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Unidade 4 (Apostila: Aspectos Gerais sobre a Cidadania)

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 Aspectos Gerais sobre a Cidadania 
 
Caro(a) aluno(a), 
Este capítulo tem a finalidade de abordar conteúdos gerais sobre a cidadania, para que 
você possa compreender as diversas concepções existentes do homem e o exercício pleno da 
cidadania. 
Vamos lá! 
 
 
 Breves Apontamentos Históricos sobre a 
Cidadania 
 
Não se intenciona, neste capítulo, uma análise mais aprofundada sobre as inúmeras 
etapas que determinaram o progresso da cidadania, porem não é nossa intenção que o aluno, 
acadêmico, exerça apenas o processo de memorizar certas datas e nomes. Com uma brevíssima 
descrição histórica, a seguir, pretendemos que você tenha ciência do caminho percorrido pelo 
homem no intuito de alcançar a chamada “cidadania”. 
É possível fragmentar a história da cidadania em quatro períodos: a Idade Antiga ou 
Antiguidade (que se inicia com a invenção da escrita em 4.000 a.C. até a queda do Império 
Romano do Ocidente, no século V, em 476 d.C.), a Idade Média (que se inicia com a dissolução do 
Império Romano do Ocidente, no século V, e acaba com o fim do Império Romano do Oriente e 
com a Queda de Constantinopla, no século XV, em 1453 d.C.), a Idade Moderna (que vai de 1453 
com a tomada de Constantinopla até a Revolução Francesa, em 1789, século XVIII) e a Idade 
Contemporânea (que começa com a Revolução Francesa, no século XVIII, até os presentes dias). 
 
 
 
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Para melhor compreensão, considere o que segue: 
 
• Idade Antiga – 4.000 a.C. até o século V; 
• Idade Média – século V até o século XV; 
• Idade Moderna – século XV até o século XVIII; 
• Idade Contemporânea – do século XVIII até os nossos dias. 
 
 
 Conceitos de Cidadania 
 
Iniciemos nossa análise por uma dos questionamentos mais comuns: o que é ser 
cidadão? 
Cidadão é todo aquele que participa, colabora e argumenta sobre as bases do direito, 
ou seja, é um agente atuante que exerce seus direitos e deveres. Ser cidadão implica em não se 
deixar oprimir nem subjugar, mas enfrentar o desafio para defender e implementar seus direitos. 
(Fonte: http://www.dedihc.pr.gov.br/ arquivos/File/cartilha_da_cidadania.pdf. Acessado em 30 
mai. 2014). 
 O cidadão não é dependente de sua condição social e econômica ou de seu sexo para 
atingir esta condição. Esta é alcançada pelo simples fato de sua existência como ser humano, a 
quem se mostra como conditio sine qua non (sem a qual não pode ser) a fruição e exercício de, no 
mínimo, os direitos que lhe são fundamentais, essenciais. (Fonte: http://jus.com. br/ 
artigos/78/cidadania/2. Acessado em 29 mai. 2014). 
Antes de qualquer coisa, vale dizer que o conceito de cidadania não é algo fechado e 
determinado, pois vai depender da legislação (conjunto de leis) que cada país possui e às 
modificações que ocorrem ao longo do tempo, acompanhando ou não as transformações de cada 
país. 
 
 
 
 
 
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Atenção 
 
 
 
 
 Todavia, para um cidadão praticar realmente a sua cidadania, é necessário que se garanta 
para ele as mesmas possibilidades oferecidas a todos. Lamentavelmente, ainda não atingimos este 
nível de excelência no Brasil. Tanto é que a CF/88 determina no seu artigo 3º, III, o que segue: 
“erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”. 
É relevante, portanto, que haja uma reflexão quanto àquelas pessoas que não têm as 
mesmas oportunidades para exercer a cidadania na sua plenitude. Observe alguns casos: falta de 
documentação, analfabetismo, miséria, pessoas especiais e outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção 
 
Cidadania [...] é atributo das pessoas integradas na sociedade 
estatal, atributo político decorrente do direito de participar no governo e 
direito de ser ouvido pela representação política. Cidadão, no sentido 
brasileiro, é o indivíduo que seja titular dos direitos políticos de votar e ser 
votado e suas conseqüências. (SILVA, 2014, p. 345-346). 
 
