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Trabalho de Micotoxinas

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Introdução 
Micotoxinas são substâncias tóxicas resultantes do metabolismo secundário de diversas linhagens de fungos filamentosos (mofos). As principais espécies fúngicas produtoras de micotoxinas pertencem aos gêneros Aspergillus, Penicillium, Fusarium, Claviceps, Alternaria, Pithomyces, Mirothecium, Stachibotrys e Phoma. As micotoxinas são de ocorrência universal, porém em climas tropicais e subtropicais o desenvolvimento fúngico é favorecido por fatores como excelentes condições de umidade e temperatura. Mais de quinhentas micotoxinas produzidas por aproximadamente uma centena de fungos, são conhecidas atualmente. As principais podem ser divididas em três grupos: as aflatoxinas produzidas por fungos do gênero Aspergillus como A. flavus e parasiticus; as ocratoxinas produzidas por fungos dos gêneros Aspergillus e Penicillium e as fusariotoxinas que possuem como principais representantes os tricotecenos, zearalenona e fumonisinas, produzidas por diversas espécies do gênero Fusarium.
Quando as micotoxinas são ingeridas, por ocasião da alimentação humana ou animal, podem produzir diversos efeitos deletérios à saúde do consumidor, implicando em enormes prejuízos de ordem econômica, sanitária e comercial, sobretudo por suas propriedades anabolizantes, imunodepressivas, hepatotóxicas estrogênicas, carcinogênicas, mutagênicas e teratogênicas além de outros efeitos menos tóxicos, também prejudiciais à saúde e produtividade. O grande problema das micotoxicoses não está relacionado somente aos seus efeitos letais nos consumidores, mas, sim, aos prejuízos relacionados aos diversos órgãos e sistemas, implicando na diminuição do seu desempenho produtivo. Os diversos efeitos tóxicos devem-se às diferentes estruturas químicas das micotoxinas, influenciados pelo fato de serem ingeridas por diferentes organismos animais e também pela diversidade de espécies, raça, sexo, idade, fatores ambientais, condições nutricionais e presença de outras substâncias químicas.
 Apesar de uma série de variações, pode-se fazer uma estimativa da susceptibilidade às micotoxicoses. Para tanto, é necessário que seja quantificado o nível de contaminação do alimento, associado ao tipo e à gravidade das doenças relacionadas ao seu consumo. Dessa forma, podem-se dividir as micotoxicoses em agudas e crônicas. O diagnóstico presuntivo de micotoxicose baseia-se na observação dos sinais clínicos dos animais intoxicados e análise de dados ambientais referentes à colheita e armazenamento dos cereais utilizados na alimentação dos suínos. Normalmente, a história de introdução de uma partida nova de alimento, algumas vezes com características físicas alteradas, está associada ao quadro de intoxicação. Porém, o diagnóstico definitivo é realizado mediante a análise da presença da micotoxina no alimento dos animais intoxicados. As técnicas mais eficientes para análise de micotoxinas são Cromatografia em Camada Delgada (TLC) e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) e a utilização de métodos diagnósticos de espectrometria de massas (CG/MS, LC/MS e LC/MS/MS). 
         O tratamento da micotoxicose representa um dos maiores desafios na clínica veterinária. A retirada do alimento contaminado é a primeira medida a ser adotada e o tratamento de suporte parece melhorar um pouco o prognóstico. A adição de maiores níveis de aminoácidos sulfurados aos alimentos é adotada por clínicos, porém sua eficácia carece de maiores estudos científicos.
O que são micotoxinas?
