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Saúde Coletiva SAÚDE PÚBLICA SAÚDE PÚBLICA “É A CIÊNCIA E ARTE DE PREVENIR A DOENÇA, PROLONGAR A VIDA E PROMOVER A SAÚDE E A EFICIÊNCIA FÍSICA E MENTAL, ATRAVÉS DE ESFORÇOS ORGANIZADOS DA COMUNIDADE PARA O SANEAMENTO DO MEIO E CONTROLE DE DOENÇAS INFECTO- CONTAGIOSAS, PROMOVER A EDUCAÇÃO DO INDIVÍDUO EM PRINCÍPIOS DE HIGIENE PESSOAL, A ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS E DE ENFERMAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO DA MAQUINÁRIA SOCIAL DE MODO A ASSEGURAR, A CADA INDIVÍDUO DA COMUNIDADE, UM PADRÃO DE VIDA ADEQUADO À MANUTENÇÃO DA SAÚDE” (WINSLOW, 1920) SAÚDE COLETIVA É ENTENDIDA COMO “CONJUNTO DE SABERES QUE DÁ SUPORTE ÀS PRÁTICAS DE DISTINTAS CATEGORIAS E ATORES SOCIAIS FACE ÀS QUESTÕES DE SAÚDE/DOENÇA E DA ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA” (DONNANGELO, 1983) O antigo serviço de saúde instituído no Brasil abordava que conceito? O SUS aborda que conceito? SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS • 90% dos brasileiros utilizam o SUS • 28.6% dependem exclusivamente do SUS • 61.5% utilizam o SUS e outro sistema de atenção • 8.7% não dependem do SUS (BRASIL, 2003) DATA ASPECTOS HISTÓRICOS 1850 Delegação das atribuições sanitárias às juntas municipais e controle de navios e saúde dos portos. 1920 Criação do Departamento Nacional de Saúde Pública – Carlos Chagas 1923 Criação das Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs), em parte financiadas pelo operariado urbano. 1930 Criação do Ministério da Educação e Saúde. 1933 Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP) substituem as CAPs. Benefícios: assistência médica hospitalar e socorros farmacêuticos. 1953 Criação do Ministério da Saúde DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL DATA ASPECTOS HISTÓRICOS 1967 Intervenção do governo militar em 6 IAPs, no Serviço de Assistência Médica e Domiciliar de Urgência (SANDU) e na Previdência Social para implantação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). 1974 Ministério da Previdência e Assistência Social. 1975 Movimento pela reforma sanitária brasileira. Instituição do Sistema Nacional de Saúde. (Divisão entre medicina curativa – Ministério da Previdência; e preventiva Ministério de Saúde. 1976 Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS) 1978 O sistema previdenciário não suporta a demanda. Abre espaço para a iniciativa privada – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) Conferência de Alma Ata – “Saúde para todos no ano 2000”. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL DATA ASPECTOS HISTÓRICOS 1983 Ações Integradas de Saúde (AIS) – projeto interministerial (Previdência-Saúde-Educação) – exercício da descentralização da Saúde. 1986 VIII Conferência Nacional de Saúde – estabeleceu princípios que pautaram discussão sobre Saúde na Assembléia Nacional Constituinte. 1988 Assembléia Nacional Constituinte Art. 196 “Saúde é direito de todos e dever do Estado Art. 198 - SUS DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL DATA ASPECTOS HISTÓRICOS 1990 Março - Transferência do INAMPS do Ministério da Previdência e Assistência Social para o Ministério da Saúde (inicio da implantação do SUS, sendo financiado pela previdência) Setembro – Lei 8080 regulamenta o funcionamento do SUS Dezembro – Lei 8142 regulamenta o controle social (C S) 1992 IX CNS (acontece com atraso de 2 anos) reivindica a aceleração no processo de municipalização do SUS. 1993 Extinção do INAMPS. Atribuições repassadas às instâncias federal, estaduais e municipais. Gerou grande crise de financiamento. 1996 Instituição da CPMF sob justificativa de financiamento da Saúde (não beneficiou a Saúde segundo MS – Folha de São Paulo, 6/11/98,p.4) 2003 XII CNS, teve como apelo fazer cumprir a lei DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL DATA ASPECTOS HISTÓRICOS 2006 Pacto pela Saúde 2007 XIIl CNS - "Saúde e Qualidade de Vida: Política de Estado e Desenvolvimento" 2011 XIV CNS - “Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social - Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro” DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS 1. O que é Sistema Único de Saúde - SUS? 2. Por que Sistema Único? 