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Resumo FORMAÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA E POLÍT. DA SOCIEDADE BRA

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O Brasil nasceu com um território vasto, logo dividido em grandes propriedades, que teve como destaque comercial de exportação, nos séculos XVI e XVII, a exploração açucareira no litoral nordestino.
 
	Ao longo do século XVIII, iniciaram-se na Colônia movimentos regionais que tinham em comum o questionamento da ligação do Brasil com Portugal. Aos poucos ia surgindo a consciência de ser brasileiro. A partir do momento em que setores da sociedade passaram a ter interesses divergentes da metrópole, essa consciência foi criando contornos bem definidos. A Inconfidência Mineira foi o primeiro grande movimento de rebeldia e foi um dos principais movimentos revolucionários deste período.
	A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma revolta separatista abortada pelo governo português em 1789, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil Colônia, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português. A Inconfidência Mineira, na verdade, não passou de uma conspiração, onde os principais protagonistas eram elementos da elite colonial, homens ligados à exploração aurífera, à produção agrícola ou a criação de animais, sendo que vários deles estudaram na Europa e que organizavam o movimento exatamente em oposição as determinações do pacto colonial, enrijecidas no século XVIII. Além destes, encontramos ainda alguns indivíduos de uma camada intermediária, como o próprio Tiradentes, filho de um pequeno proprietário e que, após dedicar-se a várias atividades, seguiu a carreira militar, sendo portanto, um dos poucos indivíduos sem posses que participaram do movimento.
O fim da monarquia e a ascensão do liberalismo
Em fins do século XVIII, a Europa apresentou uma série de modificações no plano das idéias e dos fatos. As novas idéias ficaram conhecidas como “pensamento ilustrado”. Dele resulta o pensamento liberal, no mesmo momento em que o regime das monarquias, atuantes desde o Séc. XVI entra em crise.
John Locke, um dos principais teóricos do liberalismo.
A exigência de retorno imediato de D. Pedro a Portugal resultou no “dia do fico”. Depois disso, D. Pedro começou a praticar sucessivos atos de ruptura com a Corte. Os mais relevantes foram: as tropas portuguesas que se recusaram a jurar fidelidade ao príncipe foram obrigadas a deixar o Rio de Janeiro, foi criado um novo ministério, sob o comando de José Bonifácio de Andrada e Silva, eleição de uma Assembléia Constituinte que possuía nítidas idéias de rompimento com Portugal e D. Pedro decretou que as tropas vindas de Portugal seriam consideradas inimigas.
Não havia mais como evitar. Despachos chegados de Lisboa revogando os decretos do príncipe regente levam D. Pedro, às margens do riacho Ipiranga, a proclamar a Independência do Brasil.
A consolidação da independência
Para que internamente a Independência fosse consolidada, se tornou necessário vencer alguns sérios conflitos militares, principalmente no Sul e na Bahia. No Sul, expulsamos os portugueses da Província Cisplatina para, depois, sermos expulsos de lá na Independência uruguaia. Na Bahia, a vitória de nossas forças contou com o apoio dos senhores de engenho do Recôncavo e por uma frota comandada pelo inglês Almirante Cochrane que, após o sucesso da missão, navegou para o Maranhão e Pará com o mesmo objetivo.
	Em agosto de 1825, intermediado pela Inglaterra, o Brasil obteve o reconhecimento de Portugal. As condições impostas foram o pagamento de dois milhões de libras – primeiro empréstimo internacional contraído pelo Brasil, em Londres - e a garantia de que nenhuma outra colônia iria se unir ao Brasil. A Independência consolidou-se em poucos anos. Naquela época, contrariando uma tendência republicana, o Brasil adotara o regime monárquico.
