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AUDITORIA CONTÁBIL Auditoria Contábil A auditoria contábil compreende o exame de documentos, livros contábeis, registros, além de realização de inspeções e obtenção de informações de fontes internas e externas, tudo relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada. A auditoria contábil é um processo de análise da situação financeira da empresa que permite atestar a precisão dos registros contábeis, identificar falhas de controle ou mesmo fraudes e irregularidades na gestão. Ela é realizada a partir do exame de documentos contábeis e de inspeções internas, contando ainda com a apuração de informações junto a fontes externas. Podem ser auditados o fluxo de caixa, o balanço patrimonial e a Demonstração de Resultado de Exercício (DRE). Por suas características, a auditoria é capaz de apresentar ao empreendedor uma opinião embasada sobre a realidade financeira do negócio, com segurança e transparência, permitindo a ele conhecer os problemas, suas causas e consequências, além de receber orientações sobre possíveis correções a implantar. Ela pode ocorrer em qualquer empresa, inclusive naquelas de pequeno porte. Sua realização compete a um auditor com formação em Ciências Contábeis e registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). Ao empreendedor, cabe acompanhar de perto esse trabalho, disponibilizando todos os dados solicitados. Caso a empresa tenha um contador, ele pode auxiliar nessa etapa, mas a análise das informações é restrita ao auditor, que deve agir com total independência e imparcialidade, clareza e objetividade, seguindo como base as normas nacionais e internacionais de contabilidade. O objetivo principal de uma auditoria contábil é comparar as demonstrações contábeis com a situação patrimonial, financeira e econômica das empresas, mas outros processos da empresa podem ser alvo da ação. A decisão por contratar uma auditoria é bastante particular. O processo é vantajoso, pois dá ao gestor a certeza de que os controles internos estão sendo realizados de maneira eficiente ou, por outro lado, indica a ele caminhos para a correção dos registros contábeis, quando isso for necessário. Para quem tem uma empresa, é sempre válido conhecer a sua real situação econômica e financeira e estar seguro que os processos de contabilidade estão sendo bem executados. Mas como a auditoria tem um custo, é mais comum que o dono do negócio ou um dos sócios recorra à técnica quando há indícios de erro ou fraude nas demonstrações contábeis. o auditor avalia os resultados obtidos nos testes e revisa a adequação das demonstrações contábeis e notas explicativas, o que dará origem ao parecer de auditoria, redigido em acordo com as normas brasileiras de contabilidade. RESOLUÇÃO CFC Nº 750/93 - Dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) Auditoria é o ato de confrontar a condição – situação encontrada – com o critério – situação que deve ser. A definição dos critérios auditoriais é de fundamental importância para a realização dos exames. O conceito de Auditoria Contábil, que objetiva, após aplicação de procedimentos específicos com base em normas profissionais e de forma independente, a emissão de opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis2 ou financeiras, o que significa dizer se essas representam apropriadamente a situação orçamentária, financeira e patrimonial, o resultado das operações, as mutações ou variações no patrimônio e as fontes e aplicações de recursos de uma organização, em conformidade com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e legislação pertinente. Uma boa auditoria pode contribuir para resguardar os direitos de terceiros, para reduzir a ineficiência das operações e a prática de atos abusivos e para assegurar a adequação das demonstrações contábeis e outras informações financeiras. Seu surgimento de forma sistemática, confunde-se com o próprio processo de acumulação de capital. Tipos de Auditoria Nos últimos anos, tem sido muito comum encontrar-se tanto na literatura técnica, como nos debates, seminários, congressos e outros eventos acadêmicos, uma vasta enumeração de tipos de auditoria. Esse fato decorre da não-existência de uma classificação uniforme, que seja aceita por todos, para a atividade auditorial. Contudo, sem pretender esgotar a matéria, adotar-se-á, neste trabalho, a seguinte classificação por conveniência didática: · Quanto ao Campo de atuação: a) Governamental b) Privada · Quanto à Forma de realização: a) Interna b) Externa · Quanto ao objetivo dos trabalhos: a) Contábil ou Financeira b) Operacional c) Integrada A auditoria governamental atua diretamente sobre a administração da coisa pública. Ela está diretamente relacionada com o