 
Dicionário 
 
 Cidadania: s.f. Característica ou estado de quem é cidadão ou de 
quem recebeu o título de cidadão; quem possui todos os direitos e 
deveres garantidos pelo Estado; cidadania portuguesa. Estado do 
indivíduo que possui direitos civis, políticos e sociais que lhe garantem a 
participação na vida política (Etm. Cidadã + nia). (Fonte: 
http://www.dicio.com.br/cidadania/. Acessado em: 25 abr. 2014). 
 
 
 
 
 
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Saiba Mais 
Para reforçar os nossos estudos sobre a cidadania, analise os 10 
mandamentos do cidadão consciente e os 10 compromissos do cidadão 
atuante, conforme segue: 
 
Os 10 Mandamentos do Cidadão Consciente 
 
 1 – Combater a violência da injustiça, fazendo valer meus direitos 
constitucionais e denunciando a pior violência, que é a omissão dos governantes 
em assegurar condições legais para o efetivo cumprimento das leis, favorecendo 
a impunidade que estimula o mau exemplo da prática generalizada de delitos. A 
cada direito violado corresponde uma ação que posso e devo empreender para 
obrigar o estado a fazer justiça. 
 
2 – Resolver meus problemas e os da minha comunidade formando e 
participando de associações civis de moradores, de preservação do meio 
ambiente e de amigos do patrimônio cultural, de proteção às pessoas, minorias e 
deficientes, bem como de associações de eleitores, consumidores, usuários de 
serviços e contribuintes, sempre visando travar uma luta coletiva como forma 
mais eficaz de exigir dos governantes o cumprimento de seus deveres para com a 
coletividade. 
 
3 – Participar da vida política da minha comunidade e do meu país, 
votando e fiscalizando candidatos e partidos comprometidos com o interesse 
público, a ética na política, a redução das desigualdades sociais e regionais, a 
eliminação do clientelismo e corporativismo, a reforma do sistema eleitoral e 
partidário para tornar o voto um direito de cidadania e compatibilizar a 
democracia representativa tradicional com os modernos mecanismos de 
democracia direta e participativa. 
 
4 – Lutar contra toda sorte de violência e manifestação de 
preconceito contra os direitos culturais e de identidade étnica do povo brasileiro. 
Sobretudo da parte de elites colonizadas que pregam e incentivam, sobre 
qualquer forma que seja, o sentimento de inferioridade e a baixa auto-estima de 
nosso povo. 
 
5 – Buscar soluções coletivas para combater toda forma de violência, 
apoiando aqueles que procuram meios eficientes de assegurar a segurança 
pública sem desrespeitar os direitos humanos fundamentais, como a garantia à 
vida, à liberdade individual e de expressão, à igualdade, à dignidade, à segurança 
e à propriedade. 
 
6 – Combater toda forma de discriminação de origem, raça, sexo, 
cor, idade, especialmente os preconceitos contra mulheres, negros, 
homossexuais, deficientes físicos e pobres, apoiando entidades não 
governamentais que lutam pelos direitos de cidadania dos discriminados. 
 
 
 
 
 
Os 10 Compromissos do Cidadão Atuante 
 
1 – Não basta ao cidadão atuante se recusar a subornar um 
agente da lei. Tem de denunciar na corregedoria policial para que este mal 
 
 
 
 
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Saiba Mais 
7 – Respeitar os direitos da criança, do adolescente e do idoso, 
denunciando aos órgãos públicos competentes e entidades não 
governamentais toda forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão. 
 
8 – Lutar pela concretização de uma ordem econômica 
democrática e justa, exigindo a aplicação dos princípios universais da 
liberdade de iniciativa, do respeitoaos contratos, da propriedade, da livre 
concorrência contra monopólios e cartéis, da defesa do consumidor por meio 
do cumprimento do Código de Defesa do Consumidor, e da proteção ao meio 
ambiente, acionando o Ministério Público toda vez que tais princípios forem 
violados. 
 
9 – Pautar a liberdade pela justiça, cumprindo e fazendo cumprir 
os códigos civis coletivos e servindo de exemplo de conduta pacífica, 
cobrando a cooperação de todos. 
 
