pecuniariamente. - Mas foi o direito romano que trouxe os maiores fundamentos primários da responsabilidade civil. Código de Justiniano e Lei das XII Tábuas. - Os romanos inferiram grandemente no conceito de culpa. - A culpa não se transferia para outra pessoa. Ex.: Os pais respondem pelos atos dos filhos. - O Ouro substituindo o Sangue. - Mas ainda não conseguiram separar a idéia de punição da de reparação. - Art. 444, CC – Reparação Integral – Princípio 06/Mar/12 1. Responsabilidade Civil Contratual – art. 389, CC - É aquela que decorre de um não cumprimento do contrato. - Quanto mais culpado mais responsável. - O grau de culpa interfere na indenização. - A culpa é a mesma para contratual ou extracontratual (que não depende de contrato). - É acumulável a clausula penal com a clausula indenizatória, desde que não peça a mesma coisa – ibis idem. - Na obrigação contratual há o vínculo entre as partes. 2. Responsabilidade Extracontratual – art. 186, CC - A obrigação extracontratual é aquele que decorre uma violação de um direito que resultou em dano. Ex.: Acidente de transito. A pessoa que bateu no seu carro, você não conhece. Mas a partir daquele momento, há uma vinculação jurídica entre eu e a pessoa que bateu. - Também é chamada de Delitual, Aquiliana ou Ex Delicto. - Houve uma quebra de conduta que resultou em dano. - Sobre a Culpa em Geral: - Adotamos a Culpa Subjetiva – é preciso que se faça prova da culpa. - Mas há situações que a culpa é objetiva – a culpa já existe pelo simples fato da pessoa. 2.1 Teoria do Risco - É adotado pelo CCB - O Risco está a atividade de perigo de dano. - A culpa será OBJETIVA em duas situações: - Quando estiver na lei; Ex.: art. 12, Código do Consumidor - Quando a pessoa exercer uma atividade de risco. É a possibilidade de Dano. Ex.: Referencia é o Adicional de Periculosidade. - Onde está a vantagem, deve estar o ônus. 2.2 Responsabilidade Extracontratual por Fato Próprio - Decorrente de uma ação de uma pessoa, por ação ou omissão. - É um ato individual em que o agente responde pelo dano, em virtude de um ato comissivo ou omissivo. - O dano da coisa, responde pelos prejuízos pela coisa abandonada. 2.3 Responsabilidade Extracontratual pela Guarda da Coisa Inanimada - São os bens imobiliários. - As coisas que forem lançadas ou caírem de um imóvel, quem responde é o proprietário do imóvel. - Se a coisa estiver em estado de ruina (má conservação), quem responde é o proprietário do imóvel. O proprietário foi negligente. - Decorre da Teoria da Guarda, do dto Francês – quem tem a coisa, exerce uma atv sobre ela (a guarda sobre ela) e é seu dever zelar para que a coisa não cause danos a outrem. - Aqui a responsabilidade é objetiva, não se discuti a culpa. Art. 937, CC. É objetiva para que a vítima possa entre com um ação, bastando demonstrar o dano e o nexo de causalidade. - Na Guarda Relativa a responsabilidade é solidária. Ex.: Eu loquei um apartamento para o locatário. O locatário faz uma festa e um dos homens da festa jogam uma garrafa no carro. O locatário responde, mas o locador é responsável solidário. - Tanto o art. 937, quanto o 938, CC adotaram a regra da culpa objetiva. 2.4 Responsabilidade Extracontratual pela Guarda da Coisa Animada – art. 936, CC - O dono do animal responde objetivamente pelo dano causado pelo animal. - Há a culpa imediata do dono do animal. - Se o animal fugir é uma culpa por falta de vigilância. - Exclusão de Responsabilidade: - Por culpa da vítima – se for provado a culpa da vítima. Ex.: Um ladrão invade sua casa e atacado pelo cão. O dono não será responsável pelo dano no ladrão, se o dono colocar uma placa informando que existe um animal perigoso. ( Quem criar uma situação de risco (perigo) tem que informar que aquela situação há perigo de dano. - Por força maior - Dono x Detentor: - Dono: é o proprietário do animal; - Detentor: é que tem a posse provisória do animal. - Tanto o dono quanto o detentor respondem pelos danos causados. Ambos serão igualmente responsáveis. - Acidente de transito decorrente de animal solto, são responsáveis: - Se tiver dono = o dono; - Se não tiver dono e estiver no Município = o Município; - Se não tiver dono e estiver na Rodovias com Concessionárias = as Concessionárias + o Governo (DNIT). 