Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OAB – Direito Penal Aula 1 Evolução do Direito Penal 1ª fase: Direito Penal Primitivo · Ausência de codificação · Inexistência de conhecimentos científicos · Misticismo e emocionalismo como respostam a fatos naturalísticos 2ª fase: Era da vingança · Subdivide-se em vingança privada, vingança divina e vingança publica. · Desde a era primitiva até o século XVIII · Surgimento dos primeiros princípios penais. A – Vingança privada · Revide/vingança como resposta às lesões. · Lex talionis “olho por olho, dente por dente”. Lei de talião · Surgimento dos primeiros traços do principio da proporcionalidade. B – Vingança divina · Direito penal e igreja confundem-se; · Vis corporalis como intimidação; o corpo como objeto do pena para ser purificado · “Repressão ao crime é a satisfação dos Deuses”. E. Magalhães Noroinha · Concilio de Latrão – delicta eclesiastica, delicta mere secularia e delicta mixta. (do Concilio de Latrão se originou a primeira divisão de crimes. Sendo delicta eclesiástica, seriam os crimes contra a Igreja. Delicta mere secularia,são os delitos que atentavam contra bens que não são do interesse da Igreja. E os delictas mixtas são os delitos que afetavam o interesse da Igreja mas também da sociedade). Exemplo: “existem aqueles que com encantamentos mágicos tentam tirar a vida das pessoas inocentes, que convertem as paixões das mulheres em toda classe de luxurias; estes criminosos devem ser jogados aos animais selvagens. E a lei permite que qualquer testemunah seja admitida como prova contra eles” Martelo das Bruxas, Malleus Maleficarum. Observe que o réu era tratado como objeto do processo, não era sujeito de direitos. Não havia princípio da dignidade humana. C- Vingança pública · Estado detentor dos jus puniendi; · Pena como meio de proteção ao Estado e Soberano. A igreja perde a caneta da sanção e autonomia de aplica-las. A igreja configura como conselheira do soberano. Regime monárquico. · Crimes de Lesa-magestade. Crimes contra a majestade. · Penas de morte, mutilação e que transcendem o condenado. Exemplo: “Se alguém matasse, ferisse ou atentasse, propositalmente, em presença de sua majestade imperial, alguma pessoa que estivesse em sua companhia; se alguém em desprezo do imperador, quebrasse, rasgasse, ou derrubasse alguma imagem de sua semelhança ou armas imperiais, postas por sua honra e memoria; paragrafo primeiro: e em todos estes casos e cada um deles é propriamente cometido crime de lesa-majestade e havido por traidor o que os cometer. Sendo o cometedor convencido, por cada um dele será condenado que morra morte natural cruelmente, e todos os seus bens e títulos nobiliárquicos, que tiver ao tempo da condenação serão confiscados para a Coroa do império (...)” “morra morte natural cruelmente” – morte natural cruel = o réu fica na gaiola em praça publica até morrer de fome e desidratação. 3ª fase: Direito Penal Humanitário · Humanismo como afronta ao absolutismo. · Cesare Beccaria “dos direitos e das penas”. 2002 – Consolidação e internacionalização dos principio penais. · Revolução Francesa. (1789) · Declaração dos direitos do homem (legalidade, inocência, igualdade...) - 1789 Queda do absolutismo. Com o advento dos anos os princípios nascidos ou consolidados no iluminismo se solidificam, há a internacionalização de Direito e Garantias fundamentais e o Direito Penal, antes instrumento de manutenção do poder, passa a ser utilizado como viés ressocializador e caráter retributivo e preventivo. A historia do D. Penal é aplicada na Jurisprudência Aula 2 Escolas Penais 1. Contexto histórico · Após o iluminismo, inicia-se uma fase de latente produção intelectual. · Frente ao conturbado histórico do Direito Penal o mesmo torna-se objeto de intenso estudo. · Surgimento das escolas penais. 2. Conceito: São doutrinas baseadas em fundamentos de variadas naturezas e que possuem como objeto o estudo do fenômeno do crime, bem como do sistema penal e seus objetivos. 3. Divisão a. Escola clássica; · Nome dado pejorativamente pelos positivas; · Ausência de unidade ideológica; · Humanização das penas (Beccaria); · Duas grandes teorias: jusnaturalismo (Grócio) x Contratualismo (Rosseau) Jusnaturalismo (Explorador das cavernas): direito que emana, que transcende, direito natural, bom senso natural. Hugo Grócio, final do sec. XVI e início do sec. XVII, foi o pai do Direito Natural. Definiu o direito natural como um julgamento perceptivo no qual as coisas são boas ou más, por sua própria natureza. Com isso, rompia com os ideias calvinistas pois Deus não mais será a única fonte ou origem de qualidades éticas. Tias coisas que por sua própria natureza eram boas estavam associadas com a natureza do homem. Contratualismo – acredita que cedemos parte da nossa liberdade ao estado e assinamos um “contrato”. O estado se organiza e pratica atos de império e os cidadãos cedem parte da sua liberdade para garantir uma convivência pacifica daqueles que se submetem ao regime bem como a sobrevivência da sociedade · Dois grandes períodos da escola clássica: Teórico-filosófico: notoriamente utilitarista; direito penal como necessidade social Ético-jurídico: jusnaturalismo domina o direito penal, conceito ético de retribuição. · Beccaria: pena humana e racionalizada; · Kant: contra utilitarista, pena como imperativo categórico, retribuição ética. · Feuerbach: inicialmente filia-se a Kant, pena preventina, coação psicológica. · Hegel: altera a retribuição ética de Kant, apresenta à retribuição jurídica, crime como negação do direito e pena como negação do crime. · Francesco Carrara: crime como força física e força moral; livre arbítrio respalda a punibilidade; lei tutela bens jurídicos, só há crime quando a ação se choca com a lei. Carrara foi tido como criador da dogmatica penal. Consagra a “escola clássica de Carrara.” b. Escola positiva: criminologia, multidisciplinar · Surge na era das ciências sociais; · Visão biológica e sociológica do crime · Detrimento do individualismo face ao interesse social. · Pena como resposta do organismo social ao delinquente. · 3 grandes fases da escola positiva Antropológica- CESARE LOMBROSO: Criminoso nato; assimetria física (formato do maxilar, tamanho da cabeça); tatuagem – estudou os maus soldados; é conhecido como pai da criminologia; causalismo. Sociológica – ENRICO FERRI: Ressocialização em segundo plano; pena como defesa social; criminoso readaptável. Jurídica – RAFAEL GAROFALO: Prevenção especial, cético à ressocialização, pena de morte aos “natos”. c. Escolas ecléticas: · Terza Scuola Italiana: imputabilidade, determinismo psicológico (reação aos motivos). · Escola Moderna Alemã: dogmática penal Liszt – sistema duplo binário (pena/medida de segurança) função finalística da pena, eliminação ou substituição de penas de curta duração. · Escola Técnico-Jurídica: direito = ciência normativa Rocco – renovação metodológica, direito como ciência autônoma, crime como fenômeno jurídico. · Escola Correcionalista: pena = cura do delinquente Juiz como médico social, pena como correção do delinquente, prisão como afastamento dos estímulos delitivos. · Defesa Social: defesa da sociedade NÃO punitivista Defesa da sociedade em detrimento do punitivismo, preventismo e individualização das penas (reeducação). OAB – Direito Penal Página 1 OAB – Direito Penal Página 1 OAB – Direito Penal Aula 1 Evolução do Direito Penal 1ª fase: Direito Penal Primitivo · Ausência de codificação · Inexistência de conhecimentos científicos · Misticismo e emocionalismo como respostam a fatos naturalísticos 2ª fase: Era da vingança · Subdivide - se em vingança privada, vingança divina e vingança publica. · Desde a era primitiva até o século XVIII · Surgimento dos primeiros princípios penais. A – Vingança privada · Revide/vingança como resposta às lesõ e s . · Lex talionis “olho por olho, dente por dente”. Lei de talião· Surgimento dos primeiros traços do principio da proporcionalidade. B – Vingança divina · Direito penal e igreja confundem - se ; · Vis corporalis como intimidação; o corpo como objeto do pena para ser purificado · “Repressão ao crime é a satisfação dos Deuses ”. E. Magalhães Noroinha · Concilio de Latrão – delicta eclesiastica, delicta mere secularia e delicta mixta. ( do Concilio de Latrão se originou a primeira divisão de crimes. Sendo delicta eclesiástica, seriam os crimes contra a Igreja. Delicta mere secularia,são os delitos que atentavam contra bens que não são do interesse da Igreja. E os delictas mixtas são os delitos que afetavam o interesse da Igreja mas também da sociedade). Exemplo: “ existem aqueles que c om encantamentos mágicos tentam tirar a vida das pessoas inocentes, que convertem as paixões das mulheres em toda classe de luxurias; estes criminosos devem ser jogados aos animais selvagens. E a lei permite que qualquer testemunah seja admitida como prova contra eles” Martelo das Bruxas, Malleus Maleficarum . Observe que o réu era tratado como objeto do processo, não era sujeito de direitos. Não havia princí pio da dignidade humana. OAB – Direito Penal Página 1 OAB – Direito Penal Aula 1 Evolução do Direito Penal 1ª fase: Direito Penal Primitivo Ausência de codificação Inexistência de conhecimentos científicos Misticismo e emocionalismo como respostam a fatos naturalísticos 2ª fase: Era da vingança Subdivide-se em vingança privada, vingança divina e vingança publica. Desde a era primitiva até o século XVIII Surgimento dos primeiros princípios penais. A – Vingança privada Revide/vingança como resposta às lesões. Lex talionis “olho por olho, dente por dente”. Lei de talião Surgimento dos primeiros traços do principio da proporcionalidade. B – Vingança divina Direito penal e igreja confundem-se; Vis corporalis como intimidação; o corpo como objeto do pena para ser purificado “Repressão ao crime é a satisfação dos Deuses”. E. Magalhães Noroinha Concilio de Latrão – delicta eclesiastica, delicta mere secularia e delicta mixta. (do Concilio de Latrão se originou a primeira divisão de crimes. Sendo delicta eclesiástica, seriam os crimes contra a Igreja. Delicta mere secularia,são os delitos que atentavam contra bens que não são do interesse da Igreja. E os delictas mixtas são os delitos que afetavam o interesse da Igreja mas também da sociedade). Exemplo: “existem aqueles que com encantamentos mágicos tentam tirar a vida das pessoas inocentes, que convertem as paixões das mulheres em toda classe de luxurias; estes criminosos devem ser jogados aos animais selvagens. E a lei permite que qualquer testemunah seja admitida como prova contra eles” Martelo das Bruxas, Malleus Maleficarum. Observe que o réu era tratado como objeto do processo, não era sujeito de direitos. Não havia princípio da dignidade humana.
Compartilhar