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TOXINAS FÚNGICAS Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Sabemos que os fungos, são microorganismos presentes em todos os ambientes e são grandes decompositores. No entanto, apesar da sua importância nas mais diversas áreas, como medicina, fitopatologia e indústria, podem ser contaminantes de alimentos. Toxinas fúngicas, mais comumente chamadas de MICOTOXINAS, são produzidas por fungos filamentosos (mofos ou bolores) e são produtos do metabolismo secundário dos fungos. Essas toxinas, causam efeitos tóxicos agudos e crônicos no homem e em animais. A maioria dos fungos capaz de produzir micotoxinas está frequentemente envolvida na contaminação de produtos agrícolas. Frutas Grãos e Cereais Café Amendoim O que são? Os alimentos são susceptíveis à invasão de fungos micotoxigênicos durante os estágios de produção, processamento, transporte e armazenamento. Para que ocorra a produção de micotoxinas pelos fungos, são necessárias condições favoráveis de umidade, temperatura e disponibilidade de substrato. Condições que influenciam a produção de toxinas Fungos: nem todos produzem toxinas. Substrato: alimentos com alto teor de carboidratos são mais favoráveis. Umidade relativa do ar e substrato: umidade relativa acima de 80% e um mínimo de atividade de água (Aa) para crescer. Temperatura: a temperatura mínima para o fungo crescer não é necessariamente a mínima para ele produzir toxina, o mesmo com a máxima. Atmosfera: alguns fungos que causam deterioração de grãos armazenados podem crescer em atmosfera contendo somente 0,1 a 0,2% de oxigênio, ou em atmosfera contendo mais que 80% de dióxido de carbono. Interação microbiana: certos microrganismos podem reduzir, remover ou degradar a toxina. Principais Toxinas Fúngicas Os fungos como Aspergillus, Penicillium e Fusarium são considerados os principais produtores de micotoxinas. Aflatoxinas (AFLA) Ocratoxina A (OTA) Desoxinivalenol (DON) Fumonisinas as principais aflatoxinas conhecidas são denominadas de B1, B2, G1 e G2 produzida por Penicilium e Aspergillus classe dos tricotecenos, produzida principalmente por Fusarium graminearum produzidas por diversas espécies do gênero Fusarium Micotoxicoses Ocasionadas pela ingestão de rações ou alimentos contaminados com micotoxinas ou inalação destas em forma de partículas suspensas. A ingestão de micotoxinas por seres humanos ocorre principalmente pela ingestão de produtos vegetais contaminados, bem como pelo consumo de produtos derivados dos alimentos, tais como leite, queijo, carnes e outros produtos animais (SMITH et al., 1995). A gravidade da micotoxicose depende de alguns fatores. como: toxicidade da micotoxina, extensão da exposição, estado nutricional do indivíduo e efeitos simultâneos de agentes químicas ou biológicos. As micotoxinas podem afetar órgãos e sistemas, principalmente o fígado, rins e sistema nervoso, endócrino e imunitário. Análise de micotoxinas em alimentos Devido a diferença de estrutura entre os compostos, não existe um método padrão para detectar todas as toxinas. Principais métodos de extração para análise de micotoxinas: ❏ extração líquido–líquido; ❏ extração por fluido supercrítico; ❏ extração em fase sólida. Principais métodos de separação para análise de micotoxinas: ❏ Cromatografia de camada delgada; ❏ Cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas; ❏ Cromatografia líquida de alta eficiência; ❏ Cromatografia gasosa; Prevenção das micotoxinas Na agricultura: ❏ Equipamento de colheita ajustado; ❏ Coletar imediatamente o produto ao atingir a maturidade; ❏ Secar o produto até níveis seguros de umidade; ❏ Limpar sementes oleaginosas e grãos; ❏ Armazenamento em área adequada. Legislação Resolução – RDC Nº 7, de 18 de fevereiro de 2011 - Dispõe sobre Regulamento Técnico sobre limites máximos tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos. Referências ❏ VECCHIA, Andréia Dalla; CASTILHOS-FORTES, Raquel de. Contaminação fúngica em granola comercial. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas , v. 27, n. 2, p. 324-327, June 2007 . ❏ CALORI-DOMINGUES, M.A et al. Ocorrência de desoxinivalenol em trigo nacional e importado utilizado no Brasil. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.27, n.1, p.181-185, 2007. ❏ MACHADO, L.V; MALLMANN, C.A; Prevalência de contaminantes do trigo e derivados: Desoxinivalenol. ❏ HOELTZ, Michele et al . Ocratoxina A: análise da qualidade de vinhos brasileiros e importados. Braz. J. Food Technol., Campinas , v. 15, n. spe, p. 58-63, maio 2012 ❏ THIE, B. I; MICOTOXINAS EM ALIMENTOS . Instituto de Tecnologia de Alimentos, Campinas, São Paulo. ❏ https://www.researchgate.net/profile/Jorge_Horii/publication/271712522_FATORES_FISICO-QUIMICOS_E_BI OLOGICOS_LIGADOS_A_PRODUCAO_DE_MICOTOXINAS/links/5735e61208ae9f741b29c4c9.pdf Referências ❏ Resolução n° 7, de 18 de fevereiro de 2011 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2011/res0007_18_02_2011_rep.html
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