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O leite materno é o melhor alimento para o filhote mamífero. Porém, vale lembrar que cada espécie extrai do leite os nutrientes adequados às suas necessidades. Por exemplo, o bezerro precisa ficar em pé logo após o nascimento, sendo assim a proteína e a gordura encontradas no leite de vaca são adequadas para tal. Já o bebê humano, encontra no leite materno uma proteína menor, ideal para a fase de adaptação fora do útero. Portanto, cada espécie tem no seio materno o primeiro contato com o mundo externo ao útero. O colostro é o primeiro leite que a mãe secreta e tem um papel definido para a proteção do recém nascido (contém mais anticorpos e mais células brancas). É rico em proteína e vitaminas A, E e K além de minerais como zinco e sódio, sendo assim contém menos gorduras e carboidratos. É secretado em quantidades que variam entre 10 e 100ml/dia, ocorrendo maior produção em multíparas. Permanece até o 4° ou 7° dia pós- parto. O leite de transição permanece entre 7° e o 21° dia pós-parto. Nesse período ocorre alterações como o aumento da gordura e da lactose, e a diminuição do teor protéico e de minerais. O leite maduro tem características próprias como diferentes concentrações de nutrientes em uma mesma mamada, sendo eles o leite do começo, rico em proteína, lactose, vitaminas, minerais e água e o leite do fim que contém mais gordura. Por isso tão importante a recomendação da livre demanda. Os macronutrientes: As proteínas são secretadas entre 1,2 a 1,5 g/100ml/dia, sendo a caseína a mais importante delas. A relação entre as concentrações de caseína : proteínas do soro (enzimas, imunoglobulinas, α-lactalbumina) no leite materno e no leite de vaca são LH ~ 40:60% e LV ~ 80:20%; favorecendo o tempo de esvaziamento gástrico no leite humano. O leite materno também possui a α-lactalbumina que ajuda na síntese de lactose. Como o leite de vaca não a possui, ocorrem casos de alergia ou até mesmo intolerância a lactose. As gorduras são secretadas nas quantidades de 2g/100ml/dia no colostro, aumentando para 3,5g/100ml/dia 15 dias após o parto, responsáveis por fornecer 35 a 50% da ingestão energia diária. São divididas entre triglicérides (90%), colesterol e fosfolípides. Os triglicérides por sua vez, são divididos entre ácidos graxos (AG) e glicerol. A composição dos ácidos graxos é de 43% saturados e 57% insaturados [láurico (12:0), mirístico (14:0), palmítico (16:0), palmitoléico (16:1), esteárico (18:0), oléico (18:1), linoléico (18:2), linolênico (18:3)]. ASPECTOS NUTRICIONAIS DO ALEITAMENTO MATERNO* Componente mais variável do leite humano, portanto são necessários cuidados especiais na duração das mamadas e na ordenha manual. Os carboidratos (lactose, galactose, frutose, oligossacarídeos) aparecem em concentrações de 4% no colostro e 7% no leite maduro, perfazendo 40% das necessidades energéticas. São secretados em quantidades de 7g/100ml/dia de lactose sendo 0.8% de oligossacarídeos, que associados aos peptídeos formam o fator bífido que te papel protetor do trato gastrointestinal, inibindo infecções oportunas. Os micronutrientes: As vitaminas estão em concentrações geralmente adequadas, variando conforme dieta materna. A quantidade de vitamina A no colostro é o dobro da do leite maduro. A vitamina K protege o bebê da doença hemorrágica do RN, diminuindo as chances de desenvolvimento da patologia. A vitamina E geralmente atende às necessidades do bebê e a vitamina D quando associada a luz solar evita dos bebês amamentados exclusivamente desenvolverem a deficiência; As vitaminas hidrossolúveis geralmente são suficientes mesmo em mães vegetarianas ou desnutridas. A concentração dos minerais não é significantemente afetada pela dieta materna. A boa relação cálcio:fósforo (2:1) favorece absorção do cálcio e diminui o teor de fósforo contribuindo para a manutenção pH intestinal mais ácido que por sua vez favorece flora benéfica intestinal. Apesar do ferro apresentar concentrações pequenas no leite humano sua biodisponibilidade é alta, evitando anemia. Sendo assim, pode-se afirmar que o leite materno é, sem dúvida, o melhor alimento! * Profa. Ana Paula Poblacion (a.p@pucpr.br)
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