Aula 03_20130821160052

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ECONOMIA POLÍTICA
AULA03 – ADAM SMITH
2º Semestre Direito
2013/2
Prof.ª Me.ª Natalia Scartezini
ADAM SMITH
1723 - 1790
ECONOMIA CLÁSSICA
Obras: “Teoria dos Sentimentos Morais - 1759” e “Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações - 1776”
Escocês com vivência na Inglaterra
Contexto histórico: Iluminismo
Ideias econômicas correntes na Inglaterra neste período: mercantilismo.
Oposição ao mercantilismo  o trabalho gera riqueza.
Oposição aos fisiocratas  todas as atividades que produzem mercadorias produzem valor, e não apenas a agricultura. Assim, é o trabalhador quem produz a riqueza.
TEORIA DO VALOR-TRABALHO
COMO ERA DETERMINADO O PREÇO DAS MERCADORIAS?
Para os fisiocratas o preço das mercadorias era determinado arbitrariamente, exigindo-se apenas que ele custeasse a produção e deixasse excedente.
O valor (preço) do trabalho empregado para a produção dessas mercadorias não era mensurado.
 
A economia clássica revolucionou a teoria econômica ao identificar que o TRABALHO PODE (E DEVE) SER QUANTIFICADO, POIS É O SEU VALOR QUE DETERMINA O PREÇO DAS MERCADORIAS.
		TEORIA DO VALOR-TRABALHO
PARA ADAM SMITH O VALOR DE UMA MERCADORIA É DETERMINADO PELO TEMPO DE TRABALHO GASTO PARA PRODUZI-LA (E SOMENTE A ELA).
TRABALHO PRODUTIVO x TRABALHO IMPRODUTIVO
Para os fisiocratas somente era produtivo o trabalho na agricultura.
Smith refuta esta ideia.
Afirma que o trabalho produtivo é aquele que: 
produz algo que possa ser vendido; 
produz lucro para o capitalista.
O trabalho improdutivo seria aquele que não produziria nada palpável. 
Ex: professor, músico, ator.
VALOR DE USO x VALOR DE TROCA
Valor de uso: utilidade da mercadoria.
Valor de troca: disponibilidade da mercadoria e quantidade de trabalho inserido nela para sua produção.
 disponibilidade da mercadoria: ideia da escassez relativa dos bens. Quanto mais raro é um bem no mercado, mais valioso ele é.
 quantidade de trabalho: uma mercadoria possui maior valor de troca quando possui maior quantidade (tempo) de trabalho para ser produzida. 
“A palavra valor – deve-se observar – tem dois significados diferentes e, às vezes, expressa a utilidade de determinado objeto e, outras vezes, o poder de comprar outros bens, conferido pela posse deste objeto. Um deles pode ser chamado de ‘valor de uso’ e o outro, de ‘valor de troca’. As coisas que têm mais valor de uso têm, quase sempre, pouco ou nenhum valor de troca; ao contrário, as coisas que têm mais valor de troca têm, frequentemente, pouco ou nenhum valor de uso. Nada é mais útil do que a água; no entanto, ela compra muito pouca coisa; quase nada pode ser obtido em troca de água. Um diamante, pelo contrário, tem pouco valor de uso, mas pode ser, quase sempre, trocado por uma grande quantidade de outros bens”. (SMITH, A. A Riqueza das Nações. [S.I.], [S.N.] p. 28. Apud: HUNT, E. K. História do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1981. p. 73).
A RIQUEZA DA NAÇÃO
O crescimento da riqueza de uma nação depende essencialmente do AUMENTO DA PRODUTIVIDADE DO TRABALHO, que somente pode ocorrer através de uma maior especialização do trabalho.
Como aumentar a especialização do trabalho? 
Aumentando a divisão social do trabalho que vai gerar um aumento da destreza do trabalhador, uma economia de tempo na produção e aperfeiçoamento do instrumental tecnológico empregado.
“(...) esse grande aumento da quantidade de trabalho, que, em consequencia de sua divisão, o mesmo número de pessoas é capaz de realizar, explica-se por três circunstâncias distintas: em primeiro lugar, devido à maior destreza existente em cada trabalhador; em segundo, à poupança daquele tempo que, geralmente, seria costume perder ao passar de um tipo de trabalho para outro; finalmente, como resultado da intervenção de um grande número de máquinas que facilitam e abreviam o trabalho, possibilitando a uma única pessoa executá-lo, que, de outra forma, teria de ser feito por muitas”. (SMITH, ADAM. Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 43. In: GENNARI, ADILSON; OLIVEIRA, ROBERSON de. História do Pensamento Econômico. São Paulo: Editora Saraiva, 2009. p. 62).
Por sua vez, uma maior especialização e divisão do trabalho depende da extensão do mercado externo e interno de uma nação. Assim também, quanto maior o mercado, mais lucro é possível arrecadar com o trabalho especializado. 
Quanto maior o mercado, maior é a demanda. Quanto maior a demanda, maior é o desenvolvimento das forças produtivas e da especialização do trabalho e assim maior será o lucro. 
Desta maneira, para aumentar a riqueza de uma nação não poderia haver barreiras para a expansão dos seus mercados.
A mão invisível do mercado
Assim como os fisiocratas, Smith era contra a intervenção do Estado na economia.
Para Smith, o Estado deveria cuidar apenas dos seguintes pontos:
Proteger a sociedade contra a violência e invasão de outras sociedades;
Proteger todos os membros da sociedade de injustiças;
Criar, conservar e cuidar de obras e das instituições públicas.
O PAI DO LIBERALISMO ECONÔMICO
Afirmava que se não houvesse barreiras protecionistas ou regulatórias, o mercado se expandiria. Expandindo-se exigiria uma maior especialização (divisão) do trabalho social. Quanto mais especializado o trabalho, maior a geração de excedente, de lucro.
Smith afirmava que as forças do mercado determinariam um ponto de equilíbrio entre a oferta e a demanda pelas mercadorias (autoregulação).
	