10 – Fiscalizar as execuções orçamentárias e combater a 
sonegação de impostos, através de uma reforma tributária que permita exigir 
sempre a nota fiscal de todos os produtos e serviços, pesquisando preços 
para não pagar mais caro, e fortalecendo as associações de contribuintes e 
de defesa de consumidores, bem como apoiando e participando de iniciativas 
que lutam pela transparência na elaboração e aplicação do orçamento 
público. 
 
Os 10 Compromissos do Cidadão Atuante 
 
1 – Não basta ao cidadão atuante se recusar a subornar um 
agente da lei. Tem de denunciar na corregedoria policial para que este mal 
não se prolifere. 
 
2 – Não basta exigir notas fiscais. Tem de colaborar com o 
combate a pirataria e ao contrabando denunciando lotes de mercadorias 
suspeitas à polícia federal. 
 
3 – Não basta não consumir drogas. Tem de denunciar os pontos 
e os agentes do tráfico que aliciam menores para o consumo. 
 
4 – Não basta não negociar ou fazer vista grossa a enriquecidos 
ilícitos e repentinos. Tem de denunciar aos órgãos de combate aos crimes 
financeiros do Ministério da Justiça 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 A Relação das Leis com o Exercício da 
Cidadania 
 
Estamos vivendo, atualmente, aliás, desde 1988, num verdadeiro Estado Democrático 
de Direito, com a promulgação da Constituição Federal da República Federativa do Brasil, que é 
chamada e conhecida, também, como “Constituição Cidadã”. 
Observe o que determina o artigo 1º, inciso II: 
 
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Saiba Mais 
 
5 – Não basta não dar esmolas. Tem de controlar a boa aplicação 
dos orçamentos públicos da educação e da assistência social dos governos 
federal, estadual e municipal. 
 
6 – Não basta não jogar lixo nas ruas. Tem de constranger quem 
joga e propor a implantação de coletas seletivas e de reciclagem em seu 
condomínio. 
 
7 – Não basta se recusar a comprar ingressos de cambistas. Tem 
de denunciar a conivência de bilheteiros com cambistas para os 
administradores culturais. 
 
8 – Não basta conduzir seu veículo dentro das regras do trânsito. 
Tem de colaborar com os agentes de trânsito e constranger os que assim não 
o fazem. 
 
9 – Não basta não corromper fiscais. Tem de denunciar ao 
Ministério Público e à mídia que é a única maneira de se livrar em definitivo 
da chantagem dos mesmos. 
 
10 – Não basta não votar e divulgar os nomes dos políticos que 
traíram a sua confiança, mas ajudar todos aqueles que foram enganados a 
exercer maior controle sobre os mandatos e o desempenho de todos os 
políticos. (Fonte: http://www.avozdocidadao.com.br/detailConteudo.asp? 
ID=3&SM=3%237. Acessado em: 29 jun. 2014). 
 
 
 
 
 
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Artigo 1º – A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem 
como fundamentos: 
[...] 
II – a cidadania; 
[...] 
 A partir e, principalmente, desta data, inúmeras leis surgiram para garantir os direitos e 
deveres de cidadão, tais como: Código Civil, Código de Trânsito Brasileiro, Código de Defesa do 
Consumidor e outras. 
 O cumprimento e o respeito pleno das leis democráticas criadas pelo Poder Legislativo, 
seja no nível federal, estadual e/ou municipal, representam ou simbolizam o exercício pleno da 
cidadania. E acompanhado com a cidadania, consequentemente, observa-se a presença da 
dignidade da pessoa humana. Como bem afirma Nunes Jr. (2009, p. 114), “[...] a dignidade da 
pessoa humana constitui aquele mínimo irremissível inerente a qualquer direito fundamental, 
inclusive os sociais, neste ponto, consubstanciado no chamado mínimo vital”. 
 Neste sentido, a dignidade nasce com a pessoa. É-lhe nata. Inerente à sua essência. 
(RIZZATTO NUNES, 2014, p. 371). 
 Desta forma, portanto, todo aquele que exerce na plenitude a sua cidadania, estará 
inserida também nas questões ligadas a dignidade da pessoa humana. 
 Caso não sejam atendidas às determinações das leis vigentes no Brasil, o agente 
infrator poderá responder pelos seus atos, de forma administrativa, civil e/ou penal, conforme 
segue o fluxograma: 
 
