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História do Brasil Monárquico - Atividade 1

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
LUCIANA CRISTINA DOS SANTOS FELISMINO
RA: 1716102306 / POLO MEMORIAL
MURILO HENRIQUE DA SILVA
RA: 2115201155 / POLO MEMORIAL
PATRICK GIULIANO TARANTI
RA: 2515201547 / POLO VERGUEIRO
VALDEMIR PEREIRA SILVA
RA: 2315201705 / POLO SANTO AMARO
A HISTÓRIA DO BRASIL MONÁRQUICO: REFLEXÃO SOBRE OS EFEITOS DA ESCRAVIDÃO NA SOCIEDADE BRASILEIRA
SÃO PAULO
2016
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
LUCIANA CRISTINA DOS SANTOS FELISMINO
RA: 1716102306 / POLO MEMORIAL
MURILO HENRIQUE DA SILVA
RA: 2115201155 / POLO MEMORIAL
PATRICK GIULIANO TARANTI
RA: 2515201547 / POLO VERGUEIRO
VALDEMIR PEREIRA SILVA
RA: 2315201705 / POLO SANTO AMARO
A HISTÓRIA DO BRASIL MONÁRQUICO: REFLEXÃO SOBRE OS EFEITOS DA ESCRAVIDÃO NA SOCIEDADE BRASILEIRA
Trabalho em grupo (produção de texto reflexivo e criticista de cunho acadêmico) apresentado à Disciplina de História do Brasil Monárquico do Curso de Licenciatura Plena em História (modalidade EAD) da Universidade Nove de Julho - UNINOVE, como requisito parcial avaliativo para composição de nota.
Docente: Profa. Dra. Enidelce Bertin.
SÃO PAULO
2016
SUMÁRIO
	1. A PROPOSTA DE ATIVIDADE AVALIATIVA A SER DESENVOLVIDA ......
	3
	2. A RESOLUÇÃO DA ATIVIDADE ..........................................................................
	4
	2.1. Os párias de um Brasil contemporâneo sob a luz do seu passado ........................
	4
	2.1.1. Introdução ..............................................................................................................
	4
	2.1.2. O Filme - Quanto vale ou é por quilo? ....................................................................
	4
	2.1.3. A formação da população de origem negra e mestiça em solo brasileiro ................
	5
	2.1.4. Elementos influenciadores e formadores da sociedade contemporânea brasileira 
	6
	2.1.5. Considerações finais ..............................................................................................
	8
	2.1.6. Referencial ............................................................................................................
	9
	3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ACERCA DO TRABALHO DESENVOLVIDO .. 
	11
	4. OBRA INDICADAS ..................................................................................................
	12
	
	
1. A PROPOSTA DE ATIVIDADE AVALIATIVA A SER DESENVOLVIDA
	O presente trabalho visa compor práticas avaliativas de estudos dirigidos e propostos pela docente responsável pela cadeira da Disciplina de História do Brasil Monárquico do curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Nove de Julho, curso este desenvolvido na modalidade de ensino a distância. Denota-se que a atividade será valorada em uma escala que vai de 0 a 4 pontos, cuja resolução foi balizada em lapso temporal decadencial com início em 191000NOV16 e término em 132355DEZ16.
	Para uma melhor compreensão e visualização da resolução da atividade proposta, o presente trabalho foi concebido seguindo padrões mínimos normativos da ABNT.
	Fez-se necessário estabelecer e esclarecer que o texto elaborado se baseia e sofre influência direta do referencial indicado nas premissas docente, ora imposto quando da disposição do enunciado laboral acadêmico, sendo este a ser conhecido: Deve o discente “produzir uma análise do período monárquico que contemple a explicação de Alencastro e de Dolhnikoff, relacionando essas explicações com as contradições e contrastes presentes no filme; refletir sobre as heranças da escravidão no tecido social brasileiro. ”, utilizando-se por base o material em mídias ora elencados no tópico 4 do presente - OBRAS INDICADAS.[1: (grifo nosso). / BERTIN, Enidelce. História do brasil monárquico: Atividade 1: Questões dissertativas: Reflexão sobre os efeitos da escravidão na sociedade brasileira. São Paulo: UNINOVE, 2016. Notas: Universidade Nove de Julho. Curso de Licenciatura Plena em História. 2º sem. 2016. Disponível em: <https://ava.uninove.br/seu/SEUEAD/EAD0001/SEU_EAD0006.php?>. Acesso em: 19 nov. 2016.][2: Vide página 12 da presente Atividade.]