 Micotoxinas são compostos químicos venenosos produzidos por certos fungos. Há muitos desses compostos, mas apenas alguns deles são regularmente encontrados em alimentos e rações animais como grãos e sementes. Entretanto, aqueles que realmente são encontrados em alimentos têm grande importância para a saúde do ser humano e do godo. Já que são produzidas por fungos, as micotoxinas são associadas com safras mortas ou mofadas, embora possa ser superficial a contaminação do mofo visível. São graves os efeitos de algumas micotoxinas relacionadas c om alimentos, surgindo multo rapidamente sintomas de graves doenças. Outras micotoxinas que ocorrem em alimentos têm período mais longo de afeito crónico ou acumulativo sobre a saúde, incluindo princípio de cânceres ou deficiência de imunidade.
 Informações sobre micotoxinas relacionadas com alimentos são ainda multo incompletas, mas há conhecimento bastante para identifica-las como um problema grave em multas partes do mundo, causador inclusive de pardas económicas significativas. Cabeça de Aspergillus flavus, arma das micotoxinas produtoras de fungos mais comuns nos trópicos. Em condições apropriadas, A. flavus que cresce no milho, amendoim, e muitos outros produtos de base pode produzir aflatoxinas, compostos identificados pela Agencia Internacional de Pesquisa do Câncer como poderoso carcinógeno humano.
Micotoxinas relacionadas em alimentos
 Há cinco micotoxinas, ou grupos de micotoxinas, que ocorrem com bastante frequência em alimentos: deoxinivalenol/nivalenol; zearalenona; ocratoxina; fumosinas; e aflatoxinas. A tabela 1 resume os produtos alimentícios básicos que elas afetam as espécies de fungos que as produzem e os principais efeitos observados no ser humano e nos animais. A toxina T-2 encentra-se também numa variedade de grãos, mas a sua ocorrência, até haja, é menos frequente do que as cinco micotoxinas anteriores.
 As micotoxinas relacionadas com alimentos que tem a probabilidade de ser de grande significado para a saúde humana nos países tropicais em desenvolvimento, são as fumosinas e atiatoxinas. As fumosinas foram descobertas recentemente, em 1988. Por isso há pouca informação sobre a sua toxicologia. Atualmente há evidencia suficiente em experiência com animais de carcinogenicidade de culturas de Fusarium moniliforme, que contém quantidades significativas de fumosinas. Experiências com animais mostram pouca evidencia de carcinogenicidade da fumosina B1. F. moniliforme que cresce no milho pode produzir fumosina B1, suspeito carcinógeno humano. Igualmente a fumosina B1, é tóxica para parcos e aves domésticas, e é causa de leucoencepalomalacia (ELEM), doença fatal em cavalos.
 Fumosinas tem sido encontrada como um contaminante muito comum em alimentos e alimentação a base de milho e alimentos na África, China, França, Indonésia, Itália, Filipinas, América do Sal, Tailandia e Estados Unidos. Variedades de F. moniliforme de milho proveniente de todas as partes do mundo, incluindo a África, Argentina, Brasil, França, Indonésia, Itália, Filipinas, Polônia, Tailândia e Estados Unidos, produzem fumosinas. Atualmente corantes de F. moniliforme extraídos do sorgo são considerados fracos produtores de fumosinas. As aflatoxinas foram descobertas há mais de 30 anos e tem sido assunto de multa pesquisa. São poderosos cancerígenos humanos e interferem no funcionamento do sistema de imunidade. Entre os animeis, são particularmente tóxicos para as galinhas.
 Em 1993 a Agencia Internacional de Pesquisa do Câncer (AIPC) avaliou e classificou misturas de atlatoxinas que ocorrem naturalmente como a principal classe de carcinógenos humanos. Descobriu-se que as aflatoxinas. B1, B2, G1 e G2 ocorrem em produtos de base nas Américas e na África, e tem sido detectada em soros humanos. A AI PC concluiu que a afiatoxina B1, é a principal classe de cancerígeno humano. Resíduos de aflatoxina B1, e/ou seus metabólitos e aflatoxina M1, podem acorrer em produtos animais, incluindo leite. A atlatoxina M1 podará encontrar-se também no leite humano se a mãe consumir alimentos que contêm aflatoxina B1, A AIPC atribuiu a aflatoxina M1 arma taxa de afetação ao câncer mais baixa do que a da aflatoxina B1, é claro que a exposição as aflatoxinas, é prejudicial à saúde humana. Por esta razão, muitos países têm leis que controlam as concentrações permissíveis de aflatoxina no alimento e na ração animal.