acompanhamento das ações empreendidas pelos órgãos e entidades que compõem a administração direta e indireta das três esferas de governo. Normalmente é realizada por entidades superiores de fiscalização, sob a forma de Tribunais de Contas ou Controladorias, e organismos de controle interno da administração pública. Vale mencionar que alguns consideraram a atividade de fiscalização – auditoria fiscal – realizada pelos órgãos responsáveis pela arrecadação dos tributos como uma espécie de auditoria governamental. A auditoria fiscal pode ser conceituada como o conjunto de procedimentos técnicos, pautados em normas profissionais, aplicados por prepostos dos governos federal, estaduais e municipais com objetivo de verificar se os impostos, taxas e contribuições devidos aos cofres públicos estão sendo reconhecidos e recolhidos em conformidade com a legislação pertinente, assim como outras funções correlatas. Entre outras, os auditores fiscais podem possuir as seguintes atribuições: · constituir créditos tributários por meio de lançamentos de ofício com lavratura de autos de infração; · planejar, coordenar e executar atividades de fiscalização de receitas governamentais, principalmente as relacionadas com tributos; · efetuar revisões fiscais e contábeis; · planejar, coordenar e executar atividades de elaboração e divulgação de atos normativos, de elaboração de pareceres sobre a interpretação e a aplicação da legislação tributária e de orientação aos contribuintes. A auditoria privada é toda aquela cujo campo de atuação se dá no âmbito da iniciativa particular, que objetiva o lucro, de uma maneira geral. A auditoria interna é a auditoria realizada por profissionais empregados da própria entidade auditada, portanto, parcialmente independente, e que, além das informações contábeis e financeiras, se preocupa também com os aspectos operacionais. Normalmente, a auditoria interna se reporta à presidência da organização, funcionando como um órgão de assessoramento. Não existe uma definição consensual do que vem a ser auditoria externa. Em um sentido amplo, pode-se dizer que é a auditoria sobre a área financeira e outras, realizada por profissionais independentes. Normalmente, os auditores externos realizam contábil, que segundo o CFC, representa o conjunto de procedimentos técnicos que têm por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis, conforme os Princípios Fundamentais de Contabilidade, as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação específica, no que for pertinente. Consoante o art. 177 da Lei n.º 6.404/76, as demonstrações financeiras das companhias abertas devem observar as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e são obrigatoriamente auditadas por auditores independentesou externos registrados na mesma Comissão. A Auditoria Contábil representa o conjunto de procedimentos técnicos aplicados de forma independente por um profissional habilitado, segundo normas preestabelecidas, com o objetivo de se emitir uma opinião sobre se as demonstrações contábeis tomadas em seu conjunto, em relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade e as normas brasileiras de contabilidade, bem como sobre assuntos financeiros relacionados. Portanto, o foco central dos trabalhos da auditoria contábil são os exames das demonstrações contábeis com o objetivo de se emitir uma opinião sobre sua adequação. Isto se deve ao fato de que essas demonstrações objetivam retratar, em determinada data, a situação orçamentária, financeira, econômica e patrimonial de uma organização, logo a sua adequada elaboração vai possibilitar um completo diagnóstico das condições dessa mesma entidade. O objetivo da auditoria contábil é a emissão de um parecer independente, que tem por limite os objetivos da auditoria (demonstrações contábeis) e não representa garantia de viabilidade futura ou de eficácia da administração na gestão dos negócios. Segundo o CFC, o parecer da Auditoria Contábil é de exclusiva responsabilidade de contador registrado nesse Conselho profissional, que deve realizar seu trabalho assegurando o devido controle de qualidade. Enquanto o auditor externo deve planejar seu trabalho avaliando o risco de sua ocorrência, de forma a detectar fraudes e erros que impliquem efeitos relevantes nas demonstrações contábeis, pois a responsabilidade primária na sua prevenção e identificação é da administração através de um adequado sistema contábil e de controle interno (Item 11.1.4.3 da Res. CFC n.