 
 
 
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 Para ficar mais claro este entendimento, observe o seguinte exemplo: 
Caso um cidadão desobedeça a uma lei de trânsito e provoque com o seu carro um 
acidente contra outro gerando lesões corporais, este cidadão infrator poderá responder de forma: 
Administrativa: multa, suspensão da carteira de motorista; 
Civil: além da possibilidade de arcar administrativamente e penalmente pelo ato ilegal 
praticado, o cidadão poderá responder civilmente; 
Isto significa que o cidadão poderá arcar com o pagamento de uma indenização pelos 
prejuízos gerados pela prática ilegal e antiética de seu ato. Incumbirá ao Juiz de Direito a decisão 
de quantificar o valor da indenização a ser paga aos prejudicados, podendo, neste caso, o cidadão 
condenado com recurso contra a decisão do magistrado. 
 Penal: Como houve a ocorrência de leão corporal, o cidadão poderá responder 
criminalmente, conforme tipifica o artigo 129 (lesão corporal) do Código Penal Brasileiro. 
Fica aqui um momento de reflexão: Seria preciso, no Brasil, a criação de inúmeras leis 
para o exercício efetivo da cidadania? Pense e reflita! 
 
 
 A Postura do Consumidor Cidadão 
 
A situação da sociedade contemporânea, do ponto de vista de consumo, vem se 
alterando e transformando-se há certo tempo. Estas mudanças têm interferência direta nos 
 
 
Responsabilidade 
 
Administrativa 
 
Civil 
 
Penal 
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âmbitos sociais, econômicos e, principalmente, ambientais, com a manipulação pelo homem para 
o seu bem-estar. 
Diante de tais mudanças, ocorreram também o fenômeno da sociedade de produção, 
globalização e uma busca incessante de consumir, em que, nem sempre há a real e efetiva 
necessidade de adquirir certos produtos ou serviços. 
Desta maneira, esta necessidade de consumir pode levar, comumente, a uma cultura 
do excedente, ou seja, a aquisição de produtos e serviços sem a efetiva necessidade de uso, o que 
gera apenas uma sensação temporária de satisfação, mas com sérias consequências negativas 
para a sociedade em geral. 
Para tanto, Santos (2014, p. 14) entende que: “Há, portanto, uma conexão entre 
valores éticos, escolhas políticas, visões sobre a natureza e comportamentos relacionados às 
atividades de consumo. esta crescente postura consumista é rápida e instantânea, culminando em 
um comportamento de consumo descartável por parte dos consumidores”. 
Observe que, quando um cidadão ou pessoa jurídica adquire um produto de um 
fornecedor ou contrata um serviço de certo profissional, tem o direito de ser atendido com 
respeito e de ter assegurada a qualidade e a eficácia desse produto ou serviço. 
Como a relação jurídica de consumo é uma relação desigual, onde se encontra o 
consumidor-vulnerável de um lado e o fornecedor detentor do monopólio dos meios de produção 
do outro, nada melhor que ser alçando o direito do consumidor ao patamar de direitofundamental. (ALMEIDA, 2013, p. 34). 
 
 
 
 
 
 
No Brasil, existe uma lei específica que protege e ampara o cidadão 
consumidor/fornecedor (tanto nos seus direitos como nas suas obrigações), que é o Código de 
Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90). 
Curiosidade 
 Vá se queixar ao bispo! 
Antes de 1990 (ano da criação do Código de Defesa do 
Consumidor no Brasil), era corriqueiro notar consumidores reclamando com 
os fornecedores da má qualidade de seus produtos e ouvirem a seguinte 
resposta: “Vá se queixar ao bispo!” 
 
 
 
 
 
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Simbolizando o amparo ao cidadão consumidor, o artigo 4º da referida lei tem por 
objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua: 
• como a transparência e harmonia das relações de consumo; 
• devolução; 
• dignidade; 
• melhoria da sua qualidade de vida; 
• proteção contra danos morais ou patrimoniais; 
• proteção contra propaganda enganosa; 
• proteção de seus interesses econômicos; 
• saúde. 
 