 A aflatoxina B1, a mais tóxica das aflatoxinas, causa arma variedade de efeitos adversos em diferentes animais domésticos. Efeitosem galinhas incluem doenças do fígado, produtividade baixa e deficiência reprodutiva, menor produção de ovos, qualidade inferior da casca do ovo, qualidade inferior da carcaça é o mais importante do ponto de vista humana aumento da susceptibilidade a doenças.
Ecologia do fungo e produção de micotoxina no alimento
Os fungos que produzem micotoxinas dividem-se, de modo geral, em dois grupos: aqueles que atacam antes da sufra, comumente chamadas fungos de campo, e aqueles que ocorrem somente após a colheita, chamadas fungos de armazenamento.
Há três tipos de fungos toxicogênicos de campo:
Agentes patogénicos de plantas, como F. graminearum (deoxinivalenol, nivalenol)
Fungos que crescem em plantas senescentes ou estressadas, como as F. moniliforme (fumosina) e as vezas A. flavus aflatoxina.
Fungos que inicialmente surgem na planta antes da sufra e predispõe o produto a contaminação de micotoxina depois da colheita, como a P. verucossum (ocratoxina) e a A. flavus aflatoxina.
 Em todos esses casos há arma associação mais ou menos bem definida entre os fungos e a planta hospedeira. As espécies Aspergillus e Fusarium são provavelmente os mais significativos fungos de campo, produtores de micotoxinas encontradas em países tropicais em desenvolvimento.
Amendoins mofados e estragados, grandes quantidades de aflatoxina neste produto têm sido encontrados no Sudeste Asiático - resultado de práticas inapropriadas de manuseio e armazenamento. 
 O apodrecimento da semente, causado pelo fusarium, é arma das mais importantes doenças da espiga do milho nas plantações de regiões quentes. Está associado com o calor, períodos de seca e/ou danos causado por insetos. Há arma forte relação entre danos causados por insetos e o apodrecimento da semente causado pelo fusarium. Descobriu-se, durante trabalho de pesquisa de campo, por exemplo, que a incidência da broca do milho européia aumenta as doenças provocadas por F. moniliforme e as concentrações de fumosina.
Milho infectado com semente podre de fusarium, uma das mais importantes doenças de espiga de milho em lavouras de regiões quentes. 
 A intensidade da temperatura durante o período de crescimento da planta é também importante. Estados de ocorrência de fumosina em milho híbrido cultivado em toda a zona de plantação deste cereal nos Estados Unidos, na Europa e na África, indicam que o milho híbrido cultivado fora de sua faixa de adaptação de temperatura tem concentrações mais altas de fumosina.
 Depois da colheita, quando os grãos ou sementes ficam dormentes, como resultado do processo de secagem, desaparecem as associações entre os fungos e as plantas, e os fatores físicos determinam se membros do outro os grupos fungos de armazenamento-criarão e/ou produzirão ou não micotoxinas. Os fatores primários que influenciam a criação de fungos em produtos alimentícios armazenados são o conteúdo de umidade (mais precisamente, a atividade da água) e a temperatura do produto. Na prática, nos trópicos, a temperatura é quase sempre boa para fungos de armazenamento. Por isso é a ação da água que se torna o principal determinante de invasão e crescimento de fungos.
