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hemiplegia-laringeana

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde 
Curso de Medicina Veterinária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HEMIOLEGIA LARINGEANA 
 
 
 
 
Liana Mara Lepka 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2006 
 ii
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde 
Curso de Medicina Veterinária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HEMIPLEGIA LARINGEANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2006 
 iii
Liana Mara Lepka 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HEMIPLEGIA LARINGEANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2006 
Monografia apresentada ao Curso de Medicina Veterinária 
da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da 
Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial 
para obtenção do título de Médico Veterinário. 
 
Professor Orientador: Uriel V. C. Andrade, Médico 
Veterinário; Msc 
 
Orientador Profissional: Reinaldo de Campos, Médico 
Veterinário 
 
 iv
SUMÁRIO 
 
LISTA DE FIGURAS........................................................................................ v 
RESUMO......................................................................................................... vi 
1 INTRODUÇÃO................................................................................... 1 
2 HEMIPLEGIA LARINGEANA............................................................ 3 
3 PATOLOGIA...................................................................................... 5 
4 DIAGNÓSTICO.................................................................................. 6 
4.1 DIAGNÓSTICO ENDOSCÓPICO...................................................... 6 
5 TRATAMENTO.................................................................................. 9 
5.1 LARINGOTOMIA E VENTRICULECTOMIA LARINGEANA............... 9 
5.1.1 Preparação Cirúrgica e anestesia...................................................... 10 
5.1.2 Técnica Cirúrgica ............................................................................... 11 
5.1.3 Pós- Operatório.................................................................................. 14 
5.2 TRAQUEOSTOMIA............................................................................ 14 
5.2.1 Preparação Cirúrgica e anestesia .................................................... 14 
5.2.2 Técnica Cirúrgica................................................................................ 15 
5.2.3 Pós operatório.................................................................................... 17 
6 ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS................................................... 18 
7 CONCLUSÃO.................................................................................... 19 
REFERÊNCIAS............................................................................................... 20 
 
 v 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 – DIAGRAMA DA LARINGE ........................................................ 4 
FIGURA 2 – POSIÇÃO ANATÔMICA NORMAL DA LARINGE..................... 8 
FIGURA 3 – LARINGE APRESENTANDO A HEMIPLEGIA LARINGEANA 
GRAU 3...................................................................................... 
 
8 
FIGURA 4 – LARINGE APRESENTANDO A HEMIPLEGIA LARINGEANA 
GRAU5....................................................................................... 
 
8 
FIGURA 5 – TÉCNICA CIRÚRGICA EMPREGADA NA LARINGOTOMIA E 
VENTRICULECTOMIA.............................................................. 
 
13 
FIGURA 6 – TÉCNICA CIRÚRGICA EMPREGADA NA 
TRAQUEOSTOMIA................................................................... 
 
16 
 
 vi
RESUMO 
 
 
A hemiplegia laringeana é um distúrbio em que há paralisia (incompleta) 
ou paralisia da musculatura laringeana impedindo a abdução (abertura) e a 
adução (fechamento) eficazes das cartilagens aritenóides (estruturas da 
garganta). Como resultado desta paralisia, os animais podem apresentar sinais 
clínicos de ronco ao trote ou galope. O nervo laríngeo recorrente é responsável 
pela inervação de grande parte dessas estruturas anatômicas. Logo, uma 
compressão ou lesão neste nervo poderá ocasionar uma movimentação 
deficiente das cartilagens aritenóides, levando a uma diminuição do fluxo de ar 
para os pulmões. Na maioria dos casos não existe uma causa conhecida para 
a paralisia laringiana, portanto ela é demonstrada como hemiplegia laringiana 
idiopática. É classificada de grau I a V e o tratamento consiste em larigoplastia 
ou aritnoidectomia. 
 
 
Palavras-chave: hemiplegia laringiana, síndrome do cavalo roncador, 
ventriculectomia, aritnoidectomia, laringoplastia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 vii
1 INTRODUÇÃO 
 
 A hemiplegia laringeana é uma neuropatia que causa diminuiçao na 
ventilaçao pulmonar dos equinos, levando as vezes a outras complicações. É 
conhecida tamém como síndrome do cavalo roncador ou neuropatia laringeana 
recorrente. 
 Normalmente, a cada respiração as cartilagens aritenóides da laringe 
são arrastadas na direção do exterior por seus músculos, para a admissão de 
ar. Nesta moléstia ocorre paralisia habitualmente parcial, de um dos músculos 
das cartilagens aritenóides. Comumente, os músculos possuem força suficiente 
para manter as cartilagens abertas durante a respiração comum, mas não 
durante a respiração mais violenta, que decorre do exercício vigoroso, quando 
a corrente aérea arrasta o pedículo de tecido para a parte central da corrente 
de ar. O resultado é que, a cada inspiração essa obstrução adejante não só 
limita a quantidade de ar que pode chegar aos pulmões, mas também gera um 
som de intensidade considerável, que é responsável pela moléstia conhecida 
como cornagem ou ronqueira. 
 O diagnóstico da neuropatia laringeana é concluído através da 
endoscopia, onde é classificada de grau I a V, sendo I, movimentos sincrônicos 
e plena abdução; II, movimentos assincrônicos, porém com abdução total; III, 
assimetria da esquerda, porém plena abdução; IV, assimetria e inabilidade de 
abdução total; e V, hemiplegia total. 
Nos animais onde a função laringeana é classificada em I e II, não há 
necessidade de um tratamento cirúrgico, podendo, o animal, conviver com esta 
alteração; no grau II, alguns profissionais preferem aguardar a evolução desta 
 viii
moléstia antes de efetuar um tratamento invasivo, porém quando graduados 
em IV e V, se faz necessária a intervenção cirúrgica. Os tratamentos cirúrgicos 
indicados são a laringoplastia e a aritnoidectomia, sendo a primeira opção mais 
utilizada entre os profissionais. 
 ix
2 HEMIPLEGIA LARÍNGEA 
 
 Essa doença, referida às vezes como ronqueira, é um distúrbio comum, 
mas obscuro, de eqüinos. Caracteriza-se por atrofia dos músculos 
cricoaritenoideos dorsal e lateral (abdutor/ adutor da cartilagem aritenóide), 
particularmente no lado esquerdo. A atrofia é devido à desnervação resultante 
de doença axonal primaria (idiopática) ou dano secundário por compressão ou 
inflamação do nervo recorrente esquerdo da laringe. O nervo laríngeoe os 
linfonodos retrofaríngeos estão localizados abaixo do assoalho das bolsas 
guturais. Como resultado dessa relação anatômica estreita, tumefação e 
inflamação das bolsas guturais. Causas comuns de lesões secundárias do 
nervo incluem micose das bolsas guturais, abscessos retrofaríngeos, 
inflamações devido à injeção iatrogênica em tecidos perivasculares, lesões no 
pescoço e neoplasias. Os ruídos anormais (ronqueira) observados durante o 
exercício em cavalos com hemiplegia laríngea são devido à paralisia dos 
músculos cricoaritenóides dorsal e lateral esquerdos. Essa paralisia causa 
dilatação incompleta da laringe, obstrução do fluxo do ar e vibração das pregas 
vocais soltas. Na Figura 1 observa-se a posição anatômica de algumas 
estruturas da laringe (LÓPES,1998). 
 
 x
 
 FIGURA 1 - DIAGRAMA DA LARINGE 
 xi
3 PATOLOGIA 
 
 A hemiplegia laringeana idiopática é geralmente considerada um 
distúrbio dos eqüinos das raças de maior porte, raramente relatada em árabes 
e pôneis. 
 A sintomatologia usualmente ocorre depois dos três anos de idade, 
quando se inicia o treinamento. No entanto, esta doença pode ser detectada 
precocemente em potros jovens, através da endoscopia. 
 A abdução inadequada das aritenóides cria uma resistência inspiratória 
ao fluxo de ar e conseqüentemente deficiência nas trocas gasosas. Como 
resultado irá ocorrer uma intolerância ao exercício que se transmite pelo 
cansaço e pela fadiga muscular. 
 A maioria dos animais com hemiplegia laringeana idiopática, além da 
intolerância ao exercício, apresentam ruído inspiratório descrito como 
ronqueira. 
 Quando essa enfermidade é bilateral (afeta ambas cartilagens), além do 
ruído, podem exibir desconforto inspiratório severo, necessitando em alguns 
casos de se efetuar uma traqueostomia para melhorar o fluxo de ar para os 
pulmões (JONES, etal, 2000). 
 xii
4 DIAGNÓSTICO 
 
 O diagnóstico é feito por um exame endoscópico onde se observa o 
posicionamento assimétrico ou amplitude de movimentos das cartilagens 
aritenóides e relaxamento das pregas vocais do lado acometido. 
 Clinicamente pode-se observar ruídos ou roncos inspiratórios durante os 
exercícios, acompanhado por intolerância aos mesmos e fadiga muscular 
freqüentes. 
 O exame físico e a palpação da laringe também podem auxiliar em 
detectar a atrofia do músculo da laringe (cricoaritenóideo dorsal). 
 Utiliza-se também o slap-test ou teste da palmada, em que, através do 
endoscópio, observa-se movimento das aritenóides logo depois da palmada 
realizada próxima à região da paleta-cernelha. Em eqüinos normais, quando a 
palmada é realizada em um dos lados do animal, ocorre abdução da cartilagem 
aritenóide contralateral. Tal reflexo estará ausente em eqüinos com neuropatia 
laringiana idiopática (CAMPOS, 2006). 
 