O consumidor pode optar por ser um cidadão ético, consciente e responsável. 
Podemos atuar de forma independente aos interesses do mercado (discutindo como cidadão as 
regras fixadas pelo mercado) ou seremos submissos às regras impostas por ele. 
 
 
 
 
 
Saiba Mais 
Consumir é ... 
...escolher com consciência. 
...ficar atento à força sedutora da propaganda. 
...saber diferenciar o necessário do desejado. 
...planejar a vida, equilibrado as receitas e as despesas. 
...exigir os seus direitos de consumidor 
...valorizar-se, pois você é tão importante quanto aquilo que compra. 
...não ser individualista nem exclusivista. 
...dar valor também às suas ideias, sentimentos e posses. 
...afirmar-se como pessoa individual e única. 
...ter noção de que há posses coletivas, tais como o meio ambiente. 
...viver. (GARCIA, 2011, p. 91). 
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 A Cidadania e os Movimentos Populares 
 
Este tópico merece a sua atenção especial, pois retrataremos os acontecimentos 
sociais mais recentes do Brasil, com a participação efetiva do povo fazendo e construindo a sua 
própria história, logo a cidadania. 
Podemos considerar quatro grandes situações que ocorreram na história 
contemporânea do Brasil. Quais foram? 
 • A luta pela anistia ampla, geral e irrestrita; 
 A anistia ocorreu no final dos anos 70, em favor dos cidadãos que foram perseguidos e 
punidos pelo regime militar. Com a anistia, foi reconhecido e permitido a possibilidade do diálogo, 
do debate e das ideias divergentes, representando assim a essência da democracia. 
 • A luta por eleições diretas para Presidente da República; 
Posterior a anistia, o principal objetivo foi a redemocratização do país, com a eleição 
direta para Presidente da República. A campanha para que ocorressem as eleições diretas (1983-
1984) foi denominada de: “Diretas já”. 
 Havia um clamor e uma mobilização popular nas ruas pleiteando eleições diretas. 
Lamentavelmente, a emenda constitucional para a eleição direta do Presidente da República não 
foi aprovada. Isto gerou um grande desalento e decepção ao povo brasileiro. 
 • A luta pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, incluindo o período 
pré-constituinte (1984-1986) e o período de reunião do Congresso Constituinte (de 1987 a 1988); 
 Satisfeitos com a anistia, mas decepcionado com a eleição indireta do Presidente da 
República, o povo buscou e batalhou pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. 
 O Brasil, por intermédio de representantes eleitos, registraria a sua lei mais importante, o 
seu roteiro da “cidadania”. Tratava-se de um grande desejo do povo brasileiro. 
 • A mobilização popular pela declaração do “impeachment” do até então Presidente 
Fernando Collor de Mello. 
 A mobilização pela declaração de “impeachment” do Presidente Collor de Mello foi outra 
ocasião acentuada na História recente do Brasil. 
 
 
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52.
2 
 
 
 
 
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O referido presidente havia sido eleito democraticamente pelo povo, através do voto 
direto, após um longo período sem ter o direito de exercer o voto, ou seja, praticar a cidadania 
política. 
 Acontece que o Collor de Mello foi investigado e comprovou-se o seu envolvimento 
em práticas de improbidade administrativa (atos de corrupção), onde não houve outra opção 
senão a declaração de impedimento do Presidente em permanecer nas suas funções. 
 
 
Atenção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dicionário 
 Impeachment. SM (ingl) Dir 1 Instituto de origem inglesa 
acolhido pela lei básica do país. Processo político-criminal que se instaura 
contra o presidente da republica, qualquer governador, ministro do 
supremo Tribunal ou procurador-geral da República, com o fim de impor-
lhe a pena de destituição do cargo, por delito de responsabilidade 
resultante da infração de deveres funcionais em prejuízo dos interesses 
da Nação. (Fonte: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/ 
index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=impeachment. Acessa- 
do em: 31 mai. 2014). 
Atenção 
 
Na verdade, ao pedir a saída de Collor, a opinião pública 
demonstrou a consciência de que “o poder pertence ao povo”. Em outras 
palavras: o povo é o “titular da soberania”. O governante não pode fazer 
a função publica um negocio privado. 
Da mesma forma que o povo tem o direito de eleger os 
governantes, o povo tem o direito de expulsar do Poder o governante 
que não atenda uma “pauta ética”, no exercício do mandato. [...] o povo 
brasileiro fez um expressivo avanço no caminho da Cidadania. 
(HERKENHOFF, 2013, p. 8). 
 
