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AUDITORIA TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS

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TEORIA E 
QUESTÕES 
COORDFNACÁO 
Vicen te Paulo 
Marce lo A l e x a n d r i n o 
I D I T n D A f W E D , I T O R A 
M É T O D O Vicente 
Marcelo 
AUDITORIA 
TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS 
abdri 
^ J^reito autoral 
Edi to r i a l 
N a c i o n a l 
O GEN I Grupo Editorial Nacional reúne as editoras Guanabara Koogan, Santos, LTC, Forense, 
ÍVlétodo e Forense Universitária, que publicam nas áreas científica, técnica e profissional. 
Essas empresas, respeitadas no mercado editorial, construíram catálogos inigualáveis, com 
obras que têm sido decisivas na formação acadêmica e no aperfeiçoamento de várias gerações 
de profissionais e de estudantes de Administração, Direito, Enfermagem, Engenharia, Fisioterapia, 
Medicina, Odontologia e muitas outras ciências, tendo se tornado sinônimo de seriedade e respeito. 
Nossa missão é prover o melhor conteúdo científico e distribuí-lo de maneira flexível e conve-
niente, a preços justos, gerando benefícios e servindo a autores, docentes, livreiros, funcionários, 
colaboradores e acionistas. 
Nosso comportamento ético incondicional e nossa responsabilidade social e ambiental são refor-
çados pela natureza educacional de nossa atividade, sem comprometer o crescimento contínuo e 
a rentabilidade do grupo. 
TEORIA E 
QUESTÕES 
D A V I BARRETO 
FERNANDO GRAEFF 
AUDITORIA 
TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS 
COORDENAÇÃO 
Vicente Paulo 
Marcelo Alexandrino 
0 1 EDITORA MÉTODO 
SAO PAULO 
V i c e n t e 
Marce lo 
© EDITORA MÉTODO 
Uma editora integrante do GEN j Grupo Editorial Nacional 
Rua Dona Erigida, 701, Vila Mariana - 04111-081 - São Paulo - SP 
Tel.; (11) 5080-0770 / (21) 3543-0770 - Fax: (11) 5080-0714 
Vis i te nosso si te: www.ed i t o rame todo .com.b r 
metodo@grupogen.com.br 
Capa: Ra fae l Molotievsctii 
Foto de capa: Businessman in the office - Celal Tebe r (sxc .hu) 
CIP-BRASiL . CATALOGAÇÃO NA F O N T E 
SINDICATO NACIONAL D O S E D I T O R E S DE LIVROS, RJ . 
C 8 7 3 p 
6 .ed . 
C o s t a , J o s é A r m a n d o da , 1940-
P r o c e s s o adminis t ra t ivo d i sc ip l inar : teor ia e prát ica / J o s é A r m a n d o d a C o s t a . - 6. 
e d . - Rio d e J a n e i r o : F o r e n s e , S ã o P a u l o : MÉTODO, 2 0 1 0 . 
Inclui bibliografia 
ISBN 9 7 8 - 8 5 - 3 0 9 - 3 3 1 8 - 0 
1. P r o c e s s o administrat ivo. 2. Direito adminis t ra t ivo - Brasil. 3. Brasil - S e r v i d o r e s 
públ icos - Disciplina. I. Título. 
10-4618. CDU; 342 .9 (81) 
A Editora Método se responsabiliza pelos vícios do produto no que concerne 
à sua edição (impressão e apresentação a fim de possibilitar ao consumidor 
bem manuseá-lo e lê-lo). Os vícios relacionados à atualização da obra, aos 
conceitos doutrinários, à s concepções ideológicas e referências indevidas são 
de responsabilidade do autor e/ou atualizador 
Todos os direitos reservados. Nos termos da Lei que resguarda os direitos autorais, 
é proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio, 
eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, fotocópia e 
gravação, sem permissão por escrito do autor e do editor 
Impresso no Brasil 
Printed in Brazil 
2011 
Aos meus pais e à minha esposa Carolina, por seu apoio e amor. 
Davi Barreto 
A Mercedes, minha mãe, e à Nicole, minha esposa, por todo o amor 
e paciência, sem os quais esta obra não seria possível. 
Fernando Graeff 
NòtadaEdítqraíqAc^ integrafrnentênéstaobra. 
NOTA DOS AUTORES 
A auditoria vem ganhando força ao longo dos anos como ferramenta para 
garantir transparência de empresas, instituições e governos aos diversos usuários 
externos que dependem de informações contábeis, financeiras e operacionais para 
a tomada de suas decisões. 
Nesse sentido, essa disciplina tem um peso cada vez maior nos principais 
concursos públicos, tais como: Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (a 
partir de 2009 a Auditoria passou a fazer parte das disciplinas específicas, com 
peso 2), Auditor dos Fiscos Estaduais e Municipais, Auditor Federal de Controle 
Externo do Tribunal de Contas da União, Analista de Finanças e Controle da 
Controladoria-Geral da União, entre outros. 
Ressalte-se que, no final do ano de 2009, o Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC) promoveu uma profunda modificação na estrutura das Normas Brasileiras de 
Auditoria com a publicação de 38 novas resoluções1, no intuito de alinhar as dispo-
sições brasileiras com os padrões intemacionais ditados pela International Federation 
of Accounting (IFAC). As novas normas serão aplicáveis aos balanços com exercícios 
findos a partir do dia 30 de dezembro de 2010, portanto, passarão a ser cobradas em 
provas de concursos públicos, em substituição à NBC T 11 e seus complementos. 
Muitas vezes, notamos que os alunos se esforçam muito tentando decorar as 
diferentes normas de auditoria, sem entender os conceitos e a lógica que envol-
vem essa disciplina — fato que se agrava quando nos deparamos com normas em 
constante evolução. 
Nessa obra, queremos mostrar que a auditoria é uma disciplina muito intuitiva 
e que, se conseguirmos entender os diferentes conceitos envolvidos e compreender 
como as normas se relacionam, não será difícil ter sucesso em qualquer prova de 
concurso, sem decorar textos normativos. 
Assim, nossa proposta é "traduzir" as diferentes normas, relacionando-as entre 
si e com os conceitos doutrinários que regem a disciplina. Dessa forma, vamos 
trazer uma visão sistemática e objetiva de toda a matéria, capaz de permitir que 
o aluno compreenda o significado das Normas Brasileiras de Auditoria. 
Por fim, temos a convicção de que com o estudo dessa obra você estará preparado 
para enfrentar os diferentes concursos que cobram essa importante disciplina, além 
disso, entenderá o que é auditoria e como essa importante técnica é aplicada. 
37 Normas de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica (NBC TA) e 1 Norma 
Brasileira de Contabilidade Profissional d o Auditor Independente (NBC PA). 
SUMÁRIO 
PARTE I 
O QUE É AUDITORIA? 
CAPÍTULO 1 - CONCEITOS GERAIS 17 
1.1. Origem e evolução da auditoria 17 
1.2. Tipos de auditoria 19 
1.2.1. Auditoria das demonstrações contábeis 19 
1.2.2. Auditoria de conformidade ou de compliance 20 
1.2.3. Auditoria operacional ou de gestão 21 
1.3. Auditoria independente versus auditoria interna 21 
1.4. Auditoria governamental 25 
CAPÍTULO 2 - AUDITORIA INDEPENDENTE DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 29 
2.1. Quando a auditoria independente das demonstrações contábeis é 
necessária? 32 
2.2. Risco de auditoria 34 
2.2.1. Riscos de distorção relevante 35 
2.2.2. Risco de detecção 37 
Exercícios comentados - Capítulos 1 e 2 40 
Exercícios — Capítulos 1 e 2 45 
PARTE II 
O QUE È CONTROLE INTERNO? 
CAPÍTULO 3 - CONTROLE INTERNO 53 
3.1. Definições gerais 53 
3.2. Princípios do controle interno 55 
• ; : , , ' AUDITORIA - D a v i Barre to e F e r n a n d o Graeff . : : 
3.2.1. Custo X Benefício do Controle 55 
3.2.2. Atribuição de responsabilidades 56 
3.2.3. Definição das rotinas internas 56 
3.2.4. Limitação do acesso aos ativos 57 
3.2.5. Segregação de funções 57 
3.2.6. Confronto dos ativos com os registros 58 
3.2.7. Amarrações do sistema 58 
3.2.8. Auditoria interna 58 
3.2.9. Limitações do controle interno 59 
3.3. Componentes do controle interno 59 
3.3.L Ambiente de controle 59 
3.3.2. Avaliação de riscos 60 
3.3.3. Informação e comunicação 61 
3.3.4. Atividade de controle 61 
3.3.5. Monitoramento de controles 61 
3.4. Avaliação do controle interno pelo auditor independente 62 
CAPÍTULO 4 - IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS RISCOS 
DE DISTORÇÃO RELEVANTE POR M E I O DO 
ENTENDIMENTO DA ENTIDADE E DO SEU 
AMBIENTE 65 
4.1. Entender o quê? 65 
4.1.1. Entendimento da entidade e do seu ambiente65 
4.1.2. Entendimento do controle interno 66 
4.2. Como entender? 68 
4.3. Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante 70 
Exercícios comentados - Capítulos 3 e 4 71 
Exercícios - Capítulos 3 e 4 74 
PARTE III 
Q U E M É O AUDITOR? 