Prevenção e controle de micotoxinas em grãos e sementes armazenados
Seque o grão
 Fungos não podem crescer (ou micotoxinas ser produzidas) em alimentos devidamente secos. Por isso a secagem eficiente dos produtos e a sua conservação sem umidade é arma medida eficaz contra o crescimento de fungos e a produção de micotoxinas. Para reduzir ou prevenir a produção da maioria das micotoxinas, o processo de secagem deve ser feito logo após a colheita e o mais rápido possível. A quantidade crítica de água para o armazenamento seguro corresponde a atividade da água de cerca de 0.7. A manutenção de alimentos abaixo de 0,7 até uma técnica eficaz usada mundialmente para controlar estragos provocados por fungos e produção de micotoxinas em alimentos.
 Problemas como a manutenção de arma a adequadamente baixa ocorrem frequentemente nos trópicos, onde a elevada umidade ambiental dificulta o controle da umidade do produto. Onde o grão é guardado em sacos, métodos que empregam cuidadoso sistema de secagem e, subsequente armazenamento em folhas de plástico a para de umidade poderão superar este problema. O modo correto de secagem é a melhor maneira de evitar crescimento de fungos e produção de micotoxinas em grãos após a colheita. Às vezes, quando a secagem ao sol não é possível ou fiável, é necessário usar alguma forma de secagem mecânica. Secadores mecânicos não precisam ser caros. Este secador com capacidade de 1 tonelada, desenvolvido no Vietnã, num projeto GTZ-IRRI, custa apenas US$55 e os seus custos de funcionamento.
 É possível controlar o crescimento de fungos em produtos armazenados através do controle ambiental ou uso de preservativos ou inibidores naturais, mas técnicas são sempre mais caras do que arma secagem eficaz, e s30, portanto, raramente viáveis em países em desenvolvimento.
		Evite o estrago do grão
 Grão estragado tem mais tendência para invasão de fungos e, consequentemente, para contaminação de micotoxinas. Por isso é importante evitar estrago antes e durante o processo de secagem, bem como no armazenamento. A secagem do milho na espiga, antes de descascar, é arma prática multo boa. Insetos são arma das principais causas de estrago: pragas de insetos de campo e algumas espécies de armazenamento estragam o grão e estimula, em ambiente úmido, o crescimento de fungos no grão em amadurecimento. No armazenamento, multas espécies de insetos atacam o grão, e a umidade que pode acumular oferece um meio ideal para fungos. E essencial que o grão armazenado seja conservado livre de insetos, do contrário são inevitáveis os problemas de umidade e mofo. Este se forma se faltar ao grão ventilação adequada e, particularmente, se forem usados contentares de metal.
Garanta as condições apropriadas de armazenamento
 Nas regiões tropicais, pode ser difícil manter secos os produtos durante o armazenamento, mas nunca é demais enfatizar a importância do armazenamento seco. Em pequena escala, embalagens de polietileno são eficazes; em larga escala, o armazenamento seguro requer estruturas bem desenhadas com pisos e paredes impermeáveis contra umidade. A manutenção da umidade do armazém abaixo de 70% é crucial. Nas regiões tropicais, a umidade ao ar livre geralmente desce bem abaixo de 70% em dias ensolarados. A ventilação durante um período de tempo devidamente controlado, preferivelmente com ventilador, ajudará multo a manter baixa a umidade. O ideal seria que as áreas de armazenamento de grande escala fossem equipadas com instrumentos de controle de umidade.
 O armazenamento vedado em ambientes modificados para controle de insetos é também multo efetivo para controle do crescimento de fungos, desde que o grão seja devidamente seco antes do armazenamento e desde que sejam minimizadas as flutuações da temperatura diurna. Se for necessário armazenar os produtos antes da adequada secagem, isto deve ser feito por um período curto de no máximo, digamos, três dias. O uso de armazém vedado ou ambientes modificados prolongará este período de segurança, mas esses procedimentos são relativamente caros e em condições estanques. Torna-se necessário um sistema comprovado de gestão de stock, que leve em consideração as micotoxinas como parte integral desse sistema. Já existem arma variedade de sistemas de apoio para a tomada de decisões, que abrangem vários níveis de sofisticação e escala.
