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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA´ CENTRO DE CIEˆNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FI´SICA LABORATO´RIO DE FI´SICA MODERNA Gotas de Millikan ACADEˆMICOS: Alvaro Franco Martins R.A.:88777 Andre Farinha Bo´sio R.A.:93625 Mariana Ferrareze Casaroto R.A.:93352 Milena Camila Fernandes R.A.:94821 Vinicius Zanatta R.A.:103374 TURMA:31 PROFESSOR: Dr. Gustavo Sanguino Dias MARINGA´, PARANA´ 9 de Junho de 2017 Suma´rio 1. Resumo 3 2. Objetivos 3 3. Introduc¸a˜o 4 4. Fundamentac¸a˜o Teo´rica 5 5. Desenvolvimento Experimental 8 5.1 Materiais Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 5.2 Procedimento experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 5.3 Dados obtidos experimentalmente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 6. Discussa˜o dos resultados 11 7. Conclusa˜o 14 Refereˆncias Bibliogra´ficas 15 2 1. Resumo Este relato´rio segue como princ´ıpio os trabalhos de Robert Andrews Millikan, J.J. Thompson e George Stokes. O experimento realizado compo˜e-se basicamente em aplicar um campo ele´trico em got´ıculas de o´leo sob efeito do campo gravitacional. Com a velocidade terminal, atrave´s da lei de Stokes, foi poss´ıvel determinar a massa das gotas. Ale´m disso, obtida a velocidade de subida das gotas por meio do campo ele´trico, foi enta˜o cal- culado a forc¸a atuante e por fim a carga de cada gota. A priori, o sucesso deste experimento dependeu da sua capacidade em medir pequenos valores das forc¸as que atuam nas gotas de o´leo. Foi poss´ıvel encontrar a carga de cada gota e mostrar que a carga e´ quantizada, sendo sempre um nu´mero inteiro da carga fundamental, e = 1.6021765 × 10−19 C [3]. O valor encontrado para a carga fundamental foi de 1.21 × 10−19 C, esse valor possui um desvio percentual de 24.47%. 2. Objetivos O presente experimento foi desenvolvido com o propo´sito de determinar a carga elementar do ele´tron e mostrar que a carga e´ quantizada, sendo sempre um mu´ltiplo inteiro da carga elementar. 3 3. Introduc¸a˜o No fim do se´culo XIX e in´ıcio do se´culo XX nota´veis descobertas realizadas ampliaram e inseriram novos caminhos para o conhecimento f´ısico. Em 1897 um dos pioneiros na investigac¸a˜o do ele´tron, Joseph John Thomson descobriu por interme´dio de experieˆncias que raios cato´dicos sa˜o constitu´ıdos de part´ıculas com carga ele´trica negativa, os ele´trons. Seguiram-se no decorrer desse per´ıodo va´rias pesquisas para determinar as propriedades do ele´tron [4]. Com ajuda de seu estudante C.T.R. Wilson, Thomson obteve a carga do ele´tron fazendo uso de uma caˆmara de bolhas e da relac¸a˜o de Stokes para estimar o raio me´dio das got´ıculas. O Valor obtido por Thomson foi na ordem de 1.1 × 10−19 coulomb. Em 1903 outro estudante de Thomson, H. A. Wilson implementou o experimento introduzindo um campo ele´trico na mesma direc¸a˜o do campo gravita- cional. A carga ele´trica obtida por esse me´todo girava em torno de 1.04 × 10−19 coulomb. Em 1907 Millikan e seu estudante Begeman iniciaram seus experimentos a partir da ideia de H. A. Wilson. Seus estudos obtiveram valores mais aproximados ao teo´rico atual, no entanto, uma fonte de erro muito importante era a dificuldade de se levar em considerac¸a˜o o efeito da evaporac¸a˜o das got´ıculas de a´gua. Assim, para contornar o problema Millikan utilizou um forte campo ele´trico, o que resultou na observac¸a˜o de gotas individuais que paravam ou invertiam o movimento conforme o campo ele´trico