Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SEPSE Referências: Sepsis-3 – the third international consensus definitions for sepsis and septic shock Surviving sepsis compaign: internacional guidleines for management of sepsis and septic shock – 2016 Justificativas para a atualização (2016): Aumenta o n° de recursos de suporte a vida disponíveis nas UTIs atuais, principalmente em países desenvolvidos Melhor entendimento dos mecanismos fisiopatológicos que provocam as disfunções celulares e moleculares da sepse Definições: Sepse: disfunção orgânica potencialmente fatal causada por resposta imune desregulada a uma infecção Choque séptico: sepse + anormalidades circulatórias/celulares/metabólicas profundas, que aumentam a mortalidade Critérios Clínicos: Sepse: suspeita ou certeza de infecção e aumento agudo de 2 ou > pontos no SOFA em resposta a infecção, que revela disfunção orgânica Choque séptico: sepse com necessidade de vasopressor para aumentar PAm de 65 mmHg, além de lactato > 2 mmol/L (18 mg/dL) após reanimação volêmica adequada SOFA e qSOFA + INFECÇÃO = sepse Conceito antigo: infecção + SIRS => processo inflamatório, infeccioso ou não=> pancreatite, infarto => nem sempre tem infecção TAx > 38 ou < 36 FC> 90 Fr > 20Sepse PaCO2 < 32 Leucócitos totais < 4.000 ou > 12.000 10% de bastões PAs < 90 PAm < 65 Lactato > 2 RNI > 1,5 KTTP > 60 sSepse grave Bilirrubina > 2 DU < 0,5 ml/kg/h por 2h Creatinina > 2 Plaquetas < 100.000 SatO2 < 90%Choque séptico Hipotensão mesmo que com reanimação volêmica adequada + sepse => HOJE: Suspeita + 2 ou 3 no Qsofa, que pode ser feito na beira do leito, ou aumento de 2 ou > no SOFA qSOFA => alteração do estado mental (Glasgow < 15), FR aumentada (> ou = 22), hipotensão (PAs < 100) => bom para triagem, em infecção suspeita ou documentada => 2 ou 3 + foco de infecção = sepse Documenta infecção que está sob maior risco de desfecho adverso Se no qSOFA 2 ou > pontos, indica > risco de morte ou permanência prolongada na UTI Não há mais o conceito de sepse grave Choque séptico: sepse + necessidade de vasopressor para manter PAm > 65 + lactato > 2 mmol/l após reanimação volêmica adequada Glasgow vai de 3-15 SOFA SCORE: probabilidade de morte => pontuação 1-4 para cada item avaliado, mais complexo, não serve para triagem, usado em UTI e precisa de resultados de Lab Gradua escores em diferentes sistemas orgânicos e intervenções clínicas 1 2 3 4 Respiratório: PaO2 em mmHg < 400 < 300 < 200 < 100, com suporte Coagulação: plaquetas x 10³ < 150 < 100 < 50 < 20 Fígado: bilirrubinas em mg/dl 1,2-1,9 2-5,9 6-11,9 > 12 CV PAm < 70 Dopamina 5 ou menor, dobutamina em qualquer dose Dopamina > 5, epinefrina/norepinefrina < ou = 0,1 Dopamina > 15, epinefrina/norepinefrina > 0,1 SNC: GCS 13-14 10-12 6,9 < 6 Rim: creatinina ou DU 1,2-1,9 2-3,4 3,5-4,9 ou < 500 ml/d > 5 ou < 200 Sepse + necessidade de vasopressor para manter PAM + hiperlactatemia (metabolismo anaeróbio) => microtrombos que obstruem a microcirculação Fatores de risco para sepse e choque séptico: Imunodeficiência Queimadura Neoplasia Uso crônico de corticoides e imunossupressores Uso de drogas ilícitas, especialmente injetáveis Neutropenia Uso prévio de ATB Presença de sondas e cateteres Ventilação mecânica Hospitalização prolongada Risco de endocardite por S. aureus Principais sítios de infecção: Sítios de infecção: foco geralmente é pulmonar < disseminação hematogênica Além de pulmão, geralmente se originam no abdome, trato urinário e partes moles Principais agentes infecciosos: Maioria G-, entéricas => E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Pseudomonas => cateter venoso central: coagulase - Influenza S. aureus Streptococo Em imunodeprimidos, pensar em fungos Diagnóstico Diferencial: Choque cardiogênico IAM TEP Reação anafilática Pancreatite aguda Intoxicação Insuficiência adrenal aguda Hipotermia Hemólise intravascular Fisiopatologia da Sepse: G- < produção de toxinas, LPS < ativação de macrófagos, monócitos < citocinas pró-inflamatórias ganham das anti-inflamatórias na produção < NO, trombos, obstrução da microvasculatura, isquemia tecidual G+ < produção de TSST-1 < ativação de macrófagos, monócitos e neutrófilos Sepse provoca desequilíbrio entre a produção de citocinas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias => agem diretamente no endotélio vascular