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Aula - História da Pena

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DIREITO PENAL II
AULA 4 – HISTÓRIA DA PENA
INTRODUÇÃO
Não há continuidade histórica no Direito Penal (Zaffaroni)
Sucessão de marchas e contramarchas na qual vai surgindo a concepção de homem como pessoa
Legislação penal tem caráter cultural, e não natural
História das penas é mais sangrenta que a história dos crimes
II – ANTIGUIDADE
Idéias Pré-Clássicas
Vingança Privada
Vingança Divina
Vingança Pública
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO CRIMINOLÓGICO
VINGANÇA PRIVADA
Não há mediação da Igreja ou Estado
Não possui proporcionalidade
Não possui relação com Justiça
Não individualização da pena
Lei de Talião (embrião do princípio da proporcionalidade)
COMPOSIÇÃO – multa e reparação; substituição da pena de morte por penas corporais (Cód. de Hamurabi, Cod. de Manu, D. Romano, D. Germânico)
China – Índia – Egito - Babilônia
Vingança Divina – Pecado - Punição
Pecado – Punição
Queda do Império Romano (séc. IV)
Influência da religião, sentimento místico
Castigos aplicados pelos sacerdotes
Oposição a vingança privada
Prisão como pena de reflexão para punir clérigos faltosos (penitência)
VINGANÇA PÚBLICA OU POLÍTICA
A partir da Idade Moderna 
Estado Absoluto (séc. XV) - Leviatã
Transferência de poder de Deus ao Monarca (soberano)
Estado – monopólio da violência legítima
Crime contra o soberano - lesa majestade
Prisão apenas para aguardar julgamento
Pena de morte predominante
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO CRIMINOLÓGICO
Direito Penal Hebraico – Talmud. Vingança privada. Composição (Lei de Talião dá lugar a penas mais brandas)
Direito Penal Romano – viveu todas as fases. Inova o Direito Penal com incorporação de princípios como erro, dolo, culpa, imputabilidade, atenuante, agravante.
Direito Penal Germânico – vingança privada + composição. Era consuetudinário. Punição embasava-se somente no dano causado. Uso de ordálias ou juízo de Deus.
Direito Canônico (D. Penal da Igreja) – influência do cristianismo. Incorpora Direito Romano. Busca humanizar o Direito Penal. Pregava Igualdade entre os homens. Visavam a regeneração do delinquente pelo arrependimento e purgação da culpa.
Direito Medieval – Direito Romano + Canônico + Bárbaro. Intimidação com violência. Penas cruéis (morte, suplícios, etc). Insegurança jurídica. Sistema inquisitorial.
III- IDADE MÉDIA
Modelo Penal da Idade Média:
Vingança divina (Igreja) + Vingança pública (Estado)
Direito Penal Comum = D. Penal Romano + D. Penal Germânico + D. Canônico
Delito = pecado / Pena = liberação
Base para o Sistema Inquisitorial
Modelo Penal da Idade Média delineia todo direito penal ocidental;
Período: Alta Idade Média (século V ao XI), e Baixa Idade Média (século XII ao XV).
Jurisdição criminal: Igreja e Estado (bipartite).
Tribunais de Inquisição (Igreja) – crimes contra a fé, a moral e os bons costumes; 
Tribunais leigos (Estado) – crimes contra a vida e o patrimônio
Crimes punidos pela Inquisição: Heresia, feitiçaria, sodomia, bestialidade, protestantismo, maometismo e judaísmo.
Penas aplicadas:
Penas acessórias: Multa, confisco de bens.
Penas principais: Pena de morte civil, pena de morte na fogueira e suplícios.
OS SUPLÍCIOS
Técnicas sofisticadas de poder. Mais do que mera violência. Retenção da vida no estado de sofrimento.
Aplicados oficialmente até a primeira metade do século XVIII (FOUCAULT)
 Características do Suplício
-Verdade
-Cerimonial
-Confissão
-Publicidade
-Provas
-Sigilo Processual
Os suplícios deixaram de existir plenamente?
PROCEDIMENTOS INQUISITORIAIS
Denúncia Anônima.
Instauração do processo inquisitorial.