3. Responsabilidade Civil das Pessoas 3.1 Pessoas Jurídicas no Dto Privado - Culpa objetiva – basta o nexo de causalidade e o dano. 3.2 Pessoas Jurídicas no Dto Público - Em regra: Responsabilidade Objetiva - Teoria do Risco Administrativo Mitigado ou Moderado: o Estado poderá se exonerar da responsabilidade civil no caso e culpa exclusiva da vítima ou fato fortuito e força maior. - O Estado responde objetivamente sobre os atos de seu agente. Havendo direito de regresso do Estado contra o agente havendo culpa ou dolo. - Responsabilidade Subjetiva do Estado: Quando o Estado tinha o dever de fazer e não fez. - Falta do serviço - Só faz sentido responsabilizá-lo se descumpriu dever legal que lhe impunha obstar ao evento lesivo. 20/Mar/12 1. Culpa - Dois Elementos da Culpa - Objetivo – que está na lei - Subjetivo – que está na pessoa. - É o desprezo ou inobservância de uma regra de conduta para disciplinar a ordem jurídica. - Os tratadistasitalianos dizem que a culpa é um defeito da inteligência. - Culpa é falta de conduta em uma determinada situação. - A culpa precisa ser provada. - Ato Ilícito X Culpa - No CC não fala em culpa mas em ato ilícito. - Ato ilícito é uma violação de um dever jurídico que punha a pessoa agir de uma determinada forma. - E por que ele agiu assim? Culpa ou Dolo. - Ilicitude é uma contrariedade de uma norma de conduta. - Se a pessoa estiver sobre a ameaça de outra pessoa sua vontade se descaracteriza. - Hoje se fala em duas culpas: - Culpa do autor e culpa do réu. - É chamada de culpa concorrente. - Quem controla nossa culpa somos nós. Ou agimos culposamente ou não agimos culposamente. - A culpa intima está ligado a culpa em concreto. 1.1 Espécies de Culpa - Culpa leve: a pessoa cometeu um pequeno desvio de conduta, por inobservância da regra. - Culpa grave: faltou uma conduta que ele tinha que ter naquele momento. - Culpa in elegendo – ex.: o empregador que escolheu o trabalhador para dirigir o carro. - Culpa contra legalidade: Ex.: Não Fume! Você vai lá e fuma – é a transgressão de uma ordem jurídica em que não precisa provar culpa. - Culpa concorrente: um elimina a outra. Cada um responde pelo prejuízo causado, na medida da proporcionalidade do dano causado. Art. 945, CC. - Teoria do Risco: onde a gente estiver, sempre haverá um risco. - Quem exercer a atividade de risco, é objetivamente culpável. - Risco é perigo de dano. - Culpa subjetiva é aquela que você tem que provar. - Culpa in re ipsu – é uma culpa decorrente de coisa. 2. Liame de Causalidade - Não basta ser culpado e provar o dano. - É necessário também provar a ligação jurídica (nexo de causalidade) entre o fato ilícito e o dano produzido. - Teoria de Equivalência: toda e qualquer circunstância é considerado causa do dano. - Ponto falhos: - Ex.: O nascimento de uma pessoa era causa do acidente da vítima. - Ex.: Quem fez a arma seria responsável pelo homicídio cometido por outra pessoa. - Teoria da Causalidade: somente seria a causa do dano a condição que efetivamente gerou o prejuízo. - Ex.: A dá uma pancada leve em B, situação em que qualquer pessoa não morreria com a pancada, mas B morreu. Seguindo a teoria da causalidade A seria civilmente responsável pelo dano causado, mas não seria considero crime pois a pancada não é causa suficiente para matar uma pessoa. - Ex.: A andava na rua pisa na poça de água em que está com um fio desencapado do poste de energia. Ao pisar leva um choque e cai em cima da poça e morreu de afogamento. Pela teoria da Causalidade a Copel que é responsável pelo poste não seria responsável pela morte, pois o que matou a vítima seria o afogamento e não o choque. - Teoria dos Danos Diretos e Imediatos: Tem entre o dano e a conduta uma relação de causa e efeito direta e imediata. - Não pode pedir indenização por danos incertos e imprecisos. - Não se indenizam sonhos e expectativas. - É o sistema adota pelo CC - Respeita o art. 403, CC. 27/Mar/12 1. Nexo de Causalidade – Cont. - Fatores que interferem no nexo causal. Sem esse nexo não haverá responsabilidade. - Fatores para alterar o rumo da indenização: - Estado de necessidade - Legitima defesa - Culpa da vítima - Culpa concorrente – se uma pessoa era culpada, vai se questionar a culpa de outro. - Fato de terceiro - Caso Fortuito ou Força Maior - Cláusula de não indenizar. - O nexo causal é que estabelece a imputabilidade ou não imputabilidade. 1.1 Excludentes da Responsabilidade - Débil Mental - Imaturidade Mental; - sua responsabilidade mental vai recair no seu representante legal. - Culpa da Vítima – exclusão ou concorrente. - a vítima poderá se atribuir exclusivamente a sua culpa. Excluindo a culpabilidade causador do dano. - art. 945, CC - A tese aceita é mesma da francesa, há casos em que pode ocorrer a culpa concorrente, onde a vitima e o causador do dano são culpados e respondem proporcionalmente pelos danos conforme a culpa de cada um. - Caso Fortuito e Força Maior - Art.394, CC - Foge ao controle e a previsibilidade. Fato da natureza que não está ligado a atividade do homem. - Cláusula de não-indenizar - é um acordo de vontade que objetiva afastar uma inexecução ou execução inadequada - em beneficio do contratante, transferindo os riscos para vítima. - O nosso sistema jurídico não é simpático om a referida cláusula. - Sumular 161, STF – art. 734, CC. – o transportador é objetivamente responsável pelo transporte. - Art. 25, CDC – não se admite cláusula de não-indenizar nas relações de consumo. A cláusula é inoperante. - Só tem cabimento quando estabelecida com caráter de transação (art. 122, CC). - Súmula 130 STJ – empresa responde perante o cliente pela reparação do dano ou furto do veiculo ocorrido em seu estacionamento. 2. Dano e sua reparação - Sem dano não se fala em indenização. 2.1 Modo de reparação - Dano em sentido amplo é a lesão a qualquer bem jurídico. - Nem todo dano é objeto de indenização. - Só se indeniza os danos jurídicos, sob bem jurídico. - O dano tem que ser injusto. Decorrente de um ato ilícito, injusto. - O dano será reparado por seu equivalente. - Se não puder devolver o dano ao estado original, sem que reparar o dano. - Equivalência para o dano moral – qual é o preço da dor? É impossível indenizar pelo seu equivalente. - Indenizar é reparar o dano causada à vitima, integralmente. - Se possível restaurar ao seu estado anterior ao ilícito. - Princípio da Integralidade – você tem direito de ser reparado integralmente. 03/Abr/12 1. Prova - a matéria vai até o nexo de causalidade – p. 110. - 10 questões objetivas. Com respostas complicadas sendo que duas podem parecerem a resposta, mas só uma que é completamente certa. - 01 Decisão de uma Jurisprudência – ex.: culpa concorrente, art 945. Equivalência – deve explicar e fundamentar por qual razão o juiz chegou a conclusão. - 01 Questão sobre o Texto: Obrigação do advogado é de meio não é de resultado. Se ele se obrigar com o resultado, o cliente poderá entrar com uma ação de responsabilidade - O advogado, como profissional liberal, tem obrigação de meio, logo, é subjetiva sua responsabilidade civil. - O advogado tem que colocar o cliente a par de todas as etapas do processo, se o advogado não fizer, ele estará sendo negligente e poderá ser responsável por isso. O mesmo se aplica ao médico, que tem que explicar o tratamento e o riscos do tratamento. - O advogado também deve informar os riscos da ação. 15/Mai/12 PEGAR NO XEROX – DANO MORAL E O DIREITO DE FAMÍLIA VAI CAIR NA PROVA A PARTIR DO ITEM DANO ATÉ O FINAL. 