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* * Preços variáveis: o modelo AS-AD * * Introdução Economia fechada (ou, pelo menos, X e Q exógenas) Variáveis endógenas (fundamentais) do modelo: Y, P (e i) Instrumentos de política macroeconómica: política monetária: M política orçamental: G, R e t Nota: figuras retiradas de Macroeconomics, Robert Gordon, Addison-Wesley, 10ª edição, 2005 * * Procura e Oferta Agregada * * Procura agregada Conjunto de combinações (Y,P) que asseguram o equilíbrio no MBS e no MM/MT Inclinação negativa: Y e P variam em sentidos opostos para se manter o equilíbrio simultâneo nestes mercados Posição depende dos elementos exógenos relativos à curva IS (G, R, confiança dos investidores, etc.) e à curva LM (M) o aumento (diminuição) de algum destes elementos provoca a deslocação para a direita (esquerda) da curva AD Pontos situados à esquerda (direita) da curva AD traduzem excesso de procura (oferta) de bens e serviços * * * * * * Oferta agregada de curto prazo Conjunto de combinações (Y,P) que assegura a maximização dos lucros para as empresas, considerando um dado salário nominal (W) evidencia o volume de produto que as empresas estão dispostas a realizar para cada nível de preços Inclinação positiva: para um dado nível de salário nominal, sendo a PMgN decrescente e necessário mais N para aumentar Y, só um maior nível de preços (descida dos salários reais) torna um aumento de produção lucrativo para as empresas * * * * Oferta agregada de curto prazo Posição depende do salário nominal (W) e dos factores que condicionam a PMgN uma diminuição do salário nominal ou um aumento da PMgN (decorrente de maior uso de K ou de progresso tecnológico) deslocam a curva AScp para a direita Pontos à direita (esquerda) da curva indicam uma situação de excesso (“insuficiência”) de produção por parte das empresas as empresas podem elevar os seus lucros, alterando a quantidade de produto oferecido * * * * Salário real de equilíbrio e salário nominal em cada período Uma subida do salário nominal W provoca uma deslocação para a esquerda da curva AScp e, necessariamente, um novo ponto de equilíbrio na economia não provoca alterações em Y (e N) se for acompanhada por igual variação do nível de preços * * Salário real de equilíbrio e salário nominal em cada período A variável relevante para entender o comportamento da oferta agregada é, pois, o salário real (w = W/P) o salário real de equilíbrio é determinado no mercado de trabalho, pela interacção entre a oferta e a procura de trabalho para esse nível de salário real, não há pressões para a alteração de w (e de N), o mesmo não ocorrendo para outros pontos (como C, gráfico seguinte) o salário nominal (W) é fixado para um determinado período de tempo, pelo que alterações de P provocam movimentos no salário real, que levarão a renegociação de w no(s) período(s) seguinte(s) * * * * Equilíbrio e Efeitos de Política Macroeconómica * * Efeitos de política macroeconómica No curto prazo, os efeitos reais de uma expansão orçamental ou de uma expansão monetária são menos intensos que numa situação de preços fixos: o aumento da produção resultante da elevação de G ou de M só se concretiza a par de um aumento de P o aumento de P faz diminuir M/P e, como tal, aumentar mais i no caso da expansão orçamental (=> “crowding-out” mais acentuado) ou diminuir menos i no caso da expansão monetária (=> menor efeito positivo sobre I) * * * * Efeitos de política macroeconómica No médio prazo, verifica-se um processo de ajustamento progressivo, enquanto Y for diferente de YN: no caso de uma política expansionista, a subida de P provoca uma diminuição do salário real no período seguinte, os trabalhadores exigirão a reposição do poder de compra, levando W a aumentar para produzir as mesmas quantidades, as empresas exigirão preços mais elevados para os bens e serviços (AScp desloca-se para a esquerda) o processo ocorre até que Y= YN ou seja, até que o salário real retome o valor que equilibra o mercado de trabalho * * Efeitos de política macroeconómica No longo prazo, AS é vertical não há efeitos reais da expansão orçamental ou monetária, apenas aumento do nível geral de preços as variáveis reais da economia mantêm o seu valor, apenas se alteram as variáveis nominais no caso da política monetária expansionista, a variação relativa de P é igual à variação relativa de M (neutralidade da moeda) só neste caso é que o mercado de trabalho se encontra em equilíbrio, ao nível do salário real de equilíbrio durante o processo de ajustamento, há sobre-emprego ou desemprego * * O Processo de Ajustamento: Reequilíbrio Automático ou Falhas? * * Ajustamento e falhas de ajustamento O reequilíbrio “automático” escola clássica / neoclássica a existência de flexibilidade de salários e preços garante a rápida absorção de choques na procura agregada a variação do nível de preços como “remédio” para os choques na procura: deflação para choques negativos; inflação para choques positivos intervenção do Estado em termos de política de estabilização desnecessária (ou mesmo indesejável) caso exista desemprego, o problema estará em deficiências ao nível da flexibilidade do mercado de trabalho e não em insuficiência da procura agregada * * * * Ajustamento e falhas de ajustamento A perspectiva “keynesiana” existem situações em que o reequilíbrio não é automático, verificando-se desemprego persistente (ex. “grande depressão”): impotência do ajustamento monetário (curva AD vertical), face à baixa confiança de consumidores e investidores o “efeito Pigou” como contra-argumento rigidez dos salários nominais nestas situações, só a intervenção do Estado, através de estímulos orçamentais suficientes, pode reconduzir Y ao nível do produto potencial * * * * * * Ajustamento e falhas de ajustamento Outros efeitos “não favoráveis” da deflação “efeito das expectativas” => adiamento de aquisições de bens e serviços no caso de expectativa de continuada descida de P “efeito redistribuição” => aumento do valor real das dívidas provoca redistribuição do rendimento dos devedores para os credores no caso de deflação uniforme e não esperada Estes dois tipos de efeitos podem determinar a não verificação do reequilíbrio automático mesmo verificando-se os efeitos Keynes e Pigou.
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