3. Qual é a doutrina e os princípios que regem a organização do SUS? 4. Quais são as leis que regulamentam o Sistema Único de Saúde? POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL REFORMA SANITÁRIA VIII – CONFERÊNCIA SAÚDE ( 1986 ) SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS CONSTITUIÇÃO FEDERAL LEI ORGÂNICA DA SAÚDE NORMAS OPERACIONAIS NOB-91 NOB-93 NOB-96 NOAS 2001 CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO O QUE É O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS? “É o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições Públicas Federais, Estaduais e Municipais, da Administração Direta e Indireta e das Fundações mantidas pelo Poder Público.” e complementarmente “...pela iniciativa privada.” Esta definição está no artigo 4º da Lei federal 8.080. O QUE É O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS? • É uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento do serviços e ações de saúde estabelecida pela Constituição de 1988 e posteriormente às leis que a regulamentam. OBJETIVOS DO SUS: Dar assistência à população baseada no modelo da promoção, proteção e recuperação da saúde; e Buscar os meios - processos, estruturas e métodos - capazes de alcançar tais objetivos com eficiência e eficácia e, torná-lo efetivo em nosso país. POR QUE SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS? Porque segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o território nacional, sob a responsabilidade das três esferas autônomas de governo: federal, estadual e municipal. É um SISTEMA que significa um conjunto de unidades, de serviços e ações (de promoção e recuperação da saúde) que interagem para um fim comum. QUAL É A DOUTRINA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS? Baseado nos preceitos Constitucionais, a construção do SUS se norteia pelos seguintes princípios doutrinários: 1. UNIVERSALIDADE 2. EQUIDADE 3. INTEGRALIDADE (1) PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE Todas as pessoas têm direito ao atendimento independente de cor, raça, religião, local de moradia, situação de emprego ou renda, etc. Deixam de existir com isto os “indigentes” que eram os brasileiros não incluídos no mercado formal de trabalho. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS (2) PRINCÍPIO DA EQUIDADE Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme as suas necessidades. Os serviços de saúde devem considerar que em cada população existem grupos que vivem de forma diferente, ou seja, cada grupo ou classe social ou região tem seus problemas específicos, tem diferenças no modo de viver, de adoecer e de ter oportunidades de satisfazer suas necessidades de vida. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS (3) PRINCÍPIO DA INTEGRALIDADE As ações de saúde devem ser combinadas e voltadas ao mesmo tempo para prevenção e a cura. Os serviços de saúde devem funcionar atendendo o indivíduo como um ser humano integral submetido às mais diferentes situações de vida e trabalho, que o leva a adoecer e a morrer. O indivíduo não deve ser visto como um amontoado de partes (coração, fígado, pulmões, etc.) e solto no mundo. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS DO SUS (3) PRINCÍPIO DA INTEGRALIDADE O indivíduo é um ser humano social, cidadão que biologicamente, psicologicamente, e socialmente está sujeito riscos de vida. O atendimento deve ser feito para a sua saúde e não somente para as suas doenças. O atendimento deve ser feito também para erradicaras causas e diminuir os riscos, além de tratar os danos. PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS 1. Regionalização e Hierarquização 2. Resolubilidade 3. Descentralização 4. Participação dos Cidadãos: O Controle Social 5. Complementaridade do Setor Privado PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS 1. Regionalização e Hierarquização Representa a articulação entre os gestores estaduais e municipais na implementação de políticas, ações e serviços de saúde qualificados e descentralizados, garantindo acesso, integralidade e resolutividade na atenção à saúde da população. PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS 1. Regionalização e Hierarquização Significa organizar os serviços de saúde em cada região para que a população tenha acesso a todos os tipos de atendimento. Quando recebido pelo sistema de saúde, o cidadão será encaminhado para um serviço de saúde de referência daquela região. O acesso da população à rede deve se dar através dos serviços de atenção primária de saúde, que devem ser estar qualificados para atender e resolver os principais problemas que demandam os serviços de saúde. PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS 2. RESOLUBILIDADE É a exigência de que um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível de sua complexidade. PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS 3. DESCENTRALIZAÇÃO/ MUNICIPALIZAÇÃO A descentralização é a gestão do sistema de saúde que passa para os municípios, com a conseqüente transferência de recursos financeiros pela União, além da cooperação técnica. A municipalização é o processo de redefinição das atribuições dos vários níveis de governo, com um nítido reforço do poder municipal sobre a saúde. Aos municípios cabe, portanto, a maior responsabilidade na implementação das ações de saúde diretamente voltados para os seus cidadãos. PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS 4. PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS: O CONTROLE SOCIAL É a garantia constitucional de que a população através de suas entidades representativas, poderá participar do processo de formulação das políticas de saúde e do controle de sua execução, em