Em maio de 1823, foi eleita uma Assembléia Constituinte encarregada de elaborar a Constituição. Na fala de abertura, D. Pedro I usou a expressão de Luis XVIII:“Juro defender a Constituição se ela for digna do Brasil e de mim”.  Isso dá uma amostra do estilo autoritário do imperador. Por esse motivo, alguns radicais que haviam lutado pela Independência, preferiram não participar, sendo alguns deles presos, inclusive José Bonifácio. Antes de sua implantação, a Assembléia Constituinte foi dissolvida por D. Pedro I, com a ajuda dos militares. Em 25 de março de 1824, foi promulgada a primeira Constituição brasileira cuja característica principal foi a de ter sido imposta pelo Imperador ao povo (minoria de brancos e mestiços). Essa Constituição definiu o governo como monárquico, hereditário e constitucional. O país foi dividido em províncias cujos presidentes seriam nomeados pelo Imperador. De um modo geral, as províncias do Norte eram contra a centralização do poder. 
A Confederação do Equador foi uma importante revolução republicana, surgida em Pernambuco 
no ano de 1824, que teve em Frei Caneca um de seus principais líderes.
A Regência
Você sabe o que representou o período de regência no Brasil? Regência foi o nome dado ao período de 1831 a 1840 na História Brasileira. Vamos entender um pouco mais sobre isso? Dois fatos sobre o período de regência no Brasil são importantes, a saber:	O Brasil foi governado temporariamente por uma regência porque, na época, o futuro imperador Dom Pedro II tinha apenas 5 anos de idade.	Durante o período da regência, surgiram os dois principais partidos políticos do império: o partido conservador e o partido liberal.	O Código de Processo Criminal foi criado nesta época.
No Segundo Reinado, o amplo poder do imperador era fruto da forma como era definido. Dos poderes constituídos havia o Conselho de Estado e o Conselho dos Ministros, que eram nomeados pelo imperador com seu Poder Moderador. A Câmara dos Deputados e Senado eram eleitos pelo voto censitário para exercer seus mandatos, sendo os senadores vitalícios. Já o Conselho dos Ministros resultava da composição formada por um representante de cada província, escolhido por D. Pedro II dentre uma lista tríplice de senadores eleitos em cada região. O Conselho de Ministros representava o Poder Executivo e seus membros eram nomeados pelo imperador. O Poder Moderador era exercido por ele para resolver as questões de Estado.
A extinção do tráfico de escravos
Desde o início do Primeiro Reinado, o governo inglês preocupava-se em conseguir a extinção do tráfico de escravos para o nosso país. Em 1826, dada a inequívoca dependência do Brasil com a Inglaterra, conseguiram os ingleses impor um tratado pelo qual, três anos após a sua ratificação, o tráfico de escravos para o Brasil seria declarado ilegal. Interrompido definitivamente o tráfico, a escravidão estava com seus dias contados. Entretanto, quem substituiria a mão-de-obra escrava?
A abolição da escravatura em 1888 e a decadência dos cafezais do Vale do Paraíba resultaram num número de pessoas desempregadas e sem domicílio. Nesta época, surgem as primeiras favelas na cidade do Rio de Janeiro. Os fazendeiros de café de São Paulo preferiram admitir imigrantes europeus que, apesar de mais caros, possuíam a “escola do trabalho assalariado” com a disciplina e autonomia que os novos tempos exigiam.
Desencadeou-se, com a contratação em massa da mão-de-obra assalariada, um movimento expansionista nunca visto no país, decorrendo daí a primeira fase de desenvolvimento do capitalismo no Brasil, onde o modelo de financiamento da lavoura precisou ser modificado. O número de casas comissárias multiplicou-se e o interior passou a dispor de agências bancárias. Acompanhe nesta tela, o percurso que desencadeou a guerra do Paraguai.
A imagem ao lado é de um navio em meio à Guerra do Paraguai. No território do Rio da Prata, após uma série de conflitos, surgiram os territórios da Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Clique na imagem para ler o conteúdo.
A criação do Uruguai, localizado em uma das margens do Rio da Prata, impedindo o completo domínio da Argentina na foz do rio, foi apoiada pela Inglaterra que tinha grandes interesses de comércio exterior na região.
O Paraguai fracassou na guerra, o que implicouperda de território e de grande contingente de sua população masculina ativa. Passou, então, a ser exportador de produtos agrícolas de pouca importância. Para o Brasil, a participação na guerra implicou mais endividamento com a Inglaterra, mas, em compensação, serviu para consolidar definitivamente o Exército como instituição. Isso teria relevância na futura queda da Monarquia.