4.1 DIAGNÓSTICO ENDOSCÓPICO 
 A endoscopia fornece o diagnóstico definitivo na maioria dos casos. O 
exame da laringe é realizado com o animal em repouso, sendo a posição e a 
movimentação das cartilagens aritenóides verificadas. A função laríngea 
também pode ser observada durante a deglutição, uma breve oclusão nasal 
bilateral (30-60 segundos) e durante e após o exercício. 
 Para localizar a sonda nasogátrica no esôfago observa-se a mesma no 
lado esquerdo do pescoço (exceto quando o esôfago passa dorsalmente ou ao 
 xiii
lado direito da traquéia). Normalmente há uma leve resistência à passagem da 
sonda. Ao assoprar-se no tubo, encontra-se uma leve resistência, ocorre 
distensão do esôfago e, freqüentemente, há refluxo de gases estomacais. A 
sonda pode ser palpada no esôfago no lado esquerdo do pescoço e barulhos 
característicos de gorgolejo são ouvidos quando a sonda está no estômago. Já 
na traquéia, o cavalo, às vezes, tosse; não há resistência à passagem da 
sonda, se a mesma for sacudida de lado a lado, pode-se ouvir um som de 
chocalho da sonda sobre os anéis cartilaginosos da traquéia. Não há 
resistência quando se sopra na sonda e pode-se detectar a passagem de ar, 
coordenada com a respiração (SPEIRS, 1999) 
 
 A gravidade da doença é graduada de I a V: 
Grau I: aparência de assimetria como um artefato, devido à posição do 
endoscópio. A perspectiva de distorção é cancelada colocando-se o 
endoscópio pela narina direita e esquerda. Quando o endoscópio passa pela 
narina direita, a cartilagem aritenóide esquerda parece menos abduzida e vice-
versa. 
Grau II: a maioria dos movimentos são assimétricos com abdução total. 
Assincronia transiente ou atraso na abdução pode ser visto, especialmente, na 
aritenóide esquerda. 
Grau III: assimetria, porém com plena abdução. 
Grau IV: assimetria é marcada, não há plena abdução, mas alguns movimentos 
estão presentes. 
Grau V: hemiplegia verdadeira, assimetria marcada com ausência de 
movimento do lado afetado e não há resposta ao slap test (CAMPOS, 2006) 
 xiv
 
 
 
 FIGURA 2 - POSIÇÃO ANATÔMICA NORMAL DA LARINGE 
 
FIGURA 3 - LARINGE APRESENTANDO A HEMIPLEGIA 
LARINGEANA 
 GRAU 3 
 
 
 xv
FIGURA 4 - LARINGE APRESENTANDO A HEMIPLEGIA 
LARINGEANA 
 GRAU 5 
 xvi
5 TRATAMENTO 
 
Normalmente, os eqüinos que apresentam classificação I e II 
conseguem conviver com o problema, não necessitando de intervenção 
cirúrgica. Já aqueles com graus IV e V, devido à intensa diminuição no fluxo de 
ar e acentuada intolerância ao exercício, podem se beneficiar com a 
intervenção cirúrgica. Com relação ao grau III, há controvérsias, pois alguns 
profissionais preferem esperar e outros optam pela cirurgia. 
 Em alguns casos, há a necessidade de se colocar o animal em uma 
treadmil (esteira), para uma melhor avaliação das cartilagens aritenóides 
durante o exercício. Isto porque o animal poderá apresentar outra doença, além 
da já diagnosticada anteriormente, como é o caso do colapso faringeano. 
Quanto a opção cirúrgica, a mais utilizada atualmente é a laringoplastia; 
uso de uma prótese para manter a aritenóide acometida em abdução através 
de dois fios de sutura não absorvíveis. 
 
5.1 LARINGOTOMIA E VENTRICULECTOMIA LARINGEA 
A ventriculectomia laríngea é indicada para o tratamento de hemiplegia 
laríngea e consiste na remoção do revestimento mucoso do ventrículo laríngeo. 
A freqüência de êxito deste procedimento varia na definição pessoal do que 
seja um resultado satisfatório. Um autor acredita que acima de 80% dos 
pacientes melhoravam significativamente com a ventriculectomia, mas menos 
de 10% das operações poderiam ser consideradas “um sucesso completo”. 
Sua definição de um sucesso completo era “o resultado é obtido quando a 
obstrução é avaliada e torna a respiração do cavalo indistinguível para o ouvido 
 xvii
experimentado de um cavalo são a todos os momentos”. Outro cirurgião 
eminente acreditava que se após uma ventriculectomia o cavalo poderia 
executar o seu trabalho de maneira satisfatória ao proprietário, a operação teria 
sido bem sucedida. Usando-se este critério sua freqüência de êxito estava 
entre 60 a 70%. 
Nos casos graves de hemiplegia laríngea, está indicada uma cirurgia 
adicional envolvendo a inserção de uma prótese laringea para abduzir a 
cartilagem aritenóidea e a prega vocal. A maioria dos cirurgiões efetua este 
segundo procedimento, mais envolvente, quando o exame endoscópico revelar 
que a cartilagem aritenóide está medialmente deslocada de sua posição normal 
de repouso. Nestes casos, a ventriculectomia não produz abdução suficiente 
da prega vocal. Nos casos onde a cartilagem aritenóidea não é abduzida para 
além da sua posição normalde repouso, de maneira que a laringe pareça 
simétrica no seu descanso, a ventriculectomia como procedimento exclusivo 
fica justificada se o fator econômico não é considerado pelo proprietário, que 
almeja o melhor resultado possível, insere-se uma prótese laríngea em 
qualquer caso equívoco. 
A ventriculectomia é consumada com a execução de uma laringotomia 
através da membrana cricotireóidea. A técnica de laringotomia também é 
aplicada para ressecção parcial do palato mole, a aritenoidectomia, e o 
tratamento cirúrgico do engasgamento da epiglote, os cistos faríngeos, ou a 
hiperplasia linfóide. 
 
5.1.1 Preparação cirúrgica e anestesia 
 xviii
 A laringotomia e a ventriculectomia podem ser efetuadas com o cavalo 
sob anestesia geral posicionado em decúbito dorsal ou com o animal em pé 
sob sedativos e injetado com um analgésico local no sitio cirúrgico. Quando se 
realiza o procedimento com o animal em pé, a ventriculectomia é executada as 
cegas, mas é o mesmo procedimento feito com o animal sob uma anestesia 
geral. Antes da cirurgia, os pacientes recebem 2g de fenilbutazona por via 
intravenosa para minimizar o edema laríngeo pós-operatório. A região cirúrgica 
é tosada e preparada de modo asséptico. 
 
5.1.2 Técnica cirúrgica 
 Uma incisão da pele de aproximadamente 10 centímetros de 
comprimento é feita da superfície da cartilagem cricóide, indo além da junção 
das cartilagens tireóides . Em alguns casos, a depressão triangular entre as 
cartilagens tireóide e cricóide poderá ser sentida antes da execução da incisão 
da pele. Quando isto não for possível, a região central da incisão da pele é 
localizada posicionando-se uma linha horizontal através da área onde os ramos 
da mandíbula unem-se com o pescoço. A incisão da pele expõe a linha 
mediana entre os músculos esternotirohióideos, que são separadas com uma 
tesoura para expor a membrana cricotireóidea. Depois da separação inicial 
com as tesouras, os músculos poderão ser retraídos digitalmente ao longo do 
cumprimento da incisão da pele. A membrana cricotereóidea é liberada do 
tecido adiposo, e neste estagio, talvez seja necessário ligar uma pequena veia 
que normalmente está presente no local cirúrgico. A membrana cricotireóidea é 
excisada, começando com uma incisão perfurante para que se consiga a 
penetração da mucosa laríngea. Então a incisão estende-se longitudinalmente 
 xix
da porção caudal da cartilagem cricóide até a parte cranial da junção da 
cartilagem tireóide. As asas das cartilagens tireóideas são retraídas com um 
afastador auto-estático. Se uma sonda endotraqueal de manguito com pequeno 
diâmetro for utilizada, a ventriculectomia poderá ser executada com a sonda 
endotraqueal posicionada no local; por outro lado, a remoção da sonda é 
necessária para a identificação do sáculo laríngeo e da vetriculectomia. O 
ventrículo laríngeo é identificado escorregando o dedo indicador na direção 
cranial e para fora da borda da prega vocal e virando o dedo lateral e 
ventralmente em direção à base da orelha para entrar no ventrículo. Passa-se 
o extrator laríngeo através do ventrículo o mais profundamente possível 
torcendo o extrator para que agarre a mucosa. Quando o cirurgião acredita que 
a mucosa já está encaixada no extrator, cuidadosamente recolhe o extrator do 
ventrículo revirando a mucosa ventricular. 
 Neste estágio, é oportuno posicionar um par de pinças sobra a mucosa 
que está evertida, para evitar a rasgadura ou a escorregadura enquanto a 
mucosa é totalmente retraída. As pinças são fixadas sobre a mucosa, o extrator 
é distorcido e retirado, e com consegue-se uma reversão completa do sáculo 
ventricular aplicando-se tração. Enquanto a retração está sendo mantida pela 
pinça de Ochsner ou um instrumento similar posicionado através do sáculo, a 
membrana mucosa revertida é ressecada com tesoura o mais perto possível da 
base, sem lesar a cartilagem associada. Habitualmente exerce-se a 
ventriculectomia bilateral, mas o problema clínico está normalmente associado 
com o lado esquerdo. Depois da excisão o ventrículo, qualquer resto de 
membrana mucosa remanescente é removido. 
 xx
 A incisão de laringotomia não é suturada; ela permanece aberta, porque 
a mucosa do trato respiratório não pode ser preparada assepticamente e a 
contaminação da incisão pode ocorrer com uma infecção subseqüente e 
também uma abscedação como problema potencial. Os ferimentos da 
laringotomia resolver-se-ão satisfatoriamente por segunda intenção; assim, a 
sutura desse ferimento não é considerado um risco justificável. A sonda de 
traqueostomia permanece no local da laringotomia enquanto o cavalo 
recupera-se da anestesia (TURNER, 2002). Conforme ilustrado na Figura 5. 
 
 xxi
 
 FIGURA 5 - TÉCNICA CIRURGICA EMPREGADA NA LARINGOTOMIA 
E 
 VENTRICULECTOMIA 
 FONTE: TURNER,A.S. Técnicas Cirúrgicas em Animais de Grande Porte. 2002. 
 
