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CENTRO UNIVERSITÁRIO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA - IESB ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: FÍSICA GERAL II PROFESSOR: Dr. Li Exequiel E. López Lista de Exercícios do Cap.17 [ Ref. Fundamentos de Física. Halliday – Resnick e Walker. 8a. Ed. LTC. 2009. Vol. 2 – 7, 19, 21, 31, 47, 49, 52, 60, 61, 66, 85 ] Notas de Aula: Cap. 17: Ondas – II Ondas Sonoras São ondas mecânicas e longitudinais que se propagam no ar com frequências na faixa audível (20 Hz até 20 kHz). Existem numerosas aplicações das ondas sonoras: navios e submarinos possuem equipamentos sonoros (ou sonares) para detectar obstáculos, em ecografias, em prospecção sísmica, etc. Velocidade das Ondas Sonoras Em uma onda mecânica, transversal, propagando-se numa corda, temos, inercial epropriedad elástica epropriedad v tensão na corda densidade linear da corda Se uma onda sonora se propaga através do ar (ou de qualquer outro gás): B v onde, VV p B / (módulo de elasticidade volumétrica ou módulo de compressão do ar) B determina quanto um elemento do gás modifica o seu volume (unidade SI: Pascal) V/V é a variação fracional em volume do gás produzida por uma variação de pressão p do ar. densidade do ar (1,21 kg/m3 a 20oC e 1 atm). Observações: 1. os sinais de p e V são sempre opostos, ou seja, se p > 0 ( 012 pp ) V < 0 ( 012 VV ); isto é, se p aumenta V diminui e vice-versa. 2. a velocidade do som é maior nos sólidos do que nos líquidos, e nos líquidos maior do que nos gases. (velocidade do som no ar (a 20 o C) = 343 m/s). 3. A velocidade do som, no ar a uma temperatura absoluta T, é dada por T20v . Para qualquer outro gás: M RT v , onde vC C p . Propagação de Ondas Sonoras Considere uma fina camada de ar, de espessura x (Figura 17-5), localizada numa posição x no tubo. Um elemento de ar oscila longitudinalmente (paralelo à direção de propagação da onda), enquanto um elemento de corda oscila transversalmente (perpendicular à direção de propagação da onda). Devido à oscilação harmônica, o deslocamento de um elemento de ar é dado por, ) cos( tkxss m s deslocamento do elemento de ar por causa da onda sonora sm amplitude de deslocamento (deslocamento máximo do elemento de ar – para qualquer um dos lados da sua posição de equilíbrio) Observação: k, , f, , v e T são definidos e estão relacionados exatamente da mesma maneira que para uma onda transversal. A medida que a onda se propaga, a pressão do ar, em qualquer posição x na Fig. 17-5(a) aumenta e diminui com o tempo de acordo com a equação ) sen( tkxpp m Figura 17-5 (a) onda sonora viajando por um longo tubo cheio de ar com velocidade v , em uma configuração periódica de expansão e compressão do ar em movimento. (b) uma visão horizontal expandida de uma pequena parte do tubo. p < 0 12 pp : o ar se expande (V>0) p > 0 12 pp : o ar se comprime (V<0) pm amplitude de pressão (ou variação máxima de pressão) onde: mm sp ) v( Observações: 1. mp é normalmente muito menor do que a pressão existente quando não há onda alguma se propagando no meio. 2. A amplitude de pressão mp máxima que o ouvido humano pode tolerar em sons altos é de 28 Pa ( msm 510 x 1,1 ) e a amplitude mp mínima é de 28 10-6 Pa ( msm 1110 1,1 ) (a 1.000 Hz). 3. Veja a dedução das duas últimas equações na página 155 do livro. Intensidade Sonora A intensidade (I) de uma onda sonora em uma superfície é definida como a taxa média de transmissão de energia, por unidade de área: A P I (SI: Watt/m 2 ), onde A representa a área da superfície que intercepta o som. Também: 22 v 2 1 msI (veja a dedução dessa equação na página 159 do livro.) No caso de uma fonte que emite ondas sonoras com a mesma intensidade em todas as direções (ondas esféricas), 24 r P I (intensidade na esfera de área 2 4 r ) Observações: 1. Os seres humanos podem ouvir numa faixa enorme de intensidades (na ordem de 10 12 W/m 2 ). 1226 11 5 )( )( 10 10 101,1 101,1 m mínm máxm sI x x s s . 2. Nas ondas sonoras, o tom (tonalidade ou altura) é associado com a frequência da onda e o volume com a amplitude. 