Há dois anos no comando das tropas brasileiras, Caxias, em 1868, assume a liderança das forças aliadas. A tomada de Humaitá, seguida da entrada em Assunção e da morte de Solano López, colocou, em 1870, um ponto final no conflito. No período derradeiro dos combates, Caxias, doente, afastou-se e foi substituído pelo Conde d’Eu, marido da Princesa Isabel.
Aula6 
Com a queda dos barões de café, a monarquia é enfraquecida, o que facilita o movimento republicano.
O surgimento do pensamento republicano, as tensões entre o Estado e a Igreja, a escravatura e o fortalecimento dos militares após a Guerra do Paraguai deram início ao movimento que resultaria na queda do regime monárquico.
Junto com o desenvolvimento urbano e a expansão do ensino vieram as ideias republicanas. O movimento, que surgiu no Rio de Janeiro em 1870, era constituído, na sua maioria, de profissionais liberais e jornalistas, e teve em Quintino Bocaiúva, que preconizava uma transição pacífica de um regime para o outro, seu grande líder.
Eram questões fundamentais do movimento republicano, em maior ou menor grau, dependendo da região: a representatividade política dos cidadãos, os direitos e as garantias individuais, a federação e a libertação dos escravos. Em 1873, a burguesia cafeeira fez surgir o Partido Republicano Paulista – PRP, tendo no conceito de federação sua principal ideia.
O império e a igreja eram detentores, cada um em sua realidade, de grande poder. O primeiro tinha o poder sobre os indivíduos e a segunda, sobre suas almas. Não era incomum que, por causa disso, ocorressem atritos. Um dos principais ocorreu em 1848, quando o bispo de Olinda, D. Vital, seguindo determinações do Vaticano, proibiu o ingresso de maçons nas irmandades religiosas. O barão do Rio Branco, presidente do conselho de Ministros, era maçon. D. Vital e seu sucessor foram presos e anos de negociações foram necessários para que a paz fosse selada. De qualquer forma, não se deve creditar à igreja um peso exagerado para o desgaste do regime.
Devemos lembrar que a abolição não teve influência decisiva na queda do regime, no sentido de que um possível apoio (que não ocorreu), se manifestado pelos Barões de Café do Vale do Paraíba, em clara decadência e maiores prejudicados com a medida, não possuía mais o peso específico de outrora.
Uma sucessão de fatos levou o exército a influir de forma decisiva na queda da monarquia. Inicialmente, deve-se mencionar que quando a república foi proclamada, D. Pedro II, doente e acometido de diabetes, afastara-se do trono. Sua postura sempre foi a de contemporizar e tentar atender às queixas dos militares. Com seu afastamento, estes passaram a ter que lidar diretamente com a intransigente elite civil da monarquia, a quem faziam severas críticas. Os atritos não foram poucos. Por fim, soma-se a isso o fato de que as perspectivas de um terceiro reinado eram duvidosas. Sua filha, a princesa Isabel casara-se com uma figura desgastada: o conde d’Edu.
Em 15 de novembro de 1889 Deodoro, não se sabe para derrubar Ouro Preto ou se para proclamar a república, assumiu o comando da tropa e partiu para o Ministério da Guerra. Alguns dias depois, a família real partia para o exílio.
Em 1850, ao mesmo tempo em que ocorreu o fim da importação de escravos foi criado o primeiro Código Comercial. O Brasil estava se transformando para o que se considerava o caminho da modernidade. A liberação de recursos, antes destinados à importação de escravos, provocou uma intensa atividade de negócios, surgindo bancos, ferrovias, indústrias, empresas de navegação a vapor, novos tipos de comércio etc. O setor das comunicações, a instalação de telégrafos nas principais cidades e o lançamento do cabo submarino que ligou o império ao continente europeu deram a velocidade necessária para que a industrialização se tornasse uma realidade. Surgiam os primeiros passos na tentativa de se criar um sólido mercado interno, com os fatores de produção disponíveis. A partir de 1854, a interligação da Coroa com os mercados de Minas Gerais e São Paulo se consolidou com a construção de ferrovias. A produção cafeeira do Vale do Rio Paraíba teve seu problema de escoamento para o porto do Rio de Janeiro resolvido com a construção da Estrada de Ferro D. Pedro II. Mais tarde, com a construção da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, as lavouras de café do interior paulista eliminaram o gargalo á sua expansão, e o porto de Santos, que antes movimentava, apenas produções locais, transformou-se em grande centro exportador. No final do século XIX, a produção de café no Vale do Paraíba começou a declinar, tendo em vista as limitações de expansão da área cultivável e a erosão do solo cansado.