1. Dano Moral - Não tem valor mínimo, nem máximo e nem há critério. - Também falta um comando legal que prevê quais são os critérios para fixação do quantum indenizatório. - Os tribunais ficaram responsáveis para definir os danos morais no caso concreto. - Fatores são levados em conta para definir o dano moral: - Idade da pessoa - Repercussão Social - entre outros; - O valor do dano moral persegue o princípio da razoabilidade e proporcionalidade. - O valor tem que ser razoável e proporcional (ao dano, culpabilidade do agente, divulgação do fato). - Quem fixa o valor é o magistrado de acordo com arbítrio da situação. - Dúvida: Qual é o valor do dano moral??? - Tribunais franceses são os únicos que tabelaram o dano moral. - No Brasil já teve propostas de tabelaram o dano moral, mas é inconstitucional. Pois a indenização é proporcional ao agravo. - Não há conclusão definitiva sobre o dano moral. - Não há necessidade de prova (dano decorrente da coisa – dannum in re ipsa), presunção hominis. - O fato de não conseguir ponderar o verdadeiro valor do dano moral, não quer dizer que não deverá concedê-lo. 2. Responsabilidade Civil e Penal- Resp. Civil e Penal são independentes relativamente - Esta independência é relativa, pois tudo que for julgado no crime, tem reflexos no cível, mas não ao contrário. - A resp. Penal é mais importante do que a civil, pois a penal é de natureza pública. - Dto Penal trata do dto de ir e vir, por isso é mais importante. - Você promoveu uma ação penal e civil: - No final: condenado no penal e absolvido no civil – não pode, as condenações têm que ser semelhantes. - Se a pessoa é inocente no crime, é inocente no cível. 22/Mai/12 1. Danos Morais Acumulados com Danos Estéticos - Situação: Pessoa caiu do trem que trafegava de portas abertas, o usuário sofreu lesão medular, resultando em perda parcial dos movimentos e atrofia dos membros superiores e inferiores - Dano Estético: é distinto do dano moral, sendo identificável por repercussão própria. É a alteração morfológica de formação corporal que agride à visão, causando desagrado e repulsa. Visível, porque concretizado na deformidade. - Dano Moral: corresponde a sofrimento mental, dor na alma, aflição e angústia a que a vítima é submetida. Puramente psíquica pertencente ao foro íntimo. - STJ: O reconhecimento do dano estético como prejuízo autônomo indenizável respaldando-se na interpretação do §1º do art. 1538, CC/16 e art. 21 Decreto 2.68112, este último aplicável aos acidentes ferroviários. Entendeu-se ser uma forma de indenização especial. - Súmula 387, STJ – fixou o entendimento de que dano estético pode ser acumulado com dano moral. - De acordo com a jurisprudência, é licita a acumulação das duas formas de indenização, ainda que decorrentes do mesmo fato, desde que os dois tipos de dano possam ser identificados separadamente. - Art. 949, CC – No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até o fim da convalescença, além de algum outro prejuízo, que o ofendido prove haver sofrido. 2. Responsabilidade Civil e Penal – Cont. - A responsabilidade civil é dependente da responsabilidade da penal, mas não o inverso. - No Dto Penal tudo está de acordo com a lei, prevalece o princípio da legalidade. E a resp. do juiz criminal é muito mais do que o juiz civil. - A decisão civil não tem nenhum efeito na esfera penal, mas a penal tem efeito na cível. -
Compartilhar