era ligado ou desligado. Nesta fase Millikan e Begeman chegaram a uma importante conclusa˜o, na qual, os valores das cargas das diversas got´ıculas eram sempre mu´ltiplos exatos da menor carga que eles haviam obtid o[5]. Posteriormente, para solucionar o problema da evaporac¸a˜o, ao inve´s de utilizar vapor d’a´gua, Millikan empregou gotas de o´leo. As gotas eram ionizadas e assim podiam ser confinadas no campo ele´trico orientado. Medindo-se as velocidades de subida e descida Millikan realizou uma ana´lise de forc¸as atuantes na gota, forc¸a peso, forc¸a ele´trica, forc¸a viscosa (lei de Stokes) e empuxo. Por essa ana´lise calculou-se o raio da gota e enfim sua carga. 4 4. Fundamentac¸a˜o Teo´rica Uma part´ıcula em queda livre esta´ sob ac¸a˜o de duas forc¸as, sua forc¸a peso e uma forc¸a de atrito contra´ria ao movimento da part´ıcula. Para este experimento, considera-se que a part´ıcula ja´ atingiu sua velocidade terminal, uma vez que essa e´ alcanc¸ada em poucos millisegundos para as gotas usadas nesse experimento. Nesta configurac¸a˜o, a acelerac¸a˜o para o movimento e´ nula e o somato´rio das forc¸as resulta na igualdade da forc¸a peso e da forc¸a de atrito. Com base neste procedimento, o sentido do movimento da gota pode ser invertido atrave´s da aplicac¸a˜o de um campo ele´trico no sentido do eixo y positivo e a mesma pode encontrar-se em duas situac¸o˜es como esquematiza a figura abaixo: Figura 4.1: (a) Forc¸as atuando em uma part´ıcula em queda livre e (b) Forc¸as atuando em uma part´ıcula sob a aplicac¸a˜o de um campo ele´trico externo. Analisando as forc¸as atuantes na gota de o´leo, e´ poss´ıvel a deduc¸a˜o da equac¸a˜o para se determinar a carga carregada por elas. Na figura 4.1 (a), vf e´ a velocidade de descida e k o coeficiente de atrito entre o ar e a gota, m e´ a massa da gota e g a acelerac¸a˜o da gravidade. Todas as forc¸as examinadas neste procedimento esta˜o na direc¸a˜o y do eixo, temos [1]: mg = kvf (4.1) A figura 4.1 (b) mostra as forc¸as atuando na gota quando um campo ele´trico externo e´ aplicado. Considerando ~Eq a intensidade ele´trica, q a carga carregada 5 pelas gotas de o´leo e vr a velocidade de subida, temos: qEq = mg + kvr (4.2) Em ambos os casos, ha´ tambe´m uma pequena forc¸a de empuxo hidrosta´tico exercida pelo ar na gota. No entanto, uma vez que a densidade do ar e´ apenas cerca de um mile´simo da densidade do o´leo, esta forc¸a pode ser omitida. Eliminando k das equac¸o˜es (4.1) e (4.2) e resolvendo para a carga: q = mg(vr + vf ) Eqvf (4.3) Para retirar m da equac¸a˜o acima, e´ necessa´rio considerar a expressa˜o para o volume da esfera e da densidade do o´leo: ρ = m V (4.4) m = ρ 4pia3 3 (4.5) mg = ρ 4pia3 3 g (4.6) onde V = 4pia 3 3 e´ o volume da gota de o´leo, a seu respectivo raio e ρ a densidade do o´leo. Substituindo a equac¸a˜o (4.6) em (4.3) : q = 4pia3ρ(vf + vr) 3(Eqvf ) (4.7) Para a determinac¸a˜o de a, pode-se empregar a fo´rmula para a lei de Stokes (~Ff = 6piηa~vf ), va´lida para o movimento de part´ıculas esfe´ricas pequenas, movendo- se a baixas velocidades. Esta expressa˜o relaciona o raio de um corpo esfe´rico com a sua velocidade de queda em um meio viscoso, onde η e´ seu coeficiente de viscosidade. Considerando a fo´rmula da Lei de Stokes igual ao termo direito da equac¸a˜o (4.6) e isolando a: Ff = ρ 4pia3 3 g (4.8) 6piηvf = ρ 4pia3 3 g (4.9) a2 = 9piηvf 2ρg (4.10) a = √ 9piηvf 2ρg (4.11) Entretanto, a Lei de Stokes torna-se incorreta quando a velocidade de queda nas got´ıculas e´ inferior a 0, 1 