Os primeiros passos da industrialização surgiram no segundo reinado nas regiões do Vale do Paraíba, Rio Grande do Sul e Amazonas. A região do Vale do Paraíba foi a que abrigou as primeiras unidades industriais. O primeiro surto brasileiro deu-se a partir das tarifas alfandegárias do Ministro Alves Branco, na primeira década do Segundo Reinado, e tendo como principal empreendedor Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá. Apoiado de início pelo capital inglês, ele desenvolveu a construção naval, linhas férreas, um conjunto industrial diversificado, o setor dos serviços públicos, ficando o período de 1850 a 1860 conhecido como Era de Mauá.
O governo provisório e os primeiros presidentes militares
A proclamação da república foi fruto da aliança do Partido Republicano Paulista – PRP com lideranças do exército. A insatisfação principal dos militares era o fato de, na monarquia, serem controlados pelo poder civil, com claro desprezo pela meritocracia. Por outro lado, o PRP, representante da oligarquia cafeeira de São Paulo, não aceitava o fato da elite burocrática no poder central, oriunda do nordeste e baixada fluminense, não atender aos seus anseios políticos e econômicos. O período considerado “República da Espada” corresponde aos governos dos Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto (1889 a 1894). Foi fruto do entendimento entre os dois grupos antes mencionados de que no início da República era necessário um governo forte para que a mesma fosse mantida.
A "Política dos Governadores" consistia num acordo entre o presidente da República e os governadores dos estados, pelo qual estes apoiariam o presidente que, em troca, não interviria nos assuntos dos estados. O apoio consistia em ajudar a eleger Deputados Federais e Senadores, representantes dos estados, que apoiassem o presidente em suas atitudes.
O governo de Rodrigues Alves foi mais um dos mandatos presidenciais que chegaram à cadeira presidencial graças à articulação estabelecida pela chamada política dos governadores.
Os governadores contavam com o apoio dos coronéis que controlavam um verdadeiro "depósito de votos" em seus municípios, através de vários meios de fraude. Assim, o voto fraudado dos "coronéis" elegia governadores de um grupo oligárquico estadual e chegava indiretamente ao presidente da república através da eleição de Deputados Federais e Senadores "dóceis".
O coronel era um proprietário rural, com patente da antiga Guarda Nacional, que detinha grande poder sobre a população pobre local. Esse poder provinha da ausência do Estado nas regiões interioranas, tornando a população carente dos mais elementares direitos, e era exercido com astúcia através da “política do clientelismo”. Os interesses dos coronéis eram antagônicos ao desenvolvimento econômico. Quanto mais escolaridade, melhores possibilidades de emprego na indústria, ou outras conquistas sociais, mais independente se tornava a população. Da mesma forma, quanto mais desassistidaela fosse, mais a influência coronelista se fazia presente.
A resultante desse quadro foi uma indiscutível liderança política, praticada com muito rigor. O apogeu do coronelismo ocorreu na República Velha. Sua influência, em consonância com a política de fortalecimento das lideranças estaduais, chegou a interferir por várias vezes nas decisões da administração federal.
Como exemplo, lembremo-nos que era pública e notória a capacidade dos coronéis de influírem nas eleições, tornando-as viciadas. Obrigando seus empregados a votarem em quem determinassem (“voto de cabresto”), fazendo com que o poder se perpetuasse na região onde exerciam o mando. O círculo vicioso estava formado. Os eleitos eram devedores de grande parte de seus votos aos coronéis que, por sua vez, viam seus interesses atendidos pelos que ajudaram a se eleger.
Em determinadas regiões do sertão do Nordeste, em especial na Bahia e em torno do Rio São Francisco, as forças militares dos coronéis chegavam a sobrepujar as forças estaduais. Isso causou, em determinados momentos, apreensão nos governos estadual e federal. Entretanto, como além dos coronéis existiam também outros grupos representando diferentes interesses da sociedade, sua influência na condução da política nacional foi limitada e administrável.