Detecção de micotoxinas
 As micotoxinas ocorrem e exercem seus efeitos tóxicos em quantidades extremamente pequenas nos alimentos. Por isso, a sua identificação e avaliação quantitativa geralmente requerem amostragem sofisticada, preparação de amostras, extração e técnicas de análise. Em condições práticas de armazenamento o objetivo seria a monitoração da ocorrência de fungos. Se não se podem detectar fungos, então é possível que não haja nenhuma contaminação de micotoxinas. A presença defungos indica a possibilidade de produção de micotoxinas, e a necessidade de considerar o destino do lote de produtos testados. Existem meios de descontaminar produtos atestados, mas são todos relativamente caros, e sua eficiência está ainda em discussão.
 Reconhecemos a necessidade de métodos de análise simples, rápidos e eficientes, de manuseio relativamente fácil por parte de trabalhadores não especializados. Já há algum progresso nesse sentido. O Serviço Federal de Inspeção de Grãos dos Estados Unidos avaliou oito testes rápidos de aflatoxina em milho, disponíveis comercialmente. Os conjuntos de equipamentos aprovados pelo "FGIS" incluem "ELISA" rápido, cartucho de imuncafinidade, "ELISA" de fase sólida, e procedimentos seletivos adsorventes de coluna mínima.
 Permanece ainda a necessidade de métodos de amostragem e análise eficientes e de custos reais, que possam ser utilizados em laboratórios de países em desenvolvimento. Vários governos já estabeleceram limites regulamentares para micotoxina em alimentos e rações animais, para venda ou importação. Para aflatoxina as diretrizes estabelecem arma faixa de 4 a 50 µg/kg partes por bilhões. Os limites regulamentares para fumosina estão sendo considerados. Para micotoxinas é provável que, a medida que avancem as técnicas de análise e o conhecimento das toxinas, baixem os limites permissíveis.
Principais micotoxinas
 Aflatoxinas – Antes de 1960, o interesse nas espécies do grupo do Aspergillus flavus se concentrava apenas no uso de algumas estirpes no processamento de alimentos na Europa e no Oriente, além da habilidade de alguns isolados no parasitismo de insetos (BEUCHAT, 1978). Na verdade, o termo micotoxina foi criado em 1962, quando ocorreu a famosa mortalidade de perus jovens, na Inglaterra, após a ingestão de torta de amendoim proveniente do Brasil e da África (BLOUT, 1961; FORGACS, 1962). Após a confirmação de que um metabólito secundário produzido por A. flavus era o responsável pelas mortes das aves, verificou-se uma verdadeira corrida para o estudo dessas toxinas. O termo aflatoxina foi formado a partir do nome do seu principal agente produtor (Aspergillus flavus toxina). As principais aflatoxinas conhecidas são denominadas de B1, B2, G1 e G2, com base na fluorescência delas sob luz ultravioleta (B=Blue, G=Green) e na sua mobilidade durante a realização de cromatografia de camada delgada.
 Elas são produzidas por A. flavus, A. parasiticus, embora mais recentemente as espécies A. nomius, A. bombycis, A. pseudotamari e A. ochraceoroseus tenham também se mostrado aflatoxigênicas (KURTZMAN et al., 1987; PETERSON et al., 2001; MOSS, 2002). Com exceção de A. flavus e A. parasiticus, as demais espécies mencionadas são de ocorrência pouco frequente na natureza. Sob o ponto de vista micológico, existem enormes diferenças qualitativas e quantitativas com relação à capacidade aflatoxigênica de isolados de A. flavus. Sabe-se que apenas 50% das cepas dessa espécie produzem aflatoxinas. Dentre os isolados aflatoxigênicos alguns chegam a produzir até 106 μg/kg (KLICH e PITT, 1988; COTTY ET al., 1994). 