 
5.1.3 Pós-operatório 
 xxii
 Não se faz uso de antibióticos. O ferimento da laringotomia deve ser limpo 
duas vezes ao dia, e o animal fica confinado por duas a três semanas, sendo o 
tempo estimado para a cicatrização do ferimento. Após este período, o cavalo é 
passeado. O animal poderá voltar às suas atividades normais depois de 
aproximadamente 56 dias. 
 Normalmente o tubo da traqueostomia fica na abertura da laringotomia 
até a recuperação da anestesia. Caso ocorra trauma demasiado durante a 
cirurgia, o que é possível em alguns procedimentos mais extensos, talvez seja 
conveniente deixar a sonda de traqueostomia no local. 
 
5.2 TRAQUEOSTOMIA 
A traqueostomia é um procedimneto comumente realizado nos casos 
ventriculectomia. Além disso é também empregada após uma cirurgia nasal, 
laríngea, ou sempre que uma obstrução operatória for antecipada, incluindo de 
neoplasia nasofaríngea edema pós cirúrgico, obstrução de vias aéreas 
superiores 
5.2.1 Preparação cirúrgica e anestesia 
 Normalmente executa-se a traqueostomia com o animal em pé, os pelos 
devem ser raspados acima do terço médio do pescoço e a região é esfregada 
cirurgicamente. O local cirúrgico é anestesiado pela infusão de anestésico local 
de forma subcutânea ao longo da linha de incisão proposta, em torno de 10 
centímetros. Se o procedimento for realizado na forma eletiva para completar 
uma outra cirurgia, neste caso a ventriculectomia, é feita com o animal deitado 
sob anestesia geral. 
5.2.2 Técnica cirúrgica 
 xxiii
 O local cirúrgico geralmente localiza-se na junção dos terços médio e 
superior do pescoço o cirurgião posiciona-se do lado direito do animal (o 
reverso para um canhoto), faz-se uma incisão de 10 centimetros através da 
pele e tecido subcutâneo; isto é facilitado pelo tensionamento da pele na 
extremidade proximal da incisão com a mão esquerda e fazendo uma incisão 
da pele com a mão direita. Após a incisão da pele e tecidos subcutâneos, as 
massas dos músculos esternotiróideos são vizualizadas. Estas massas 
musculares são divididas pela linha mediana com uma tesoura ou com a ponta 
de um bisturi de cabo rígido. São, então, identificados os anéis traqueais. O 
bisturi é inserido entre dois anéis traqueais com um golpe agudo. A incisão é 
feita na direção horizontal tendo por volta de 1 centímetro em qualquer uma 
das direções partindo da linha mediana; feita a incisão a sonda de 
traqueostomia deve ser introduzida. Este método é utilizado quando a sonda de 
traqueostomia deve permanecer no local por um período de tempo 
relativamente curto (Figura 6). 
Outro método é remover um pedaço elíptico de cartilagem proveniente 
de cada um dos dois anéis adjacentes. Isto envolve a remoção de um pedaço 
semicircular de cartilagem da superfície caudal do próximo anel. Antes que o 
pedaço de cartilagem seja separado completamente o segmento deve ser 
agarrado por um par de fórceps. Este método é aplicado quando a sonda de 
traqueostomia for necessária por um longo período. Os anéis traqueais nunca 
devem ser completamente divididos já que os anéis traqueais do cavalo são 
incompletos no aspecto dorsal; o corte através da porção ventral irá dividir cada 
anel em dois pedaços e resultará no colapso da traquéia e em condrite. 
(TURNER, 2002) 
 xxiv
Em ambos os métodos a incisão não é fechada; deve-se deixar que o 
ferimento feche por segunda intenção quando a sonda for retirada. 
 
FIGURA 6 - TÉCNICA CIRURGICA EMPREGADA NA 
TRAQUEOSTOMIA 
FONTE: TURNER,A.S. Técnicas Cirúrgicas em Animais de Grande Porte. 2002. 
 xxv
 
5.2.3 Pós operatório 
O local da traqueostomia deve ser limpo diariamente com solução 
fisiológica estéril. A região deve ser simultaneamente coberta com uma 
pomada antibacteriana adequada e não irritante. Quando a sonda de 
traqueostomia encontra-se em posição, a mesma deve ser retirada e limpa 
uma ou duas vezes ao dia, dependendo da quantidade de secreção que for 
acumulada. 
 xxvi
6 ACHADOS HISTOPATOLÓGICO 
 O músculo cricoaritenóideo afetado sofre atrofia de muitas de suas 
fibras; essa atrofia progride até seu completo desaparecimento, com 
substituição por tecido fibroso. Macroscopicamente, diz-se que o músculo 
degenerado fica como “carne de peixe”. Podem ser observados estágios 
sucessivos de desmineralização e degeneração walleriana no nervo laríngeo 
recorrente que inerva o músculo. Microscopicamente, as fibras musculares têm 
lesões de atrofia por desnervação. 
 É quase sempre a cartilagem aritenóide, músculo cricoaritenóideo, e 
nervo laríngeo do lado esquerdo, que estão envolvidos nesse distúrbio. 
Acredita-se que isso se deva ao curso peculiar do nervo esquerdo em todo 
arco da aorta e ao longo da face profunda desse vaso. As causas de certos 
casos infreqüentes que podem ocorrer em ambos os lados são: pressão 
exercida por linfonodos granulomatosos hipertrofiados, tumores, abscessos, 
aneurismas, e inchaço do esôfago. Há suspeita de defeitos congênitos. Muitos 
casos ocorrem em seguida à pneumonia (JONES ,et al., 2000). 
 
 xxvii
7 CONCLUSÃO 
 Na hemiplegia laringeana o diagnóstico precoce é importante para se 
avaliar o adequado tratamento, uma vez que os cavalos tratados geralmente 
são usados em competições, como por exemplo: corridas e saltos. 
 O animal com síndrome do cavalo roncador que apresenta grau I e II 
podem ter uma vida normal, sendo acompanhados pelo médico veterinário 
responsável e exame endoscópico periódico. Aqueles classificados com grau 
IV e V são submetidos ao tratamento cirúrgico adequado. Após a completa 
recuperação podem voltar às suas atividades competitivas sem prejuízo de 
rendimento. 
 
 xxviii
REFERÊNCIAS 
CAMPOS,R. Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha. 
Disponível em: www.abqm.com.br. Acesso em: 14/09/2006. 
 
JONES,T.C. et al. Sistema Respiratório. In: JONES,T.C. et al. Patologia 
Veterinária. 6ed.São Paulo: Manole, 2000. 963 – 990p. 
 
LÓPEZ,A. Sistema Respiratório. In: CARLTON,W.V.; MC GAVIN,M.D. 
Patologia Veterinária Especial de Thomson. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 
1998. 132-193p. 
 
SPEIRS,V.C. Exame Clínico de Eqüinos. 1ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 
1999. 366p. 
 
TRAUB-DARGATZ,J.L.; BROWN,C.M. Equine Endoscopy. 2ed. St Louis: 
Mosby. 1997. 252p. 
 