Com o passar dos anos, a urbanização, a industrialização e o controle eleitoral pelo Judiciário fizeram com que os coronéis perdessem gradativamente parte de seus poderes.
O GOVERNO DE PRUDENTE MORAIS (1894-1898)
Representou a transição entre a República da Espada e o poder das oligarquias. Os fatos de relevância que marcaram o governo de Prudente de Morais foram:
- pacificou o país pondo fim à Revolução Federalista, anistiando seus principais líderes; - reatou relações diplomáticas com Portugal, rompidas por Floriano Peixoto por suposta participação na “Revolta da Armada”, e tomou posse da Ilha da Trindade, ocupada pelos ingleses; - resolveu problemas de fronteiras com a Argentina, na região de Missões, intermediado pelo presidente dos EUA, Cleveland; - defendeu a economia dos cafeicultores e reduziu barreiras alfandegárias prejudicando o início do movimento industrial; - venceu o líder messiânico Antonio Conselheiro, na Guerra de Canudos (1896 – 1897); - declarou o Estado de Sítio após sofrer atentado;
 O abalo do exército com a desastrada campanha de Canudos fez com que ocorresse o retorno aos quartéis. Nesse momento da história política brasileira, as oligarquias, enfim, conseguiram concretizar seu projeto hegemônico de poder.
O GOVERNO DE RODRIGUES ALVES (1902-1906)
O governo de Rodrigues Alves caracterizou-se pela modernização do Rio de Janeiro e pelo apogeu do ciclo da borracha, cuja economia provocou a “Questão do Acre”, envolvendo Brasil e Bolívia. O tratado de Petrópolis anexou o Acre ao Brasil mediante o pagamento de uma indenização de 2.000.000 de libras esterlinas.
Também nesse período de governo surgiram as primeiras medidas de combate às causas da crise do café, através da política de valorização do café. Consistia em promover a elevação dos preços do café, através da compra pelos estados, de toda a produção para a formação de estoques reguladores. Isso ficou pactuado no “Convênio de Taubaté”do qual participaram os estados de SP, MG e RJ. O plano foi recusado por Rodrigues Alves mas adotado pelos futuros governos.
REVOLTA DA CHIBADA- 1910 E REVOLTA DO CONTESTADO 1913
A Revolução de 30
A República Velha, como hoje é conhecida, vigorou no Brasil até 1930. Sua característica principal era a forte centralização do poder entre os partidos políticos e a conhecida aliança entre São Paulo e Minas Gerais, denominada “política do café-com-leite”. A De acordo com a “política do café-com-leite”, havia um revezamento entre os presidentes apoiados pelo Partido Republicano Mineiro - PRM, de Minas Gerais, e o Partido Republicano Paulista - PRP, de São Paulo. A cada eleição, o presidente do partido no poder indicava, para sucedê-lo, um nome do outro partido, ficando os representantes dos demais estados na oposição oficial ao governo. A crise ocorreu quando, em 1929, ao final do mandato do Presidente Washington Luis, o PRM indicou o nome do governante de Minas, Antonio Carlos. Tendo em vista a crise mundial da I Guerra Mundial e a Grande Depressão de 1929, Washington Luis optou por defender a candidatura do paulista Julio Prestes, representante da oligarquia cafeeira. Desta forma, Minas Gerais afasta-se do governo e anuncia o apoio ao candidato da oposição lançado pelo Rio Grande do Sul e Paraíba: Getúlio Vargas.
Apesar de a vitória ter sido de Prestes, a “Aliança” contestou alegando fraudes eleitorais. O Exército, que era contrário ao governo da época, definiu-se pela oposição formando uma junta governamental que, em seguida, passou o governo a Getúlio Vargas.
A Era Vargas
A maneira como ascendeu à presidência, com o apoio do Exército, em uma eleição que aparentemente perdera, fizera com que os poderes de Vargas se tornassem quase que ilimitados. Isso possibilitou que, em nome da modernização, criasse novos ministérios, dentre eles os do Trabalho, Indústria e Comércio e Educação e nomeasse interventores de estados. Apesar de políticas populistas envolvendo sindicatos, Getúlio Vargas promoveu significativos progressos na legislação trabalhista, que sobrevivem até hoje.