 Alguns substratos são extremamente favoráveis ao crescimento de fungos aflatoxigênicos e à formação de aflatoxinas. A contaminação natural de cereais, sementes oleaginosas, amêndoas, especiarias e de outras commodities é ocorrência comum em inúmeros países. Tanto a habilidade genética para a formação de aflatoxinas, quanto a capacidade para a contaminação dos alimentos com essas toxinas, são altamente variáveis entre os fungos. Algumas culturas tornam-se contaminadas ainda no campo, antes da colheita, enquanto que outras se contaminam após a colheita, quando são armazenadas em condições de elevada umidade e temperatura (KLICH, 1987; DIENER et al., 1987). No caso de amêndoas de cajueiro, por exemplo, uma das rotas de infecção mais comum confirmada no Brasil é através da invasão das flores (FREIRE & KOZAKIEWICZ, 2005). A habilidade dos fungos na invasão floral foi brilhantemente discutida em recente publicação por Ngugi e Scherm (2006). 
 Em virtude da capacidade de se ligarem ao DNA das células, as aflatoxinas afetam a síntese proteica, além de contribuírem para a ocorrência da aplasia tímica (ausência congênita do timo e das paratireoides, com consequente deficiência da imunidade celular; também conhecida como síndrome de Di George) (RAISUDDIN, 1993). Aflatoxinas têm propriedades ontogênicas e imunossupressoras, induzindo infecções em pessoas contaminadas com essas substâncias. Elas contribuem, ademais, para patologias em viciados em heroína, bem como em recém-nascidos de mães viciadas. No Brasil, aflatoxinas têm sido encontradas em amendoim e seus derivados (SANTOS et al., 2001; OLIVEIRA et al, 1997; CALDAS et al., 2002), em alimentos destinados a bovinos e em leite líquido (TAVEIRA e MIDIO, 1999; PEREIRA et al., 2005), em amêndoas de castanha-do-brasil e de cajueiro (CASTRILLON e PURCHIO, 1988; FREIRE et al., 1999; 2000). Perus, frangos e suínos alimentados com rações contaminadas com aflatoxinas apresentam uma nítida redução de imunidade, ocasionando sérios problemas econômicos aos produtores (SMITH ET al., 1995).
Regulamentação de Micotoxinas no Brasil e no mundo
 Legislações têm sido adotadas em muitos países com o intuito de proteger os consumidores contra os efeitos nocivos das micotoxinas em alimentos in natura e processados, e até mesmo em rações para animais de abate e de estimação. As legislações mais conhecidas são aquelas que regulamentam os níveis de aflatoxinas, não obstante legislações para outras micotoxinas estejam sendo também implementadas rapidamente. Existem diversos fatores que conduzem à elaboração dessas legislações. Por exemplo, existem os aspectos científicos, tais como a disponibilidade de informações toxicológicas, o conhecimento acerca da distribuição das micotoxinas nos alimentos, além da metodologia analítica. Também, devem ser considerados os aspectos políticos e econômicos, principalmente com relação aos interesses comerciais e aos impactos na disponibilidade da oferta de alimentos (VAN EGMOND e DEKKER, 1995; VERARDI e FROIDMONT-GORTZ, 1995; VAN EGMOND e JONKER, 2004). Informações coligidas até o ano de 2003 demonstram que cerca de 100 países já dispõem de legislação para regulamentar os limites de micotoxinas em alimentos, rações e commodities. Isso representa um acréscimo de 30% em relação ao ano de 1995.