cm/s. Como as velocidades das gotas usada neste experi- mento esta˜o na ordem de 0, 01 a 0, 001 cm/s a viscosidade η deve ser multiplicada por um fator de correc¸a˜o. A viscosidade efetiva resultante e´: ηef = η ( pa pa+ b ) (4.12) 6 onde b e´ uma constante, p e´ a pressa˜o atmosfe´rica e a e´ o raio da gota de o´leo calculado atrave´s da equac¸a˜o 4.6. Substituindo ηef em 4.6, o raio torna-se: a = √ 9ηvf 2ρg6 ( pa pa+ b ) (4.13) Por fim, substituindo este resultado em (4.7), temos a carga: q = 4pi 3 ρg [√ 9ηvf 2ρg6 ( pa pa+ b )]3 (vf + vr) √ vf V (4.14) Podemos reescrever como, q = 4pi 3 √ 1 ρg [ 9η 2 ]3√√√√[ 1 1 + b pa ]3 [ (vf + vr) √ vfV ] (4.15) Considerando a intensidade do campo ele´trico E = V d (4.16) onde V e´ a diferenc¸a de potencial entre as placas separadas por uma distaˆncia d. Em 1909, apo´s va´rias tentativas, medindo tempos de subida e descida de va´rias gotas de o´leo, calculando suas velocidades e aplicando esses valores a uma fo´rmula geral obtida da ana´lise das forc¸as que atuavam sobre a gota, Millikan obteve sucesso com o seu experimento [2]. Calculou e determinou a carga do ele´tron com uma incerteza da ordem de 0,1%. O valor em mo´dulo publicado por ele em 1913 foi [3]: e = (1.603± 0, 002)× 10−19C (4.17) Em consequeˆncia desse resultado, Millikan recebeu o preˆmio nobel de f´ısica em 1923. Como refereˆncia teo´rica [3] deste experimento, o valor usado sera´ e = 1, 6021765× 10−19C (4.18) 7 5. Desenvolvimento Experimental 5.1 Materiais Utilizados Foram utilizados os seguintes instrumentos durante a realizac¸a˜o da pra´tica expe- rimental: • Aparelho PASCO AP-8210A Millikan Oil Drop [1]; • o´leo mineral na˜o-vola´til; • duas fonte de tensa˜o; • cronoˆmetro digital; • cabos com plug banana; • mult´ımetro digital; • paqu´ımetro; • laˆmpada de halogeˆnio; • microsco´pio • n´ıvel; • fibra o´ptica; • acetona; • lenc¸os de papel; • pulverizador de o´leo. 8 5.2 Procedimento experimental Durante o processo de montagem, limpou-se todas as componentes do aparato antes de iniciar o experimento, utilizando os lenc¸os de papel e a acetona. Nivelou-se o aparato com aux´ılio do n´ıvel e mediu-se o tamanho da placa de acr´ılico entre as placas do capacitor utilizando o paqu´ımetro. Conectou-se o mult´ımetro a fim de monitorar a resisteˆncia do termistor. Foram ligadas as fonte ao aparato, umas das fontes foi utilizada para alimentar a laˆmpada (6V) e a outra foi utilizada para gerar uma diferenc¸a de potencial entre as placas do capacitor (450V), ajustou-se o brilho da lampada de modo que fosse poss´ıvel ver a grade no fundo do aparato. Para ajuste do foco, foi inserido um pedac¸o de fibra o´tica no furo da placa superior do capacitor. Fechou-se a caˆmara com a caixa pro´pria para protec¸a˜o. Para iniciar a coleta de dados, colocou-se a alavanca da fonte de ionizac¸a˜o na posic¸a˜o SPRAY DROPLET POSITION para borrifar o´leo entre as placas do capa- citor. Mudou-se a posic¸a˜o desta alavanca para a posic¸a˜o ON, para que as gostas fossem ionizadas. Foi poss´ıvel observar va´rias gotas e selecionar uma delas para a coleta de dados. Observou-se a gota cair em queda livre e mediu-se o tempo em que ela levou para atravessar um quadrado maior da grade (0.5 mm). Ligou-se o campo e mediu-se o tempo que ela levou para atravessar o mesmo intervalo no espac¸o. Foi medido o tempo de queda e de subida diversas vezes para a mesma gota. Repetiu-se o procedimento de borrifar e medir para va´rias gotas. 