A docente responsável pela Atividade apresenta ainda elementos mandativos de observação obrigatória, onde o texto deverá possuir no mínimo três páginas e no máximo cinco páginas, com fonte Times New Roman tamanho 12 e espaçamento 1,5, ou seja duplo, sendo o arquivo de formato *.doc ou *.docx, vulgarmente conhecido no meio acadêmico com Word, enfatizando a não admissão de arquivos em formato *.pdf. Outro elemento mandatário é que a atividade deve ser realizada em uma formação de quarteto, devendo constar deste o nome de todos os componentes da capa da atividade, explicitando ainda, que a atividades deve ser postada de modo individualizado por cada componente em igualdade de arquivo. Em sendo utilizado materiais de apoio estes deverão ser referenciados ao final do trabalho dentro dos padrões da ABNT.
2. A RESOLUÇÃO DA ATIVIDADE
2.1. Os párias de um Brasil contemporâneo sob a luz do seu passado
2.1.1. Introdução
	O presente texto visa traçar uma análise do período monárquico brasileiro e suas implicações reflexas para com a sociedade contemporânea sob a ótica escravidão negreira e suas heranças, por meio de apontamentos acerca da película de longa-metragem “Quanto vale ou é por quilo? ”, dirigida por Sérgio Bianchi (2005), a qual será submetida a uma análise interacional, do primeiro, em relação aos contrastes e contradições, para com os ensinamentos de Luiz Felipe de Alencastro (In: FERRAZ, 2002) sobre a formação da sociedade brasileira baseada em uma economia e no comércio escravagista, bem na entrevista de Mirian Dolhnikoff (In: TEIXEIRA, 2014) cuja temática é o sistema político-eleitoral imperial, as quais desenvolveram-se sob um pano de fundo econômico, classista e racial.
2.1.2. O Filme - Quanto vale ou é por quilo?
	A obra cinematográfica trata de uma forma inteligente a interação entre o passado e o presente, apontando de uma forma análoga as questões do cotidiano do período escravocrata brasileiro e da sociedade contemporânea, possuindo como foco principal o contexto social, seja de classes, econômicos ou raciais, em épocas distintas e como estas se correlacionam, lendo-se ainda em consideração aspectos políticos em segundo plano.
	Nota-se presente neste longa de drama e ficção, a presença de micro documentários e contos, relacionados ao enredo da obra, apresentando um questionamento de o quanto a estrutura social modificou-se do período escravocrata até a atualidade e, o quanto de similaridade entre as épocas ainda persistem.
	Nas palavras do diretor Sérgio Bianchi, proferidas em obra escrita de mesmo nome que a película e, baseada na produção desta, procurou, ele, “[...] passar algumas informações para que o público acompanhe a história: informações sobre o passado do personagem, sobre fatos que aconteceram e explicam o fato atual, sobre como está se desenvolvendo a história, etc.”, buscando “entender melhor a escravidão brasileira e a continuidade do apartheid no Brasil de hoje [...]. É esse o tema que unifica nosso filme: ver como a escravidão permanece até hoje e é imposta pela lógica da mercadoria e da reificação do homem. ” (BIANCHI, 2008, p.22,27)
2.1.3. A formação da população de origem negra e mestiça em solo brasileiro
	Para compreendermos o proposto na obra cinematográfica de Bianchi, faz-se necessária primeiro compreender alguns aspectos acerca da escravidão negra no Brasil.
