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IMUNOLOGIA DOS TRANSPLANTES @enfermeiro_alfa enfermeiro Bruno Pereira de Paula Transplante é a transferência de células, tecidos, órgãos, ou de partes do corpo de uma pessoa (doador) para outra (receptor), com a finalidade de restabelecer uma função do corpo do receptor. O QUE É UM TRANSPLANTE? Imunologia de transplantes: compatibilidade imunogenética entre doadores e receptores ao transplante de órgãos e tecidos. Compreensão da cura de muitas doenças pela implantação de células, tecidos ou órgãos saudáveis de um individuo para outro. DESAFIOS À TRANSPLANTAÇÃO Desenvolvimento de técnicas cirúrgicas Equipe multidisciplinar bem treinada Desenvolvimento de imunossupressores Avaliação de tecidos transplantados Aumento da sobrevida do enxerto TIPOS DE ENXERTO Autólogo Singênico Alogênico Xenogênico 28.09.2021 5 ENXERTO AUTÓLOGO Não tem reação de rejeição (Auto enxerto) Transplante de um individuo para si mesmo Transplante de órgãos ou tecidos entre indivíduos geneticamente idênticos ENXERTO SINGÊNICO Não tem reação de rejeição (Gêmeos univitelinos) ENXERTO ALOGÊNICO Vai haver rejeição Transplante de pessoas geneticamente diferentes (Da mesma espécie) Aloantigenos antigenos são chamados: Com grau de rejeição diferente MHC Xenoantigenos ENXERTO XENOGÊNICO Altamente rejeitado Indivíduos de espécies diferentes antigenos são chamados: XENOGÊNICO Interesse em transplantar órgãos de outros mamíferos em Seres Humanos Suprimento de órgãos é muito menor que a demanda O TRANSPLANTE ALOGÊNICO • O receptor do enxerto é capaz de reconhecer as células do doador e montar uma resposta contra elas. • Os principais responsáveis pelos processos de rejeição são as moléculas do complexo de histocompatibilidade principal (MHC). • Essas moléculas são codificadas por genes altamente polimórficos que são amplamente expressas. Descoberta do MHC e seu papel na resposta imune O MHC (complexo de compatibilidade principal) em camundongo foi descoberto como um locus genético cujos produtos são responsáveis pela rejeição ou aceitação de enxertos; Essas proteínas reconhecidas por estes anticorpos foram denominadas antígenos leucocitários humanos (HLA) Leucocitário: anticorpos foram testados pela sua ligação aos leucócitos; Antígenos: pelo fato das moléculas serem reconhecidas por anticorpos 1- Apresentação direta Onde o MHC alogênico é apresentado intacto ao TCR por Células Apresentadoras de Antígenos (APCs) do doador As moléculas do MHC alogênicas são reconhecidas pelas células T do receptor de duas formas: Moléculas MHC intactas (não processadas) por APC no enxerto Células T do receptor » As moléculas que são reconhecidas como estranhas em enxertos são chamadas de aloantígenos Apresentação Direta Moléculas do MHC alogênicas com peptídeo ligado podem imitar o determinante formado por uma molécula de MHC própria e peptídeo estranho Peptídeo apenas estabiliza a molécula do MHC Peptídeo participa do reconhecimento pelo TCR As moléculas do MHC alogênicas são reconhecidas pelas células T do receptor de duas formas: 2- Apresentação indireta Onde o MHC alogênico é processado e apresentado como um antígeno comum por APCs do receptor. RESPOSTA IMUNOLOGICA AO ENXERTO Rejeição normalmente envolve uma sequência de eventos: - APC do enxerto migram para órgãos linfóides secundários - apresentação de antígenos do enxerto e ativação de células efetoras - migração de células efetoras ao enxerto - destruição do enxerto pelas células efetoras A maioria dos órgãos contém APCs residentes, tais como as células dendríticase, consequentemente, o transplante desses órgãos num receptor alogênico fornece APCs que expressam as moléculas de MMC do doador, bem como coestimuladores. Mecanismos efetores da rejeição a aloenxertos A rejeição de enxertos é classificada com base nas características histopatológicas ou no curso temporal e são chamadas de: Rejeição Hiperaguda Rejeição Aguda Rejeição Crônica REJEIÇÃO HIPERAGUDA Minutos a horas após a anastomose dos vasos do hospedeiro e do doador Mediada por anticorpos IgM e IgG pré-existentes Ativação do complemento lesa o endotélio, levando a exposição das proteínas da membrana basal que ativa as plaquetas Trombose e oclusão vascular do enxerto Necrose isquêmica irreversível Cinética depende da concentração de anticorpo Perda do enxerto