3. A altura de um som é a qualidade que nos permite distinguir um som “agudo” de um som “grave”. Quanto maior for a frequência do som (dentro do intervalo audível), mais aguda será a altura do som que um ouvinte perceberá. A amplitude de pressão também desempenha um papel na determinação da altura do som. Quando um ouvinte compara duas ondas sonoras de mesma frequência, mas com valores diferentes de amplitude de pressão, o som de maior amplitude de pressão é percebido como mais forte, porém com uma altura menor, parecendo mais grave. Nível Sonoro e A Escala Decibel (dB) Para lidar com uma faixa de valores de intensidade tão grande (10 12 ), é conveniente o uso de logaritmos; y = logx, se multiplicarmos x por um fator 10 (=10 1 ) yxxy 1log10log)10log(' Se multiplicarmos x por 10 12 , y aumenta de apenas 12 unidades. Assim, ao invés de falar de intensidade I de uma onda sonora, é muito mais conveniente falar do seu nível sonoro , definido como 0 log) 10( I I dB dB abreviatura para decibel (unidade de nível sonoro) I0 intensidade de referência padrão (=10 -12 W/m 2 ), escolhida porque está próxima do limite inferior da audição. Para 212 00 0 /1010 mWIII 0 , logo o nosso nível padrão de referência corresponde a zero decibéis (limite inferior de audição humana). Para 20 0 12 / 1010 mWII dB 120 , o valor máximo (definido como o limiar de dor). Observação: aumenta 10 dB cada vez que a intensidade do som aumenta de uma ordem de grandeza (um fator de 10). Assim, = 40 corresponde a uma intensidade que é 104 vezes o nível de referência padrão ( 0 410 II ). A Tabela 17-2 da página 159 do livro lista os níveis sonoros para diversos ambientes. Fontes Sonoras Musicais Sons musicais podem ser gerados por cordas (guitarra, piano, violino), membranas (tambores, tamborins), colunas de ar (flauta, órgão de tubos), blocos de madeira ou barras de aço (marimba, xilofone) e muitos outros corpos oscilantes. O comprimento de onda necessário para que aconteça uma onda estacionária em uma corda esticada é correspondente a uma das frequências de ressonância da corda. 1. Tubo com as duas Extremidades Abertas Configurações de ondas estacionárias para ondas em cordas superpostas em tubos, para representar configurações de ondas sonoras estacionárias em tubos. As Figuras 17-14 e 17-15(a) mostram a representação de ondas estacionárias em tubos de comprimento L: O primeiro harmônico (n = 1) aparece quando L = /2 = 2L/1. O segundo harmônico (n = 2) aparece quando L = = 2L/2. O terceiro harmônico (n= 3) aparece quando L = 3/2 = 2L/3, e assim por diante. De um modo mais geral, ... ,3 ,2 ,1 , 2 n n L n número harmônico. Da relação f T v ... ,3 ,2 ,1 , 2L vv n n f (frequências ressonantes em um tubo aberto em ambas as extremidades; isto é equivalente às frequências de ressonância em uma corda fixa nas duas extremidades). v velocidade do som Figuras 17-14 (a) configuração mais simples de ondas estacionárias (em um tubo com as duas extremidades abertas), possui um antinó (A) nas seções de cada extremidade e um nó (N) na seção do meio. (b) o padrão de onda estacionária correspondente para ondas (transversais) em cordas. Figura 17-15 (a) as duas extremidades abertas qualquer harmônico pode ser produzido no tubo. 2. Tubo com apenas uma das Extremidades Abertas Para um tubo de comprimento L, com somente uma das extremidades aberta [Figura 17- 15(b)], O primeiro harmônico (n = 1) aparece quando L = /4 = 4L/1 O terceiro harmônico (n = 3) aparece quando L = /2 + /4 = 3/4 = 4L/3. O quinto harmônico ( n = 5) aparece quando L = + /4 = 5/4 = 4L/5, e assim por diante. De um modo mais geral, ... ,5 ,3 ,1 , 4 n n L onde, n é ímpar (unicamente existem harmônicos ímpares). Logo, as frequências ressonantes são ... ,5 ,3 ,1 , 4L vv n n f (frequências ressonantes em um tubo aberto em uma extremidade; isto é equivalente às frequências de ressonância em uma corda fixa em apenas uma das extremidades) Observações: 1. O som real emitido (com todo o rigor das medidas de frequências feitas por osciloscópio) corresponde a tubos cujos comprimentos são int 4 1 dL , onde intd são os diâmetros internos dos tubos. Desse modo, para que os tubos emitam realmente a série de sons desejados, devem-se subtrair dos comprimentos obtidos via fórmula, a parcela int 4 1 d . Nossa fórmula de cálculo, ajustada para o efeito de extremidade, passa a ser: int 4 1 4 v dL n f f n dL 4 v 4 1 int int 4 1 4 v d f n L . Figura 17-15 (b) apenas uma extremidade aberta unicamente harmônicos ímpares podem ser produzidos. 