	Pois bem, de acordo com Abreu e Alencastro (2009, p.16; In: FERRAZ, 2002), os primeiros negros a serem enviados ao Brasil vieram na condição de escravos, ainda nos primórdios da colonização, oriundos da costa ocidental africana, principalmente de Angola e Moçambique. O fator determinante para a escolha desta raça de escravos deu-se, sobretudo, a sua compleição física, a qual era consideravelmente mais robusta que as dos ameríndios. “Desde que começou, o tráfico de escravos foi transnacional.” (AMADO; FIGUEIREDO, 2001, p.13) 
	Com o passar dos séculos a população de origem negra multiplicou-se expressivamente, em decorrência da exploração intensa desse tipo de comércio e mão-de-obra, demonstrando-se extremamente viável e rentável, sob o aspecto de políticas econômicas e comerciais desenvolvidas por Portugal e, posteriormente pelo próprio Brasil, sobretudo nos séculos XVIII e XIX.
Abreu, Boxer e Alencastro (2009, p.173; 1969, p.175-176; In: FERRAZ, 2002) nos informam que já em meados do século XIII, que o Conde de Sabugosa já destacava a completa dependência da economia brasileira em relação ao mercado de escravos africanos e que a população de indivíduos de origem negra, sobretudo mestiços, já se faziam, em números absolutos, muito superior à população de branca, sendo que, eram os africanos que possuíam o maior número de representantes puros. 
	Ainda, com relação a população mestiça, Ricardo Benzaquem de Araújo, em seu texto “Chuvas de verão. ‘Antagonismos em equilíbrio’ em Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freyre” (In: BOTELHO; SCHWARCZ, 2009, p.198-210), desenvolve seus trabalhos apontando a mestiçagem como um hibridismo racial e cultural em contrapartida do erotismo patriarcal e suas consequências para formação do povo brasileiro sob um prisma antagônico. Destaca Araújo que a mestiçagem ocorreu dentro de uma violência erotizada sodomizada de via única, partindo do colonizador, senhorio, para com a escravo, objeto de seu desejo animalesco. Informa ainda que formação social possui um caráter simultâneo destrutivo e construtivo fundeado nos excessos sexuais e que caracteriza a atuação do colonizador.
Capela (2007, p.9) destaca que os resultados do fenômeno da escravidão condicionaram os comportamentos, onde estes interferiram na economia, que por sua vez foi determinante para implantação dos regimes políticos. Dessa forma a presença dos negros foi um fator decisivo na consolidação política e econômica do liberalismo português. 
2.1.4. Elementos influenciadores e formadores da sociedade contemporânea brasileira
	Observa-se que o filme analisado (BIANCHI, 2005) que a questão racial se faz um dos temas centrais, sendo dessa forma buscamos analisá-la como esta era vista no passado e na atualidade, para tanto baseamo-nos em algumas bibliografias e películas, estas últimas pré-estabelecidas e informadas no início dos estudos.
	Para Freyre (2012, p.20), por meio de seus estudos desenvolvidos acerca dos anúncios de jornais do século XVIII e XIX, identificou um sistema ideológico sectário, como podemos observar: “O honesto testemunho de jornal de província do Brasil patriarcal - escravocrático – jornal, aliás, progressista – a comprometer a futura eloquência de um retórico desvairado na sua ideologia sectária e arbitrariamente aplicada à história do seu Estado e do seu país.”
	Mas, se observarmos a dinâmica social política da época, notamos que esta inflexibilidade de ideário cultural, não se fazia emparedada quando consideradas questões político-econômicas, conforme destacado por Charles R. Boxer (1969, p.186-187), informando que os mulatos, legítimos ou não, constituía um problema social e administrativo a ser tratado, pois o sangue negro era um obstáculo para ascensão social. Contudo, tal barreira racial era transposta, onde se a cor da pele não fosse escura demais, o que falava mais alto era a fortuna, a riqueza e as posses destes, sobretudo nas Minas Gerais para ascensão a cargos municipais, onde esses homens de cor acabavam por se passar como homens brancos. No mesmo sentido colaciona Abreu (2009, p.16), destacando que a mestiçagem com negros trazia a impureza do sangue em um primeiro momento, inabilitando o indivíduo resultante desta mistura racial a certos postos, bem como a ordenação sacra, mas quando reuniam a audácia ao talento e à fortuna alcançaram altas posições. 