TURNER, A. S. Técnicas Cirúrgicas em Animais de Grande Porte. 1ed. São 
Paulo: Roca, 2002. 341p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xxix
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
 
Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde 
 
Curso de Medicina Veterinária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
(T.C.C.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Liana Mara Lepka 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2006 
 xxx
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
 
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde 
 
Curso de Medicina Veterinária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
(T.C.C.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2006 
 xxxi
 
Reitor 
Profº Luiz Guilherme Rangel Santos 
 
Pró-Reitor Administrativo 
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos 
 
Pró-Reitora Acadêmica 
Profª Carmen Luiza da Silva 
 
Pró-Reitor de Planejamento 
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos 
 
Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão 
Profª Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini 
 
Secretário Geral 
Profº João Henrique Ribas de Lima 
 
Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde 
Profº João Henrique Faryniuk 
 
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária 
Profª Neide Mariko Tanaka 
 
Coordenador de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária 
Profª Elza Ciffoni 
 
Metodologia Científica 
Profª Ana Laura Angeli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPUS CHAMPAGNAT 
Rua .Marcelino Champagnat, 505 - Mercês 
CEP 80.215-090 – Curitiba – PR 
Fone: (41) 3331-7958 
 
 xxxii
 
A P R E S E N T A Ç Ã O 
 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso de 
Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da 
Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título 
de Médico Veterinário é composto de um Relatório de Estágio, no qual são 
descritas as atividades realizadas durante o período de 07/08/06 a 06/10/2006, 
período este em que estive na Equine Center, localizada no município de São 
Paulo cumprindo estágio curricular e também de uma Monografia que versa 
sobre o tema: Hemiplegia laringeana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xxxiii
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha mãe EMILCE ROLOFF LEPKA, ao meu pai LUIS 
MARIO LEPKA e ao meu irmão Daniel Luis Lepka, que estiveram 
sempre presente ao meu lado, me orientando e incentivando, 
 
 DEDICO 
 
 
 
 
 
 
 
 xxxiv
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço a Deus por ter permitido e me capacitado a completar o curso 
de Medicina Veterinária. 
À minha família que investiu e me apoiou durante esses cinco anos. 
Ao Dr. Marlon Siqueira que confiou e me indicou para a clínica Equine 
Center, 
À família Garotti que me recebeu com muito carinho e me hospedou 
durante esses dois meses. 
Ao meu Orientador Uriel V. C. Andrade que esteve sempre me dando 
muita força no decorrer do curso e dividindo seu conhecimento. 
Ao Dr. Pedro Werner que esteve sempre pronto para ensinar não 
somente sobre a Medicina Veterinária, mas também lições da vida. 
Aos meus amigos que estiveram sempre presente para rir, para chorar, 
para bagunçar e para estudar. 
À toda equipe da Equine Center que me receberam, me ensinaram e 
colaboraram para a realização deste trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xxxv
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode,que o medo impeça. 
 
 
 xxxvi
SUMÁRIO 
 
ix 
xi 
LISTA DE FIGURAS............................................................................................ 
LISTA DE ABREVEATURAS.............................................................................. 
RESUMO.............................................................................................................. xii 
1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 1 
2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO............................................... 2 
3 ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO........................................... 3 
3.1 CÓLICA.................................................................................................... 3 
3.1.1 Revisão de Literatura............................................................................... 3 
3.1.2 Caso Clínico 01 – Cólica Eqüina.............................................................. 4 
3.2 TRAUMA E ACIDENTE............................................................................ 8 
3.2.1 Caso Clínico 02 – Acidente durante Treino............................................. 8 
3.3 DESMOTOMIA......................................................................................... 12 
3.3.1 Revisão de Literatura............................................................................... 12 
3.3.2 Caso Clínico 03 – Desmotomia................................................................ 13 
3.4 NEURECTOMIA....................................................................................... 17 
3.4.1 Revisão de Literatura............................................................................... 17 
3.4.2 Caso Clínico 04 – Neurectomia................................................................ 18 
3.5 PNEUMONIA............................................................................................ 20 
3.5.1 Revisão de Literatura............................................................................... 20 
3.5.2 Caso Clínico 05 – Pneumonia.................................................................. 21 
3.6 LESÃO OCULAR..................................................................................... 25 
3.6.1 Revisão de Literatura............................................................................... 25 
3.6.2 Caso Clínico 06 – Lesão Ocular............................................................... 27 
3.7 TERMOCAUTERIZAÇÃO........................................................................ 30 
3.7.1 Revisão de Literatura............................................................................... 30 
3.7.2 Caso Clínico 07 – Termocauterização..................................................... 31 
3.8 OSTECTOMIA.......................................................................................... 33 
3.8.1 Revisão de Literatura............................................................................... 33 
3.8.2 Caso Clínico 08 – Ostectomia................................................................. 34 
4 CONCLUSÃO.......................................................................................... 38 
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 39 
 
 xxxvii
LISTA DE FIGURAS 
 
 
FIGURA 1– SINAIS CLÍNICOS DA CÓLICA EQÜINA.............................. 6 
FIGURA 2 – PRESENÇA DE ALÇA INTESTINAL NECROSADA............ 7 
FIGURA 3 – PRESENÇA DE VÓLVULO DO INTESTINO DELGADO...... 7 
FIGURA 4 – PORÇÃO DO INTESTINO DELGADO NECROSADO.......... 8 
FIGURA 5 – PACIENTE ACIDENTADO RECÉM CHEGADO NO HOSPITAL 
VETERINÁRIO.................................................... 
 
9 
FIGURA 7 – PROCEDIMENTO CIRURGICO PÓS- TRAUMA................. 11 
FIGURA 8 – DEISCÊNCIA DOS PONTOS................................................ 12 
FIGURA 9 – PROCEDIMENTO CIRURGICO PARA INCISAO DO MEMBRO 
ANTERIOR DIREITO............................................ 
 
15 
FIGURA 10 – UTILIZAÇÃO DO TENÓTOMO DURANTE O PROCEDIMENTO 
CIRURGICO DE DESMOTOMIA............. 
 
16 
FIGURA 11 – EXPOSIÃO DO LIGAMENTO ANULAR ................................ 16 
FIGURA 12 – EXPOSIÇÃO DO NERVO DIGITAL PALMAR...................... 19 
FIGURA 13 – NERVOS SECCIONADOS E UM RAMO ACESSÓRIO........ 19 
FIGURA 14 – EXAME US MOSTRANDO ÁREAS DE CONSOLIDAÇÃO DE ALGUNS 
COMET TAILS.................................................. 
 
23 
FIGURA 15 – EXAME US MOSTRANDO ÁREAS DE MINERALIZAÇÃO NO 8º 
EIC............................................................................... 
 
23 
FIGURA 16 – EXAME US MOSTRANDO LEVES COMET TAILS NO 6º 
EIC.......................................................................................... 
 
24 
FIGURA 17 – EXAME US MOSTRANDO ALARGAMENTO DOS COMET TAILS NO 
6º EIC.................................................................... 
25 
FIGURA 18 – EXAME US MOSTRANDO ALARGAMENTO DOS COMET TAILS NO 
6º EIC .................................................................. 
 
25 
FIGURA 19 – LESÃO DA CÓRNEA NO DIA 26/08/2006 ............................ 28 
FIGURA 20 - LESÃO DA CÓRNEA NO DIA 31/08/2006 ........................... 29 
FIGURA 21 - LESÃO DA CÓRNEA NO DIA 06/09/2006 ............................ 29 
FIGURA 22 - LESÃO DA CÓRNEA NO DIA 16/09/2006 ............................ 29 
FIGURA 23 – UTILIZAÇÃO DE TERMOCAUTÉRIO PARA REVERSÃO DE 
DISTÚRBIOS ARTICULARES ........................................ 
 
33 
FIGURA 24 – PROCEDIMENTO CIRURGICO PARA OSTECTOMIA – I ... 36 
FIGURA 25 – PROCEDIMENTO CIRURGICO PARA OSTECTOMIA – II .. 36 
FIGURA 26 – ESQUÍROLA ÓSSEA RETIRADA DURANTE O PROCEDIMENTO DE 
OSTECTOMIA................................... 
 
37 
 
 xxxviii
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
mL ..............................................................................................................Mililítros 
JCSP .................................................................................Jockey Club de São Paulo 
EIC ..............................................................................................Espaço Intercostal 
US ................................................................................................Ultra-sonográfico 
g ...............................................................................................................gramas 
mg ............................................................................................................miligrama 
kg. ............................................................................................................kilograma 
 
 xxxix
RESUMO 
 
O objetivo deste trabalho consiste na descrição das atividades 
desenvolvidas durante o estágio curricular, no período de 07 de agosto de 2006 
a 06 de outubro de 2006, na Clínica Equine Center localizada no Jockey Club 
de São Paulo, totalizando 352 horas. Teve como meta aperfeiçoamento 
profissional nas áreas de clinica médica, cirúrgica e diagnóstico por imagem, 
sob a supervisão do Dr. Uriel V. C. de Andrade e pela supervisão do Dr. 
Reinaldo de Campos. 
 
 
Palavras-chave: cólica, desmotomia, neurectomia, pneumonia, 
termocauterização, ostectomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 xl
1 INTRODUÇÃO 
 
Durante o estágio curricular realizado na clínica Equine Center no 
Jockey Club de São Paulo, sob a supervisão do Dr. Uriel Vinicius Cotarelli 
de Andrade, acompanhei o Dr. Reinaldo de Campos, Dr. Douglas Moreira, 
Dra. Fernanda Manzano e o enfermeiro Consuélio da Silva nas suas 
práticas, participando de casos como: cólica, desmotomia do ligamento 
anular, neurectomia do nervo digitalpalmar, ostectomia do quarto 
metacarpiano, diagnóstico por imagem (ultra-som, radiografia), ponta de 
fogo, infiltração, perfuração da córnea. 
 xli
2 LOCAL DO ESTÁGIO 
 
A clínica Equine Center especializada em cavalos está localizada dentro 
do Jockey Club de São Paulo, na Rua Bento Frias, 248, grupo 39. A clínica 
funciona diariamente, com veterinários, enfermeiro e estagiários, porém 
estagiários trabalham de segunda a sexta das 7 horas às 17 horas, sábado 
das 7 horas às 12 horas, exceto quando há emergências. 
A clínica possui 10 cocheiras, tronco, sala de diagnóstico por imagem, 
farmácia, laboratório para exames, escritório e uma ambulância para 
atendimentos externos ao Jockey Club de São Paulo. 
 xlii
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO 
 