2. Adotaremos aqui, pela cultura ocidental, a escala em C maior, cujas frequências estão baseadas na escala cromática “bem temperada” de Bach. Eis a fórmula ervalodonúmeroff int 12/101 2 Como um exemplo: Hzff CD 294)2)(262(2 6/1 2 12/1 . Batimentos Se um grupo de pessoas, com uma diferença de alguns minutos, escuta dois sons cujas frequências são, digamos, 552 e 564 Hz, a maioria delas não conseguirá diferenciar um do outro. Entretanto, se os sons atingirem os ouvidos do grupo simultaneamente, será ouvido um som cuja frequência é 558 Hz, a média das duas frequências combinadas. Será ouvida também uma flagrante variação na intensidade deste som – ela aumenta e diminui em batimentos lentos e trêmulos que se repetem em uma frequência de 12 Hz, a diferença entre as duas frequências que se combinam. A Figura 17-18 ilustra este fenômeno de batimento. Suponha que as variações dependentes do tempo dos deslocamentos devidos a duas ondas sonoras em um determinado local sejam cos e cos 2211 tsstss mm onde 21 . Para simplificar, consideram-se as ondas com a mesma amplitude. De acordo com o princípio da superposição, o deslocamento resultante será )cos(cos 2121 ttssss m Usando a identidade trigonométrica )( 2 1 cos)( 2 1 cos2coscos Figura 17-18 Pode-se escrever ttss m )( 2 1 cos )( 2 1 cos2 2121 Escrevendo )( 2 1 e )( 2 1 2121 ' tem-se, cos]cos2[)( ' ttsts m (1*) Agora supomos que as frequências angulares 1 e 2 das ondas que estão se combinando são quase iguais (1 2), o que significa que ' . Podemos então considerar a Equação (1*) como uma função cosseno, cuja frequência angular é e cuja amplitude (que não é constante, mas varia com a frequência angular ' ) é a grandeza entre colchetes [ tsm 'cos2 ] . Uma amplitude máxima ocorrera sempre que cos’t na Equação (1*) tiver o valor +1 ou –1, o que acontece duas vezes em cada repetição da função cosseno. Como cos’t possui frequência angular igual a ' , a frequência angular bat na qual ocorre o batimento é '2 bat . Assim, podemos escrever: . 2 1 )2(2 2121 ' bat Como = 2 f, podemos reescrever esta expressão como 21 2 2 2 fffbat ).( 21 nto de batimefreqüênciafffbat Observação: músicos usam o fenômeno do batimento ao afinar os seus instrumentos. Se o som de um instrumento é comparado com uma frequência padrão (por exemplo, o lá fundamental de um diapasão – 440 Hz) e afinado até que o batimento desapareça, então, o instrumento está afinado com esse padrão. O Efeito Doppler (1842) São as alterações de frequência relacionadas com o movimento. Por exemplo, se um carro de polícia estacionado no acostamento de uma estrada, com sua sirene, de frequência 1.000 Hz, ligada; se você está num carro também parado na mesma estrada, ouvira um som com essa frequência. Mas, se houver movimento relativo entre você e o carro da polícia, aproximando-se ou afastando-se um do outro, você perceberá uma frequência diferente. O efeito Doppler não vale apenas para ondas sonoras, mas também para ondas eletromagnéticas, incluindo micro-ondas, ondas de rádio e a luz visível. Aqui, entretanto, consideraremos apenas ondas sonoras, tomando como sistema de referência à massa de ar em repouso através da qual essas ondas se propagam. Consideramos que o movimento da fonte F que emite as ondas sonoras e do detector D, que as registra, é retilíneo se colinear. 1. Detector (D) em Movimento; Fonte (F) Estacionária 1.1 Detector aproximando-se da Fonte: Se um detector D se move com velocidade Dv na direção de uma fonte estacionária F, que emite frentes de ondas esféricas, de comprimento de onda e frequência f, propagando-se com a velocidade do som v. Como D está em movimento na direção da fonte, a frequência f’ (frequência detectada por D) é maior do que f. Vamos, por enquanto, considerar D estacionário. No instante t, as frentes de onda se moveram uma distância vt. O número de comprimentos de onda, correspondente a esta distância, é o número de comprimentos de onda interceptados por D no intervalo de tempo t, e este número