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Disciplina de Imunologia Básica Profª M.Sc. Carina Sperotto Librelotto clibrelotto@unicruz.edu.br Cruz Alta, 3 de maio de 2017 Transplante e Rejeição O que é???? Tipos de Transplantes SINGÊNICO Isoenxerto AUTÓLOGO Autoenxerto ALOGÊNICO Aloenxerto XENOGÊNICO Xenoenxerto Ag derivados de um indivíduo geneticamente ≠ Quais? Depende do tipo e da qualidade do órgão a ser transplantado, fatores que envolvem o doador e o receptor, mas há vários fatores envolvidos: Diabetes, hipertensão, dislipidemia (receptor - rins); Glaucoma, herpes simples, trauma, cirurgia prévia (doador - córneas). TIPOS DE REJEIÇÃO: Hiperaguda, Aguda e Crônica O sistema ABO - Antígenos A e B - São expressos nas células endoteliais dos vasos sanguíneos Ac preexistentes no receptor X Ag ABO do doador podem causar uma rápida rejeição do órgão transplantado → HIPERAGUDA São formados através de transfusões de sangue, gestações e em pacientes que já realizaram transplantes. Os anticorpos preexistentes no receptor podem causar uma rejeição muito rápida ao enxerto, pois... ...reagem contra o antígeno presente nas células endoteliais do órgão transplantado; Ligação antígeno-anticorpo → ativa completo e cascata de coagulação; Bloqueio dos vasos e morte imediata do enxerto. Rejeição hiperaguda causada por anticorpos ABO: Antes do transplante, alguns receptores possuem Ac (Ac preexistente) que reagem contra os Ag ABO do doador. Quando o órgão do doador é enxertado nesses receptores, esses Ac preexistentes imediatamente se ligam ao endotélio vascular, iniciando as cascatas de complemento e coagulação. Os vasos sanguíneos ficam obstruídos por coágulos e extravasam, causando hemorragia no enxerto, que incha, fica com cor púrpura devido a presença de sangue desoxigenado e morre. COMO PREVENIR A REJEIÇÃO HIPER-AGUDA MEDIAADA PELOS ALOANTÍGENOS ABO? Testes laboratoriais antes do transplante: - Tipagem sanguínea ABO - Prova cruzada (detecção de Ac pré-formados no receptor; se utiliza o soro do receptor X células do doador) Rejeição mediada pelo MHC (Complexo de histocompatibilidade maior) - Proteínas com função fisiológica de apresentação de antígenos; - Altamente polimórficas - Podem ser divididas em MHC-classe I e MHC-classe II TODAS AS CÉLULAS NUCLEADAS CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS Para desencadear o mecanismo de rejeição, as células do sistema imune do receptor do órgão (principalmente linfócitos T), devem reconhecer as MHC alogênicas nas células do órgão transplantado. VIA INDIRETA: Os MHC do órgão do doador são processados pelas APC do receptor e apresentados como antígenos aos linfócitos T. VIA DIRETA: Os linfócitos T do receptor reconhece as MHC alogênicas nas APC do receptor. As moléculas de MHC possuem papel preponderante nos mecanismos imunológicos de rejeição aos aloenxertos – estão envolvidos na ativação de linfócitos T. Assim, a análise de compatibilidade entre as moléculas MHC do doador e do receptor do órgão é uma das principais ferramentas para reduzir a imunogenicidade dos transplantes. Rejeição aguda ❖ A rejeição aguda pode ser mediada por: Células T: células mononucleares infiltradas no enxerto e inflamação de túbulos e artérias; Anticorpos: direcionados as moléculas ABO e MHC do doador, que leva a lise celular, trombose e necrose do enxerto; ❖Ocorre nas primeiras semanas após o transplante; ❖É facilmente controlada pelos exames de histocompatilibilidade, tipagem sanguínea, e pela utilização de imunossupressores. (D) Os linfócitos T atacam células do enxerto que possuem MHC, levando-o a morte. (A) O enxerto renal possui células dendríticas do doador. (B) As células dendríticas migram ao baço onde ativam os linfócitos T do receptor. (C) As células T ativadas retornam ao enxerto pela circulação sanguínea. Rejeição aguda mediada pela via direta de alorreconhecimento: Rejeição crônica ❖Processo mais complexo que ocorre em períodos mais tardios do transplante; ❖É a principal causa de perda do enxerto; ❖PRINCIPAIS CAUSAS: - antígenos MHC; - rejeição aguda prévia; - imunossupressão inadequada. (B) O dano acumulado leva ao espessamento da LE e à infiltração da íntima subjacente com macrófagos (M), granulócitos (G), células T alorreativas (T) e anticorpos. O efeito final é a diminuição do lúmen do vaso sanguíneo, criando uma inflamação crônica que intensifica o remodelamento do tecido. Eventualmente, os vasos tornam-se obstruídos, isquêmicos e fibróticos. Rejeição crônica nos vasos sanguíneos do enxerto: (A) A RC é iniciada pela interação de aloanticorpos anti-HLA de classe I com os vasos sanguíneos do enxerto. Os anticorpos ligados as células endoteliais (E) recrutam monócitos e neutrófilos portadores de receptor Fc (LE: lâmina elástica interna, CML: células musculares lisas). Manifestações Clínicas da Rejeição Independente do tipo de rejeição, sinais de perigo incluem: ➢Febre (IL-1); ➢Hipertensão; ➢Edema ou aumento súbito de peso (transplante de rin); ➢Mudança no ritmo cardíaco (processo inflamatório); ➢Falta de ar, dor e sensibilidade no local do transplante. Atualmente, para que o enxerto renal não seja rejeitado pelo organismo, é necessária a administração de maneira contínua de drogas imunossupressoras. Estas drogas são capazes de controlar a resposta imune e, desta forma, evitar a rejeição aguda e diminuir a rejeição crônica. ➢ Imunossupressores gerais: antimetabólicos, corticosteroides, metabólitos fúngicos, radiação X. ➢ Imunossupressores específicos: Ac monoconais. Imunossupressores Corticoides Hormônios com mecanismos anti-inflamatório → inibem citocinas inflamatórias como Il-12, TNF-α e interferon-. Ciclosporina e Tacrolimus Inibem calcineurina, diminui IL-2 → menor proliferação clonal de linfócitos T. Anticorpo monoclonal Basilixmab e Daclizumab Bloqueadores do CD25, receptor de IL-2 nos linfócito T. Ripamicina e Sirulimus Param o ciclo celular dos linfócitos em G1 – inibem proliferação clonal dos linfócitos T.
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