Produção excessiva de mediadores inflamatórios e excessiva ativação de células inflamatórias, provocando anarquia metabólica Manejo da sepse: Se controlar em 24h, há importante redução na mortalidade Utilizar princípio dos cuidados paliativos quando necessário Objetivos do cuidado devem ser abordados o quanto antes, não demorando > 72h após admissão na UTI Medidas nas 1ªs 6h: – Ressuscitação Inicial: Hipoperfusão => 30 ml/kg de cristaloide EV nas 1ªs 3h Choque séptico é diagnosticado apenas após não haver resposta nas medidas de ressuscitação volêmica adequada (30 ml/kg cristaloide EV em 3h) => não mudar PAm (> 65mmHg) + lactato => Iniciar vasopressor Fluidos adicionais devem ser administrados de acordo com o estado hemodinâmico Objetivo de normalizar o lactato sérico elevado FC, FR, PA, SatO2%, TAx, diurese, ECG Lactato: Prognóstico, ficam aumentados por bastante tempo Aumentam secundariamente ao metabolismo anaeróbico, devido a hipoperfusão Se reduzirem, indicam melhora na sobrevida – Diagnóstico: Se usa o escore SOFA, após ter sido aplicado qSOFA e ter sido feita a ressuscitação SOFA é critério clínico para o diagnóstico de sepse qSOFA é critério de triagem para se pensar em sepse > 2 no qSOFA= mortalidade 10% – Culturais: Para diagnóstico do foco infeccioso visto ou suspeito Obtenção ideal antes de iniciar ATB, mas não pode atrasar início do ATB. Senão, coletar antes da próxima dose A esterilização das culturas pode ocorrer em poucos min ou h após início do ATB Pelo menos 2 hemoculturas de sítios diferentes LCR, urina, feridas, secreções respiratórias, demais fluidos corporais, escarro, abscessos, escarro, aspirado broncotraqueal Se história ou exame clínico indicar foco de infecção, culturas de outros locais além do sangue são desnecessários Se suspeita de sepse e uso de cateter intravascular no local por > 48h, mas sem sinais de infecção no local do cateter, pelo menos 1 cultura de sangue deve ser coletada, além de cultura de sangue periférico. Sempre que tiver cateter venoso central, deve ser coletada amostra ITU + sonda => tirar Cateter venoso central + sinais flogísticos => tirar Cateter venoso central, plaquetopenia/difícil passagem de cateter => culturas pareadas (periférico e do cateter) => comparar culturas quando a hemocultura é quantitativa => se crescer antes na do cateter, tirar o cateter Hemocultura qualitativa diz a bactéria em crescimento Infecção suspeita + coleta de hemocultura + ATB empírico < Qsofa < 1 -2 < monitoramento clinico; sim < SOFA < SOFA > 2 => sepse => reposição volêmica adequada < se PAm <65mmHf e lactato > 2 => diagnóstico de choque séptico – Terapia antimicrobiana: Iniciar em 1h ATB empírico: amplo espectro voltado para a microbiota local, grau de resistência local, história e infecções mais frequentes => sempre descalonar Avaliar uso de ATB nos últimos 3m Situação imunológica do paciente Sítios de infecção mais frequente Neutropenia febril, geralmente após QT (considerar fungos: Candida, além de G-) Infecção nosocomial => VRE, MRSA => Vancomicina, teicoplanina Legionella: macrolídeo, quinolona Culturais são entregues em até 48h Fatores de risco para Candida: neutropenia, QT, transplante, DM, disfunção hepática, disfunção renal crônica, cateter venoso central de uso prolongado, NPT, pancreatite necrotizante, cirurgia abdominal grande recorrente Pancreatite necrotizante só ocorre após translocação, queimados grandes => não fazer ATB profilático (também não deve ser feita profilaxia em queimados graves) Se tto passou de 7-8d, ou não é infecçãoou e a bactéria errada, falta de desbridamento, abscesso não drenado, infecções virais podem estar prolongadas ATB prolongado aumenta risco para colite por Clostridium difficile Sempre que possível, descalonar, mesmo sabendo que 1/3 dos pacientes sépticos não tem agente causados identificado A duração da terapia é de 7-10 d, sendo prolongada se houver pouca resposta clínica, se o foco da infecção não for drenável, se houver deficiência imunológica, neutropenia, se for infecção viral (HSV, CMV), ou fúngica Em caso de bacteremia por S. aureus, usar ATB por 14 d – Controle do foco infeccioso: Drenagem de abscessos Desbridamento de tecido necrótico infectado Remoção de CVC potencialmente infectado – Fluidoterapia: SF ou Ringer lactato para cristaloide, ou coloide Associar Al apenas se volume for muito