é vt/, a frequência f detectada por D, é v/v t t f (v veloc. do som) Consideremos agora o caso em que D se move em direção oposta às ondas. Num tempo t as ondas se deslocam uma distância vt para a direita, por exemplo, mas agora D se desloca uma distância vD t para a esquerda. Logo, no intervalo de tempo t, o deslocamento total das frentes de onda, em relação a D, é vt + vDt. O número de comprimentos de onda, que pode ser acomodado nessa distância relativa, é dado por (vt + vD t)/. A frequência f’ detectada por D, é dada por DD t tt f vv/)vv(' Do fato que = v/f , podemos reescrever a equação anterior como. v vv /v vv' DD f f f Note que f’ deve ser maior que f, a menos que vD = 0. 1.2 Detector afastando-se da Fonte: De forma análoga, podemos calcular a frequência registrada por D, quando se afasta da fonte. Neste caso, as frentes de onda se deslocam de uma distância vt – vD t em relação a D, num tempo t, e f’ é dada por v vv' Dff . Note que f’ deve ser menor que f, a menos que vD = 0. Podem-se resumir os resultados anteriores, como: )det( v vv D' cionáriafonte estaovimento; ector em mff (I) (+) : O detector se aproxima da fonte f’>f (⎼) : O detector se afasta da fonte f’<f 2. Fonte (F) em Movimento; Detector (D) Estacionário 2.1 Fonte aproximando-se do Detector: vamos supor F aproximando-se de D com velocidade vF, logo ffTT f FF /v/v v vv vv ' ' . vv v ' F ff Note que f’ deve ser maior que f, a menos que vF = 0. Observação: o movimento de F afeta o comprimento de onda do som que ela emite e, logo, à frequência detectada por D. 2.2 Fonte afastando-se do Detector: No sentido oposto ao movimento de F, o comprimento de onda ’ das ondas é vT + vFT. Se D detecta tais ondas, registra uma frequência f’ dada por . vv v' F ff Agora, f’ deve ser menor que f, a menos que vF = 0. Podemos resumir as equações anteriores em io).estacionárdetetor movimento; em (fonte vv v' F ff (II) Figura 17-19 Observação: para decidir qual dos sinais usar, lembre-se do fato que, quando a fonte se aproxima do detector, a frequência é maior, o que implica um sinal negativo no denominador. () : Fonte se aproxima do Detector f’>f (+) : Fonte se afasta do Detector f’<f 3. Fonte e Detector em Movimento Substituindo f (a frequência da fonte) da Equação (II) por f’ da Equação (I) (a frequência associada com o movimento do detector), obtemos uma equação geral para o Efeito Doppler, F Dff vv vv' Observação: se 0v F , obtemos a Eq. (I) se 0v D , obtemos a Eq. (II) O Efeito Doppler a Baixas Velocidades Se as velocidades do detector e da fonte são suficientemente baixas (isto é, vD << v e vF << v), as variações de frequência causadas pelos dois movimentos são essencialmente as mesmas. Usando o teorema binomial de Newton, pode-se escrever a última equação como sendo v 1 ' u ff (2*) onde, u ( = | vF vD | ) é a velocidade relativa da fonte referente ao detector. Se a fonte e o detector estão em movimento um na direção do outro, esperamos uma frequência maior; para isto, é necessário escolher o sinal positivo. Por outro lado, se a fonte e o detector estão se afastando um do outro, esperamos uma diminuição na frequência e optamos pelo sinal negativo. Observação: o Teorema Binomial de Newton é: ... !2 )1( 11 2 x nn nxx n ( 12 x ) Dedução da Equação (2*): Do teorema Binomial de Newton, temos: ) ( )1(1)( abqueemcasooparaxa a b aba nn n nn onde abx / . Da equação: F Dff vv vv ' Se vv D e vv F v v 1v v v 1v ' F D ff v v 1 v v 1 ' F D ff 11 v v 1 v v v v 1 v v 1 v v v v 1 1 ' FDF F D F fff 00 . v v )1(1 v v . v v )1(1' ........ff FDF v vv 1 v vv v v v v 1' 0 DFDFDF fff v 1' u ff ; onde DFu vv . CENTRO UNIVERSITÁRIO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE BRASÍLIA - IESB ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: FÍSICA GERAL II PROFESSOR: Dr. Li Exequiel E. López Lista de Exercícios do Cap.18 [ Ref. Fundamentos de Física. Halliday – Resnick e Walker. 