º 820/97), o auditor interno deve assessorar a administração no trabalho de prevenção de erros e fraudes, obrigando-se a informá-la, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações de erros ou fraudes detectados no decorrer de seu trabalho. O trabalho de auditoria deve ser devidamente planejado. Esta fase do processo auditorial compreende os exames preliminares para definir a amplitude do trabalho a ser realizado de acordo com os objetivos da auditoria. O plano de auditoria corresponde à documentação do planejamento. Os programas de trabalho detalham as ações necessárias para a compreensão dos procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade e extensão. Eles devem ser estruturados de forma a servir como guia e meio de controle, porém devem ser revisados e ou atualizados quando necessário. No que tange à aplicação dos procedimentos, o auditor deve obter, analisar, interpretar e documentar as informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais para dar suporte aos resultados de seu trabalho. O auditor deve certificar a exatidão das análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos que integrem os papéis de trabalho. A amostragem estatística pode ser empregada no processo de determinação da extensão de um teste, assim como na seleção dos itens a serem testados. O auditor deve dispor de conhecimento suficiente dos recursos de processamento eletrônico de dados, ou simplesmente, PED e dos sistemas de processamento da entidade, a fim de avaliá-los e planejar adequadamente seu trabalho. No uso de técnicas que demandem o emprego de recursos de PED, o auditor deve dominar essas técnicas, de forma a implementá-las ou, se for o caso, orientar, supervisionar e revisar os trabalhos de especialistas. O parecer de auditoria é a comunicação oficial da opinião obtida em função dos trabalhos realizados. Ele deve ser redigido em conformidade com os requisitos estabelecidos em normas próprias. O auditor independente deve manter conhecimento atualizado dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da legislação inerente à profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da legislação específica aplicável à entidade auditada. O auditor não pode deixar-se influenciar por “fatores estranhos, por preconceitos ou quaisquer outros elementos materiais ou afetivos que resultem perda, efetiva ou aparente, de sua independência” O trabalho de auditoria deve ser executado por pessoas com capacitação profissional e treinamento. O auditor deve ter o máximo de cuidado, imparcialidade e zelo na realização dos trabalhos e na exposição das conclusões. A Norma Internacional de Auditoria n.º 300 da Federação Internacional de Contabilidade – IFAC determina que “o auditor deve planejar o trabalho de auditoria de maneira que a auditoria seja executada eficazmente.” No Brasil, o CFC, através da Resolução n.º 820/97, que trata das Normas de Auditoria Independente das Demonstrações Contábeis – NBC T 11, preconiza que o planejamento do trabalho de auditoria deve ser realizado consoante as Normas Profissionais de Auditor Independente, e de acordo com os prazos e demais compromissos assumidos. Conhecimento do Sistema Contábil e Controles Internos: o conhecimento do sistema contábil e de controles internos é fundamental para o Planejamento da Auditoria necessário para determinar a natureza, extensão e oportunidade dos procedimentos de auditoria, devendo o auditor: a) ter conhecimento do sistema de contabilidade adotado pela entidade e de sua integração com os sistemas de controles internos; b) avaliar o grau de confiabilidade das informações geradas pelo sistema contábil, sua temporalidade e sua utilização pela administração; e c) avaliar o grau de confiabilidade dos controles internos adotados pela entidade, mediante a aplicação de provas de procedimentos de controle. · Mais controle Menos procedimentos · Menos controle Mais procedimentos Na fase de documentação, podem ser utilizados os seguintes procedimentos: a) Memorando: representa uma descrição detalhada do funcionamento de um ciclo de transações, enfatizando seus pontos fortes e fracos de controle. Deve conter o maior volume de informações possível, contudo não pode dificultar um entendimento rápido e global do cicio. b) Questionário: é um check-list padronizado que contém uma série de indagações sobre o funcionamento de um ciclo de transações. Embora seja a forma mais prática de se proceder ao levantamento do sistema de controle interno, seu uso tem sido bastante criticado em face de limitar significativamente a autonomia do auditor. c) Fluxograma: é um diagrama que apresenta um fluxo de procedimentos, documentos e informações. É a técnica que permite demonstrar graficamente o funcionamento de um ciclo de transações. Em decorrência de sua forma de elaboração, a visualização de todo o processo que está sendo avaliado se torna bastante facilitada. Na fase do planejamento o auditor deverá procurar responder às seguintes questões fundamentais: O que