 
 
 
 
 
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 Casos Práticos de Cidadania 
 
Caso 1 – Cidadania e Direito do Consumidor 
Reclamações mais comuns do consumidor na Copa (José Carlos Cataldi, jornalista e 
advogado) 
 
Órgãos de Defesa do Consumidor monitoram violações mais comuns aos direitos 
de frequentadores de bares e restaurantes durante a Copa do Mundo. 
Fornecer couvert sem a solicitação do consumidor, a cobrar couvert artístico sem 
prévia informação e cobrança obrigatória de 10% no valor total da conta tem sido as 
irregularidades mais comuns. 
O couvert mais simples costuma ser o pão com manteiga. No entanto, muitos 
restaurantes possuem opções mais sofisticadas com patês, azeitonas, etc.. Na prática, o couvert 
pode significar bastante no valor final da conta, notadamente levando-se em consideração que a 
cobrança costuma ser por pessoa. Ainda que alguém da mesa não consuma o valor acaba sendo 
cobrado, o que é ilegal. 
É lícito servir couvert, desde que haja informação do preço e aprovação do 
consumidor. Produtos servidos sem autorização equiparam-se a amostras grátis e dispensam 
pagamento, nos termos do artigo 39, III e parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor. 
(Fonte: http://www.iranilima.com/2014/06/reclamacoes-mais-comuns-do-consumidor.html. 
Acessado em: 23 jul. 2014). 
 
Caso 2 – Cidadania e Movimentos Populares 
 
O primeiro protesto contra o aumento das passagens do transporte público, com cerca 
de 2 mil pessoas, fechou as Avenidas Paulista, 23 de Maio e 9 de Julho. O protesto foi organizado 
pelo Movimento Passe Livre pela revogação do aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem da 
capital paulista, que subiram de R$ 3,00 para R$ 3,20 no dia 2 de junho de 2013. (Fonte: 
http://www.estadao.com.br/infograficos/em-uma-semana-quatro-protestos-contra-aumento-da-
tarifa-em-sao-paulo,203763.htm. Acessado em: 23 jul. 2014). 
4.6
52.
2 
 
 
 
 
5
5 
 
 Explore seu Conhecimento 
 
Agora que terminamos esse capítulo,vamos verificar se fixou bem o conteúdo, assim, 
responda os seguintes exercícios: 
 
1) Coloque V (Verdadeiro) ou F (Falso) para as seguintes afirmativas: 
 
a) (___) O estudo da cidadania passou pela história, nos seguintes períodos: Idade Antiga – 
4.000 a.C. até o século V, Idade Média – século V até o século XV, Idade Moderna – século XV até o 
século XVIII e Idade Contemporânea – do século XVIII até os nossos dias. 
b) (___) Caso não sejam atendidas às determinações das leis vigentes no Brasil, o agente 
infrator poderá responder, de forma administrativa, civil e/ou penal. 
c) (___) Os cidadãos brasileiros nunca tiveram o interesse em participar e reivindicar os seus 
direitos. 
d) (___) No Brasil, não existe uma lei específica que protege e ampara o 
consumidor/fornecedor (tanto nos seus direitos como nas suas obrigações). 
e) (___) A mobilização pela declaração de “impeachment” do Presidente Collor de Mello foi 
outra ocasião acentuada na História recente do Brasil. 
 
2) Assinale a afirmativa incorreta. 
 
a) A partir e, principalmente, da Constituição Federal de 1988, inúmeras leis surgiram para 
garantir os direitos de um cidadão, tais como: Código Civil, Código de Trânsito Brasileiro, Código 
de Defesa do Consumidor e outras. 
b) Ser um cidadão representa, em termos gerais, pertencer a um país e possuir direitos e 
deveres políticos que o permitam participar da vida pública. 
c) Cidadania é o estado do indivíduo que possuí direitos civis, políticos e sociais que lhe 
garantem a participação na vida política. 
d) Cidadão é todo aquele que é omisso, desinteressado sobre as bases do direito, ou seja, é 
um agente alheio aos seus direitos e deveres.

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