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15/02/2017 1 Estrutura Atômica e Ligações Químicas Profa. Dra. Juliana Fonseca 1 Por que estudar Estrutura Atômica e Ligações Interatômicas? Em alguns casos, o tipo de ligação nos permite explicar as propriedades de um material. Ex. Diamante e Grafita carbono Diferentes: Propriedades Mecânicas Propriedades Elétricas 2 15/02/2017 2 Introdução Tópicos abordados na aula: - Estrutura atômica; - Configuração eletrônica; - Tabela periódica; - Ligações interatômicas: • Primárias • Secundárias Algumas das propriedades importantes dos materiais sólidos dependem dos arranjos geométricos dos átomos e também das interações que existem entre os seus átomos ou moléculas. 3 1. Estrutura Atômica Elétrons Os elétrons têm carga negativa: - 1,6 x 10-19 C Os prótons têm carga positiva: + 1,6 x 10-19 C Massaelétron = 9,11 x 10 -31 kg Massapróton = 1,67 x 10 -27 kg Massanêuton = 1,67 x 10 -27 kg 4 15/02/2017 3 1. Estrutura Atômica Número Atômico 5 1. Estrutura Atômica 6 15/02/2017 4 1. Estrutura Atômica Massa Atômica 1 u corresponde a 1,66054 . 10-27 kg 9 F 19 7 1. Estrutura Atômica Isótopos são átomos de um elemento químico cujos núcleos têm o mesmo número atômico, ou seja, o mesmo número de prótons (Z), mas diferentes números de massa (A). 8 Hidrogênio Carbono 15/02/2017 5 1. Estrutura Atômica Para determinar a massa atômica relativa para um elemento, é necessário considerar a média ponderada de cada isótopo natural proporcionalmente à sua abundância. Exemplo: Neônio Fazendo a média ponderada temos: 𝑴𝑨𝑵𝒆 = 𝟐𝟎 × 𝟗𝟎, 𝟗𝟐 + 𝟐𝟏 × 𝟎, 𝟐𝟔 + (𝟐𝟐 × 𝟖, 𝟖𝟐) 𝟏𝟎𝟎 𝑴𝑨𝑵𝒆 =20,179 u 9 1. Estrutura Atômica MOL Número de Avogadro: 6,02 x 1023 1 mol de NaCl contém: - o n° de Avogadro de átomos de Na - o n° de Avogadro de átomos de Cl O número de Avogadro de átomos de C12 tem uma massa de 12,0107 g. 10 15/02/2017 6 2. Elétrons nos Átomos Modelo Atômico de Bohr Elétrons (planetas) – Núcleo (Sol) Ex.: 11 2. Elétrons nos Átomos Princípio Quântico 12 15/02/2017 7 Por que Estudar as Ligações Interatômicas? Se átomos de um mesmo elemento ou de elementos diferentes não tivessem a capacidade de se combinarem uns com os outros, certamente não encontraríamos na natureza uma grande variedade de substâncias. 13 3. Ligações Interatômicas Há diferentes maneiras pelas quais os átomos podem se combinar, como, por exemplo, mediante o ganho ou a perda de elétrons, ou pelo compartilhamento de elétrons dos níveis de valência. Alguns poucos elementos, como os da família dos gases nobres, aparecem na forma de átomos isolados. Esses elementos apresentam oito elétrons na camada de valência. O hélio (He) é a única exceção: ele apresenta apenas uma camada com dois elétrons. 14 15/02/2017 8 3. Ligações Interatômicas 1916 - os cientistas Lewis e Kossel associaram a tendência de elementos com 8 elétrons na camada de valência aparecerem isoladamente, com a tendência que os elementos manifestam de perder, ganhar ou compartilhar elétrons. Lewis Kossel Propuseram uma teoria para explicar as ligações químicas entre os elementos: 15 3. Ligações Interatômicas Ligações Primárias: fortes. São formadas quando os elétrons do orbital mais externo são transferidos ou compartilhados entre os átomos. Ligações Secundárias: mais fracas. Resultam de uma ação mais sutil entre cargas positivas e negativas, sem transferência ou compartilhamento real de elétrons. 16 15/02/2017 9 3. Ligações Interatômicas Ligações Primárias: -Ligação Iônica -Ligação Covalente -Ligação Metálica 17 3.1 Ligação Iônica Ligação Primária. É o resultado de uma transferência de elétrons de um átomo para outro. 18 15/02/2017 10 3.1 Ligação Iônica 19 3.1 Ligação Iônica Formação do NaCl – Na + Cl Na+ Cl- A transferência de um elétron do Na é favorecida porque produz uma configuração eletrônica mais estável. A espécie Na+ resultante tem uma camada orbital externa completa, definida como um conjunto de elétrons em determinada órbita. O Cl aceita o elétron, produzindo uma espécie de Cl- estável, também com uma camada orbital externa completa. As espécies carregadas (Na+ e Cl-) são chamadas de íons, dando origem ao nome ligação iônica. A espécie positiva (Na+) é um cátion e a espécie negativa (Cl-) é um ânion. 