auditar? Quando auditar? Como auditar? Com quem auditar? Para que auditar? Quais os recursos a se utilizar? O programa de auditoria é o instrumento que fornece ao auditor que irá executar os trabalhos os passos específicos a serem seguidos de acordo com o plano de auditoria. Representando o detalhamento do plano de auditoria, o programa deve ser elaborado de forma abrangente. Contudo, não pode limitar a criatividade do auditor, que é necessária em certas circunstâncias. Este instrumento, definindo os objetivos, o escopo adotado e os procedimentos a serem seguidos, deve ser elaborado por área específica a ser examinada. Os programas de auditoria objetivam: a) evidenciaros requisitos planejados; b) estabelecer a extensão e datas dos procedimentos a serem executados; c) estabelecer a estimativa de horas por procedimentos a serem aplicados; d) controlar os passos do programa realizados e a realizar; e) evidenciar quem realizou os passos e f) registrar quem revisou os trabalhos. A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA CONTÁBIL A auditoria é o exame de demonstrações e registros administrativos. O auditor observa a exatidão, integridade e autenticidade de tais demonstrações, registros e documentos. (Arthur W. Holmes, Auditing, principles and procedure, 1956). Um dos grandes benefícios que a auditoria traz, além de verificar a exatidão das demonstrações contábeis, é que o auditor divide a responsabilidade com o contador, administrador ou sócio da empresa, com relação aos números que estão refletidos no balanço. (divide mas não exclui a responsabilidade). A auditoria independente das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação com que estas representam a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos da entidade auditada, consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade e a legislação específica no que for pertinente. A Contabilidade tem como objetivo demonstrar a situação patrimonial de uma organização. Com base nessas demosntrações, são feitos os investimentos, fornecedores realizam negócios com a empresa, bancos e instituições decidem o financiamento que pode ser proporcionado à empresa, governo calcula impostos devidos, gestores tomam decisões, em suma, a Contabilidade é um importante instrumento para decisões internas e externas. Os Princípios e Normas de Contabilidade existem para que haja um padrão de divulgação das informações empresariais, para que essas possam ser comparadas às de outras empresas, mantendo uma fidelidade quanto à realidade encontrada nas organizações. No entanto, pessoas mal intencionadas podem cometer crimes financeiros, e fazer com que as informações sejam distorcidas de acordo com seus interesses, caracterizando assim a fraude. Além disso, a Contabilidade é uma ferramenta que está suscetível ao erro. No horizonte dos auditores independentes, a nebulosidade que costuma cercar as discussões acerca da responsabilidade do auditor ficou menos densa com a edição das leis 12.683/12 e 12.846/13 – respectivamente, de prevenção à lavagem de dinheiro e ocultação de bens e de combate à corrupção. Na contrapartida, elas prometem impactar a maneira como as firmas de auditoria traçam a linha de corte para a aceitação dos seus clientes, possivelmente encolhendo o universo de entidades com as quais é seguro estabelecer ou manter negócios. Permanecer atento às novas regulações será cada vez mais importante para proteger as firmas de auditoria da utilização indevida dos seus serviços para atos ilícitos e poupá-las dos riscos penais e de imagem que podem advir da associação involuntária com organizações duvidosas. Ambas as leis são respostas à expectativa por mais ética e transparência gerada pelas crises e escândalos recentes. É um fenômeno mundial, ao qual as empresas terão de se adequar. No Brasil, ainda é grande o número de entidades que não possuem estruturas adequadas de controle de riscos e de conformidade, cujo estabelecimento exige trabalho de longo prazo, mudanças de cultura organizacional e investimentos com retornos imperceptíveis no primeiro momento. Desenvolver esse aparato seria, de maneira simplificada, como adquirir um seguro: você fica com uma cobertura, que pode ou não ser utilizada. E o melhor, geralmente, é que não seja. Com certeza, o custo do descumprimento é pesadíssimo e superará em muito o ônus de qualquer estrutura de compliance estabelecida. Como exemplo, uma das sanções previstas na lei anticorrupção pode chegar a 20% do faturamento bruto da pessoa jurídica. Da mesma forma, o custo do cumprimento é plenamente mensurável, podendo diminuir o risco de descontinuidade de qualquer organização. A regulamentação da lei de prevenção à lavagem de dinheiro contou com contribuição do Conselho