CAPÍTULO 5 - REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DA 
AUDITORIA 83 
5.1. Requisitos éticos 83 
5.2. Ceticismo profissional 85 
5.3. Julgamento profissional 86 
5.4. Condução da auditoria em conformidade com as NBC TAs 86 
SUMARIO 
CAPÍTULO 6 - NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR 
INDEPENDENTE 89 
6.1. Competência técnico-profissional 89 
6.2. Independência 90 
6.2.1. Interesses financeiros 92 
6.2.2. Operações de créditos e garantias 93 
6.2.3. Relacionamentos comerciais 93 
6.2.4. Relacionamentos familiares e pessoais 94 
6.2.5. Vínculos empregatícios 94 
6.2.6. Outros serviços prestados pelas firmas de auditoria indepen-
dente 96 
6.2.7. Rotação dos líderes de equipe de auditoria 98 
6.2.8. Incompatibilidade ou inconsistência do valor dos honorá-
rios 98 
6.2.9. Aceitação de presentes e brindes 99 
6.3. Responsabilidades do auditor independente 99 
6.4. Guarda da documentação e sigilo 100 
6.5. Informações anuais aos conselhos regionais de contabilidade 101 
6.6. Supervisão e controle de qualidade 101 
6.7. Educação continuada e exame de competência profissional 104 
CAPÍTULO 7 - UTILIZAÇÃO DO TRABALHO DE OUTROS 
PROFISSIONAIS 105 
7.1. Auditores internos 105 
7.2. Especialistas 106 
7.3. Outros auditores independentes 109 
Exercícios comentados - Capítulos 5, 6 e 7 110 
Exercícios - Capítulos 5, 6 e 7 114 
PARTE IV 
COMO A AUDITORIA È REALIZADA? 
CAPÍTULO 8 - PLANEJAMENTO DE AUDITORIA 123 
8.1. Noções gerais sobre planejamento de auditoria 123 
8.2. Planejamento em auditoria inicial 125 
8.3. Materialidade 126 
Exercícios comentados - Capítulo 8 127 
Exercícios - Capítulo 8 128 
m g AUDITORIA - D a v i Barre to e F e r n a n d o Graeff 
CAPÍTULO 9 - TESTES E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ... 133 
9.1. Resposta do auditor aos riscos avaliados 133 
9.1.1. Testes de controle 135 
9.1.2. Procedimentos substantivos 135 
9.2. Testes de superavaliaçao e subavaliação 137 
9.2.1. Ativos e passivos - ocultos e fictícios 139 
9.2.2. Omissão de receitas (Saldo credor de caixa) 140 
Exercícios comentados - Capítulo 9 143 
Exercícios - Capítulo 9 147 
CAPÍTULO 10 - EVIDÊNCIAS 157 
10.1. Fontes de evidência 159 
10.2. Tipos de procedimentos 160 
10.2.1. Inspeção 160 
10.2.2. Observação 161 
10.2.3. Indagação 161 
10.2.4. Reexecução 162 
10.2.5. Recálculo 162 
10.2.6. Confirmações 162 
10.2.7. Procedimentos analíticos 164 
10.2.8. Outros procedimentos 166 
Exercícios comentados - Capítulo 10 167 
Exercícios - Capítulo 10 170 
CAPÍTULO 11 - AMOSTRAGEM 177 
11.1. Risco de amostragem 179 
11.2. Tipos de amostragem 180 
11.3. Definição da amostra 181 
11.4. Análise e projeção de distorções 185 
11.5. Avaliação dos resultados da amostragem 186 
Exercícios comentados - Capítulo 11 188 
Exercícios - Capítulo 11 190 
CAPÍTULO 12 - FRAUDES E ERROS 197 
12.1. Responsabilidades 198 
12.2. Comunicações à administração, aos responsáveis pela governança e 
a terceiros 200 
SUMÁRIO 
Exercícios comentados - Capítulo 12 201 
Exercícios - Capítulo 12 203 
CAPÍTULO 13 - DOCUMENTAÇÃO DE AUDITORIA 209 
13.1. Tipos de papéis de trabalho 210 
13.2. Técnicas de elaboração dos papéis de trabalho 212 
13.3. Codificação e arquivamento 213 
Exercícios comentados - Capítulo 13 215 
Exercícios - Capítulo 13 216 
CAPÍTULO 14 - TÉCNICAS DE AUDITORIA EM ÁREAS 
ESPECÍFICAS DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS 225 
14.1. Auditoria do ativo 225 
14.1.1. Disponibilidades (Caixas e Bancos) 226 
14.1.2. Clientes (Contas a Receber) 227 
14.1.3. Estoques 228 
14.1.4. Investimentos 229 
14.1.5. Imobilizado 230 
14.2. Auditoria do passivo (fornecedores, empréstimos e outras contas a 
pagar) 231 
14.2.1. Auditoria do Patrimônio Líquido 233 
14.3. Auditoria do resultado 235 
Exercícios comentados - Capítulo 14 237 
Exercícios - Capítulo 14 239 
PARTE V 
QUAIS SÃO OS RESULTADOS DA AUDITORIA? 
CAPÍTULO 15 - RELATÓRIO C O M OPINIÃO DO AUDITOR 
INDEPENDENTE 251 
15.1. Modificação de opinião 256 
15.2. Parágrafos de ênfase e outros parágrafos adicionais 259 
15.3. Outras situações que envolvem o relatório de auditoria 261 
Exercícios comentados - Capítulo 15 263 
Exercícios - Capítulo 15 266 
AUDITORIA - D a v i Barre to e F e r n a n d o Graeff 
PARTE VI 
TÓPICOS ESPECIAIS 
CAPÍTULO 16 - PRINCÍPIOS DA CONTABILIDADE 279 
CAPÍTULO 17 - ESTIMATIVAS CONTÁBEIS 281 
CAPÍTULO 18 - PARTES RELACIONADAS 285 
CAPÍTULO 19 - EVENTOS SUBSEQUENTES 289 
CAPÍTULO 20 - CONTINUIDADE OPERACIONAL 297 
CAPÍTULO 21 ~ REPRESENTAÇÕES FORMAIS 301 
CAPÍTULO 22 - CONTINGÊNCIAS 303 
CAPÍTULO 23 - AUDITORIA INTERNA 307 
CAPÍTULO 24 - PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE DADOS ... 311 
CAPÍTULO 25 - TRABALHOS DE ASSEGURAÇÃO E REVISÕES 
LIMITADAS 315 
CAPÍTULO 26 - GOVERNANÇA CORPORATIVA 319 
Exercícios comentados - Capítulos 16 a 26 322 
Exercícios - Capítulos 16 a 26 330 
BIBLIOGRAFIA 341 
I Parte 
o QUE É AUDITORIA? 
1 Capí tu lo 
CONCEITOS GERAIS 
1.1. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA AUDITORIA 
Vamos iniciar o estudo da auditoria tentando responder uma pergunta que, 
apesar de simples, causa confusão na grande maioria das pessoas: o que é au-
ditoria? Talvez a forma mais fácil de responder essa questão é partir de uma 
descrição da origem e da evolução histórica dessa atividade. 
As raízes da auditoria remontam a épocas distantes1 ~ podemos afirmar que 
surgiu para atender necessidades decorrentes da evolução do sistema capitalista. 
No início, as empresas eram fechadas e familiares, posteriormente, a evolução 
da economia trouxe para algumas a necessidade de captar recursos financeiros de 
terceiros. Em outras palavras, para crescer era necessário dinheiro e, em muitas 
ocasiões, esse capital tinha que vir de investidores externos às empresas, como 
bancos, credores e acionistas. 
Bom, agora se coloque na posição desses investidores. Com certeza, você vai 
querer saber onde está colocando seu dinheiro, vai se perguntar se o investimento 
é seguro, se a empresa é saudável, quais são seus ativos e passivos... 
Em resumo, esses investidores precisavam conhecer a posição patrimonial 
e financeira das empresas em que iriam investir, assim como entender como 
seus recursos, depois de aplicados, estavam sendo geridos. Essa necessidade de 
informação era essencial para que pudessem avaliar a segurança, a liquidez e a 
rentabilidade de seu investimento. 
Para resolver esse dilema, inicialmente, as empresas passaram a publicar suas 
demonstrações contábeis (balanço patrimonial, demonstrativo de resultados, fluxo 
de caixa etc.), de forma a prover informações sobre sua situação econômico-
-financeira para o mundo exterior. 
Entretanto, ainda havia um problema; como garantir a completude, a correção 
e a idoneidade dessas informações? 
Auditoria começa em época t ão remota q u a n t o a contabi l idade. Sempre q u e o avanço da 
civilização t inha implicado q u e a p ropr iedade d e um h o m e m fosse confiada, e m maior ou 
m e n o r extensão, a outro, a dese jabi l idade da necess idade de verificação da fidelidade d o 
último, to rnou-se clara (BOYNTON, Willian. C. Auditoria. São Paulo: Atlas, 2002, p. 34, a p u d 
Richard Brown, A history of accounting and accountants, 1905). 
" AUDITORIA - Dàvi .Bar re to e F e r n a n d o Graeff • " — ' ^ 
Os usuários interessados, ou seja, aqueles indivíduos que necessitam das infor-
mações financeiras e patrimoniais da empresa (acionistas, credores, fisco etc.), pre-
cisam ter segurança quanto à confiabilidade e à adequação dessas informações. 
É nesse momento que surge a necessidade de uma avaliação técnica e inde-pendente das demonstrações financeiras que possibilite avaliar com segurança a real 
situação da empresa. Nasce, então, a auditoria! Auditar é, antes de tudo, avaliar. 
Dessa forma, podemos definir auditoria como uma técnica contábil que permite 
realizar um exame sistemático e independente das atividades desenvolvidas em 
determinada entidade ou setor com o objetivo de promover transparência para os 
terceiros interessados sobre os resultados dessas atividades. 
Assim, empresas e instituições que sujeitam suas demonstrações contábeis ao 
crivo da auditoria independente buscam, de certa forma, aumentar sua credibilidade, 
sua confiança no mercado. A opinião do auditor traz transparência e segurança no 
que se refere à veracidade de informações, ao cumprimento de metas, a aplicação 
e retomo de investimentos. 
Agora, já com uma visão do contexto histórico, é possível trazer uma definição 
mais precisa: auditoria é uma técnica contábil que consiste em um processo sistemático 
de obtenção e avaliação de evidências sobre as informações contidas nas demonstra-
ções contábeis para emissão de uma opinião de quão adequadas ou razoáveis estão 
essas demonstrações de acordo com as normas e princípios contábeis vigentes. 