3.1 CÓLICA 
 
3.1.1 Revisão de Literatura 
 
A síndrome do abdômen agudo, também chamada de cólica, pode ser 
definida como a associação de sinais e sintomas que existem ao mesmo tempo 
e isso caracteriza clinicamente uma dor especifica; tem geralmente um começo 
brusco que é manifestado com sinais localizados na cavidade abdominal. A 
torção do intestino delgado é causada pelas alterações dos movimentos 
intestinais, cujas causas são as mais variáveis como: diarréias, movimentos 
intestinais bruscos, etc. Os eqüinos possuem uma característica no seu trato 
entérico que são fortes movimentos e poucos pontos de fixação do intestino no 
organismo, deixando-o vulnerável às torções. 
 Os sinais aparecem subitamente, como a cólica, anorexia completa, dor 
acentuada contínua, ansiedade, delírio e sudorese. Os animais fazem 
movimentos violentos, causando traumatismos auto-infligidos, manoteiam o 
chão e pateiam o abdômen. Alguns rolam pelo chão, têm temperatura e pulso 
elevados, membranas congestas, há ausência de movimentos peristálticos e 
de fezes. Tenesmo é um sinal de vólvulo de intestino delgado. Após a 
ocorrência de necrose da parte afetada, tornam-se quietos e permanecem 
deitados, com uma temperatura subnormal que precede a morte. O diagnóstico 
desse tipo de cólica é difícil e, o único tratamento é a cirurgia até 6 a 8 horas, 
 xliii
após o inicio dos sinais, depois deste período, o processo é irreversível 
causando gangrena, peritonite, ruptura do intestino e morte. 
Na necropsia o vólvulo aparece com um segmento torcido do intestino 
delgado, ocasionalmente incluindo o ceco e o colón proximal, que está 
consideravelmente distendido, balonoso e vermelho-escuro ou negro. O vólvulo 
freqüentemente é difícil de desenrolar. A torção pode ser de 360 a 720 graus, 
tanto no sentido horário quanto no anti-horário. Toda parede do segmento 
afetado está espessada por edema e congestão acentuados. As veias de 
paredes finas do mesentério são ouvidas primeiro, enquanto as artérias não 
ocluídas permitem o fluxo de sangue pelo segmento afetado. O mesentério 
está usualmente espessado, acentuadamente congesto e vermelho-escuro. Os 
linfonodos adjacentes ao intestino estão congestos e tumefeitos. 
Microscopicamente, o intestino afetado apresenta lesões de necrose, 
congestão e hemorragia. A flora aprisionada em alças anorexicas ingurgitadas 
por sangue produz toxinas e gás que causam distensão da parte e necrose da 
mucosa (KRUININGEN, 1998). 
 
3.1.2 Caso Clínico 01 – Cólica Eqüina 
 
Data:11/09/2006 
Local: Centro Hípico Itaguaçú 
Idade: 6 Anos 
Sexo: Macho 
 
Anamnese 
 xliv
Animal às 00:00h apresentou sinais de cólica, proprietário foi avisado, 
mas não foi feito atendimento clínico, às 05:00 horas os sinais da cólica haviam 
aumentado, proprietário foi até ao local, passou a sonda nasogástrica para 
potros e na lavagem o conteúdo gástrico não foi retirado. Às 08:00 horas o 
proprietário solicitou o atendimento clínico. 
 
Sinais 
 Animal apresentava muita dor, desconforto e distensão abdominal. 
 
Exame físico 
Baixa motilidade intestinal, freqüência cardíaca 56 batimentos por 
minuto. 
 
Tratamento 
No primeiro momento foi administrado 10 mL de flumixim meglumina 
intra venosa , a sonda de potro foi trocada por uma de adulto, tendo em vista 
que não houve sucesso na lavagem, ao passar novamente a sonda 
nasogástrica observou-se presença de gás, foram administrados 
aproximadamente 20 litros de água pela sonda para ser realizada a lavagem, 
porém não houve retorno do líquido e/ou conteúdo. Pelo cateter foram 
administrados alternadamente nos 5 litros de ringer com lactato 20 mL de 
sorbitol, 40 mL de gluconato de cálcio, 30 mL de paracetamol, durante esse 
protocolo o animal apresentou uma piora no seu desconforto abdominal, muitas 
vezes se jogava no chão, então foi administrado por via intra muscular 5 mL de 
 xlv
morfina, no decorrer do tempo a dor do animal passou a piorar rapidamente, 
impossibilitando, então, o cumprimento do protocolo descrito. 
Às 10:00 horas o animal já estava em decúbito com muita dor (Figura 1), 
com 90 batimentos cardíacos por minuto, o proprietário optou por uma 
eutanásia ao invés de um tratamento cirúrgico. 
No local não havia medicamento disponível para uma eutanásia 
medicamentosa, optou-se, então, por arma de fogo. 
 
Suspeita clínica 
Ruptura do estômago, ruptura do esôfago, volvulo intestinal, mau 
posicionamento da sonda nasogástrica. 
 
Achados na necropsia 
Ao abrir a cavidade abdominal foi encontrado uma grande quantidade de 
líquido (aproximadamente 1,5 litro), o estômago estava distendido (presença de 
gás e capim), como também suas alças intestinais. Observou-se então uma 
torção com necrose (Figura 2 e 3) de aproximadamente 1,5 metro do intestino 
delgado, desde a porção final do jejuno, todo o íleo até o óstio íleocecal (Figura 
4). 
 
 xlvi
 
 FIGURA 1 - SINAIS CLÍNICOS DA CÓLICA EQÜINA 
 
 
 
 FIGURA 2 – PRESENÇA DE ALÇA INTESTINAL NECROSADA 
 
 
 
 xlvii
 
 FIGURA 3 – PRESENÇA DE VÓLVULO DO INTESTINO DELGADO 
 
 
 
 FIGURA 4 – PORÇÃO DO INTESTINO DELGADO NECROSADO 
 
 
3.2 TRAUMA E ACIDENTE 
 
3.2.1 Caso Clínico 02 - Acidente Durante Treino 
 xlviii
 
Data: 02/09/06 
Local: Jockey Club de São Paulo- JCSP 
Idade: 4 anos 
Sexo: fêmea 
 
Anamnese 
 Durante o treino para a corrida a égua estava correndo na raia de areia e 
se assustou ao pisar numa poça d’água, neste momento o jockey perdeu o 
controle das rédeas e a égua caiu numa curva, indo de encontro à uma cerca. 
A ambulância do JCSP foi até ao local socorrê-la, levando-a até o hospital 
(Figura 5). 
 
FIGURA 5 – PACINTE ACIDENTADO RECÉM CHGADO NO HOSPITAL 
 VETERINÁRIO 
 
Tratamento 
 xlix
 Ao chegar no hospital do JCSP as feridas foram avaliadas e lavadas 
com água, haviam cortes na região do peitoral, escápulo-umeral, esterno, 
joelho, quartela anterior esquerda, olecrano esquerdo. Na Figura 6, é mostrado 
o procedimento anestésico para posteroir sutura do membro traumatizado. 
Para a sutura foram usados 360 mL de cloridrato de lidocaína local e fio 
monofilamentoso 2.0. 
 
 FIGURA 6 – PROCEDIMENTO ANESTÉSICO LOCALIZADO 
 
 As suturas foram feitas com o animal em estação para evitar que 
houvesse deiscência dos pontos. Foram usadas técnicas de deslizamento, 
tendo em vista os locais de grande tração e, como sutura de eleição a simples 
interrompida. Conforme apresentado na Figura 7. 
 
 l
 
FIGURA 7 - PROCEDIMENTO CIRURGICO PÓS- TRAUMA 
 
Para o curativo e tratamento medicamentoso, foram utilizados: 
 Polivinilpirrolidona degermante (10dias),Solução fisiológica 0,9% com permanganato de potássio (10 dias), 
Água oxigenada (4dias), sulfato de cobre (4 dias), fipronil e sulfadiazina de 
prata spray (10 dias). 
Penicilina e gentamicina uma vez ao dia durante 5 dias 22 mg/kg, fenilbutazona 
durante 4 dias. 
Obteve-se um bom resultado com o preenchimento de tecido de 
granulação, porém houve deiscência das suturas (Figura 8), somente a sutura 
na região do peitoral não abriu, as demais foram tratadas como ferida aberta, 
cicatrizando, então, por segunda intenção. A partir do 5º dia formou-se uma 
grande quantidade de tecido de granulação na região do joelho, como não era 
aceitável, esse excesso foi queimado com sulfato de cobre. 
 
 li
 
 
 FIGURA 8 - DEISCÊNCIA DOS PONTOS 
 
 
3.3 DESMOTOMIA 
 
3.3.1 Revisão de Literatura 
 
Este procedimento é indicado para o tratamento da constrição do 
ligamento anular palmar ou plantar, sendo associado com problemas de 
traumatismo e/ou infecção. O traumatismo direto do ligamento anular com 
inflamação subseqüente poderá causar fibrose, cicatrizes e constrição primária 
do ligamento; o ligamento constrito, por sua vez, pressiona o tendão flexor 
superficial. O trauma primário no tendão flexor superficial com tendinite 
apresentará o mesmo resultado, por estar associado com o edema do tendão 
 lii
flexor digital superficial contra o ligamento anular inelástico. O animal é 
colocado sob anestesia geral, a perna afetada fica mais elevada, pode ser 
usado uma faixa de Esmarch e um torniquete pneumático facilita a cirurgia. 
 A incisão na pele é feita superiormente à borda lateral do tendão flexor 
digital superficial. A secção é feita através do ligamento anular e da bainha 
tendínea do flexor digital, os tendões dos flexores são examinados em busca 
de danos ou adesões. Havendo adesão a mesma é excisada. A bainha do 
tendão e o ligamento anular não são suturados, apenas o subcutâneo e a pele 
com sutura simples interrompida de material absorvível sintético. Este 
fechamento deve ser apertado para evitar que haja vazamento do liquido 
sinovial proveniente da bainha do tendão e o desenvolvimento de uma possível 
fistula sinovial. A pele por sua vez é suturada com material inabsorvível. É feito 
um curativo estéril sobre a incisão e outro compressivo é aplicado. De modo 
geral não é feito uso de antibióticos. Os exercícios começam 3 dias após a 
cirurgia de maneira crescente para evitar a formação de aderências. 
 Os pontos são retirados em aproximadamente 14 dias e a atadura é 
mantida por 24 dias. Após a cicatrização e sem problemas de adesões, 
alterações extensas no tendão flexor superficial, o prognostico é bom e o 
animal é liberado para o trabalho, porém havendo aderências ou alterações 
patológicas diminui a possibilidade de um resultado bem sucedido (TURNER et 
al, 2002). 
 