	Ao nos depararmos com o trabalho de Alencastro (2000, p.346), verifica-se que em geral a mestiçagem ocorria entre homens brancos e mulheres negras, não necessariamente sendo marido e mulher. A mestiçagem ocorreu tão logo que a população negra foi introduzida em solo brasileiro, onde uma combinação de miscigenação e aculturamento acabou por dar lugar a um processo social de mestiçagem. A classe dominante da época, não criava barreiras a essa prática, tampouco, impedia a ascensão social, mas essa ocorria dentro de um dinamismo de elevação subordinativa, ou seja, “a extensão do escravismo [...] aumentava a insegurança dos proprietários e restringia a oferta de mão-de-obra qualificada exigida pelos desdobramentos setoriais da economia [...] (levando) os senhores a conceder melhor tratamento aos mestiços. ” (grifo nosso)
Elide Rugai Basto (In: BOTELHO; SCHWARCZ, 2009, p.380-382), nos informa que a discriminação social tem sua origem, na maior parte, em questões ideológicas, na qual os pesquisadores sociais analisados negam a existência de uma democracia racial, contudo apontam para uma assimetria de relações raciais existentes entre brancos e negros no Brasil, sobretudo, as quais revelam uma estrutura social alicerçada em elementos impeditivos a inovações de direitos, portanto, tidas como não democráticas. Importam-se na formação de uma sociedade restritiva quanto ao acesso e relações sociais igualitárias, sendo esta marcada por uma dialética de relações baseadas em privilégios e submissões. Decorre destas relações, que a democracia racial é somente mais um fator de resguardo de atribuições fundamentais dentro de uma estrutura de poder da sociedade. A pesquisadora, ao estudar as obras de Octavio Ianni, analisa “as relações existentes entre a diversidade e a desigualdade, [...] a diversidade esconde a desigualdade”, ressaltando a discriminação no cotidiano social frente a negros e mulatos, onde o preconceito leva à internalização de papéis sociais que se demonstram como verdadeiras barreiras de ascensão na sociedade, contribuindo para que “a nação brasileira [...] (fosse) fundada na violência e no consentimento” (ALENCASTRO, 2000, p.355).
Diante desta declaração de Alencastro, este a justifica (2000, p.345-346), apontando a questão da liberdade relativa imprimida de forma tácita aos negros frente às legislações antiquilombolas, onde negros alforriados ou mesmo suas gerações, isolados nos confins da colônia poderiam ser considerados com quilombolas e capturados pelos capitães-do-mato, este em busca de recompensas, uma vez que a legislação vigente considerava que um reduto de cinco escravos foragidos era um quilombo. Para evitar tal taxação os libertos preferiam permanecer a serviço de fazendeiros ou engenhos, guardando o status de foro. A permanência no local antes de escravidão guardava uma certa manutenção de seu novo status social sem questionamento de dubiedade.
	Em que pese os aspectos econômicos, mercantis, sociais e raciais do período escravocrata brasileiro, sobretudo no período monárquico, verifica-se que estas questões são potencializadas pelo sistema político praticado à época, conforme aponta Faoro (2012) em sua obra de um modo geral, apontando um sistema político e eleitoral de bases em um sistema social cunho exclusório, que por sua vez é regido e pautado em um sistema econômico classista e escravagista. Do mesmo modo aponta os estudos desenvolvidos por Miriam Dolhnikoff (In: TEIXEIRA, 2014) e José de Murilo de Carvalho (2002), onde a debruçam-se sobre a questão da cidadania sob a face politizada de uma elite econômica e de seus interesses, onde indicam que desde a origem colonial até a presente data, a política foi utilizada como instrumento de manobra das massas visando atender interesses econômicos das elites e sua manutenção do poder, denota que os direitos civis em geral não caminham em consonância com os direitos políticos, desse modo favorecendo a estratificação das classes.