20 15/02/2017 11 3.1 Ligação Iônica Transferência de elétrons Elemento Eletropositivo + Elemento Eletronegativo Metal + Ametal 21 3.1 Ligação Iônica 22 15/02/2017 12 3.1 Ligação Iônica Consequências das ligações iônicas: São mantidas por “interações fortes” e por isso é necessária uma quantidade razoável de energia para quebrar um sólido iônico; Possuem pontos de fusão e calores de fusão relativamente altos; São fracos condutores de calor e eletricidade; São encontrados como cristais duros e quebradiços. 23 3.1 Ligação Iônica Fragilidade dos sólidos iônicos + + + + + + + +++ + + + + Força Força + + + + + + + +++ + + + + REPULSÃO 24 15/02/2017 13 3.1 Ligação Iônica Caráter não direcional: Um Na+ carregado positivamente atrairá qualquer Cl- vizinho igualmente em todas as direções. Na+ Cl- Os íons são empilhados de forma a maximizar o n° de íons com carga oposta adjacentes a qualquer íon dado. NaCl: 6 Na+ cercam cada Cl- e 6 Cl- cercam cada Na+. 25 3.1 Ligação Iônica É o resultado da Força de Atração Coulombiana entre as espécies com cargas opostas: 0 1 2 2 ( )( ) a C k Z q Z q F constante de proporcionalidade (9 x 109 V m/C) distância de separação entre os centros dos íons carga de um elétron isolado (1,6 x 10-19 C) valência do íon carregado 26 15/02/2017 14 3.1 Ligação Iônica FC aumenta à medida que a distância de separação entre centros de íons adjacentes diminui. o comprimento de ligação ideal seria zero. Por outro lado, a tentativa de juntar dois íons com cargas opostas é combatida por uma força repulsiva oposta (FR). 27 3.1 Ligação Iônica A força de ligação é a força líquida em função da distância de separação entre dois átomos ou íons. O comprimento de ligação em equilíbrio, a0, ocorre no ponto onde as forças de atração e repulsão são equilibradas (FC + FR = 0). A força coulombiana domina para valores > a. A força repulsiva domina para valores < a. 28 a0 15/02/2017 15 3.1 Ligação Iônica Número de Coordenação É o número de íons (ou átomos) adjacentes que cercam um íon (ou átomo de referência). Para cada íon mostrado na figura, o NC é 6; ou seja, cada íons tem 6 vizinhos mais próximos. Na+ Cl- 29 3.1 Ligação Iônica r/R = 0,20 O número maior de íons maiores que podem coordenar o íon menor é 3. Um número maior exige que os maiores se sobreponham o que gera instabilidade, devido às altas forças repulsivas. 30 15/02/2017 16 3.1 Ligação Iônica 31 3.2 Ligação Covalente A ligação covalente é direcional. Compartilhamento cooperativo dos elétrons de valência entre 2 átomos adjacentes. Os elétrons de valência (orbitais mais externos), que fazem parte da ligação. 32 15/02/2017 17 3.2 Ligação Covalente 33 3.2 Ligação Covalente Os elétrons são compartilhados Elemento Eletronegativo + Elemento Eletronegativo Ametal + Ametal 34 15/02/2017 18 3.2 Ligação Covalente Molécula: H-H (H2) 35 3.2 Ligação Covalente Ligações múltiplas Um par de elétrons compartilhado = ligação simples (H2); Dois paresde elétrons compartilhados = ligação dupla (O2); Três pares de elétrons compartilhados = ligação tripla (N2). - Em geral, a distância entre os átomos ligados diminui à medida que o número de pares de elétrons compartilhados aumenta. H H O O N N 36 15/02/2017 19 3.2 Ligação Covalente Etileno (C2H4) A linha dupla entre os dois carbonos significa uma ligação dupla, ou compartilhamento covalente de dois pares de elétrons de valência. 37 3.2 Ligação Covalente Polietileno - Estrutura “tipo espaguete”. 38 15/02/2017 20 3.2 Ligação Covalente Observações: Ligações secundárias (fracas) ocorrem entre seções adjacentes das cadeias moleculares longas. Tal ligação secundária é o “elo fraco” que leva a baixas resistências e baixos pontos de fusão para os polímeros tradicionais. 