Aproveitemos a oportunidade para falar um pouco mais sobre a história da 
auditoria. 
As primeiras empresas de auditoria surgiram em meados do século XIX, 
com a legislação britânica promulgada durante a Revolução Industrial - Deloitte 
& Co. e Price Waterhouse & Co. são exemplos de empresas pioneiras que ainda 
hoje atuam no mercado. Entretanto, foi somente com a criação do Security and 
Exchange Commission (SEC), em 1934, nos Estados Unidos, que a profissão de 
auditor assumiu maior importância, uma vez que as empresas listadas na Bolsa 
de Valores foram obrigadas pelo referido órgão regulador a utilizar serviços de 
auditoria independente. 
No Brasil, o surgimento da auditoria está relacionado com a instalação de 
filiais e subsidiárias de empresas estrangeiras que precisavam avaliar seus inves-
timentos no país. Assim, há relatos de firmas de auditoria internacionais instaladas 
em terras brasileiras desde o início do século XX. 
Somente em 1965, pelo advento da Lei n0 4.728, que disciplinou o mercado 
de capitais e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento, foi mencionada pela 
primeira vez na legislação brasileira a expressão Auditores Independentes. Posterior-
mente, o Banco Central do Brasil (Bacen) estabeleceu uma série de regulamentos 
tomando obrigatória a auditoria independente em quase todas as entidades integrantes 
do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e companhias abertas. O Bacen estabeleceu 
também, por meio da Circular no 179, de 11 de maio de 1972, as normas gerais de 
auditoria. Cabe ressaltar que a Resolução no 321/72 do Conselho Federal de Con-
tabilidade (CFC) aprovou as normas e procedimentos de auditoria, os quais foram 
elaborados pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (lAIB)2. 
CREPALDI, Silvio A. Auditoria Contábil - Teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2007. p. 138. 
C a p . 1 - CONCEITOS GERAIS 
Como pode ser observado, a auditoria ainda é uma ciência "nova" no Brasil 
e no mundo, em constante evolução e aperfeiçoamento. A dinâmica dos mercados 
de capitais e do competitivo mercado empresarial promove constantes alterações 
nas normas contábeis e práticas operacionais desenvolvidas pelas empresas que 
precisam ser incorporadas pelas técnicas de auditoria. 
1.2. TIPOS DE AUDITORIA 
De forma geral, a auditoria pode ser classificada de acordo com seus objetivos 
em três grandes grupos: auditoria financeira ou das demonstrações contábeis; 
auditoria de conformidade ou de compliance-, e auditoria operacional ou de 
gestão. 
1.2.1. Auditoria da s demons t r ações contábe is 
A auditoria das demonstrações contábeis, como se pode inferir pelo próprio 
nome, envolve a obtenção e a avaliação de evidências para emissão de uma opi-
nião3 sobre a adequação das demonstrações contábeis de uma entidade. 
Esse tipo de auditoria é fundamental para o correto funcionamento dos merca-
dos de capitais, pois permite que investidores e credores baseiem suas decisões em 
informações de qualidade, que expressam com clareza a real situação das empresas 
em termos de direitos, obrigações e procedimentos contábeis adotados. 
O Conselho Federal de Contabilidade é o responsável pela normatização 
geral que guia a execução desse tipo de auditoria - emite as Normas Brasileiras 
de Contabilidade Técnica de Auditoria Independente de Informação Contábil 
Histórica (NBC TA)4. 
As NBC TAs são escritas no contexto da auditoria de demonstrações contábeis 
executada por um auditor independente. Enfim, são essas normas que devem ser 
seguidas no curso dos trabalhos de auditoria, podendo ser adaptadas conforme às 
circunstâncias, sendo responsabilidade do auditor garantir o cumprimento de todas 
as obrigações legais, regulatórias e profissionais devidas. 
Assim, essa obra tem como foco principal o estudo das NBC TAs e, con-
sequentemente, o estudo das técnicas e normas de auditoria das demonstrações 
contábeis. 
Nas normas em vigor a partir d e 2010 n ã o se fala mais e m parecer e, sim, em opinião d o au-
ditor sobre as d e m o n s t r a ç õ e s contábeis . Tal opinião trata d e de te rminar se as d e m o n s t r a ç õ e s 
contábe is são e laboradas , em t o d o s os a spec tos relevantes, em conformidade com a es t rutura 
d e relatório f inanceiro aplicável. 
Até 2009, a auditoria das demons t r ações contábe is era r egu lamentada pela NBCT 11 - Normas 
d e Auditoria I n d e p e n d e n t e das Demons t rações Contábeis {com alterações), contudo, a partir d e 
2010, foram instituídas pelo Conselho Federal d e Contabil idade, e m con jun to com o Insti tuto 
dos Auditores I n d e p e n d e n t e s d o Brasil (Ibracon), normas atualizadas em consonância com as 
normas internacionais, ed i tadas pela International Federation of Accounting (IFAC). 
AUDITORIA - DavI Barre to e F e r n a n d o Graeff 
De acordo com a NBC TA 2005, o objetivo da auditoria é aumentar o grau 
de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcança-
do mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações 
contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade 
com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. 
Estrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de relatórios finan-
ceiros (Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados do Exercício etc.) 
adotada pela administração que é considerada aceitável em vista da natureza da 
entidade e do objetivo das demonstrações contábeis ou que seja exigida por lei 
ou regulamento. 
Portanto, o o^etivo principal da auditoria de demonstrações contábeis é a 
formação de opiniãose as demonstrações contábeis estão apresentadas adequa-
damente, em todos os aspectos relevantes, em conformidade nnm a estrutura âe 
relatório financeiro aplicável, ou seja, em conformidade com as práticas contábeis 
e com a legislação"ã^jcáv.ej à determinada entidade. 
1.2.2. Auditoria d e confo rmidade ou d e compliance 
A auditoria de conformidade ou de compliance envolve a obtenção de evi-
dências para avaliar se as atividades de uma entidade, sejam elas financeiras ou 
operacionais, obedecem a regras ou a regulamentos previamente estabelecidos. Em 
outras palavras, o auditor nesse tipo de trabalho objetiva medir a aderência dos 
fatos encontrados com as normas anlicáveis. 
Por exemplo, o objetivo de uma auditoria de conformidade poderia ser ve-
rificar se os beneficiários de determinado programa social atendem os critérios 
legais ou avaliar se o processo de fabricação de um produto seguiu as normas de 
qualidade ISO6. 
Enfim, a principal característica que define a auditoria de compliance é o seu 
objetivo de comparação com determinada norma,regra ou regulamento 
Nesse contexto, outra definição desse tipo de auditoria é expressa pelo CFC 
na NBC TA OI7, que define trabalhos de asseguracão como "um trabalho no qual 
o auditor independente expressa uma conclusão com a finalidade de aumentar o 
grau de confiança dos outros usuários previstos, que não seja a parte responsável, 
acerca do resultado da avaliação ou mensuração de determinado objeto de acordo 
com os critérios aplicáveis". 
Dessa forma, é possível concluir que a auditoria das demonstrações contábeis 
é um tipo de auditoria de conformidade ou trabalho de asseguração, na medida 
em que o auditor, naquele tipo de trabalho, emite uma opinião sobre a aderência 
Objet ivos Gerais d o Auditor I n d e p e n d e n t e e a Condução da Auditoria e m Conformidade com 
Normas d e Auditoria - Resolução CFC n0 1.203/2009. 
International Organization for Standardization. 
Resolução CFC n 0 1.202/2009: NBC TA 01 - Estrutura Conceituai para Trabalhos de Assegura-
ção. 
Cap . 1 - CONCEITOS GERAIS 
OU adequação das informações contábeis produzidas pela empresa com as normas 
contábeis vigentes. 
1.2.3. Auditoria operacional ou d e g e s t ã o 
A auditoria operacional, também chamada de auditoria de gestão, de desem-
penho ou de performance, tem como objetivo avaliar a economia, a eficiência, 
a eficácia e a efetividade das atividades operacionais de uma entíHaHe. ou seia. 
trata-se de uma avaliação do desempenho da entidade. 
Note que os critérios utilizados nesse tipo específico de auditoria não mais 
se restringem a mera constatação do cumprimento de normas ou regulamentos, 
mas buscam medir o desempenho da entidade avaliando a economia, a eficiência, 
a eficácia e a efetividade da gestão em todos os seus níveis, e tem por objetivo 
identificar se; 
• a administração desempenhou suas atividades com economia, de acordo 
com princípios e práticas administrativas corretas (economicidade); 
• os recursos humanos, financeiros e de qualquer outra natureza foram 
utilizados com êBciência (eficiência): 
• há eficácia do desempenho das entidades auditadas em relação ao alcance 
de seus objetivos (eficácia); e 
• avaliar o verdadeiro efeito de suas atividades em comparacão com o efeito 
esperado (efrtividadeY 
Este tipo de procedimento consiste numa atividade de assessoramento ao 
gestor, com vistas a aprimorar as práticas dos atos e fatos administrativos, sendo 
desenvolvida de forma tempestiva. 
1. Tipos de Auditoria 
AiiditoMci üt«s DcMitunsttJ-
ÇOÜb CotiKibcis 
Aiiciitoii 1 d( Contortni(.iü'l( Auditoria Opcrac ior i i l 
Emitir uma opinião s o b r e 
a adequação d a s demons-
t r ações contábeis de uma 
entidade 
Avaliar s e a s atividades de uma 
entidade, sejam elas financeiras 
ou operacionais, obedecem a 
regras ou a regulamentos pre-
viamente estabelecidos 
Avaliar a eficiência e a eficácia 
d a s atividades operacionais de 
uma entidade 
1.3. AUDITORIA INDEPENDENTE VERSUS AUDITORIA INTERNA 
As auditorias também podem ser classificadas a partir de outro ponto de 
vista, sendo divididas em dois grandes grupos; auditoria externa e 
interna. 