5.3 Dados obtidos experimentalmente Por meio da pra´tica experimental, foi poss´ıvel coletar o tempo de queda livre e de subida da gota, ao passar por um intervalo de 0.5mm. Esses dados esta˜o na tabela 5.1. 9 Gota tf ± 0.01 (s) tr ± 0.01 (s)) Gota tf ± 0.01 (s) tr ± 0.01 (s) 1 11.44 4.31 3 10.64 4.40 1 10.03 3.98 3 11.46 4.12 1 10.30 3.56 3 10.64 3.98 1 9.32 2.82 3 10.30 3.80 1 10.34 3.26 3 11.46 4.11 1 10.56 4.01 3 10.48 4.21 1 11.36 3.27 3 11.38 3.85 2 6.71 4.54 3 11.78 4.56 2 5.32 5.22 3 12.01 4.98 2 6.87 5.52 3 10.01 3.87 2 5.09 4.96 4 6.54 4.60 2 7.01 5.43 4 7.03 5.32 2 6.96 5.76 4 6.32 5.73 2 5.98 6.02 4 6.21 5.90 2 5.86 4.98 4 6.60 4.32 2 6.53 5.63 4 5.92 3.09 2 6.32 5.39 4 7.21 3.49 4 7.27 3.20 Gota tf ± 0.01 (s) tr ± 0.01 (s) Gota tf ± 0.01 (s) tr ± 0.01 (s) 5 14.02 2.92 6 8.80 4.60 5 13.54 1.87 6 9.52 4.32 5 13.56 1.66 6 9.30 5.02 5 12.89 1.32 6 9.29 4.98 5 14.03 1.88 6 8.72 4.76 5 13.38 2.51 6 9.32 7.30 5 12.92 1.49 6 9.62 7.30 5 13.62 1.30 6 9.62 5.51 5 14.20 1.90 6 8.99 4.74 5 12.87 1.70 8 9.52 2.78 5 12.98 1.72 8 9.84 3.19 5 12.90 1.63 8 9.19 2.95 5 13.69 2.07 8 8.99 1.76 5 14.22 1.80 8 8.85 2.30 5 13.73 1.72 8 9.72 1.95 8 9.23 2.50 Gota tf ± 0.01 (s) tr ± 0.01 (s)) Gota tf ± 0.01 (s) tr ± 0.01 (s) 7 9.52 4.52 10 9.72 3.24 7 9.60 3.87 10 9.81 2.98 7 8.99 3.77 10 8.91 2.85 7 9.70 4.30 10 9.95 3.15 7 10.39 4.54 10 9.26 2.72 7 11.03 5.52 11 9.23 2.20 7 8.98 5.21 11 7.89 1.85 7 10.72 4.62 11 7.80 3.36 7 10.34 3.79 11 8.52 3.52 7 8.70 3.81 11 9.01 3.22 7 10.28 3.85 7 10.30 4.72 9 9.35 2.40 9 8.80 3.21 9 9.85 2.93 9 8.91 3.05 9 9.20 2.86 Tabela 5.1: dados obtidos experimentalmente para o tempo de queda (tf ) e o tempo de subida (tr) da gota em um intervalo de espac¸o de 0.5 mm. Esses dados foram coletados quando a diferenc¸a de potencial entre as placas era de 450V e a resisteˆncia do termistor era de aproximadamente 1.900MΩ. 10 6. Discussa˜o dos resultados Utilizando os dados coletados para cada gota, foi determinada a velocidade de subida e descida de cada gota, bem como seu raio, cujo os dados esta˜o na Tabela 6.2 Gota vf × 10−5 (m/s) ∆vf (m/s) vr × 10−4 (m/s) ∆vf (m/s) a× 10−7 (m) ∆a (m) 1 5.52 0.00001 1.39 0.00003 6.93 0.0007 2 7.98 0.00002 0.93 0.00002 8.41 0.0009 3 4.54 0.00001 1.19 0.00002 6.25 0.0007 4 7.53 0.00001 1.09 0.00002 8.16 0.0009 5 3.70 0.00001 2.73 0.00006 5.61 0.0006 6 5.44 0.00001 0.97 0.00002 6.88 0.0007 7 5.06 0.00001 1.14 0.00002 6.62 0.0007 8 5.36 0.00001 1.98 0.00004 6.82 0.0007 9 5.42 0.00001 1.74 0.00004 6.87 0.0007 10 5.25 0.00001 1.68 0.00003 6.75 0.0007 11 5.89 0.00001 1.77 0.00004 7.17 0.0008 Tabela 6.2: Valores calculados para as velocidades de queda (vf ) e de subida (vr) das gotas e seus respectivos raios (a), bem como o desvio padra˜o associado a cada valor. Tendo agora os dados referentes a velocidade de cada gota observada, e´ poss´ıvel calcular sua carga, como demonstrado na fundamentac¸a˜o teo´rica, usando a equac¸a˜o (4.15), onde sua distribuic¸a˜o esta explicitada na Tabela 6.3. Gota q × 10−19(C) ∆q(C) 1 7.13 0.00000006 2 7.83 0.00000005 3 5.37 0.00000005 4 8.07 0.00000006 5 8.94 0.00000009 6 5.49 0.00000005 7 5.73 0.00000005 8 9.04 0.00000007 9 8.26 0.00000007 10 7.82 0.00000006 11 8.94 0.00000007 Tabela 6.3: Valor calculado para a carga de cada gota e o desvio padra˜o associado. Agora, com a carga referente a cada gota, e´ poss´ıvel fazer um gra´fico de suas cargas: 11 0 2 4 6 8 10 12 5,00E-019 5,50E-019 6,00E-019 6,50E-019 7,00E-019 7,50E-019 8,00E-019 8,50E-019 9,00E-019 9,50E-019 Carga(C) C ar ga (C ) gota Figura 6.2: Distribuic¸a˜o das cargas das gotas. Observando o gra´fico da Figura 