39 3.2 Ligação Covalente Diamante: dureza excepcionalmente alta e um ponto de fusão maior que 3.500 °C, tem uma ligação covalente entre cada par adjacente de átomos de C. 40 15/02/2017 21 3.3 Ligação Metálica A ligação iônica envolve a transferência de elétrons e é não direcional. A ligação covalente envolve o compartilhamento de elétrons e é direcional. A ligação metálica envolve o compartilhamento de elétrons e é não direcional. 41 3.3 Ligação Metálica Os elétrons de valência são considerados elétrons deslocalizados 42 15/02/2017 22 3.3 Ligação Metálica Propriedades dos Metais Sólidos a temperatura ambiente, exceção do Hg (líquido). Apresentam brilho metálico. Densidade superior à da água, exceção para os alcalinos. Menor Li = 0,53 g/mL, maior Os = 22,5g/mL. PF muito variável, menor Cs = 28,5 °C, maior W = 3382 °C. Bons condutores de eletricidade e calor. Ag > Cu > Au > Al. Maleabilidade e ductilidade. 43 3.3 Ligação Metálica Ligas Metálicas - materiais com propriedades metálicas que contêm dois ou mais elementos, sendo pelo menos um deles metal. Exemplos: Liga para fusíveis Bi, Pb, Sn e Cd Liga de ouro de joalharia Au, Ag e Cu Bronze Cu e Sn Latão Cu e Zn Amálgama dental Hg, Ag e Cu 44 15/02/2017 23 3.4 Ligação Intermolecular Ligação secundária. Ligações sem transferência ou compartilhamento de elétrons. Mecanismo de atração de cargas opostas. 45 3.4 Ligação Intermolecular Eletronegatividade e polaridade da ligação A extremidade positiva (ou pólo) em uma ligação polar é representada por + e o pólo negativo por - 46 15/02/2017 24 3.4 Ligação Intermolecular 47 Ligação Intermolecular Forças íon-dipolo A interação entre um íon e um dipolo. A mais forte de todas as forças intermoleculares. 48 15/02/2017 25 Ligação Intermolecular Forças íon-dipolo 49 Ligação Intermolecular Forças dipolo-dipolo 50 15/02/2017 26 Ligação Intermolecular Forças dipolo-dipolo • Existem entre moléculas polares neutras. • As moléculas polares necessitam ficar muito unidas. • Mais fracas do que as forças íon-dipolo. • Há uma mistura de forças dipolo-dipolo atrativas e repulsivas quando as moléculas se viram. • Se duas moléculas têm aproximadamente a mesma massa e o mesmo tamanho, as forças dipolo-dipolo aumentam com o aumento da polaridade. 51 Ligação Intermolecular Forças de dispersão de London (ou de van der Waals) • A mais fraca de todas as forças intermoleculares. • É possível que duas moléculas adjacentes neutras se afetem. • O núcleo de uma molécula (ou átomo) atrai os elétrons da molécula adjacente (ou átomo). 52 15/02/2017 27 Ligação Intermolecular Forças de dispersão de London (ou de van der Waals) • Por um instante, as nuvens eletrônicas ficam distorcidas. • Forma-se um dipolo (denominado dipolo instantâneo). • Um dipolo instantâneo pode induzir outro dipolo instantâneo em uma molécula (ou átomo) adjacente. 53 Ligação Intermolecular • As forças de dispersão de London aumentam à medida que a massa molecular aumenta. • Existem forças de dispersão de London entre todas as moléculas. • As forças de dispersão de London dependem da forma da molécula. • Quanto maior for a área de superfície disponível para contato, maiores são as forças de dispersão. • As forças de dispersão de London entre moléculas esféricas são menores do que entre as moléculas com formato de linguiça. 54 15/02/2017 28 Ligação Intermolecular 55 Ligação Intermolecular Ligação de Hidrogênio • Caso especial de forças dipolo-dipolo. • Forças intermoleculares anomalamente fortes. • Necessita do H ligado a um elemento eletronegativo (F, O e N). 56 15/02/2017 29 Ligação Intermolecular 57 Materiais – a classificação das ligações Pontos de fusão Indica a temperatura à qual o material deve ser exposto para fornecer energia térmica suficiente para quebrar suas ligações coesivas. 58 15/02/2017 30 Materiais – a classificação das ligações Polietileno – tem característica de ligação mista. A ligação secundária é um elo fraco que faz com que o material perca rigidez estrutural acima de, aproximadamente, 120 °C. Esse não é um ponto de fusão preciso, mas uma temperatura acima da qual o material amolece rapidamente com o aumento da temperatura. 59 Materiais – a classificação das ligações 60