 Os países cobertos por essas legislações englobam aproximadamente 90% da população mundial (FAO, 2003). Esse levantamento confirma que o aumento na população, agora protegida pelas legislações de micotoxinas, ocorreu graças a um pequeno aumento observado na América Latina e Europa, e a um significativo aumento na cobertura populacional na África e Ásia/Oceania (Fig. 10 e 11). Ademais, todos os países que possuem legislação para micotoxinas até 2003 têm, pelo menos, limites regulamentares para a presença de aflatoxina B1 ou para a soma B1+B2+G1+G3. Entretanto, várias outras micotoxinas já estão também sob legislação. Dentre elas, destacam-se a aflatoxina M1, os tricotecenos desoxinivalenol, diacetoxiscirpenol, as toxinas T2 e HT2, as fumonisinas B1, B2 e B3, a ocratoxina A, a patulina, a esterigmatocistina, a zearalenona, os alcalóides ergóticos, e até mesmo o ácido agárico e as fomopsinas. Até 2003, tem se observado que um maior número de micotoxinas encontra-se sob legislação, tendo-se elevado também o número de produtos e commodities analisados. 
 Os limites de tolerância têm se mantido nos mesmos níveis ou têm mostrado uma tendência para decrescerem, enquanto que os métodos de amostragem e de análise têm se tornado mais diversificado e muito mais detalhado. Uma tendência extremamente interessante é a harmonização das legislações nos países pertencentes aos diferentes blocos econômicos, tais como Austrália/Nova Zelândia, Comunidade Européia e MERCOSUL. Na maioria dos países africanos, onde não existe legislação em vigor, a população encontra-se exposta à contaminaçãocom micotoxinas, principalmente com relação às culturas de subexistência, que são consumidas nas próprias áreas de produção ou nas suas vizinhanças. Os países africanos que possuem alguma legislação apenas as aflatoxinas são contempladas. Dentre os países daquele Continente, o Marrocos possui a legislação mais avançada.
 Com relação Ásia/Oceania cerca de 26 países possuem legislação para micotoxinas, representando 88% da população daquela região. A Nova Zelândia, entretanto, apresenta legislação própria, com algumas diferenças em relação à da Ásia e ao norte da Austrália. Atualmente, Austrália e Nova Zelândia estão harmonizando suas legislações que incluem limites para micotoxinas exóticas, tais como o ácido agárico e as fomopsinas. Nesses extensos continentes, as legislações da China e da República Islâmica do Iran são as mais completas e detalhadas. No continente europeu 39 países, representando 99% da população europeia, apresentam legislações para a regulação de micotoxinas em alimentos e rações. Comparada com outras regiões do mundo, a Europa dispõe da mais completa e detalhada legislação sobre micotoxinas em alimentos. Na comunidade européia já foram harmonizadas as legislações para aflatoxinas em vários alimentos, como para aflatoxina M1 em leite, ocratoxina A em cereais e frutos desidratados, para patulina em suco de maçã e produtos derivados de maçã, e para aflatoxina B1 em várias rações. Ações preliminares já foram iniciadas com relação ao deoxinivalenol em cereais e em produtos derivados de cereais. Alguns países que ainda não fazem parte da comunidade européia possuem legislação ainda mais avançada que a própria comunidade. 
 Na América do Norte, os Estados Unidos e o Canadá possuem legislação para micotoxinas há muitos anos, e continuam aperfeiçoando os métodos de amostragem e análise. Nos dois países os limites para aflatoxinas são estabelecidos para a soma B1+B2+G1 e G2. No Canadá, além dos limites impostos para as toxinas fusarianas, existem também percentagens de tolerância para grãos danificados em espiguetas de trigo, tanto para o tipo mole quanto o tipo duro, além de limites para outros grãos. Existem, também, limites para a presença de esclerócios de Claviceps purpurea em várias culturas (é nos esclerócios onde se acumulam os alcalóides ergóticos). Nos Estados Unidos, existem detalhados limites de tolerância para a soma das fumonisinas B1, B2 e B3 em uma ampla variedade de produtos de milho. Esse é único país no mundo onde ocorrem limites para a soma dessas três fumonisinas.