		MÃO INVISÍVEL DO MERCADO
Ideia da motivação individual (self interest): 
Papel socialmente positivo ao egoísmo.
A ambição dos indivíduos os faz melhorar de vida, e buscando o melhor para si eles proporcionam – inconscientemente - o melhor para o conjunto da sociedade. 
Se cada indivíduo buscar aumentar sua própria riqueza, o conjunto da sociedade será beneficiado. Assim, a melhoria das condições de vida da coletividade depende exclusivamente da iniciativa individual.
“Cuidando do seu próprio interesse, o indivíduo, quase sempre, promove o interesse da sociedade mais eficientemente do que quando realmente deseja promovê-lo”. (SMITH, A. A Riqueza das Nações. [S.I.], [S.N.] p. 423. Apud: HUNT, E. K. História do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1981. p. 81).
Para Smith os atos egoístas dos indivíduos (self interest) seriam dirigidos pela “mão invisível” do mercado para a maximização do bem-estar econômico.
SISTEMA ÓBVIO E SIMPLES DE LIBERDADE NATURAL E DE HARMONIA SOCIAL.
“Portanto, tendo sido completamente afastados todos os sistemas de preferência ou de restrição, o sistema óbvio e simples da liberdade natural se estabelece por si mesmo. Todo homem fica perfeitamente livre para buscar seus próprios interesses à sua própria maneira, e para concorrer, com sua capacidade e com seu capital, com a capacidade e o capital de outros homens ou tipos de homem. O soberano fica completamente livre do dever de supervisionar a capacidade particular das pessoas e de dirigi-la para as finalidades mais adaptadas ao interesse da sociedade”. (SMITH, A. A Riqueza das Nações. [S.I.], [S.N.] p. 651. Apud: HUNT, E. K. História do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1981. p. 78).
20
EXERCÍCIOS PARA FIXAÇÃO
Em quais pontos Adam Smith fazia oposição às teorias do mercantilismo e da fisiocracia?
Segundo Smith, qual é a função da especialização do trabalho no sistema econômico capitalista?
Explique o papel do indivíduo e do Estado na sociedade capitalista de acordo com Adam Smith. 
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NESTA AULA
GENNARI, ADILSON MARQUES; OLIVEIRA, ROBERSON de. História do Pensamento Econômico. São Paulo: Editora Saraiva, 2009. p. 58-68.
HUNT, E. K. História do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1981.
NAPOLEONE, CLÁUDIO. Smith, Ricardo, Marx.: considerações sobre a história do pensamento econômico. Rio de Janeiro: Editora Graal, 1987.
SMITH, ADAM. Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza
das nações. Coleção Os Pensadores. 2ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
http://www.youtube.com/watch?v=QOmFyRpTvFM
http://www.youtube.com/watch?v=yHz58pCeg0w