8a. Ed. LTC. 2009. Vol. 2 – 16, 20, 23, 26, 39, 42, 49, 50, 65, 78, 95 ] Notas de Aula: Cap. 18: Temperatura, Calor e a Primeira Lei da Termodinâmica Termodinâmica: A mecânica se fundamenta nas leis de Newton. A termodinâmica lida com a energia dos sistemas e é regida por outro conjunto de leis. Temperatura: é o conceito fundamental da termodinâmica, e é uma das sete grandezas fundamentais do SI. Está associada com o movimento molecular de uma substância. É medida com o termômetro. Escalas de Temperatura Os físicos costumam medir a temperatura usando a escala Kelvin (chamada de escala absoluta de temperatura) que usa o Kelvin (K) como unidade. Zero Absoluto: (0 K = 273,15 oC) é a menor temperatura possível, a essa temperatura as moléculas de uma substância estariam em repouso. O Zero Kelvin ainda não foi atingido experimentalmente (a menor temperatura foi de 250 pK= 2,5 1010 K, obtida em 2005 no Laboratório de Baixas Temperaturas da Universidade de Helsinki). Observações: 1. Utiliza-se também as escalas Celsius (TC) e Fahrenheit (TF). 2. Ponto de ebulição (ou ponto de vapor) da água: 100 o C 212oF = 373,15 K 3. Ponto de congelamento (ou ponto de gelo) da água: 0 o C 32oF = 273,15 K Relação entre as Escalas de Temperatura 0 C 0 F K 100 212 373,15 TC TF TK 0 32 273,15 15,27315,373 15,273 32212 32 0100 0 KFC TTT 100 15,273 180 32 100 KFC TTT (1*) Da equação (1*): 180 32 100 FC TT Logo, a relação entre as escalas Celsius e Fahrenheit é: 9 32 5 FC TT 32 5 9 CF TT ou )32( 9 5 FC TT Também, da equação (1*): 100 15,273 100 KC TT 15,273 KC TT ou 15,273 CK TT Logo, efetivamente, se CKTK 015,273 0 representa a temperatura do zero absoluto. Lei Zero da Termodinâmica “Se dois corpos A e B estão em equilíbrio térmico (mesma temperatura) com um terceiro corpo T (um termoscópio, por exemplo), então, estão em equilíbrio térmico um com outro”. Figura 18-4 Uma célula de ponto triplo. Figura 18-3 (a) O corpo T (um termoscópio) e o corpo A estão em equilíbrio térmico (TA = TT ). (O corpo S é uma divisória isolante térmica) (b) O corpo T e o corpo B também estão em equilíbrio térmico, na mesma leitura do termoscópio (TT = TB). (c) Logo, a lei zero da termodinâmica estabelece que o corpo A e o corpo B também estão em equilíbrio térmico entre si (TA= TB) . O Ponto Triplo (ou ponto Tríplice) da Água É a temperatura na qual os três estados físicos (ou fases) da água (líquido, gelo e vapor) coexistem: T3 = 273,16K temperatura do ponto triplo (= 0,01 o C e 4,58 mmHg de pressão 6,03 10-3 atm). Observação: água em estado líquido, gelo e vapor de água podem coexistir em equilíbrio térmico para somente um conjunto de valores de pressão e de temperatura. A Figura 18-4 ilustra uma célula de ponto tríplice; podemos observar esse ponto fixo em laboratório. Expansão (ou Dilatação) Térmica Linear Experimentalmente, obtém-se: 0 TLL ........ (2*) TL L 0 [ coeficiente de expansão térmica linear (oC -1)] Também: 0LLL e 0TTT Logo, a Equação (2*) pode ser escrita como, TLLL 00 ) 1(0 TLL Expansão Térmica dos Líquidos Se todas as dimensões de um sólido se expandem com a temperatura, o volume deste sólido deve aumentar. Para os líquidos, a expansão (ou dilatação) volumétrica é o único parâmetro de expansão que faz algum sentido. coeficiente de expansão térmica volumétrica [ )( 3 1o C ] . L0 L T0 T L T > T0 TVV 0 Vo , To V , T Mudança de Estado Físico Diagramas de Estado (ou Diagramas de Fase) OPt: curva de sublimação Gás: substância gasosa acima da PtPc: curva de vaporização temperatura crítica (ou de condensação) Vapor: substância gasosa abaixo Pt T3: temperatura do ponto triplo da temperatura crítica. Pc Tc: temperatura crítica Expansão Térmica Anômala da Água A água apresenta expansão térmica irregular: ao ser aquecida de 0 o C a 4 o C seu volume diminui. Entre 4 o C e 100 o C seu volume aumenta com o aumento da temperatura a 4oC a densidade da água tem seu valor máximo. Observação: as moléculas de água interagem entre se em forma ordenada; cada uma delas atrai unicamente a 4 de suas moléculas vizinhas; seus centros, como resultado dessa união, formam um tetraedro, e a água apresenta um comportamento quase-cristalino. Por uma parte, o aumento da temperatura conduz ao aumento das distâncias médias entre os átomos de cada molécula devido a ampliação das oscilações no interior das moléculas. Por outra parte, o aumento da temperatura gera a quebra da estrutura da água, o que conduz a um empacotamento mais compacto das moléculas. O primeiro efeito (das oscilações) gera uma diminuição da densidade da água. Este é o efeito normal da dilatação térmica dos sólidos. O segundo efeito (a quebra da estrutura), ao contrário, deve conduzir a um aumento da densidade da água a medida que ela é esquentada. Ao esquentar a água até os 4 o C predomina o segundo efeito e por isso sua densidade aumenta. Por cima dos 4 o C começa a predominar o efeito das oscilações e por isso a densidade da água diminui. Temperatura e Calor Observações: 1. Cal ou grande caloria é a unidade de caloria usada em nutrição, é na realidade uma quilocaloria. 