AUDITORIA - D a v / B a r r e t o e F e r n a n d o Graeff 
A auditoria externa ou independente é aquela executada por profissionais ou 
empresas que não possuem vínculo ou subordinação à empresa auditada. com o 
objetivo de trazer uma opinião independente sobre a entidade auditada. 
A auditoria interna, por sua vez, é aquela executada pela própria organização, 
com o objetivo de garantir o atendimento de seus objetivos institucionais, por meio 
da avaliação contínua de seus procedimentos e controles internos. Esse tipo de 
auditoria surgiu como uma evolução ou ramificação da auditoria independente. 
Historicamente, as empresas passaram a sentir necessidade de dar mais ênfase 
às normas e aos procedimentos internos, como forma de se antecipar às demandas 
por regularidade do ambiente externo. Contudo, de nada adiantava criar normas 
e procedimentos, sem que houvesse o acompanhamento e a avaliação se estes 
estavam sendo seguidos pelos funcionários. 
Enquanto o auditor externo dedicava seus esforços no exame das demonstra-
ções contábeis por um curto período de tempo, fez-se necessário um trabalho de 
maior constância, de maior grau de profundidade, capaz de alcançar outras áreas 
não relacionadas à contabilidade - controle de qualidade, lucratividade, eficiência 
operacional, administração de pessoal etc. 
Enfim, a auditoria interna nasceu da necessidade de acompanhar e de avaliar 
a correta aplicação das normas e procedimentoTmtemos da empresa (controles 
internos), aj^angendo aspectos contábeis e 
Os controles internos são o conjunto integrado de métodos e procedimentos 
adotados pela própria organização para proteção de seu patrimônio, promoção da 
confiabilidade e tempestividade dos seus registros contábeis, e atingimentos dos 
seus objetivos institucionais. 
Falaremos sobre os detalhes dos controles internos de uma organização no 
Capítulo 3, contudo, é preciso destacar que a auditoria interna é uma espécie de 
controle interno e funciona como um órgão de assessoramento da administração. 
Assim, o objetivo da auditoria interna é auxiliar a administmí;iao-w»--d&Ãeoi-
penho de suas funções e responsabilidades, fomecendo-ihes análises aprf^níaçòfís 
e recomendações ~ ^ 
De acordo com o CFC8, a auditoria interna compreende os exames, análises, 
avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados para 
a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos 
processos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao 
ambiente e de gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da 
entidade no cumprimento de seus objetivos. 
Os principais objetivos da auditoria interna são: 
• verificar se as normas relativas ao sistema contábil e de controles internos 
estão sendo cumpridas; 
• promover medidas de incentivo para o cumprimento das normas contábeis 
e dos controles internos; e 
Resolução CFC n 0 986/03: NBC T 12 - Da Auditoria Interna. 
C a p . 1 - CONCEITOS GERAIS W ^ j Ê 
• verificar a necessidade de aperfeiçoamento e propor novas normas para o 
sistema contábil e de controles internos. 
Observe que o auditor interno vai além da simples verificação da correta apli-
cação de normas e procedimentos. Ele atua como um consultor para a empresa, 
por exemplo, promovendo medidas de incentivo e propondo aperfeiçoamentos no 
funcionamento organizacional. Dizemos que, além da auditoria contábil, também 
realiza auditoria operacional. 
Trata-se, portanto, de uma atuação muito mais proativa, quando comparada á 
do auditor externo ou independente. 
Isso quer dizer que o auditor independente, no decorrer do seu trabalho, não 
pode propor melhorias à organização? Claro que pode! O auditor independente 
deve descrever os principais problemas organizacionais, constatados no curso do 
seu trabalho, e emitir recomendações sempre que necessário. Contudo, esse não 
é o seu objetivo principal. A auditoria independente é, primordialmente, contábil, 
enquanto que a auditoria interna é contábil e operacional. 
Assim, a principal diferença entre as auditorias interna e externa é a finalidade 
do trabalho. 
Na auditoria independente, o objetivo é a emissão da opinião sobre as demons-
trações contábeis, destinado, principalmente, ao público externo (acionistas, credores, 
fisco etc.). Já na auditoria interna, o objetivo é a elaboração de um relatório que 
comunique os trabalhos realizados, as conclusões obtidas e as recomendações e 
providências a serem tomadas. 
É importante ressaltar que, de acordo com as novas normas de auditoria9, 
tanto o auditor independente quanto o auditor interno emitem relatórios para fun-
damentar, respectivamente, sua opinião e suas recomendações. 
Outradiferença que caracteriza o auditor interno é a sua subordinação á 
empresa auditada. O auditor interno, geralmente, é um empregado da empresa. 
Isso não quer dizer que essa atividade não possa ser desenvolvida, de forma ter-
ceirizada, por uma firma de auditoria. O que interessa é o grau de subordinação 
existente, seja do "empregado pessoa física" ou do "empregado pessoa jurídica". 
Por sua vez, o auditor externo ou independente, como o próprio nome remete, não 
é subordinado à administração, pois deve emitir uma opinião fidedigna e livre de 
qualquer pressão da empresa auditada sobre suas demonstrações contábeis. 
Aprofundando um pouco mais esse tema, apesar de ser subordinado á admi-
nistração, o auditor interno deve ter certa autonomia, naturalmente, menor que a do 
auditor independente. Contudo, espera-se que aquele auditor produza um trabalho 
livre de interferências internas. 
Dessa forma, a auditoria interna deve ser subordinada apenas ao mais alto 
nível da administração, como, por exemplo, à Presidência ou ao Conselho de 
A NBC TA 700 define que a opinião do auditor independente deve ser expressa em um docu-
mento denominado relatório de auditoria. As normas de auditoria anteriormente vigentes e 
hoje revogadas faziam uma distinção na nomenclatura dos documentos emitidos pelo auditor 
independente (parecer) e o auditor interno (relatório). 
AUDITORIA - D a v i Barre to e F e r n a n d o Graef f - . 
Administração. O responsável pelas atividades de auditoria interna deve, portanto, 
reportar-se a um executivo ou órgão cuja autoridade seja suficiente, para garan-
tir uma ação efetiva, com respeito aos assuntos levantados e à implantação das 
recomendações efetuadas. É fiindamental que os auditores internos atuem com 
liberdade dentro da organização, sem medo de serem demitidos. 
Em algumas empresas e conglomerados, os auditores internos são subordina-
dos diretamente à holding, permitindo que atuem livres de pressão em todas as 
controladas, pois apenas a administração da empresa investidora pode admitir ou 
demitir esses profissionais. 
2. Exemplo de posicionamento da Auditoria interna no organograma de uma empresa 
Presidèncí.1 
Dire tor ia 
Técnica 
Diretor ia 
Financeira 
Coi i t ro lador 
Outro ponto importante se refere à extensão do trabalho nesses dois tipos 
de auditoria. Na auditoria interna, os trabalhos são desenvolvidos de forma 
contínua ao longo do tempo, pois isso é inerente às atividades de acompa-
nhamento e avaliação. Enquanto isso, na auditoria independente, os trabalhos 
são realizados esporadicamente, de acordo com as exigências legais ou outras 
demandas para esse tipo de auditoria. Consequentemente, o volume de testes 
e procedimentos realizados pelo auditor interno é maior que aquele realizado 
pelo auditor externo. 
A auditoria interna, assim como a independente, pode ser exercida nas pes-
soas jurídicas de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Além 
disso, o CFC10 determina que, assim como a auditoria independente, a profissão 
de auditor interno é privativa de contador registrado no Conselho Regional de 
Contabilidade (CRC). 
Vamos resumir as principais diferenças entre a auditoria interna e a auditoria 
externa no quadro a seguir. 
Resolução CFC n0 560/83 estabelece no § I o do art. 3o que as atividades de auditoria interna, 
auditoria independen te e perícia contábil são privativas de contadores. Apesar de profissionais 
com outras formações, na prática, atuarem como auditores internos em algumas instituições, 
a maioria das bancas organizadoras de concursos públicos adota o en tend imento expresso 
no citado normativo do CFC. 
C a p . 1 - CONCEITOS GERAIS 
Audi tor lnl.erno, , 
Relação com a 
empresa 
é e m p r e g a d o d a e m p r e s a não possui vínculo empregat ício 
Grau de inde-
pendência 
menor maior 
Finalidade comunicar o s t rabalhos realiza-
dos, a s conc lusões obt idas e a s 
r e c o m e n d a ç õ e s e providências a 
s e r em t o m a d a s 
e m i s s ã o de uma opinião sobre a 
a d e q u a ç ã o d a s d e m o n s t r a ç õ e s 
contábe is 
Tipos de audi-
tor ia 
contábil e operacional contábil 
Públ ico alvo interno interno e externo (principalmente 
externo) 
Duração contínua pontual 
Volume de 
testes 
maior menor 
Quem exerce a 
at iv idade 
contador com registro no CRC 
Documento que 
produz 
Relatório 
Onde é reali-
zada 
e m p e s s o a s jurídicas d e direito público, interno ou externo, e de 
direito privado. 
1.4. AUDITORIA GOVERNAMENTAL 
Antes de definir auditoria governamental, é interessante apresentar as Entidades 
Fiscalizadoras Superiores (EFS) e a [NTOSAI". 
As EFS são as instituições do Estado responsáveis por executar a auditoria 
governamental. Aqui no Brasil, esse papel é exercido por instituições como o 
Tribunal de Contas da União (TCU). 
Essas instituições verificam as demonstrações financeiras, a obediência às 
normas e regulamentos, e buscam salvaguardar ativos de fraudes e desvios de 
recursos no setor público. Enfim, são os auditores externos e intemos dessa grande 
"empresa" que é o governo. 
Já a INTOSAI é entidade internacional que congrega as EFS e emite normas 
e regulamentos que orientam as atividades e procedimentos de auditoria governa-
mental. Dessa forma, segundo a INTOSAI, "a auditoria govemamental é a atividade 
independente e objetiva que, por meio da aplicação de procedimentos específicos, 
tem a finalidade de emitir opinião sobre a adequação das contas governamentais, 
assim como apresentar comentários sobre o desempenho organizacional e o resul-
tado dos programas de governo". 