No jogo político, Getúlio Vargas cometeria um grave erro em 1931, com a derrubada da Constituição. Os poderes do presidente aumentaram em níveis nunca antes imaginados na República. A oposição paulista, desgostosa com as nomeações dos interventores e a perda da autonomia estadual, iniciou uma revolta armada para defender a criação de uma nova Constituição. Em 9 de julho de 1932, explodia a revolução. Apesar de composta por tropas paulistas, gaúchas, mineiras e fluminenses, os revolucionários não obtiveram êxito.
Apesar desses fatos, Getúlio Vargas convocou uma nova Assembléia Constituinte. A nova Constituição introduziu no país uma ordem jurídico-política que consagrava a democracia, com a garantia do voto direto e secreto, da alternância no poder, dos direitos civis, da liberdade de expressão e da pluralidade sindical.
Como da outra vez, o Colégio Eleitoral escolheu Getúlio Vargas o presidente da República. Aproximando-se as eleições previstas para 1938, os partidos lançaram suas candidaturas. Entretanto, não era intenção de Getúlio abandonar o poder. Faltava, porém, um pretexto para que pudesse articular a sustentação política do golpe. Esse pretexto veio através do Plano Cohen.
Nesta época, a sociedade brasileira começou a ser influenciada por dois movimentos políticos que surgiam: A Ação Integralista Brasileira, representante da extrema direita, simpática ao nazifacismo, e o Partido Comunista, representante dos trabalhadores, entusiasmados com o sucesso da implantação do socialismo na União Soviética.
O medo da instauração de um governo socialista no Brasil, por parte dos militares e de boa parte da classe dominante, fez com que a sociedade aceitasse e apoiasse um golpe, onde o presidente da República, apoiado pela cúpula militar, derrubaria mais uma vez a Constituição. Na noite de 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas instaurou uma ditadura com a divulgação de uma nova Carta Magna, fazendo surgir o Estado Novo.
O Estado Novo (1937 – 1945)
A nova Constituição possuía vários dispositivos semelhantes aos de países autoritários da Europa. Com o Congresso Nacional fechado e a decretação de rigorosas leis de censura, Getúlio Vargas governou sem oposição legal. O foco da nova política era o de destruir as idéias liberais da Constituição de 1934. A intervenção do Estado e o poder autoritário exercido ao extremo seriam as marcas registradas do governo Vargas.
Para viabilizar o desenvolvimento econômico foram criados órgãos de apoio a áreas estratégicas, como o Conselho Nacional do Petróleo e o Conselho Federal de Comércio Exterior. A queda repentina nas exportações e a escassez de produtos essenciais importados, provocados pela II Guerra Mundial,tornavam a industrialização uma meta inadiável.
A auto-suficiência no setor siderúrgico, para acelerar esse processo, foi obtida na construção da Companhia Siderúrgica Nacional, através de apoio direto dos Estados Unidos, em troca da participação do Brasil nas Forças Aliadas.
Da mesma forma que a guerra incrementou a nossa indústria de base, a partir da instalação da CSN, em 1941, ela provocou a queda do regime ditatorial. Com a vitória dos aliados a democracia era a grande vencedora. Não fazia sentido, portanto, o Brasil, que ajudara a derrubar os regimes nazista e fascista, permanecer numa ditadura.
Assim, Vargas marcou eleições para dezembro de 1945, decretou a anistia e promoveu a reorganização dos partidos políticos, com a indicação de candidatos à presidência da República. Entretanto, seus correligionários iniciavam um movimento intitulado “Constituinte com Getúlio”, que pareceu aos militares a possibilidade de boicote as eleições. Em função disso, as forças militares lideradas pelo ministro da Guerra, General Góes Monteiro, depuseram Getulio Vargas, pondo fim a um dos períodos de ditadura mais marcante, lembrado pela repressão e violação dos direitos individuais.