2. Btu (“British termal unit”) é uma unidade térmica inglesa. 3. Em trabalhos científicos utiliza-se o Joule (J); em química a caloria (cal) e em práticas de engenharia utiliza-se o Btu. 4. A caloria é definida como a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de um grama de água de 14,5 o C até 15,5 o C. Capacidade Calorífica (C): é denominada também Capacidade Térmica, é definida como, 12 TT Q C T Q C (cal/ oC ou J/K) Calor Específico (c) É a capacidade calorífica por unidade de massa. Calorimetria: parte da termologia que estuda a medida do calor. Calor (Q): é a energia que é transferida entre um sistema e seu ambiente, devido a uma diferença de temperatura existente entre eles. TS temperatura do sistema TA temperatura do ambiente Equivalência Entre Unidades do Calor: Joule (J, no sistema internacional), caloria (cal) e o Btu (sistema inglês) 1 J = 0,2389 cal = 9,481 10-4 Btu 1 Btu = 1.055 J = 252 cal 1 cal = 3,969 10-3 Btu = 4,186 J 1 Cal = 10 3 cal = 4186 J (usada em nutrição) Figura 18-12 É a quantidade de calor necessária para elevar em 1oC a temperatura de 1g de uma substância. Tm Q c m C c (cal/g oC ou J/kg.K) c depende do estado físico da substância Para a água: c = 1,00 cal/g. o C (por definição é o calor específico padrão) Para o gelo: c = 0,502 cal/g. o C Para o vapor de água: c = 0,481 cal/g. o C Observação: cágua= 1cal/g. o C = 1 Btu/lb. o F = 4.186 J/kg.K Equação Geral da Calorimetria TmcQ onde Q é chamado de Calor Sensível a substância varia de temperatura sem mudar de estado físico. Observação: Para uma variação de temperatura infinitesimal dT e uma correspondente quantidade de calor dQ , temos, mcdTdQ mcdTQ dT dQ m c 1 (calor específico). Calor Específico Molar Quando as grandezas são expressas em moles, os calores específicos também devem envolver moles; eles são então chamados de calores específicos molares. A Tabela 18-3 mostra os valores para alguns sólidos elementares (cada um deles formado por um único elemento) à temperatura ambiente. Nessas situações a unidade mais conveniente para especificar a quantidade de uma substância é o mol, onde 1 mol = 6,02 1023 unidades elementares de qualquer substância. Assim, um mol de alumínio significa 6,02 1023 átomos de alumínio (o átomo sendo a unidade elementar) e um mol de óxido de alumínio significa 6,02 1023 moléculas de óxido de alumínio (porque a molécula é a unidade elementar de um composto). Observação: TnMcQ ; onde, Mc calor específico molar, nMm ; onde n número de moles e M massa molar. Princípio das Trocas de Calor Quando dois ou mais sistemas trocam calor, num ambiente isolado termicamente, cedidorecebido QQ 0 cedidorecebido QQ Calor Latente ou Calor de Transformação (L): é a quantidade de calor por unidade de massa que deve ser transferida para que uma substância mude completamente de estado físico sem mudar a sua temperatura. m Q L (cal/g ou J/kg) mLQ 1. Mudança de fase líquida para gasosa (a substância necessita absorver calor) ou de gás para líquido (a substância necessita perder calor) Calor Latente de Vaporização (Lv) Para a água: Lv = 539 cal/g = 40,7 kJ/mol = 2256 kJ/kg 2. Mudança de fase sólida para líquida (a substância necessita absorver calor) ou de líquida para sólida (a substância precisa perder calor) Calor Latente de Fusão (Lf) Para a água: Lf = 79,5 cal/g = 6,01 kJ/mol = 333 kJ/kg Calor e Trabalho Consideremos um sistema formado por um gás confinado em um cilindro com um pistão móvel (Figura 18-13). A pressão do gás é controlada pelo peso das pequenas esferas de chumbo em cima do pistão. O sistema começa em um estado iniciali descrito pelas variáveis de estado: pi, Vi e Ti. Desejamos levar o sistema para um estado final descrito por pf, Vf e Tf através de um processo termodinâmico. Supondo que retiramos uma das esferas de chumbo do pistão, permitindo ao gás empurrar o pistão para cima de um deslocamento sd com uma força F . O trabalho diferencial dW feito pelo gás, durante o deslocamento, é dado por pdVAdspdspAsdFdW )())(( Figura 18-13 Reservatório térmico Botão de controle de temperatura Isolante onde dV é a variação infinitesimal no volume do gás devido ao movimento do pistão. Quando tivermos removido peso suficiente para mudar o volume do gás de Vi para Vf o trabalho total realizado pelo gás será f i V V pdVdWW . Para resolver a integral, deve-se conhecer como a pressão varia em função do volume. Observações: 1. O trabalho é positivo, se o gás fizer o pistão subir, e negativo se o gás permitir que ele desça. 2. Supõe-se que todas as mudanças no sistema ocorrem de forma lenta, resultando em um sistema que está sempre em (aproximando) equilíbrio térmico (ou seja, cada parte do sistema está sempre em equilíbrio térmico com as outras partes). 3. Um sistema pode ser levado de um estado inicial para um estado final, através de um número infinito de processos. Em geral, o trabalho W e o calor Q terão valores diferentes para cada processo. Conclusão: Q e W são dependentes do processo. A Figura 18-14(a) mostra ao sistema da Figura 18-13 indo de um estado inicial i para um final f, por meio de um processo termodinâmico. (a) W > 0 porque o processo caminha para o lado direito do gráfico (o volume V aumenta) (b) O trabalho é maior do que em (a) (c) Outro processo, necessitando de menos trabalho (positivo) (d) W pode ser tão pequeno (caminho icdf) ou tão grande (caminho ighf) como você desejar. (e) Quando V diminui (devido a alguma força externa) W<0. (f) Trabalho total realizado pelo sistema durante um ciclo (fechado). Figura 18-14 A Primeira Lei da Termodinâmica Q e W dependem da natureza de um processo ( i f ) Experimentalmente: Q – W é a mesma para qualquer processo, depende apenas dos estados inicial (i) e final (f). Q – W representa a mudança da energia interna (Eint) do sistema, a qual é uma propriedade intrínseca desse sistema. if EEE int,int,int int WQE (1 a Lei da Termodinâmica) Se o sistema termodinâmico sofrer somente uma mudança infinitesimal dWdQdE int Conclusão da 1 a Lei: “Cada sistema termodinâmico que esteja em equilíbrio térmico tem uma propriedade física importante chamada de sua energia interna Eint, e essa energia interna tende a aumentar se for acrescentada energia sob a forma de calor e tende a diminuir se for perdida energia na forma de trabalho realizado pelo sistema”. O trabalho feito sobre um sistema é sempre o negativo do trabalho feito por um sistema. A 1 a Lei escrita em termos do trabalho realizado sobre o sistema (W<0) sobreWQE int Esta equação nos diz o seguinte: A energia interna de um sistema tende a aumentar se o sistema absorver calor ou se for realizado trabalho positivo sobre o sistema. Inversamente, a energia interna tende a diminuir se o sistema perder calor ou se for realizado trabalho negativo sobre o sistema. Alguns Casos Especiais da Primeira Lei da Termodinâmica 1. Processos Adiabáticos (Q = 0) O sistema é isolado de tal modo que não ocorre transferência de calor entre ele e seu ambiente (Q = 0) Eint= ⎼ W Se o trabalho for feito pelo sistema (W>0), então haverá uma diminuição da energia interna dele. ( 0int E if EE int,int, ) Se o trabalho for feito sobre o sistema (W<0), então haverá um aumento da energia interna. ( 0int E if EE int,int, ) 2. Processos Isocóricos, Isométricos ou Isovolumétricos (V = cte.) Se o volume de um sistema (um gás, por exemplo) for mantido constante (V = cte.) W = 0 ( pelo fato que pdVW ). Eint = Q : Se o calor for cedido ao sistema (Q>0) Eint aumentará ( 0int E if EE int,int, ). Se o calor for removido do sistema (Q<0) Eint diminuirá ( 0int E if EE int,int, ). 3. Processos Cíclicos Após certas trocas de calor e trabalho, há uma volta ao estado inicial. Neste caso, nenhuma propriedade intrínseca ao sistema pode ser alterada WQE 0int Assim, o trabalho total feito durante o processo deve ser exatamente igual à quantidade total de calor transferida; a quantidade de energia interna do sistema permanece a mesma. 