International Organization o f Supreme Audit Institutions. 
; ' AUDITORIA - D a v i B à n ^ ^ 
Veja que, de forma semelhante à auditoria independente das demonstrações 
contábeis, a auditoria governamental também se caracteriza por uma atuação au-
tônoma (independente) com dois objetivos específicos: 
• emitir uma opinião sobre a adequação das contas governamentais (auditoria 
de regularidade ou auditoria de conformidade); e 
• avaliar e apresentar recomendações sobre o desempenho das atividades e 
programas governamentais (auditoria de desempenho ou auditoria opera-
cional ou auditoria de otimização de recursos). 
Dessa forma, as auditorias de regularidade objetivam avaliar a legalidade e 
a legitimidade dos atos de gestão do ente público, certificando-se, por exemplo, 
que as entidades responsáveis cumpriram sua obrigação de prestar contas, que as 
decisões administrativas foram tomadas com probidade e que os dispositivos legais 
e normativos estão sendo seguidos. Já, a auditoria de desempenho preocupa-se em 
verificar a economia, a eficiência e a eficácia da gestão pública. 
Note que a auditoria governamental pode ser tanto de regularidade quanto de 
desempenho, e o que as diferencia é o seu escopo. A primeira foca os critérios de 
legalidade, legitimidade e economicidade, enquanto que a segunda foca os critérios 
de economicidade, eficácia, eficiência e efetividade. 
Assim, as EFS devem buscar executar auditorias de conformidade ou de 
desempenho em todas as organizações públicas, de modo a realizar o exame das 
Contas de Governo de forma mais efetiva. 
Segundo a Secretaria Federal de Controle Interno (SFCI)12, a auditoria gover-
namental pode ser classificada em 5 (cinco) tipos: 
1. Auditoria de Avaliação da Gestão: objetiva emitir uma opinião com vistas 
a certificar a regularidade das contas públicas. 
Compreende, entre outros aspectos, o exame das peças que instruem os 
processos de tomada ou prestação de contas; o exame da documentação 
comprobatória dos atos e fatos administrativos; a verificação da eficiên-
cia dos sistemas de controles administrativo e contábil; a verificação do 
cumprimento da legislação pertinente; e a avaliação dos resultados opera-cionais e da execução dos programas de governo quanto à economicidade, 
eficiência e eficácia dos mesmos. 
Em resumo, de acordo com a SFCI, esse tipo de auditoria busca realizar 
exames de conformidade e de desempenho da gestão em análise, no intuito 
de prover uma opinião robusta e abrangente sobre o gestor público. 
2. Auditoria de Acompanhamento da Gestão: realizada ao longo dos processos 
de gestão, com o objetivo de atuar em tempo real sobre os atos efetivos e 
os efeitos potenciais positivos e negativos de uma entidade, evidenciando 
Instrução Normativa no 01, de 06 d e abril de 2001, da Secretaria Federal de Controle Inter-
no. 
C a p . 1 - CONCEITOS GERAIS 
melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos ao 
desempenho da sua missão institucional. 
3. Auditoria Contábil: objetiva opinar se os registros contábeis foram efetua-
dos de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as 
demonstrações refletem, adequadamente, a situação econômico-financeira 
do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as 
demais situações nelas demonstradas. 
Compreende o exame dos registros e documentos e a coleta de informações 
e confirmações, mediante procedimentos específicos. 
Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de recursos 
externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais, 
por unidades ou entidades públicas executoras de projetos celebrados 
com aqueles organismos com vistas a emitir opinião sobre a adequação e 
fidedignidade das demonstrações financeiras. 
4. Auditoria Operacional: consiste em avaliar as ações gerenciais e os proce-
dimentos relacionados ao processo operacional, com a finalidade de emitir 
uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e 
economicidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos 
resultados, por meio de recomendações, que visem aprimorar os procedi-
mentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial. 
5. Auditoria Especial: objetiva o exame de fatos ou situações consideradas 
relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para 
atender determinação expressa de autoridade competente. Classifica-se 
nesse tipo os demais trabalhos auditoriais não inseridos em outras classes 
de atividades. 
Capítulo 2 
AUDITORIA INDEPENDENTE DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
De acordo com a NBC TA 2001, a opinião do auditor sobre as demonstra-
ções contábeis trata de determinar se as demonstrações contábeis são elaboradas, 
em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório 
financeiro aplicável. 
Quando falamos em auditor, nos referimos à pessoa ou pessoas que conduzem 
a auditoria independente, geralmente o sócio do trabalho ou outros integrantes da 
equipe do trabalho, ou, quando aplicável, à firma de auditoria2. 
A opinião do auditor expressa se as demonstrações contábeis estão apresentadas 
adequadamente, em tudo que for efetivamente importante, de acordo com a estrutura 
de relatórios e demonstrativos financeiros (Balanço Patrimonial, Demonstração de 
Resultados do Exercício etc.) adotada pela administração. 
Explica-se que a "estrutura de relatório financeiro aplicável" nada mais é do 
que a estrutura que baliza o conjunto de documentos, relatórios e demonstrativos 
que a empresa deve produzir com fins de informar os terceiros interessados sobre 
a posição patrimonial e financeira da instituição. 
As exigências da estrutura de relatório financeiro determinam o que constitui 
o conjunto completo de demonstrações contábeis, destinado a fornecer informações 
a respeito da posição patrimonial e financeira, desempenho e fluxos de caixa da 
entidade. No Brasil, tais estruturas, incluem balanço patrimonial, demonstração 
do resultado, demonstração das mutações do patrimônio líquido, demonstração 
dos fluxos de caixa e respectivas notas explicativas (para as companhias abertas, 
inclui-se também a demonstração do valor adicionado). 
Não é difícil entender que, para atingir esse objetivo é necessário que esses 
relatórios: 
• estejam de acordo com as normas brasileiras de contabilidade emitidas 
pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC); 
Resolução CFC n 0 1 .203 /09 : NBC TA 200 - Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução 
da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria. 
Q u a n d o uma NBC TA p r e t e n d e expressamen te q u e u m a exigência ou responsabi l idade seja 
cumpr ida pelo sócio d o trabalho, usa-se o t e r m o "sócio d o t rabalho" ao invés de auditor. 
AUDITORIA - Davi Barre to e F e r n a n d o Graeff 
• sejam elaborados de acordo com a natureza da entidade e o setor no qual 
atua, de forma que todas as particularidades relevantes em questão sejam 
levadas em conta; 
• atendam aos objetivos específicos das demonstrações contábeis; e 
• cumpram todas as demais exigências legais ou regulamentares aplicá-
veis. 
Portanto, as exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável determi-
nam a forma e o conteúdo das demonstrações contábeis. Embora a estrutura possa 
não especificar o modo de contabilização ou divulgação de todas as transações ou 
eventos, ela geralmente incorpora princípios suficientemente amplos, que podem 
servir como base para o desenvolvimento e aplicação de políticas contábeis com-
patíveis com os conceitos subjacentes às exigências da estrutura. 
As demonstrações contábeis podem ser elaboradas em conformidade com uma 
estrutura de relatório financeiro para satisfazer tanto as necessidades de informação 
financeira comuns de um amplo leque de usuários (demonstrações contábeis para fins 
gerais) como para de usuários específicos (demonstrações contábeis para propósitos 
especiais). Dessa forma, a estrutura de relatório financeiro aplicável muitas vezes 
abrange normas de contabilidade estabelecidas por organizações normatizadoras e/ 
ou reguladoras - como uma Agência Reguladora - ou por exigências legislativas 
e/ou regulamentares. 
Já no que se refere ao alcance dos trabalhos de auditoria independente, a opinião 
do auditor não assegura, por exemplo, a viabilidade futura da entidade nem a eficiência 
ou eficácia com a qual a administração conduziu os negócios da entidade. 
Assim, a opinião do auditor independente tem por limite os próprios objetivos 
da auditoria das demonstrações contábeis e não representa garantia de viabilida-
de futura da entidade ou algum tipo de atestado de eficácia da administração na 
gestão dos negócios. Em outras palavras, a auditoria não garante que a empresa 
terá sucesso no futuro em seus objetivos. Seria muita pretensão do auditor ter esse 
objetivo. Na realidade, ele é contratado com um único propósito; avaliar, com 
determinado nível de segurança, se as demonstrações contábeis estão corretas. 
Em algumas situações, porém, lei e regulamento aplicáveis podem exigir que 
o auditor forneça opinião sobre outros assuntos específicos, tais como a eficácia do 
controle interno ou a compatibilidade de um relatório separado da administração 
junto com as demonstrações contábeis. Ou seja, é possível que seja exigido algo 
mais do auditor, além da sua opinião sobre as demonstrações contábeis. Contudo, 
trata-se de exceção e não da regra. 
Ao longo do texto, descrevemos que a opinião do auditor tem o intuito de 
fornecer uma segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo 
estão livres de distorção relevante. Define-se essa asseguração razoável como sendo 
um nível elevado de segurança, conseguido quando o auditor obtém evidência de 
auditoria apropriada e suficiente para reduzir, a um nível aceitavelmente baixo, o 
risco de auditoria, isto é, o risco de que o auditor expresse uma opinião inadequada 
quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante (mais detalhes 
sobre risco de auditoria serão tratadosainda neste capítulo). 
C a p . 2 - AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
Contudo, asseguração razoável não significa um nível absoluto de segurança, 
porque sempre há limitações inerentes em uma auditoria (a expressão "asseguração 
razoável" já é bem autoexplicativa), as quais resultam do fato de que a maioria 
das evidências de auditoria em que o auditor baseia suas conclusões e sua opinião 
é persuasiva e não conclusiva. Isso quer dizer que nenhum trabalho de auditoria 
é 100% eficaz, pelo simples fato de que, como qualquer controle, uma relação 
custo-beneficio razoável não admite um trabalho completamente exaustivo. 