Sigilo no curso do processo até a sentença, e o réu sem advogado.
Confisco de todos os bens (Casa trancada. Família na rua).
 Prova: confissão mediante tortura. Réu declina da versão anterior. 
 Publicidade na execução da pena. Corpo exposto, espetáculo público, leitura de sentença nos Autos de Fé.
 Pena de morte na fogueira sob o patíbulo.
A INQUISIÇÃO NO BRASIL
Não foi uma instituição permanente.
Apenas 4 visitações do Tribunal do Santo Ofício.
Alvos: Hereges, mulheres, pobres, cristãos novos, judeus, vadios, homossexuais, protestantes.
CONTROLE PENAL DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL
Séc XVI e XVII – controle penal privado. Começa a haver conflito do senhor versus o Estado – que deseja o monopólio punitivo (a partir do séc XVIII) – transição para controle penal público. 
Escravo / Punição no Engenho – Tronco, chibata.
Branco criminoso / Cadeia velha (1565) – Não-escravos
Calabouço (1767) – Transição do controle privado para o público. 
Açoite – Vai tornando-se público – O senhor pagava um escravo para chicotear o outro, no espaço público. 
IV – IDADE MODERNA
Transição do Medievo para a Modernidade
Surgimento do Capitalismo e ascensão da burguesia.
Desenvolvimento do comércio. Grandes navegações.
Concepções antropocêntricas.
Revolução Científica.
Humanismo e Renascimento
Burguesia x Teocentrismo da Igreja (contra usura)
Revoluções liberais.
Racionalismo.
Individualismo (contra o coletivismo Feudal).
REAÇÃO HUMANITÁRIA
Século XVIII – Iluminismo
Reforma do Sistema Penal
Beccaria e a Escola Clássica 
Movimento codificador
Afirmação de princípios penais:
Legalidade
Individualização da pena
Devido processo legal 
TRANSIÇÃO DAS PENAS DE SUPLÍCIOS PARA PENAS DE PRISÃO
Transformações e mudanças na subjetividade da população diante do ânimus punitivo.
Aclamações/ Protestos/ Manifestações populares pelo abrandamento penal.
 Repúdio às execuções, pedido de soltura dos condenados.
Antes: criminosos eram ridicularizados.
Depois: criminosos associados a pequenos furtos eram heroicizados, por boletins apócrifos.
TRANSIÇÃO DAS PENAS DE SUPLÍCIOS PARA PENAS DE PRISÃO
	PODER FEUDAL
	PODER MODERNO
	Exuberante
	Modesto
	Visual
	Anônimo
	Voluptuoso
	Simples e Discreto
	Majestoso
	Funcional e Útil
	Vertical
	Horizontal
DESLOCAMENTO DO OBJETO DE SOFRIMENTO:
	CORPO
	ALMA
	Físico
	Subjetividade
	Força
	Consciência
	Dor Física
	Dor Psicológica e Espiritual
MODELO PENAL DA IDADE MODERNA
Predomínio da Prisão como pena (antes apenas cautelar)
Prisão como pena surge no século XVIII;
Prisão substitui pena de morte;
Inicialmente apenas para mendigos, prostitutas, vagabundos e loucos – após, para todos
Trabalho na prisão – como adestramento (dever e não direito)
Surgimento das Casas de Correção
Pena de Prisão salvação do criminoso (Ideologias “RE” – ressocialização, reeducação, reinserção social)
SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO
1- Período Colonial - Ordenações Filipinas (1603)
	Não havia sistema penitenciário. A legislação portuguesa punia com a morte na fogueira, suplícios e açoites. 
2 - Período Imperial – Código Criminal do Império (1830) – As penas eram de açoites apenas para os escravos, trabalhos forçados, exílio e morte por enforcamento, para os demais.
	A partir de 1835 – construção do primeiro sistema penitenciário.
3 - República Velha 
 Código Penal Republicano (1890)
	A pena de morte foi oficialmente abolida, juntamente com o exílio e os trabalhos forçados. Expansão do sistema penitenciário
4º - Código Penal de 1940 (até o presente)
	- Mantém a prisão e a reduz
	- Introdução de penas Alternativas
	- Lei de Execução Penal

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