	Observa-se no decorrer dos estudos que os preconceitos frente ao diferente, principalmente a questões ligadas a cor da pele, já se encontravam arraigados no germe do Brasil, o qual acabou por herdar uma cultura nefastaeurocêntrica, mentalidade arcaica que se faz presente na atualidade, fato este observado quando da passagem da obra de Amado e Figueiredo (2001, p.26), quando declara que
Os brasileiros herdaram uma mentalidade que, tal como já ocorreu em Portugal, encara as leis não como proteção ao conjunto da sociedade - devendo por isso ser respeitadas -, mas como punição aos críticos e adversários dos governantes e poderosos ("Aos inimigos, a lei"). Em tempos do Portugal antigo, as leis eram feitas para serem respeitadas até quando o rei ou algum poderoso assim o desejasse.
Tal fato e questão é de tamanha proporção que Freyre (2012, p.18-19) relata a perpetuação discriminatória, a qual intensificou-se com a abolição dos escravos, comentando sobre o ajustamento social e suas consequências danosas após abolição, imprimidas a população negra e seus descendentes, que deslocaram-se para os centros urbanos, constituindo um grupo de párias, sem instrução e fonte geradora de renda, e, sem possibilidade de ascender política, econômica, social e culturalmente, paradoxalmente, agora em piores condições do que quando escravos. Discriminados devido a suas condições econômicas e culturais, por sua cor e condição social, tornar-se-iam vítimas do sistema, sendo esta discriminação e desvalorização reflexa na atualidade. Fatos estes que acabam por explicar a pouca presença de afrodescendentes em altas posições nos mais diversos ramos da sociedade.
 2.1.5. Considerações finais
Nestes breves apontamentos efetuados acerca das questões que envolvem população de origem negra e contrapondo estes com o tema contexto na película “Quanto vale ou é por quilo?” extraímos as reflexões que se seguem.
Nossa sociedade assumiu uma atitude conformista, onde frente a adversidades assume posturas de ajustamento social, evitando ao máximo colocar-se em posições de embates por menores que sejam. Tais posicionamentos sociais são mais evidentes nas relações trabalhistas, onde o empregado é submisso abdicando muitas vezes de direitos e garantias legais, para conferir a manutenção do seu posto de trabalho e em trocas de algumas vantagens concebidas por seu empregador. Há também a manutenção da ideia pré-concebida de que uma pessoa bem-sucedida social e economicamente, deve abster-se de realizar afazeres laborais, “terceirizando” ou mesmo contratando a baixos custos mão-de-obra especializada, visando dessa forma aumentar seus lucros e status sociais.
Como se pode constatar, apesar do Brasil possuir uma das mais avançadas legislações trabalhistas e de proteção humana e social, de nada nos adianta, pois, a cultura escravagista, e, a de acomodação e ajustamento social, ainda são muito presentes e marcantes em nossa sociedade, sofrendo ainda as pressões socioeconômicas tidas como questões relevantes de reconhecimento do sucesso pessoal e social. 
Para deixarmos de lado esta cultura exploratória “mercantilista” e social “escravagista” há a necessidade de mudanças culturais e ideologias, onde estas devem ocorrer de modo planificado, ou seja, igualitário, onde a igualdade em um primeiro momento deve ser tratada na justa medida de manutenção de desigualdade, aliada a uma formação educacional e cultural de base para então avançarmos a um novo patamar evolutivo social. Porém esta evolução histórica dar-se-á a longo prazo, pois será necessária uma desconstrução sociocultural e de oportunidades econômicas igualitárias para então romper-se os estigmas do passado.
2.1.6. Referencial
ABREU, João Capistrano Honório de. Capítulos da história colonial. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2009. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/kp484>. Acesso em: 30 jun. 2016. (Biblioteca Virtual de Ciências Humanas).
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O trato dos viventes : formação do Brasil no Atlântico Sul : séculos XVI e XVII. São Paulo: Cia. das Letras, 2000. 