Dessa forma, o auditor, durante o planejamento e a execução da auditoria, 
bem como na avaliação dos efeitos de distorções identificadas sobre as demons-
trações contábeis, constantemente aplica o conceito de materialidade. Em geral, 
as distorções, inclusive as omissões, são consideradas relevantes se for razoável 
esperar que, individual ou conjuntamente, elas influenciem as decisões econômicas 
dos usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis. 
Em outras palavras, o auditor procura considerar apenas aquilo que é im-
portante. Assim, julgamentos sobre a materialidade são estabelecidos levando-se 
em consideração as circunstâncias envolvidas e são afetadas pela percepção que 
o auditor tem das necessidades dos usuários das demonstrações contábeis e pelo 
tamanho ou natureza de uma distorção, ou por uma combinação de ambos. 
É importante ressaltar que a opinião do auditor considera as demonstrações contábeis 
como um todo e, portanto, o auditor não é responsável pela detecção de distorções 
que não sejam relevantes para as demonstrações contábeis como um todo. 
De tal forma que as normas de auditoria determinam que, em todos os casos 
nos quais não for possível obter segurança razoável para embasar sua opinião, o 
auditor deve abster-se de emitir opinião ou renunciar ao trabalho (quando essa 
renúncia for possível de acordo com lei ou regulamentação aplicável). 
Ainda no que se refere à detecção de distorções, é preciso lembrar que a auditoria 
está ligada diretamente à contabilidade, que muitas vezes é manipulada visando ao 
desvio de recursos e a outros tipos de fraude. Assim, faz-se necessário o uso de uma 
especialização (técnica) contábil voltada para testar a eficiência e a eficácia do controle 
patrimonial, bem como a adequação das demonstrações contábeis da entidade. 
Contudo, é importante destacar que o papel primordial do auditor não é de-
tectar ou prevenir a ocorrência de erros e fraudes. Caso o fosse, seria necessário 
que se procedesse a revisão integral de todos os registros e operações da empresa, 
tomando a atividade de auditoria extremamente custosa e demorada. 
Além disso, mesmo que se executassem tais dispendiosos procedimentos, não 
seria possível impedir a existência de fraudes, pois, na maioria das vezes, decorrem 
de fatos não contabilizados especialmente desenhados para ludibriar o sistema. 
Finalmente, podemos afirmar que, ao conduzir a auditoria de demonstrações 
contábeis, os objetivos gerais do auditor são: 
(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um 
todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas 
por fraude ou erro; 
(b) expressar sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elabo-
radas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura 
de relatório financeiro aplicável; e 
AUDITORIA - p à v i - Bàrre to è F e r n a n d o Graef f 
(c) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se, em 
conformidade com suas constatações. 
Resta-nos agora identificar tudo aquilo que não é objetivo do auditor: 
(a) elaborar relatórios financeiros - as demonstrações contábeis sujeitas à 
auditoria são as da entidade, elaboradas pela sua administração, com 
supervisão geral dos responsáveis pela governança; 
(b) identificar erros e fraudes - compete aos responsáveis pela governança da 
entidade e à sua administração a prevenção e detecção de erros e fraudes, 
cabendo ao auditor realizar seu trabalho de acordo com as normas de 
auditoria e obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, 
como um todo, não contém distorções relevantes; 
(c) assegurar a viabilidade futura da entidade; e 
(d) atestar a eficiência ou eficácia com a qual a administração conduziu os 
negócios da entidade. 
Com isso fica mais fácil dar o primeiro e talvez o mais importante passo 
dessa caminhada que é entender o que é e o que não é objetivo da auditoria 
independente das demonstrações contábeis. Ter "em mente de forma clara esses 
conceitos é peça chave que permitirá passar com tranqüilidade pelas próximas 
etapas do nosso estudo. 
2 . 1 . Q U A N D O A A U D I T O R I A I N D E P E N D E N T E D A S D E M O N S T R A Ç Õ E S 
C O N T Á B E I S É N E C E S S Á R I A ? 
Vimos que a auditoria tomou-se necessária para o correto funcionamento 
das atividades econômicas de hoje e que, apesar de já termos uma boa intuição 
sobre o assunto, ainda não falamos, explicitamente, sobre os motivos que levam 
a contratação do auditor. 
O primeiro e mais óbvio motivo são as determinações existentes na legis-
lação brasileira. Vejamos algumas situações em que as empresas são legalmente 
obrigadas a serem auditadas: 
• a Lei no 6.404/76 (lei das sociedades anônimas por ações) estabelece que 
as companhias abertas devem ser auditadas por auditores independentes 
registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 
• a Lei no 11.638/07, que alterou a lei das S.A., estabelece que as empresas 
de grande porte3 , ainda que não constituídas sob a forma de sociedade 
por ações, devem ser auditadas por auditores independentes registrados na 
CVM; 
As empresas d e grande porte são aquelas que tenham, no exercício anterior, ativo total superior 
a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões. 
C a p . 2 - AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
• O Banço Central determina que as instituições financeiras sejam auditadas 
por auditores independentes; 
• a CVM, por meio da Instrução no 247/96, obrigou que as demonstrações 
consolidadas de controladoras e controladas sejam submetidas à auditoria 
independente; e 
• a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) por intermédio da Res. 
CNSP4 n0 118/04, determinou que as demonstrações contábeis, inclusive as 
notas explicativas das sociedades supervisionadas (sociedades seguradoras, 
de capitalização, resseguradoras locais e entidades abertas de previ-
dência complementar) devem ser auditadas por auditor independente. 
Além das obrigações legais, existem outros motivos que podem levar uma 
empresa a se submeter a uma auditoria externa, entre eles citamos: 
• como medida de controle dos próprios proprietários, no intuito de obter 
uma opinião independente sobre a posição patrimonial e financeira de suas 
empresas; 
• imposição de credores ou bancos, que condicionam compras a prazo ou 
concessão de empréstimos a auditorias independentes nas contas da ins-
tituição; 
• exigências estatutárias da própria empresa; e 
• para efeito de fusão, incorporação ou cisão. 
Enfim, são várias as situações em que a auditoria independente se faz neces-
sária, contudo, é importante destacar que as Normas Brasileiras de Auditoria não 
impõem responsabilidades à administração ou aos responsáveis pela governança 
das empresas no que se refere à elaboração das demonstrações contábeis sujeitas 
à auditoria. 
Adtn in is t i t iç io Ri sponMVCis p Gov^rri in^^d 
São aqueles com responsabilidade 
executiva pela condução d a s operações 
da entidade (ex,: diretores, conselho de 
administração, presidente). 
São a s pe s soas com responsabilidade 
de supervisionar a direção estratégica da 
entidade e, consequentemente, de super-visionar a s atividades da Administração 
(isso inclui a supervisão gerai do relatório 
financeiro). 
As demonstrações contábeis auditadas são as da entidade, elaboradas pela sua 
administração, com supervisão geral dos responsáveis pela governança. As NBC 
TAs não se sobrepõem às leis, aos regulamentos ou aos estatutos que governam 
essas responsabilidades. 
4 Conselho Nacional de Seguros Privados. 
AUDITORIA - DaVi Barre to e F e r n a n d o Graeff 
Entretanto, a auditoria é conduzida com base na premissa de que a administração 
e os responsáveis pela governança têm conhecimento de certas responsabilidades 
que são fundamentais para a condução dos trabalhos do auditor. 
Leis ou regulamentos podem estabelecer as responsabilidades em relação a 
relatórios financeiros. Entretanto, a extensão dessas responsabilidades, ou a forma 
que elas são descritas, podem ser diferentes. 
Apesar dessas diferenças, uma auditoria é conduzida com base na premissa 
de que a administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança 
reconhecem e entendem que têm a responsabilidade: 
(a) pela elaboração das demonstrações contábeis em conformidade com a 
estrutura de relatório financeiro aplicável, incluindo sua apresentação 
adequada; 
(b) pelo controle interno necessário para permitir a elaboração de demonstrações 
contábeis que estejam livres de distorção relevante, independentemente se 
causada por fraude ou erro; e 
(c) por fornecer ao auditor: 
i. acesso a todas as informações que sejam relevantes para a elaboração 
e apresentação das demonstrações contábeis tais como registros, do-
cumentação, extratos bancários, cartas, atas de reunião etc.; 
ii. informações adicionais que o auditor possa solicitar para a finalidade 
da auditoria; e 
iii. acesso irrestrito às pessoas da entidade, que o auditor determine ser 
necessário obter evidências de auditoria. 
2 . 2 . RISCO DE AUDITORIA 
Tomar decisões sobre risco representa um dos passos principais na realização 
da auditoria. Nesse sentido, o conceito de risco de auditoria é extremamente im-
portante, pois é uma forma de expressão da idéia de segurança razoável, da idéia 
de que o auditor agiu, ao mesmo tempo, de forma prudente e eficiente. 
A opinião do auditor independente é baseada em uma segurança razoável de 
que as demonstrações contábeis estão adequadas. Existe, portanto, a possibilidade 
de o auditor não conseguir detectar alguma distorção relevante nas demonstrações 
contábeis. O desafio da auditoria está no fato de que os auditores não podem exa-
minar todas as possíveis evidências referentes a todas as transações realizadas pela 
entidade. Dessa forma, o modelo de risco de auditoria orienta os auditores na coleta 
de evidências, para que possam emitir uma opinião, com razoável segurança. 
A avaliação dos riscos orienta as decisões sobre a natureza, época de realiza-
ção e extensão dos procedimentos de auditoria, bem como a formação da equipe 
de trabalho. Enfim, a avaliação de riscos é peça-chave no planejamento de uma 
auditoria. Assim, o auditor independente deve, na fase de planejamento, efetuar a 
avaliação dos riscos de auditoria para que os trabalhos sejam programados ade-
C a p . 2 - AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
quadamente, evitando a apresentação de informações errôneas em sua avaliação 
sobre as demonstrações contábeis. 