3.3.2 Caso clínico 03 – Desmotomia 
 
Data: 28/08/06 
 liii
Local: Equine Center 
Idade: 3,5 anos 
Sexo: macho 
 
Anamnese 
Tendinite do tendão flexor superficial com garroteamento pelo ligamento 
anular. Apresentava dor a palpação, aumento de volume e calor. 
 
Tratamento 
Optou-se, então, por uma desmotomia do ligamento anular. Para a 
sedação foram utilizados 2 mL de acepromazina e 1 mL de xilazina, para a 
anestesia local 20 mL de cloridrato de lidocaína. Após a tricotomia e a 
assepsia do local realizou-se uma incisão de 3 cm (Figura 9), o ligamento em 
questão foi identificado (Figura 11) e com a ajuda de um tenótomo (Figura 10) 
o mesmo foi seccionado. A sutura de eleição foi a colchoeiro interrompida com 
fio de seda 1. Este procedimento foi repetido na outra pata. 
 
Para o curativo e tratamento medicamentoso, foram utilizados: 
Bandagem (algodão, gaze e atadura) diariamente, 
Polivinilpirrolidona degermante, 
Sulfadiazina de prata spray. 
 Solução a base de 3-Benzilpenicilinas 6 mL duas vezes ao dia durante 5 dias. 
 No dia seguinte, o paciente realizou exercício de caminhar, sendo 
puxado pelo cabresto, por um período de 11 dias. A retirada dos pontos 
ocorreu aos 10 dias após o procedimento cirúrgico, porém o curativo foi 
 liv
mantido durante mais 4 dias; dessa vez o animal caminhou montado por mais 
20 dias completando 31 dias. Desse modo será reavaliado a tendinite com 
exame ultra-sonografico, se as fibras estiverem alinhadas será feito 
fomentação com iodo revulsivo durante 2 dias, caminhará mais 1 mês montado 
completando 60 dias, será liberado para trote durante mais 1 mês; reavaliar-se-
á com o exame ultra-sonográfico, se a lesão estiver preenchida o animal será 
liberado para galopar. 
 
 
 
 FIGURA 9 – PROCEDIMENTO CIRÚRGICO PARA INCISÃO DO 
 MEMBRO ANTERIOR DIREITO 
 
 lv
 
 FIGURA 10 – UTILIZAÇÃO DO TENÓTOMO DURANTE O 
PROCEDIMENTO 
 CIRÚRGICO DE DESMOTOMIA 
 
 
 FIGURA 11 – EXPOSIÇÃO DO LIGAMENTO ANULAR 
 
 
 
 
 
 lvi
 
3.4 NEURECTOMIA 
 
3.4.1 Revisão de Literatura 
 
A neurectomia é usada para o alívio da dor da fratura do osso navicular, 
doença do navicular e fraturas do apêndice lateral da terceira falange. 
A técnica cirúrgica consiste em uma incisão de 3 a 4 cm de 
comprimento, sendo continuada no subcutâneo. A incisão sobre a borda dorsal 
dos tendões flexores, ajuda o cirurgião a chegar no nervo digital palmar. A 
identificação da posição da veia, artéria e ligamento também auxiliam a 
orientação do cirurgião. O nervo digital palmar é identificado pelo seu 
posicionamento palmar em relação à atéria digital, estando aproximadamente 1 
cm abaixo da superfície da pele e mais profundamente que o ligamento de 
Ergot. O cirurgião deve procurar por ramos acessórios, eles se localizam 
próximos ao ligamento de Ergot, se forem encontrados, deve-se retirar uma 
porção de 3 cm com o auxílio do bisturi. 
A técnica de cobertura epineural é uma maneira de reduzir a incidência 
de neuroma doloroso. O nervo é identificado e dissecado liberando-o do tecido 
subcutâneo. A estrutura é identificada se na raspagem sua superfície revelar 
filamentos longitudinais dos axônios. A secção do nervo de 3 a 4 cm de 
comprimento é exposta e liberada de toda sua fáscia e tecido conectivo. O 
nervo é cortado na sua porção distal e erguido da sua incisão. A extremidade 
do nervo é presa por uma pinça, e o epineuro é refletido por 2 a 3 cm, e duas 
incisões são feitas através da metade do nervo e em cada lado. O nervo é 
 lvii
cortado distalmente a estes cortes e o epineuro é recolocado acima da 
extremidade cortada e ligada com seda 2-0. O tecido subcutâneo poderá ser 
fechado com suturas de material sintético absorvível, e a pele é fechada com 
suturas interrompidas de material inabsorvível. 
 
Pós-operatório 
Não se faz uso de antibióticos, apenas logo após a cirurgia são 
administrados 2 g de fenilbutazona para minimizar a inflamação. Faz-se o uso 
de curativo estéril que é mantido por 10 dias, após esse período os pontos são 
retirados e o animal permanece em repouso por 40 dias. As complicações mais 
comuns são as formações de neuroma doloroso, ruptura do tendão flexor 
digital profundo, reinervação e persistência da sensação devido ao fracasso na 
identificação e secção dos ramos acessórios do nervo, e a perda da parede do 
casco (STASHAK,1994). 
 
3.4.2 Caso Clínico 04 – Neurectomia 
 
Data: 08/08/06 
Local: Hípica Santo Amaro 
Idade: 15 anos 
Sexo: fêmea 
 
Tratamento cirúrgico 
A cirurgia foi realizada sob anestesia geral, acepromazina para indução 
e isofluranopara aprofundar. Após a tricotomia, assepsia do local e com o 
 lviii
casco isolado, é feita uma incisão de 3 cm, o nervo (Figura 12) é dessecado e 
retirado num tamanho de pelo menos 3 cm para evitar os neuromas; 
primeiramente foi seccionado o nervo digital palmar lateral esquerdo e um 
ramo, medial direito, medial esquerdo e lateral direito (Figura 13). A sutura foi 
realizada utilizando fio nylon 2.0 com pontos simples interrompidos. Deve-se 
tomar muito cuidado durante o procedimento e certificar-se que está retirando o 
nervo digital palmar, pois existem outras estruturas como o ligamento de Ergot, 
veia e artéria. 
 
 
 FIGURA 12 – EXPOSIÇÃO DO NERVO DIGITAL PALMAR 
 
 lix
 
FIGURA 13 - NERVOS SECCIONADOS E UM RAMO ACESSÓRIO 
 
3.5 PNEUMONIA 
 
3.5.1 Revisão de Literatura 
 
Pneumonia é a inflamação do parênquima pulmonar, é geralmente 
acompanhada por inflamação dos bronquíolos e quase sempre pleuresia. Sua 
manifestação clinica se dá por um aumento na freqüência respiratória, tosse, 
sons respiratórios anormais à auscultação e, quando por pneumonia bacteriana 
evidencia de toxemia. Além dos agentes infecciosos, há outros fatores que 
predispõe a suscetibilidade do animal. A pneumonia pode ser causada por 
vírus, bactéria ou por uma combinação de ambos, fungos, parasitas 
metazoários e agentes físicos e químicos. Grande parte das pneumonias é de 
origem broncogênica, e outras propagam-se por via hematogênica. 
Para o tratamento podem ser usados antibacterianos específicos 
dependendo do resultado do antibiograma, também antimicrobianos de ação 
prolongada ao invés de administrá-lo diariamente como os de curta ação. Não 
 lx
há tratamento específico para as pneumonias a vírus, geralmente são 
complicadas por infecções bacterianas secundárias, é comum tratá-las com 
antibacterianos até que se verifique a recuperação. 
Tem sido empregado corticóides devido a seu efeito antiinflamatório no 
tratamento de pneumonia aguda, porém não há evidência clínica de que seja 
um tratamento benéfico. Broncodilatadores e as drogas antiinflamatórias não-
esteroidal estão sendo avaliados como terapia adjuvante no tratamento da 
pneumonia. O tratamento de apoio pode incluir oxigênio nos estágios críticos 
ou quando a hipoxia é grave. Os expectorantes podem ser úteis nos casos 
crônicos e durante a convalescença ( BLOOD et al, 1991). 
 