AMADO, Janaína; FIGUEIREDO, Luiz Carlos. O Brasil no Império Português. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. (Descobrindo o Brasil).
BIANCHI, Sérgio (dir.). Quanto vale ou é por quilo?. Gênero: drama. Duração: 01h48'03". Mídia: DVD. Rio de Janeiro: Riofilme, 2005.
BIANCHI, Sérgio. Quanto vale ou é por quilo?. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2008. (Aplausos : Série Cinema Brasil).
BOTELHO, André; SCHWARCZ, Lilia Moritz (Org.). Um enigma chamado Brasil : 29 intérpretes e um país. São Paulo: Cia. das Letras, 2009. 
BOXER, Charles R. A idade de ouro do Brasil : dores de crescimento de uma sociedade colonial. 2. ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1969. 
CAPELA, José. Dicionário de Negreiros em Moçambique : 1750-1897. 1. ed. Porto (POR): CEAUP, 2007. (e-Books).
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil : o longo caminho. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. 
FAORO, Raymundo. Os donos do poder : formação do patronato político brasileiro. 5. ed. São Paulo: Globo, 2012. (Biblioteca Azul).
FERRAZ, Isa Grinspum (dir.). Intérpretes do Brasil : Mar de escravos (Luiz Felipe de Alencastro). Gênero: documentário. Duração: 20'09". Mídia: DVD. v. 2. São Paulo: Versátil, 2002.
FREYRE, Gilberto. O Escravo nos Anúncios de Jornais Brasileiros do Século XIX : tentativa de interpretação antropológica, através de anúncios de jornais brasileiros do século XIX, de característicos de personalidade e de formas de corpo de negros ou mestiços, fugidos ou expostos à venda, como escravos, no Brasil do século passado. 1. ed. São Paulo: Globo, 2012. 
TEIXEIRA, Mônica (dir.). Miriam Dolhnikoff - Representação Eleitoral no Império. História. Episódio: 02 [26]. Gênero: entrevistas. Duração: 26'01". São Paulo: UNIVESP TV, 3 set. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XcAuiBkm8SU&feature=youtu.be>. Acesso em: 19 nov. 2016.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ACERCA DO TRABALHO DESENVOLVIDO
	Observa-se o quão importante foi o desenvolvimento do presente trabalho, uma vez que este nos leva a refletir sobre a importância de buscar as origens históricas da contemporaneidade e seus desdobramentos ao longo das épocas e como estas se relacionam entre si.
	Ressalta-se que devido ao presente estudo, que foi possível ampliar o conhecimento por meio de uma interação crítica com o material proposto, assim como assimilar novos conhecimentos oriundo dos materiais auxiliares utilizados no decorrer da elaboração da atividade proposta.
	Denota-se que foi perceptível o quanto a produção acadêmica e científica encontra-se distante da escolar, posto que a última ainda possui um conhecimento em muito tido como ultrapassado e desatualizado, restando a nós futuros historiadores e professores buscar em construir uma ponte para que o conhecimento produzido e atualizado chegue aos bancos escolares, para então formarmos cidadãos autônomos e conscientes do seu fazer, para que dessa forma possam exercer a cidadania plena e efetiva, corrigindo dessa maneira erros históricos.
	
4. OBRA INDICADAS
BIANCHI, Sérgio (dir.). Quanto vale ou é por quilo?. Gênero: drama. Duração: 01h48'03". Mídia: DVD. Rio de Janeiro: Riofilme, 2005.
FERRAZ, Isa Grinspum (dir.). Intérpretes do Brasil : Mar de escravos (Luiz Felipe de Alencastro). Gênero: documentário. Duração: 20'09". Mídia: DVD. v. 2. São Paulo: Versátil, 2002
TEIXEIRA, Mônica (dir.). Miriam Dolhnikoff - Representação Eleitoral no Império. História. Episódio: 02 [26]. Gênero: entrevistas. Duração: 26'01". São Paulo: UNIVESP TV, 3 set. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XcAuiBkm8SU&feature=youtu.be>. Acesso em: 19 nov. 2016.

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