Dessa forma, segundo a NBC TA 200, o risco de auditoria é o risco de que 
o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as demonstrações 
contábeis contiverem distorção relevante. Ademais, para fins das normas de audi-
toria, o risco de auditoria não inclui o risco de que o auditor possa expressar uma 
opinião de que as demonstrações contábeis contêm distorção relevante quando esse 
não é o caso, pois esse risco geralmente é insignificante. 
Ou seja, o risco de auditoria está relacionado à possibilidade de o auditor 
não detectar falhas relevantes nas demonstrações contábeis, emitindo, assim, uma 
opinião "sem ressalvas", quando deveria emitir uma opinião "com ressalvas" ou 
"adversa". Em outras palavras, afirmar que está tudo certo, quando não está... 
É nada mais, nada menos que o princípio da prudência, do conservadorismo: é 
melhor emitir uma opinião incorreta sobre demonstrações corretas do que sobre 
demonstrações incorretas. 
A avaliação dos riscos baseia-se em procedimentos de auditoria para a obtenção 
de informações e evidências necessárias para essa finalidade, e é antes uma questão 
de julgamento profissional que uma questão passível de mensuração precisa. Além 
disso, destaca-se que o risco de auditoria é um termo técnico relacionado ao pro-
cesso de auditoria em si; ele não se refere aos riscos de negócio do auditor, tais 
como perda decorrente de litígio, publicidade adversa ou outros eventos surgidos 
em conexão com a auditoria das demonstrações contábeis. 
Por fim, destaca-se que o risco de auditoria é função de dois tipos de risco: 
dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção. 
2.2.1. Riscos d e dis torção re levante 
Risco de distorção relevante é o risco de que as demonstrações contábeis 
contenham distorção relevante antes da auditoria. Em outras palavras, são os riscos 
que independem da ação do auditor. 
Esses podem existir em dois níveis, no nível geral da demonstração con-
tábil e no nível da afirmação5 para classes de transações, saldos contábeis e 
divulgações. 
No primeiro caso, trata-se dos riscos de distorção relevante que se relacionam 
de forma disseminada às demonstrações contábeis como um todo e que afetam 
potencialmente muitas afirmações. 
Já o segundo tipo de risco de distorção relevante é avaliado para que se 
determine a natureza, a época e a extensão dos procedimentos necessários para a 
obtenção de evidência de auditoria apropriada e suficiente. Essa evidência possi-
Afirmações são declarações da administração, explícitas ou não, que estão incorporadas às 
demonstrações contábeis, utilizadas pelo auditor para considerar os diferentes tipos de dis-
torções potenciais que possam ocorrer. Assim, um registro contábil é uma afirmação, o saldo 
de uma conta contábil é uma afirmação, uma nota explicativa é uma afirmação etc. 
' AUDITORIA - D a v i Bar re to e F e r n a n d o Graeff 
bilita ao auditor expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis em um 
nível aceitavelmente baixo de risco de auditoria. 
Os riscos de distorção relevante no nível da afirmação consistem em dois 
componentes: risco inerente e risco de controle. Como já foi dito, eles existem 
independentemente da auditoria das demonstrações contábeis. 
(i) risco inerente é a suscetibilidade de uma afirmação a uma distorção re-
levante, individualmente ou em conjunto com outras distorções, antes da 
consideração de quaisquer controles relacionados. 
É a suscetibilidade a impropriedades decorrentes da ausência ou da ina-
dequação de controles internos, ou seja, é um risco próprio da natureza 
da atividade em questão. 
Por exemplo, suponha um estabelecimento comercial em que todo dinheiro 
das suas vendas fica jogado em cima do balcão. Ora, é um prato cheio 
para furtos (tipo de fraude). Essa ausência de controles caracteriza um 
risco inerente. 
O risco inerente é mais alto para algumas afirmações e classes relacio-
nadas de transações, saldos contábeis e divulgações do que para outras. 
Por exemplo, ele pode ser mais alto para cálculos complexos ou contas 
compostas de valores derivados de estimativas contábeis sujeitas á incerteza 
significativa de estimativa - ou seja, quanto mais complexa a atividade 
maior o risco inerente (natural) desta. 
Além disso, circunstâncias externas que dão origem a riscos de negócios 
também podem influenciar o risco inerente. Por exemplo, desenvolvimentos 
tecnológicos podem tornar obsoleto um produto específico, tornando assim 
o estoque maissuscetível de distorção em relação à superavaliação. 
(ii) risco de controle é o risco de que uma distorção relevante que possa 
ocorrer em uma afirmação, individualmente ou em conjunto com outras 
distorções, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente 
pelo controle interno da entidade. 
E o risco de uma eventual incorreção não ser tempestivamente detectada, 
ou seja, mesmo que haja controles adequados, existe a possibilidade de 
falhas na sua aplicação. Dessa forma, está diretamente ligado à eficácia 
dos controles internos. 
Voltando para o exemplo do estabelecimento comercial, supondo que um 
funcionário foi contratado e treinado para controlar o caixa. Por mais que 
o funcionário seja honesto e competente, há a possibilidade de erro por 
desatenção. 
O risco de controle é uma função da eficácia do desenho (controles 
estabelecidos), da implementação e da manutenção do controle interno 
pela administração no tratamento dos riscos identificados que ameaçam 
o cumprimento dos objetivos da entidade. 
Em outras palavras, quanto mais eficaz é o controle interno, menor é o 
risco de controle. De qualquer forma, independentemente da qualidade 
da estrutura e operação do controle interno, os riscos de distorção rele-
C a p . 2 - AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
vante podem ser reduzidos, mas nunca totalmente eliminados. Portanto, 
algum risco de controle sempre existirá (o risco de controle nunca será 
igual a zero). 
As normas de auditoria geralmente não se referem ao risco inerente e ao risco 
de controle separadamente, mas a uma avaliação combinada dos "riscos de distor-
ção relevante". Contudo, o auditor pode fazer avaliações separadas ou combinadas 
do risco inerente e do risco de controle, dependendo das técnicas de auditoria ou 
metodologias e considerações práticas, podendo ser expressas em termos quanti-
tativos, como porcentagens, ou em termos não quantitativos (qualitativos). 
2.2.2. Risco d e de tecção 
Risco de detecção é o risco de que os procedimentos executados pelo auditor 
para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo não detectem 
uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto 
com outras distorções. 
Em outras palavras, é o risco de o auditor não detectar um erro ou fraude 
que afete as demonstrações contábeis, está ligado ao grau de eficácia dos proce-
dimentos conduzidos pelo auditor. 
O risco final (risco de auditoria) pode ser calculado como sendo o produto 
dos diferentes tipos de risco. 
Risco de Auditoria = Risco de Distorção Relevante x Risco de Defecção 
Pense na seguinte situação: uma auditoria em uma firma constata que os riscos 
inerentes e de controle são altíssimos (não há controles internos eficientes e os 
que existem estão sujeitos a muitas falhas). O que dever ser feito? Provavelmente, 
o auditor tomará muito mais cuidado ao executar os procedimentos de auditoria 
(fazer mais testes, avaliar uma quantidade maior de contas etc.). Em outras pala-
vras, vai se esforçar para diminuir o risco de detecção. 
Há uma relação inversa entre o risco de detecção e os riscos de distorção 
relevante (risco inerente e risco de controle). Quanto maior o risco de detecção, 
menores os riscos de distorção relevante a serem aceitos pelo auditor (e vice-versa). 
Ou seja, o auditor deve equilibrar os diversos riscos existentes de forma a manter 
o risco total (risco de auditoria) em um nível aceitável. 
Assim, para um dado nível de risco de auditoria, o nível aceitável de risco de 
detecção tem uma relação inversa com os riscos avaliados de distorção relevante no 
nível da afirmação. Por exemplo, quanto maiores são os riscos de distorção relevante 
que o auditor acredita existir, menor é o risco de detecção que pode ser aceito e, 
portanto, mais persuasivas devem ser as evidências de auditoria exigidas. 
Outra forma de visualizar a relação entre os diferentes tipos de risco é por 
meio da chamada Matriz de Risco, que coloca em dimensões (eixos) distintas os 
"ÂUDITORÍA - D a v í B a r r e i Ó è F e r n a n d o Graeff 
riscos inerente e de controle, e relaciona o impactos desses riscos no risco de 
detecção. 
3. Matriz de Risco de Auditor ia (modelo ilustrativo) 
Alto 
Risco de 
Controle Médio 
Baixo 
\íiii<ir quiititídiuic de 
lestes de iiuditoría 
(fNifcinctior risco 
dc ik-tcccüo) 
M m 1 «jmifiwwwai» 
i!e (estes i k 
(permite 
Baixo Médio 
Risco Inerente 
Alto 
Veja que a Matriz de Risco traz uma mensagem muito simples: 
• quando os riscos de distorção relevante são altos (zona com alto risco 
de controle e alto risco inerente), os riscos de detecção devem ser re-
duzidos, ou seja, o auditor deve executar mais teste e procedimentos de 
auditoria; e 
• quando os riscos de distorção relevante são baixos (zona com baixo risco 
de controle e baixo risco inerente), os riscos de detecção podem ser au-
mentados, ou seja, o auditor pode "relaxar" mais e executar uma menor 
quantidade de teste e procedimentos de auditoria. 
Logicamente, não há somente essas duas possibilidade (alto risco e baixo 
risco de distorção relevante), essas são condições extremas que foram utiliza-
das apenas de forma ilustrativa. Na prática, podem exitir situações em que o 
risco de controle é baixo e o risco inerente é alto, ou que ambos os riscos são 
médios etc. 
Mas como essa matriz é aplicada na prática? Durante a avaliação dos sistemas 
de controle de uma entidade, o auditor analisa diversas áreas (Estoques, Contas 
a Receber, Imobilizados etc.) e atribui um nível de risco inerente e de controle 
para cada uma delas. Posteriomente, é possível posicionar as diversas áreas na 
Matriz de Risco e avaliar aquelas prioritárias ou que demandarão maior atenção 
do auditor. 