grande pela alta volemia Não usar gelatinas e aminos * cuidar edema agudo de pulmão – Medicações vasoativas: Usar norepinefrina, que faz vasoconstrição e aumenta a PAm. Outras opções são vasopressina e epinefrina A epinefrina aumenta o lactato Pode ser usada dopamina, que aumenta DC e FC, além de aumentar a PAm. É indicada se baixo risco de taquiarritmias e se houver bradicardia Se houver necessidade de uso de ionotrópico, optar por dobutamina, especialmente quando houver hipotensão persistente Pode-se instalar cateter radial Diagnóstico de choque séptico: reposição volêmica + norepinefrina => faz vasoconstrição, aumentando a PAm => se não diminuírem lactato e PAm não aumentar => ionotrópico: dobutamina (aumento da PAm, em hipotensões persistentes) * quando atingir PAm 65mHg e lactato < 2mmol => estabilizar – Corticoides: Optar por Hidrocortisona EV, 200 mg/d Usar quando após 1h de reposição volêmica e uso de vasopressores PAm continuar 90mmHg=> hidrocortisona por no máximo 7d, cuidar com a Sd. da retirada Pode provocar insuficiência adrenal relativa, hiperglicemia e hipernatremia Tem efeitos anti-inflamatórios, além de aumentar lipólise e quebra de proteínas – Hemoderivados: CHAD: usar quando Hb < 7, isquemia miocárdica, hemorragia aguda, hipoxemia severa Plaquetas: realizar profilaxia quando estiverem < 10.000; se estiverem < 20.000 e houver alto risco de sangramento; se houver sangramento ativo/pré-cirurgia + < 50.000 Plasma fresco congelado é usado quando houver sangramentos ou forem realizados procedimentos invasivos – Ventilação Mecânica: Usado se SARA provocada por sepse => fibrose de pulmão, duro => alta taxa de mortalidade => bloqueador muscular para evitar defesa voluntária (máximo de 48h, especialmente se risco de insuficiência renal, tem persistência da ventilação mecânica, risco de pneumonia, acordar e não se movimentar/perder força) Volume usado é de 6 ml/kg Limite de pressão é de 30 cm de H2O Paciente em DV Cabeceira deve estar elevada em 30-45° para evitar aspiração e prevenir PAV PaO2/FiO2 deve ser < 150 Não usar ventilação oscilatória de alta frequência Não usar agonistas beta-2 em casos de broncoespasmo – Sedação e Analgesia: É reduzida em pacientes em ventilação mecânica Tem a vantagem de reduzir o tempo de ventilação mecânica, reduz tempo de permanência na UTI e no hospital, além de permitir melhor mobilidade precoce Dar preferência por opioides isolados, evitar sedativos => propofol, desmedetomidina > BZD – Controle da Glicemia: Deve permanecer entre 110-180 mg/dl Se estiver > 180, administrar insulina e monitorar de 2/2h Se < 180, monitorar de 4/4h Se < 110, há neoglicogênese Monitorar por sangue capilar Dieta precoce assim que possível – Terapia de substituição renal: Continua ou intermitente, especialmente se lesão renal aguda Deve ser feita de forma continua se paciente hemodinamicamente instável Evitar se creatinina alta e oligúria Indicada quando há necrose tubular aguda (DCE < 10) – Profilaxia de evento tromboembólico: Evitar TVP e TEP Profilaxia farmacológica é a mais indicada, porque consegue evitar TEP e TVP => HNF 2x/d subcutâneo ou HBPM 1x/d (40-60 UI) Sabe-se que HBPM > HNF, uma vez que tem melhor custo-benefício, atua melhor sobre a TEP, tem menos riscos. HBPM deve ser evitada em insuficiência renal A profilaxia mecânica deve ser sempre adicionada, usando botas de compressão pneumáticas, meias de compressão – Profilaxia de úlcera de estresse Não fazer se não houver risco de sangramento no TGI Se houver risco de sangramento no TGI, usar ranitidina (anti-histamínico H2), Omeprazol (BBP) Avaliar risco de coagulopatia, especialmente se em ventilação mecânica por mais de 48 h – Nutrição: Nutrição parenteral: é menos recomendada, aumentada tempo em UTI, não diminui mortalidade, tem alto custo Nutrição enteral: iniciar o mais precoce possível, conforme a tolerância. É mais fisiológico, mantem a integridade da mucosa e evita hiporresponsividade imune Nos 1°s 7 d, aplicar glicose EV + nutrição enteral, conforme tolerado Início precoce porque reduz translocação bacteriana e inflamação, sendo o ideal se instituído precocemente nas 1ªs 48 h e atingir a meta em até 72h Nutrição hipocalórica/trófica deve ser iniciada em 48h, atingindo nesse tempo 70% da meta calórica Nutrição enteral tem risco de estase gástrica e íleo paralítico
Compartilhar