6.2, temos que as cargas esta˜o divididas em 4 grupos, sendo o grupo 1 as gotas 3,6 e 7, o grupo 2 com somente a gota 1, o grupo 3 com as gotas 2,4,10 e 9, e por fim o grupo 4 com as gotas 5 e 8. Isto leva a crer que o incremento de carga na˜o e´ cont´ınuo, mas sim discreto ou quantizado, sendo que esta quantizac¸a˜o pode ser verificada calculando diferenc¸a entre as cargas me´dias de cada grupo. Grupo 1 (C) Grupo 2 (C) Grupo 3 (C) Grupo 4 (C) 5.76× 10−19 7.61× 10−19 8.45× 10−19 9.39× 10−19 Tabela 6.4: me´dia das cargas de cada grupo. Dessa forma, temos um salto me´dio de 1.21 × 10−19 C, a qual seria a carga fundamental do ele´tron, tendo um desvio de 24.47% em relac¸a˜o a` carga real, de e = 1.6021765× 10−19 C [3]. E´ poss´ıvel ainda verificar a natureza quantitativa das cargas, observando que devido a quantizac¸a˜o do ele´tron, a carga deve ser dar forma q = n.e, onde n e´ o nu´mero de ele´trons extras. Logo, se dividirmos a carga de cada gota pela carga fundamental encontrada, devemos achar uma reta, como e´ observado no gra´fico da Figura 6.3. 12 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 Numero de elétrons N um er o de e lé tro ns Carga (C x 10E-19) Figura 6.3: Gra´fico representandoa dependeˆncia da carga das gotas (C) em relac¸a˜o ao nu´mero de ele´trons. Logo, temos a comprovac¸a˜o de que a carga do ele´tron e´ quantizada, bem como seu valor fundamental. Tendo em vista as dificuldades do experimento, o valor encontrado de q = 1.21× 10−19 C foi muito satisfato´rio. A divergeˆncia do valor teo´rico e do valor experimental se da´ pela imprecisa˜o e ma´ calibrac¸a˜o do equipamento. Um fator que influenciou muito nas ana´lises dos resultados e´ que, na˜o foi poss´ıvel coletar dados suficiente para uma melhor ana´lise estat´ıstica. Em seu experimento original, Millikan observou centenas de gotas, e neste experimento foi poss´ıvel cole- tar os dados de apenas 11 gotas. 13 7. Conclusa˜o E´ poss´ıvel comprovar pelo experimento realizado que a carga ele´trica transpor- tada por uma part´ıcula pode ser calculada medindo as forc¸as experimentadas pela part´ıcula em um campo ele´trico conhecido. Na ana´lise dos dados obtidos pode-se observar a quantizac¸a˜o da carga e determinar o valor da carga elementar, cujo valor foi de 1.21 × 10−19 C, que e´ um valor razoavelmente pro´ximo do teo´rico e = 1.6021765× 10−19C. O desvio percentual de 24.47% do obtido para o teo´rico pode ser justificado pelos erros associados ao reflexo humano na cronometragem do tempo de subida e descida das gotas, ale´m de erros nos instrumentos de medida e principalmente na pouca quantidade de gotas coletadas por ocorreˆncia do mau funcionamento do aparelho de coleta. Assim, embora o experimento seja relativamente fa´cil, e´ preciso tempo e pacieˆncia para a coleta de um numero adequado de gotas e um certo grau de habilidade ex- perimental para medir a carga de um ele´tron com mais precisa˜o. 14 Bibliografia [1] Instruction Manual and Experiment Guide for de PASCO scientific Model AP- 8210A. PASCO, Roseville , 1987. [2] Lima, C. R. A. To´picos de Laborato´rio de F´ısica Moderna, 2013. [3] https://www.britannica.com/science/electron-charge, Pa´gina visitada em 5 de Junho de 2017. Acesso a`s 15:10. [4] http://www.fis.ufba.br/sites/fis.ufba.br/files/roteiro millikan-ufba.pdf, Pa´gina visitada em 6 de Junho de 2017. Acesso a`s 16:53. [5] https://www.if.ufrgs.br/historia/millikan.html, Pa´gina visitada em 6 de Junho de 2017. Acesso a`s 17:22. 15
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