Os anticorpos envolvidos podem ser dirigidos contra antígenos do grupo sanguíneo ABO ou contra antígenos HLA, mais especificamente anticorpos IgGanti-HLA classe I. REJEIÇÃO CELULAR AGUDA - Alguns dias a semanas após o transplante (ou mais tarde se a terapia imunossupressora for reduzida) - Mediada por células T CD4+ (citocinas) e CD8+ (citotóxicas) formadas após o transplante - Lesão vascular e parenquimatosa - Necrose das paredes dos capilares e pequenas artérias - Citocinas Th1 e Th17 promovem inflamação, ativando macrófagos e o endotélio - Coexiste com a rejeição humoral aguda REJEIÇÃO HUMORAL AGUDA - Alguns dias a semanas após o transplante (ou mais tarde se a terapia imunossupressora for reduzida) - Mediada por células T CD4+ e linfócitos B - Aloanticorpos se ligam à superfície das células endoteliais (ex.: moléculas de MHC) - Ativação local do complemento, levando a lise das células, recrutamento e ativação de neutrófilos e formação de trombos - Receptores para a porção Fc presentes em neutrófilos e células NK, que destroem as células endoteliais - Ligação do aloanticorpo altera a função endotelial induzindo expressão de moléculas pró-inflamatórias e pró- coagulantes - Coexiste com a rejeição celular aguda REJEIÇÃO CRÔNICA - Mais comuns atualmente em decorrência do avanço das terapias imunossupressoras - Desenvolvem-se durante meses ou anos (pode ou não ter episódio de rejeição aguda) -Alterações arteriais (arteriosclerose): vasculopatias crônicas - Mediada por inflamação contendo células T CD4+ (Th1) e macrófagos - Diferentes sintomas dependendo do órgão: bronqueolite obliterativa (pulmão e vias aéreas inferiores), fibrose e desaparecimento dos dutos biliares (fígado) TESTES IMUNOLÓGICOS USADOS EM PRÉ-TRANSPLANTES Tipagem sanguínea (compatibilidade ABO): para evitar rejeição hiperaguda mediada por anticorpos anti- A ou B (IgM naturais). TESTES IMUNOLÓGICOS USADOS EM PRÉ-TRANSPLANTES Reatividade contra painel ( PRA- panel reactive antibodies ): é realizado uma triagem para investigar a presença de anticorpos pré-formados anti-HLA no soro do receptor. TESTES IMUNOLÓGICOS USADOS EM PRÉ-TRANSPLANTES Prova cruzada (cross match): é pesquisado no plasma do receptor a presença de reatividade ( anticorpos) apenas contra células do doador (linfócitos). TESTES IMUNOLÓGICOS USADOS EM PRÉ-TRANSPLANTES Tipagem de tecidos (compatibilidade HLA I e II): os possiveis doadores são classificados de acordo com o número de haplótipos de HLA maternos e/ou paternos compartilhados ( minimizar o risco da GVHD) IMPORTÂNCIA DA COMPATIBILIDADE DO HLA Lichtman, Pillai, 9a. Edi As drogas imunossupressoras podem ser classificadas em diversos grupos, de acordo com seu mecanismo de ação: A) Agentes inibidores de mitose: ( azatioprina, micofenolato, rapamicina). B) Anti-inflamatórios : (corticosteróides). C) Inibidores da ativação dos linfócitos: ( ciclosporina A, tracolimus, rapamicinas). D) Anticorpos antilinfocitários: como anticorpos monoclonais anti-CD3 ou anti-CD25. Drogas imunossupressoras ou anticorpos monoclonais de uso clínico Imunoterapias e mecanismos de ação IMUNOSSUPRESSÃO: AUMENTO DA SOBREVIDA EM TRANSPLANTE CARDÍACO TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA Células hematopoiéticas indiferenciadas pluripotenciais Aplicação: -Defeitos adquiridos em células sanguíneas ou células do sistema imune -Correção de enzimas e proteínas defeituosas (Hb) -Leucemias Para que as células do transplante ocupem nichos na medula do receptor é necessário um pré-tratamento (Radiação/Quimioterapia). As célulasindiferenciadas são rejeitadas fortemente. Há a necessidade de uma imunossupressão quase completa do receptor. TRANSFUSÕES SANGUÍNEAS Transfusão: o sangue total ou células sanguíneas são transferidos por via intravenosa para a circulação. É a resposta imune contra moléculas da superfície celular que diferem entre indivíduos (sistema ABO) » As moléculas que são reconhecidas como estranhas em enxertos são chamadas de aloantigenos (antigeno do sistema ABO) 1) Todos os indivíduos normais sintetizam o antígeno O. 2) A enzima codificada pelo antigeno A transfere um região terminal N-acetilgalactosamina. 3) A enzima codificado pelo antígeno B transfere um região terminal galactose. QUANTAS VIDAS CABEM EM UM SIM? GRATIDÃO @enfermeiro_alfa
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