Após as eleições de dezembro, o General Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente do Brasil e Vargas eleito senador, com a maior votação da época. Era o fim de uma era, mas não do político, que seria eleito presidente em futuro próximo pelo sufrágio das urnas.
O Processo de Industrialização
Segundo os principais historiadores, a Grande Depressão representou, para o Brasil, o momento em que ocorreu a mudança do modelo econômico calcado na produção agrícola exportadora para um modelo de desenvolvimento voltado para o mercado interno. Diversos bens, antes importados, passaram a ser produzidos internamente, através de um processo de substituição de importações.
Para que o processo de industrialização pudesse se tornar realidade, foi necessário criar uma indústria de base, pois o país precisava se tornar menos dependente da importação de produtos essenciais no processo produtivo, tais como petróleo, aço, cimento, energia elétrica, etc. Somando-se a essa indústria de base, as importações de bens de capital e de bens intermediários (bens finais utilizados na produção de outros bens) permitiram que a produção interna dos bens de consumo, antes adquiridos no exterior, atendesse a demanda interna.
Durante o Estado Novo, um acordo com os Estados Unidos, através do ingresso do Brasil na Segunda Guerra Mundial, resultou na construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda. Posteriormente, em 1950, já eleito presidente do Brasil, Getúlio Vargas tentou obter, apoiado no Processo de Substituição de Importações – PSI, as condições para implantar as bases de uma indústria pesada no país.
Como a reconstrução da Europa no pós-guerra prejudicou o nosso fluxo de importações, restava a países como o Brasil a alternativa de buscar o desenvolvimento por conta própria. Significativas medidas nesse sentido foram tomadas, destacando-se, em 1952, a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDE, que passou a financiar importantes projetos de infra-estrutura.
A falta de apoio político a Vargas levou-o ao suicídio, pondo fim ao processo nacionalista de produção.
O desenvolvimento crescente da industrialização brasileira, propiciada pela modernização de JK no período democrático, pelo intervencionismo do golpe militar e pelo neoliberalismo da redemocratização atual. Esse será
Abertura e as conquistas sociais
O Plano de Metas de Juscelino Kubitschek
O processo de industrialização promovido por Juscelino Kubitschek estava apoiado no capital privado estrangeiro, nas empresas do governo e no capital privado nacional.
JK utilizou o planejamento econômico, sistema adotado com sucesso na Rússia desde os anos 30, como ferramenta para obter um desenvolvimento industrial acelerado e organizado. Foi, sem dúvida, um caso de formulação e planejamento estatal de sucesso. Seu Plano de Metas, incluindo a construção de Brasília, representou o maior incremento à nossa industrialização, com objetivos focados principalmente nos setores de energia, transporte, siderurgia e refino de petróleo.
Juscelino Kubitschek	Construção de Brasília
Dentre os três vetores de sustentação de sua política, ao contrário do que fora defendido pelo governo Vargas, a aceitação do capital externo representava o principal ponto de apoio de sua política. A partir de todo esse processo, o Brasil, pela potencialidade de seu mercado interno, passou a atrair empresas multinacionais do mundo inteiro. A partir de 1956, muitas aqui instalaram suas subsidiárias, fazendo com que os principais ramos industriais se transformassem em setores oligopolistas, onde um pequeno número de grandes empresas domina o mercado. A influência das empresas multinacionais passou a ser uma realidade na produção industrial brasileira.
O Plano de Metas estimulou em muito o Programa de Substituição de Importações – PSI, especialmente no setor de bens de consumo duráveis e de bens de capital, como máquinas, ferramentas e elétrico pesado. A conseqüência de toda essa mudança na economia brasileira fez com que o crescimento do Produto Interno Bruto passasse a estar diretamente vinculado ao crescimento da produção industrial, o que até então não ocorria. Assim, o nível dos investimentos passou a ser a variável fundamental para explicar a nova realidade econômica implantada em nosso país.
Há que ressaltar que JK, ao colocar em prática o slogan “50 anos em 5”, através da utilização do capital estrangeiro, do financiamento dos gastos público e privado, e da expansão dos meios de crédito através do BNDE, colaborou decisivamente para a elevação das taxas de inflação no país, taxas essas que se manteriam elevadas durante os próximos quarenta anos.

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