 Na América Latina, 19 países dispõem de legislação para micotoxinas, representando quase 91% da população continental. A legislação para aflatoxinas encontra-se harmonizada no MERCOSUL, englobando a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai. O Uruguai possui a mais detalhada legislação da América Latina, com limites para os alcalóides ergóticos em rações, o que é inédito em qualquer legislação no mundo. No continente sul-americano, a legislação cobre, especialmente, as seguintes micotoxinas, em alimentos e em algumas rações: aflatoxina B1, aflatoxinas B1/G1, aflatoxinas totais (B1+B2+G1+G2), fumonisina B1, desoxinivalenol, ocratoxina A, patulina e a zearalenona.
Conclusão
Pode-se observar que os piores efeitos das micotoxinas no homem tendem a ser os crônicos, de difícil associação com o consumo de alimentos contaminados. Os principais efeitos registrados são indução de câncer, lesão renal e depressão do sistema imune.
Uma vez que as micotoxinas costumam ser termoestáveis, a abordagem preventiva em relação a elas é de suma importância. Evitar a contaminação pelos fungos é frequentemente impossível, visto que os principais bolores toxigênicos são bastante disseminados pelo ambiente. Portanto, restam estratégias ligadas à utilização de linhagens de plantas resistentes à colonização fúngica, colheita apropriada, estocagem adequada, controle de insetos e roedores, controle de temperatura e umidade, tempo de estocagem dentro dos limites de vitalidade dos grãos, eventualmente irradiação dos grãos. Em virtude da presença de micotoxinas, milhões de dólares são perdidos anualmente, recursos que poderiam ser utilizados em projetos para a melhoria de vida dessas populações.
O reconhecimento dos problemas causados pelas micotoxinas nos alimentos e rações é, sem dúvida, o primeiro passo para a implementação de programas que permitam a adoção de medidas apropriadas para a prevenção e a redução do problema. Tais programas devem incluir não apenas as medidas de prevenção de ocorrência de micotoxinas em commodities, mas, também, o uso de métodos para sua remoção ou descontaminação. Devem, ademais, ter uma rotina de inspeção, legislação para controlar o fluxo de commodities contaminadas com micotoxinas no comércio nacional e internacional, bem como desenvolver atividades de informação, comunicação e, principalmente, de educação. 	
 Na América Latina, países como a Argentina, o Brasil e o Uruguai, a despeito da escassez de recursos financeiros e humanos, têm respondido muito bem aos problemas de contaminação de micotoxinas nas commodities regionais. Os cientistas envolvidos nas pesquisas com essas substâncias têm produzido resultados de nível semelhante aos produzidos em países da Comunidade Europeia e da América do Norte. Falta no Brasil, entretanto, um maior rigor no cumprimento das portarias. 
 As fiscalizações são esporádicas e os laboratórios encarregados de realizar as análises encontram-se, em sua grande maioria, desprovidos de material e de pessoal especializado. Por outro lado, as discrepâncias observadas quanto aos limites e as micotoxinas sob legislação nos países da América Latina não são muito diferentes das discrepâncias observadas mesmo para continentes com países desenvolvidos. Atualmente, tem sido observada uma tendência na harmonização das legislações em todos os continentes, bem com uma tendência à redução dos limites máximos permitidos, especialmente para as aflatoxinas. A legislação sobre micotoxinas deveria estar sempre inserida nas agendas de discussão do agronegócio, nos diferentes países. É provável mesmo que em futuro não muito distante, e em virtude do crescente intercâmbio de commodities entre os países, ocorra uma harmonização da legislação para micotoxinas em nível global. Convém enfatizar que a amostragem de micotoxinas nas cadeias alimentares humana e animal exige o emprego de corretas técnicas estatísticas de amostragem, sem as quais os resultados finais obtidos serão inválidos.
Bibliografia
http://www.samitec.com.br/site/micotoxinas
http://www.fao.org/wairdocs/X5012O/X5012o01.htm 
http://www.cnpat.embrapa.br/cd/jss/acervo/Dc_110.pdf 
http://aditivosingredientes.com.br/upload_arquivos/201603/2016030264226001459276564.pdf

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