4. Processos de Expansão Livre São processos adiabáticos em que nenhum trabalho é feito sobre ou pelo sistema. Assim, Q = W = 0, e da primeira lei obtém-se: Eint = 0. Na Figura 18-16, embora o sistema esteja em equilíbrio térmico em seus estados inicial e final, não estará em equilíbrio durante o processo e p, V e T não têm valores únicos. 5. Processos Isobáricos (a Pressão Constante) Figura 18-16: Estágio inicial de um processo de expansão livre. Depois que a válvula é aberta, o gás eventualmente alcança um estado final de equilíbrio, preenchendo as duas câmaras. válvula isolamento vácuo Se p = cte. )( if V V VVpdVpW f i VpW Mecanismos de Transferência de Calor 1. Condução: é a forma do calor se propagar nos sólidos, de átomo para átomo, durante colisões entre átomos adjacentes. Resistência Térmica à Condução (Valor R) Se você estiver interessado em isolar sua casa ou em manter as latinhas de refrigerante geladas em um piquenique, você está mais interessado em maus condutores de calor do que em bons condutores. Por esse motivo o conceito de resistência térmica R foi introduzido na prática de engenharia. O valor R de uma placa ou parede de espessura L é definido por k L R (4*) Q é transferido através da placa, da sua face quente para a fria, no tempo t (TQ>TF). A taxa de condução de calor Pcond (no tempo t) é dada, experimentalmente, por L TT kA t Q P FQ cond (3*) k condutividade térmica; depende do material da placa (SI: W/m.K) A área da placa; L espessura da placa. Para uma parede composta (Figura 18-19) )/( )( ...// 2211 kL TTA kLkL TT AP FQFQ cond Observação: Na Figura 18-19 TX é a temperatura correspondente ao regime permanente na interface dos dois materiais. Reservatório quente a TQ Reservatório frio a TF TQ TF Figura 18-19 Figura 18-18 Reservatório quente a TQ Reservatório frio a TF Quanto menor for a condutividade térmica do material do qual uma parede é feita, maior será o valor R da parede, assim algo que possua um alto valor de R é um mau condutor térmico, por tanto um bom isolante térmico. A unidade mais comumente usada (que, nos EstadosUnidos pelo menos, quase nunca é indicada) para medir R é o pe 2 . o F.h/Btu Combinando as Equações (3*) e (4*) temos: R TT AP FQ cond (5*) Em locais de grandes variações climáticas, é recomendado que os telhados das casas sejam isolados no nível R-30, o qual significa que tais telhados devem ser grossos de forma que a perda por condução se dar à razão de 1/30 Btu/h por cada 1 o F de diferença de temperatura entre as duas faces do telhado. Você pode deduzir facilmente, a partir da Tabela 18-6 e da Equação (5*), que para construir uma placa com isolamento R-30 pode usar 5,1 polegadas de espuma de poliuretano, 23 polegadas de pinho branco, 18 pés de vidros de janelas ou 1,4 milha de prata! 2. Convecção: é a forma do calor se propagar nos gases e líquidos. Ocorre quando um fluido, como o ar ou a água, está em contato com um objeto cuja temperatura é maior do que a sua. A temperatura do fluido em contato com o objeto quente aumenta e o fluido se expande. Como se torna menos denso que o fluido frio à sua volta, o quente sobe devido a forças de empuxo. O fluido frio desce, para ocupar o lugar do quente ascendente, e uma circulação convectiva se estabelece. 3. Radiação: o calor se propaga através de ondas eletromagnéticas. Por exemplo, a energia que é transportada do Sol até nós; se você ficar próximo a uma fogueira ou qualquer fonte de calor em campo aberto, o forno de micro-ondas, etc. A taxa com que um objeto emite energia via radiação eletromagnética depende da área da superfície A do objeto e da temperatura T dessa área (em kelvins) é dada por 4 ATPrad . Nesta equação, 428 ./ 106703,5 KmWx é chamada de constante de Stefan-Boltzmann. O símbolo representa a emissividade da superfície do objeto, que possui um valor entre 0 e 1, dependendo da composição da superfície. Uma superfície com a emissividade máxima de 1,0 é chamada de radiador de corpo negro, mas uma superfície como esta é um limite ideal e não ocorre na natureza.
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