C a p . 2 - AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. 
4. Exemplo de aplicação da Matriz de Risco em uma auditoria 
Áreas que demaudam meuor 
qii auíida de de testes e 
procedimeutoslpodeüiter 
risco de detecto deva do) 
Alto 
Risco de 
Controle Médio l 
Baixo 
.4ieas que demandam maior 
quantidade detestes e 
procedimeüfos(predsani ter 
risco de detecçio reduado> 
I I 
) 
1 
! 
1 
1 
1 1 
f 
t 
! 
\ 
V 
•Estoques 
•Contai a Receber \ 
1 
\ 
•Inioblíhiado ^ 
1 
\ 
V 
s 
/ 
/ 
•Contas a Pagar / \ •Inioblíhiado ^ 
1 
v ^ 
/ 
•••Investimcnt^ 
Baixo Médio Alto 
• Risco Inerente — ^ 
Assim, o risco de detecção se relaciona com a natureza, a época e a exten-
são dos procedimentos que são determinados pelo auditor para reduzir o risco 
de auditoria a um nível baixo aceitável. Portanto, é uma função da eficácia do 
procedimento de auditoria e de sua aplicação pelo auditor. 
Assuntos como planejamento adequado; designação apropriada de pessoal para 
a equipe de trabalho; aplicação de ceticismo profissional; e supervisão do trabalho 
de auditoria executado ajudam a aprimorar a eficácia do procedimento de auditoria 
e de sua aplicação e reduzem a possibilidade de que o auditor possa selecionar um 
procedimento de auditoria inadequado, aplicar erroneamente um procedimento de 
auditoria apropriado ou interpretar erroneamente os resultados da auditoria. 
Finalmente, assim como o risco de distorção relevante, o risco de detecção só 
pode ser reduzido, não eliminado, devido às limitações inerentes de uma auditoria. 
Portanto, sempre existe algum risco de detecção. 
AUDITORIA - D a v i Barre to e F e r n a n d o Graeff 
EXERCÍCIOS C O M E N T A D O S - CAPÍTULOS 1 E 2 
(ESAF/AnalistaTécnico da SUSEP/2010) Com relação aos níveis de relevância determinados 
em um processo de auditoria externa, é verdadeiro afirmar que: 
a) o processo de avaliação de relevância deve sempre considerar os níveis de risco e as distorções 
identificadas, não sendo permitido considerar nos limites eventuaisdistorções não identificadas 
ou projetadas. 
b) o auditor, em nenhuma hipótese, pode estabelecer nível de relevância abaixo dos determinados 
no planejamento. 
c) não se devem considerar as avaliações de risco e relevância no seu conjunto, sendo sempre 
avaliadas individualmente. 
d) os níveis de relevância estabelecidos no planejamento devem ser mantidos, independentemente 
dos fatores encontrados, durante a realização dos trabalhos. 
e )^se a administração da entidade auditada negar-se a ajustar as demonstrações contábeis e os 
procedimentos de auditoria adicionais, de forma a não permitir concluir que o montante agre-
gado das distorções seja irrelevante, deve o auditor considerar os efeitos no seu parecer. 
Comentários: A alternativa "a" está errada, na utilização da amostragem o auditor deve projetar 
para a população as distorções encontradas na amostra; "b" e "d" estão erradas, o planejamento 
de auditoria não é imutável; "c" está errada, risco e relevância são conceitos interligados que de-
vem ser analisados em conjunto, entre eles existe uma relação inversa; por fim, "e"está correta, o 
auditor somente poderá emitir uma opinião (parecer) sem ressalva caso esteja satisfeito quanto à 
apresentação das demonstrações contábeis, e julgue que estão devidamente elaboradas, em todos 
os aspectos relevantes, do contrário, deve modificar sua opinião. 
(ESAF/Analista Técnico da SUSEP/2010) O auditor externo, ao realizar os procedimentos 
para avaliação de três processos da empresa a ser auditada, constatou a seguinte situa-
ção: 
Área 1: Baixo nível de risco, com baixa probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes. 
Área 2: Alto nível de risco, com média probabilidade de ocorrência de erros e /ou fraudes. 
Área 3: Alto nível de risco, com alta probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes. 
Com base nas conclusões acima, pode-se afirmar que o auditor: 
a) não deverá realizar testes para a área 1, visto que o risco e a probabilidade de ocorrência de 
erros é baixa. 
b) deverá aplicar testes considerando grandes amostragens para todas as áreas. 
c) somente deverá realizar testes nas áreas 2 e 3, as quais apresentam risco alto. 
d) em decorrência da probabilidade baixa e média nos itens 1 e 2, os testes de auditoria poderão 
ser suportados por relatórios de confirmação feitos pela administração da empresa. 
e) deverá efetuar testes em todas as áreas, conforme estabelece as normas de auditoria. 
Comentários: O auditor deverá efetuar testes em todas as áreas, em maior ou menor quanti-
dade, d e p e n d e n d o da relação entre o risco e a probabilidade de ocorrência d e erros (vide matriz 
de risco). 
(FGV/Auditor Fiscal da Receita Municipal - Pref. Angra dos Reis/2010) Estrutura de re-
latório financeiro aplicável, nos termos da TA 200, é a estrutura de relatório financeiro 
adotada pela administração e, quando apropriado, pelos responsáveis pela governança 
na elaboração das demonstrações contábeis, que é aceitável em vista da natureza da 
ent idade e do objet ivo das demonstrações contábeis ou que seja exigida por lei ou 
regulamento. 
É utilizada para se referir a uma estrutura de relatório financeiro que exige conformidade com 
as exigências dessa estrutura e 
C a p . 2 - AUDITORIA INDEPENDENTE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
a) prevê o mesmo modelo de demonstrações contábeis para qualquer tipo de entidade, com vistas 
à harmonização de normas contábeis. 
b)' reconhece explícita ou implicitamente que, para conseguir a apresentação adequada das de-
monstrações contábeis, pode ser necessário que a administração forneça divulgações além das 
especificamente exigidas pela estrutura. 
c) prevê que caberá ao auditor fornecer os modelos adequados de relatórios a serem utilizados 
pela entidade, a partir de 2010. 
d) reconhece explicitamente que a administração não se desvie de uma exigência da estrutura 
para conseguir uma apresentação adequada das demonstrações contábeis. 
e) reconhece que o auditor deve manter seu planejamento inicial constante até o final dos traba-
lhos. 
Comentários: Segundo a NBCTA 200, a expressão "estrutura de apresentação adequada"é utilizada 
para se referir a uma estrutura de relatório financeiro que exige conformidade com as exigências 
dessa estrutura e reconhece explícita ou implicitamente que, para conseguir a apresentação ade-
quada das demonstrações contábeis, pode ser necessário que a administração forneça divulgações 
além das especificamente exigidas pela estrutura. 
(FGV/Auditor Fiscal da Receita Municipal - Pref. Angra dos Reís/2010) No que diz respeito 
à f inalidade da auditoria, a NBCTA 200, publicada no final do ano de 2009, com eficácia 
para os exercícios iniciados a partir de 01/01/10, explicita que 
ay o objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte 
dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as 
demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade 
com uma estrutura de relatório financeiro aplicável. 
b) as fraudes e erros, diferentemente do que acontecia até 2009, a partir de 2010 precisam ser 
comunicadas aos órgãos fiscalizadores. 
c) a auditoria de demonstrações contábeis passa a ter como finalidade precípua a descoberta de 
fraudes. 
d) a auditoria de demonstrações pode ser executada em conjunto com serviços de consultoria, 
desde que essa informação seja divulgada e haja comunicação à Comissão de Valores Mobiliá-
rios - CVM. 
e) o controle interno não é mais significativo para o auditor, uma vez que, com a revogação da 
Resolução que tratava da amostragem, a partir de 2010 o auditor deve validar 100% dos registros 
da entidade auditada. 
Comentários: A assertiva "a" descreve o objetivo da auditoria independente de acordo com a 
NBC TA 200; "b" está errada, somente nas situações previstas na legislação aplicável a cada caso 
o auditor deve informar as autoridades reguladoras sobre f raude e erro; "c" está errada, o auditor 
não é responsável pela prevenção ou detecção de erros e fraudes; "d" está errada, s egundo o item 
60 da NBC PA 02, a prestação de serviços de consultoria pode causar a perda da independência; 
por fim, "e" está errada, o auditor deve avaliar o controle Interno da auditada para determinar a 
época, natureza e extensão dos procedimentos de auditoria, além disso, a amostragem continua 
sendo utilizada, normatizada pela NBCTA 530. 
(FGV/Fiscal da Receita Estadual - AP/2010) De acordo com a Resolução CFC N0 .1.212/09, 
o auditor deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante e para atingir este 
propósito deve adotar os procedimentos a seguir, à exceção de um. Assinale-o. 
a) Identificar riscos ao longo de todo o processo de obtenção do entendimento da entidade e do 
seu ambiente, inclusive controles relevantes relacionados com os riscos. 
b) Analisar os riscos identificados e avaliar se eles se relacionam de forma generalizada às demons-
trações contábeis como um todo e afetam potencialmente muitas afirmações. 
c) Relacionar os riscos identificados àquilo que pode dar errado no nível da afirmação, levando 
em conta os controles relevantes que o auditor pretende testar 
:AÍJD\JOR\k-rDayí;BârK^ , 
d) Considerar a probabilidade de distorção, inclusive a possibilidade de múltiplas distorções, e se 
a distorção potencial é de magnitude que possa resultar em distorção relevante, 
ô)" Considerar a adequação das políticas contábeis e das divulgações de demonstrações contá-
' beis. 
Comentários: A alternativa "e"é a única que não representa um procedimento para a identificação 
e avaliação dos riscos, constantes no item 26 da Resolução CFC n0 1.121/09. 
(FGV/Físcal da Receita Estadual - AP/2010) De acordo com as normas vigentes de audi-
tor ia, emanadas pelo CFC - Conselho Federal de Contabilidade, os riscos de distorção

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