3.5.2 Caso Clínico 05 - Pneumonia 
Data: 27/08/06 
Local: Equine center 
Idade: 5 anos 
Sexo: fêmea 
 
Anamnese 
A égua ia viajar para o Rio de Janeiro na semana do dia 27/07/06, 
porém apresentou sinais de febre e havia alteração na auscultação pulmonar 
 
Exame complementar - ultra-som (US) 
Dia 27 de julho de 2006 
Tórax direito: presença de áreas de consolidação no 6º e 7º espaço intercostal 
(EIC), e comet tails em todo campo pulmonar (Figura 14). 
 lxi
Tórax esquerdo: leve efusão no 7º EIC, pequena quantidade de comet tails no 
8ºEIC 
Diagnóstico: Pneumonia leve 
Tratamento: Penicilina e gentamicina duas vezes ao dia durante 5 dias 
 
Dia 10 de agosto de 2006 
Animal continuava apresentando tosse 
Tórax direito: presença de comet tails no 6º e 7º EIC e mineralização no 8º EIC 
(Figura 15). 
Tórax esquerdo: discretos comet tails no 6º e 7º EIC 
Diagnóstico: Pneumonia leve 
Tratamento: Penicilina e gentamicina 2 vezes ao dia durante 5dias 
 
Dia 18 de gosto de 2006 
Tórax direito: presença de áreas de consolidação pulmonar maiores no 6º EIC 
Diagnóstico: Pneumonia. 
Tórax esquerdo: discretos comet tails no 6º e 7º EIC (Figura 16). 
Tratamento: Ceftiofur sódico durante 8 dias 
 
Dia 26 de agosto de 2006 
Tórax direito: alargamento dos comet tails no 6º e 7º EIC (Figura 17). 
Diagnóstico: Pneumonia 
Tórax esquerdo: alguns comet tails 
 
 Aguardou-se mais 1 semana para repetir o exame. 
 lxii
 
Dia 04 de setembro de 2006 
Tórax direito: alargamento dos comet tails no 6º EIC (Figura 18) 
Tórax esquerdo: alguns comet tails 
 
FIGURA 14 - EXAME US MOSTRANDO ÁREAS DE CONSOLIDAÇÃO 
DE 
 ALGUNS COMET TAILS NO 6º EIC. 
 
 
 
 FIRURA 15 – EXAME US MOSTRANDO ÁREAS DE MINERALIZAÇÃO 
NO 
 8ºEIC 
 
 
 lxiii
 
 
 FIGURA 16 - EXAME US MOSTRANDO LEVES COMET TAILS NO 
6ºEIC 
 
 
 
 FIGURA 17 – EXAME US MOSTRANDO ALARGAMENTO DOS 
COMET 
 TAILS NO 6º EIC 
 
 lxiv
 
FIGURA 18 - EXAME US MOSTRANDO ALARGAMENTO DOS COMET 
 TAILS NO 6º EIC 
 
 
3.6 LESÃO OCULAR 
 
3.6.1 Revisão de Literatura 
 
A laceração da córnea geralmente está acompanhada por uma 
iridociclite, para o tratamento dessa laceração é usado topicamente antibiótico 
de amplo espectro, soro do próprio animal e antiinflamatório não esteroidal 
sistêmico. Uma laceração muito profunda requer uma reparação cirúrgica, ou 
uma sutura da córnea. As complicações da laceração incluem: infecção, 
prolapso da íris, formação de catarata e iridociclite persistente. O prognostico 
cirúrgico depende do tamanho da lesão, se há infecção e hemorragia. 
Geralmente a enucleação é indicada nesses casos. 
O humor aquoso é um líquido transparente, composto por água e cloreto 
de sódio, produzido pelo corpo ciliar que preenche toda a câmara anterior do 
 lxv
olho; qualquer alteração na sua formação ou drenagem altera esta tensão 
podendo causar glaucoma. 
Hifema é a hemorragia da câmara anterior do olho, ocorre quando a 
úvea ou a retina são dilaceradas. Hifema traumático está geralmente associado 
à uma hemorragia subconjuntival e da órbita. Para o tratamento recomenda-se 
carprofen via oral, atropina 1% midriaticos, corticosteróide tópico e sistêmico, é 
importante também confinar o animal em uma cocheira pequena e silenciosa 
para minimizar sua atividade e as chances de ocorrer uma hemorragia 
recorrente. O corticosteróide tópico e sistêmico é administrado por 10 a 21 dias 
e a atropina é instilada duas a 4 vezes por dia para estimular a midriase e, 
quando a dilatação estiver normalizando a freqüência diária do medicamento é 
diminuída para 1 ou 2 vezes ao dia e quando a hemorragia já estiver sido 
reabsorvida o tratamento pode ser descontinuado. 
Hipópio são células inflamatórias na câmara anterior, pode ser tratado 
com corticóide tópico e/ ou subconjutival de ação rápida, como a 
dexametazona. 
A panoftalmite é uma inflamação envolvendo todas as estruturas do 
olho, causa graus variáveis de desnutrição da retina e úvea, formação de 
abscessos no corpo vítreo e deposição de exsudato na câmara anterior; a 
extensão da inflamação através da esclera produz tenonite e celulite orbitária. 
As formas agudas são mais freqüentes devido à introdução de bactérias por 
lacerações, corpos estranhos intra-oculares, extensão de infecções corneais 
por ulceração e perfuração da córnea, procedimentos cirúrgicos e septicemias 
com metástases bacterianas para o coróide e a retina (RENDER e CARLTON, 
1998). O tratamento inclui injeções de antimicrobianos que são feitas na 
 lxvi
câmara anterior, antibiótico sistêmico e em alguns casos a enucleação se faz 
necessária. 
 
 
3.6.2 Caso Clínico 06 – Lesão Ocular 
 
Data: 12/07/06 
Local: Jockey Club de São Paulo 
Idade: 4 anos 
Sexo: macho 
 
Anamnese 
Na volta do treino, o animal se assustou, disparou e sofreu uma queda 
batendo num carrinho de golf. Houve uma laceração da córnea com 
extravasamento do humor aquoso que evoluiu para um hifema, posteriormentehipopio, panoftalmite e cegueira; conforme ilustrado nas Figuras 19, 20, 21 e 
22. 
 
Tratamento 
Fase 1 
7 dias de solução a base de 3 Benzilpenicilinas, 
8 dias de gentamicina, 
4 dias de flumixin melgumina; 
Intra ocular – durante 20 dias: lavagem com solução de n-acetil cisteina 1%, 
plasma do próprio animal, 
 lxvii
tobramicina pomada, 
atropina colírio 
 
 
Fase 2 
 5 dias de gentamicina, 
 8 dias de ceftiofur 
Intra ocular - lavagem com solução de n-acetil cisteina 1%, 
plasma do próprio animal, 
tobramicina pomada, 
atropina colírio, 
ciprofloxacina 
sulfato de condroitina 
 
 
 
 FIGURA 19 - LESÃO DA CÓRNEA NO DIA 26/08/2006 
 
 
 lxviii
 
 FIGURA 20 - LESÃO OCULAR NO DIA 31/08/2006 
 
 
 FIGURA 21 - LESÃO OCULAR NO DIA 06/09/2006 
 
 
 FIGURA 22 - LESÃO OCULAR NO DIA 16/09/2006 
 lxix
3.7 TERMOCAUTERIZAÇÃO 
 
3.7.1 Revisão de Literatura 
 
Esta é a forma mais intensa de contra-irritação, muitas vezes é 
empregada após os procedimentos menos invasivos que falharam, e algumas 
vezes é empregada em regiões onde apresentam alta incidência de problemas, 
porém não há evidencias para apoiar seu uso profilático. A intenção da ponta 
de fogo é causar um processo inflamatório agudo nas inflamações crônicas. A 
idéia é que a hiperemia aumentada no interior dos tecidos doentes resultariam 
um cura mais rápida, sendo o resultado final uma formação de tecido cicatricial 
e menor irrigação sanguínea, restringindo o movimento se o cautério for 
aplicado sobre uma articulação. 
 A cauterização em linha nunca penetra completamente na pele, por 
isso os eu uso vem sendo questionado, pois algumas pessoas acreditam que a 
espessura aumenta a pele, agindo como apoio dos tecidos subjacetes. Este 
não é um agente terapêutico bem empregado na medicina veterinária, 
entretanto as razões alegadas para a utilização são: capacidade de melhorar a 
cicatrização, reabsorção de cálcio, produzir tecido cicatricial para apoiar a 
região, dessensibilização local e acelerar a artrodese de pequenas articulações 
no interior do carpo ou tarso. Provavelmente, o aspecto mais benéfico seja o 
repouso forçado. Este procedimento é utilizado geralmente nos casos de danos 
aos tecidos moles, principalmente quando em torno de uma articulação, 
ligamento e tendão, carpites, atrites crônicas, exostoses, tendossinovites e 
 lxx
tendinites, sesamoidites, esparavão ósseo, sobrecanas e doença metacárpica 
dorsal (MCILWRAITH, 2002). 
 
3.7.2 Caso Clínico 07 – Termocauterização 
 
Data: 24/07/06 – 15/09/06 
Local: Equine Center 
Idade: 4anos 
Sexo: macho 
 
Anamnese 
Ao realizar exame de rotina, o animal apresentou dor a palpação nos 
joelhos. 
 