todos os níveis desde o federal até o local. Essa participação deve se dar nos conselhos de saúde, com representação paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviços, com poder deliberativo. PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS As Conferências de Saúde nas três esferas de governo são as instâncias máximas de deliberação, devendo ocorrer periodicamente e definir as prioridades e linhas de ação sobre a saúde. É dever das instituições oferecerem informações e conhecimentos necessários para que a população se posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde. 4. PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS: O CONTROLE SOCIAL A Constituição definiu que quando, por insuficiência do setor público, for necessário a contratação de serviços privados, isto se deve dar sob três condições: 1. A celebração do contrato conforme as normas de direito público; 2. A instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS; 5. Complementaridade do Setor Privado PRINCPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS 3. A integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica do SUS em termos de posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços. 4. Dentre os serviços privados, devem ter preferência os serviços não lucrativos (hospitais Filantrópicos -Santas Casas), conforme determina a Constituição 5. Complementaridade do Setor Privado PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO SUS 4. Quais são as leis que regulamentam o Sistema Único de Saúde? Constituição Federal - 1988 Leis Orgânicas da Saúde: Lei 8080/90 Lei 8142/90 Constituição Federal - 1988 SEÇÃO II – DA SAÚDE ART. 196: A SAÚDE É UM DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO, GARANTIDO MEDIANTE POLÍTICAS SOCIAIS E ECONÔMICAS QUE VISEM À REDUÇÃO DO RISCO DE DOENÇA E DE OUTROS AGRAVOS E AO ACESSO UNIVERSAL E IGUALITÁRIO ÀS AÇÕES E SERVIÇOS PARA SUA PROMÕÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO. Constituição Federal - 1988 ART. 198: AS AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE INTEGRAM UMA REDE REGIONALIZADA E HIERARQUIZADA E CONSTITUEM UM SISTEMA ÚNICO, ORGANIZADO DE ACORDO COM AS SEGUINTES DIRETRIZES: I - DESCENTRALIZAÇÃO, com direção única em cada esfera de governo; Il - ATENDIMENTO INTEGRAL, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; lll – PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE SEÇÃO II – DA SAÚDE LEI 8080/ 90 . DISPÕE SOBRE AS CONDIÇÕES PARA A PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE, A ORGANIZAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS CORRESPONDENTES E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. LEI 8080/ 90 Art. 1 - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 1- O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doença e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 2 - O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade . LEI 8080/ 90 I - UNIVERSALIDADE II- INTEGRALIDADE DE ASSITÊNCIA III- PRESERVAÇÃO DA AUTONOMIA das pessoas na defesa de sua integridade física e moral . lV - IGUALDADE DA ASSITÊNCIA V - DIREITO À INFORMAÇÃO VI - DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES VII - UTILIZAÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA para o estabelecimento de prioridades VIII - PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE IX - DESCENTRALIZAÇÃO X - REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO da rede de serviços de saúde . XI - INTEGRAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO. XII - CONJUGAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS, TECNOLÓGICOS, MATERIAIS E HUMANOS da União dos Estados e dos Municípios . LEI 8.142/ 90 DISPÕE SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE NA GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE-SUS E SOBRE AS TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS DE RECURSOS FINANCEIROS NA ÁREA DA SAÚDE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. LEI 8.142/ 90 ART 1 - O SUS , de que trata a lei n 8.080 , de 19 de setembro de 1990 , contará em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: l - A CONFERÊNCIA DE SAÚDE ( Propor as diretrizes para a formulação da política de saúde... ) II - CONSELHO DE SAÚDE ( Cárater permanente e deliberativo, atua no cotrole e execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros ) lll - FUNDO DE SAÚDE IV - PLANO DE SAÚDE V - RELATÓRIOS DE GESTÃO VI - CONTRAPARTIDA DE RECURSOS PARA A SAÚDE no respectivo orçamento. VII - COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO PCCS . 6. Que órgão organiza a verba para custear o SUS? As ações orçamentárias • O Fundo Nacional de Saúde (FNS) é o gestor financeiro, na esfera federal, dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). • Os recursos geridos pelo FNS são transferidos mensalmente para o custeio e investimento na área da saúde. • (BRASIL, 2014)
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