Exame radiográfico 
Dia 24 de julho de 2006 
Joelho esquerdo apresentou: 
Osteófito médio crônico no lábio articular do osso intermédio carpiano face 
cranial a crânio lateral, 
Osteófito médio crônico com subfragmentação no lábio articular distal do osso 
carpo radial face crânio medial, 
Rarefação óssea, 
Condrose na superfície articular proximal do osso terceiro carpiano face cranial 
 
Joelho direito apresentou: 
 lxxi
Osteófitos médios crônicos nos lábios articulares distal do médio face crânio 
lateral proximal e distal do osso carpo radial face crânio medial, 
Rarefação difusa na superfície articular proximal do osso terceiro carpiano face 
cranial. 
 
Dia 26 de agosto de 2006 – Infiltração 
Joelho esquerdo: acetato de triancinolona 6,0mg 
Canela direita: equipin 10mL 
 
Dia 29 de agosto de 2006 - Exame Clínico 
Animal fracassou na corrida, ao exame apresentou dor a palpação nos 
joelhos 
 
Dia 15 de setembro de 2006 - Termocauterização –Ponta de Fogo 
Após feita a tricotomia, assepsia do local e sob anestesia local, cloridrato 
de lidocaína, foi realizado a termocauterização diagonalmente no joelho 
esquerdo e direito. Os pontos foram feitos numa distância menor que 1 
centímetro, atingindo uma profundidade suficiente, aproximadamente 0,5 
centímetros (Figura 23). 
O tratamento curativo foi realizado durante 3 dias utilizando iodo 20% 
sobre a lesão, posteriormente 4 dias de iodo 10% associado a sulfadiazina de 
prata spray, após 20 dias, no lugar onde foi realizada a ponta de fogo. Como 
conseqüência a derme se soltará pela aplicação de iodo. Nesta fase, o uso de 
nitrofurasona 2% pomada torna-se necessário para facilitar a remoção da 
crosta e a ferida, então, cicatrizará por segunda intenção. 
 lxxii
O animal deve permanecer em repouso durante 2 meses, nos primeiros 
15 dias parado, após deve caminhar puxado, ao completar o período de 
repouso, o animal é reavaliado para ser liberado para o trote e galope. 
 
 
 
 
 FIGURA 23 – UTILIZAÇÃO DE TERMOCAUTÉRIO PARA REVERSÃO 
DE 
 DISTÚRBIOS ARTICULARES 
 
 
 3.8 OSTECTOMIA 
 
3.8.1 Revisão de Literatura 
 
A amputação dos pequenos ossos metacárpicos e metatársicos é 
indicada quando há fraturas. Geralmente o local da fratura encontra-se na 
metade distal do osso. A claudicação pela fratura normalmente é leve, podendo 
ser até um achado radiológico. Para esta cirurgia é recomendada anestesia 
geral e decúbito lateral, um torniquete facilita a cirurgia. O local cirúrgico é 
 lxxiii
raspado e preparado para a cirurgia asséptica. Este procedimento necessita de 
um osteótomo curvo, um cinzel e um martelo. Uma incisão de comprimento 
variável é feita sobre o osso metacárpico ou metatársico, estendendo-se 
distalmente até a extremidade distal da fratura. A extremidade distal do osso 
afetado é escavada com auxilio de dissecação para liberar a fáscia 
circundante. Em seguida a extremidade é agarrada com um fórceps. 
 Com a ajuda de um osteótomo ou um cinzel o fragmento é amputado. 
Este osso assim como o periósteo circundante deve ser removido com o auxilio 
de uma cureta, as bordas devem ser aparadas para evitar borda aguda e, 
quaisquer fragmentos soltos devem ser retirados ou lavados do campo 
cirúrgico. Após a remoção, o tecido subcutâneo deve ser fechado com uma 
sutura absorvível sintética. A pele deve ser fechada com uma sutura absorvível 
monofilamentar, aplicando a sutura interrompida simples. A incisão é revestida 
por um curativo não aderente e colocado sob um curativo compressivo 
(TURNER, 2002). 
 
3.8.2 Caso Clínico 08 – Ostectomia 
 
Data: 04/08/06 
Local: Hospital do Jockey Club de São Paulo 
Idade: 6 anos 
Sexo: macho 
 
Anamnese 
 lxxiv
No dia 24 de agosto de 2006 foi realizado exame radiográfico, pois o 
animal apresentava dor à palpação e aumento de volume na região do osso 
matacarpo principal. 
Boleto anterior esquerdo: 
Aumento de volume de tecidos moles face medial, 
Osso primeira falange apresenta em seu terço proximal fragmentação menor 
face dorsal, 
Fratura no terço médio a distal do osso quarto metacarpiano, alinhada 
levemente deslocada. 
 
Tratamento cirúrgico 
Ostectomia do quarto osso metacarpiano realizado no dia 04 de 
setembro de 2006. 
Após a sedação com acepromazina e isoflurano como inalatório, o 
membro foi raspado, garroteado para promover a homeostasia. Antes do 
procedimento cirúrgico, foi feita assepsia com polivinilpirrolidona degermante, 
álcool iodado e polivinilpirrolidona tópico. 
O procedimento cirúrgico constituiu de uma incisão de 9 centímetros 
com o auxílio de bisturi externo, duas pinças Allis, 1 pinça hemostática Péan 
curva,1 bisturi interno, 1 pinça dente de rato, 1 cureta de Burnoval e 1 bisturi 
elétrico (Figura 24). 
Foi retirado o fragmento de aproximadamente 7 cm. A sutura do 
subcutâneo foi com material absorvível, pontos simples interrompidos e a pele 
com material inabsorvível ponto simples interrompido. Uma bandagem estéril 
(algodão, gaze e atadura) foi aplicada sobre a ferida. 
 lxxv
 
 
 
FIGURA 24 – PROCDIMENTO CIRURGICO PARA OSTECTOMIA – I 
 
 
 
 
 FIGURA 25 - PROCDIMENTO CIRURGICO PARA OSTECTOMIA - II 
 
 lxxvi
 
FIGURA – 26 ESQUÍROLA ÓSSEA RETIRADA DURANTE O 
 PROCEDIMENTO DE OSTECTOMIA 
 lxxvii
4 CONCLUSÃO 
 
O estágio obrigatório realizado na clínica Equine Center localizada no 
Jockey Club de São Paulo, foi benéfico quanto a minha formação como médica 
veterinária, acrescentando conhecimento na área de eqüinocultura. 
Participei de todas as atividades realizadas na clínica, assim como visitei 
outros grupos no próprio Jockey Club de São Paulo, alguns haras e hípicas, 
acompanhando as diversas modalidades de atendimento. 
Tive a oportunidade de verificar que, às vezes, a literatura preconiza um 
determinado procedimento e que na prática pode diferir. Há casos em que se 
usa o senso lógico ou até improvisa-se para obter melhor resultado, o que por 
muitas vezes é eficaz; outras vezes a relação de custo benefício para o 
proprietário do animal não é satisfatório, levando-o a optar por tratamentos não 
convencionais; ocorre também diferentes práticas entre profissionais da mesma 
área; e até mesmo diferença entre as literaturas. 
No estágio tive oportunidade de aprender todas as práticas mencionadas 
neste trabalho; clínica médica, cirúrgica, diagnóstico por imagem e 
ensinamentos teóricos. 
De modo geral a avaliação do desenvolvimento do estagio foi boa, 
porém ressalta-se que como auxiliar no médico veterinário realizei apenas as 
atividades não invasivas aos animais. 
 
 
 lxxviii
REFERÊNCIAS 
 
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Guanabara Koogan, 1991. 1263p 
 
 
BROOKS, D.E. Oftalmologia para Veterinários de Eqüinos. 1ed. São Paulo: 
Roca, 2005. 144p 
 
BROOKS,E.D. Equine Ophtalmology. In: GELATT,K.N.Veterinary 
Ophtalmology. 3ed. Philadelphia: Lippincott Williams and Wilkins, 1999. p. 
1053- 1117. 
 
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www.compuland.com.br/oftalvet/glossar.htm. Acesso em: 17/10/2006. 
 
KRUININGEN,H.J.V. Sistema Gastrointestinal. In: CARLTON,W.W.; 
MCGAVIN,M.D. Patologia Veterinária Especial de Thomson. 2ed. Porto 
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estruturas relacionadas. In: Claudicação em Eqüinos Segundo Adams. 4ed. 
São Pailo: Roca, 2002. p350-502. 
 
MOORE,C.P.; COLLINS,B.K.; Diseases and Surgery of the Canine Anterior 
Uvea. In: GELATT,K.N. Veterinary Ophtalmology. 3ed. Philadelphia: 
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MÜELLER,M.E.W. Oftalmo News. Disponível em: www.oftalmonews.com.br. 
Acesso em: 17/10/2006. 
 
RENDER,J.A.; CARLTON,W.W. Patologia do Olho e do Ouvido. In: 
CARLTON,W.W.; MCGAVIN,M.D. Patologia Veterinária Especial de 
Thomson. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 1998 p. 590-636. 
 
STASHAK,T.S. Claudicação. In: Claudicação em Eqüinos Segundo Adams. 
4ed. São Paulo: Roca, 2002. p503- 821 
 
TURNER, A. S. Técnicas Cirúrgicas em Animais de Grande Porte. 1ed. São 
Paulo: Roca, 2002. 341p 
 
WHITE II,N.A.; MOORE,J.M. Current Practice of Equine Surgery. 
Philadelphia: J.B. Lipincott.

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