Federal de Contabilidade e apoio do Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil e da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon). Nem podia ser diferente: as discussões sobre ética, governança e prevenção ao ilícito estão no radar imediato da sociedade, do mercado, das autoridades reguladoras e dos profissionais de contabilidade. A auditoria tem importância crescente para o amadurecimento do ambiente de negócios, assegurando maior credibilidade para as demonstrações contábeis das empresas, ao atestar, nos limites estabelecidos pelas normas profissionais, que foram realizadas em conformidade com as práticas contábeis aplicáveis à entidade e, portanto, representam adequadamente a situação patrimonial e financeira da empresa nos seus aspectos relevantes. Exerce, assim, uma função social, ajudando a organizar o mercado e contribuindo para o aumento da transparência e o aumento da confiança entre as empresas e público investidor e demais interessados. As novas leis contribuem para a fortificação de um ambiente de negócios ético e transparente e esclarecem a atribuição de responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraude e outros atos ilegais à administração das entidades. Há um degrau, nem sempre visível, entre a responsabilidade da administração e a do auditor independente. Em linhas gerais, cabe ao primeiro a gestão dos negócios e a preparação das demonstrações contábeis, a comunicação de fatos que possam alterar a opinião do auditor, a responsabilidade legal e a atribuição de prevenir e detectar fraudes. O auditor, como preveem as próprias normas técnicas que regulamentam a profissão, baseia seu trabalho e julgamento na aplicação de testes por amostragem, assume compromisso de asseguração razoável e, embora considere o risco de fraudes, erros e inconformidades, não tem responsabilidade primária por eles, nem pela gestão da entidade auditada. A lei 12.683 inclui auditores, contadores e economistas no rol das “pessoas obrigadas” a comunicar atos suspeitos e indícios que possam se configurar como crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos e valores que sejam identificados no decurso de seu trabalho de auditoria. Feita a comunicação, cessa a responsabilidade desses profissionais com relação a essa lei. Para fins de auditoria, cabe o questionamento à administração ou, em alguns casos, órgãos de governança aplicáveis, sobre o fato identificado e a solicitação de que seja feita a apropriada diligência para determinar se a situação pode ter impacto no resultado de seu trabalho e/ou de seu relatório. O auditor deve avaliar a suficiência desse trabalho realizado pela administração da entidade. Ou seja, em qualquer caso, não se espera que o auditor independente conduza alguma investigação da ocorrência geradora do alerta, o que é sempre responsabilidade da administração da entidade. Outro marco importante dessa regulamentação é a instituição da “comunicação negativa”, ou seja, se nenhuma irregularidade for constatada ao longo do ano em determinada entidade, esses mesmos profissionais precisam comunicar formalmente esse status ao seu órgão regulador. Auditores e organizações contábeis devem ainda manter cadastro junto ao órgão regulador e possuir sistema de identificação e cadastro de clientes, de registro de operações,de comunicação automática de operações e de identificação de pessoas politicamente expostas (PEPs), dentre outras exigências que não poderão ser negligenciadas. Já na lei 12.846 a responsabilidade direta da administração fica estabelecida pelo foco dado à adoção de programas de integridade pelas empresas. Exige- se da alta direção compromisso com uma cultura organizacional de ética estabelecida pela liderança, monitoramento contínuo de riscos, instituição de canal de denúncias, previsão de procedimento para interrupção de irregularidades e diligências apropriadas para a contratação de terceiros. Entende-se que a ocorrência de atos ilegais depende de oportunidade, portanto, limitar as condições para que ela aconteça teria efeito direto na diminuição do risco. Integram esse pacote de boas práticas medidas como a adoção de um código de conduta apropriado, de programas de treinamento que deixem claro para os colaboradores da empresa o que é permitido e o que é proibido, de mecanismos de segregação de funções que definam alçadas e prevejam sistemas de rotação interna (muitas fraudes só são descobertas, por exemplo, quando determinado funcionário sai de férias ou quando há rotação de funções entre os funcionários) e do uso de governança corporativa adequadamente estruturada (com comitês de auditoria e conselho de administração formado também por membros independentes). Dos auditores, pautados pelos procedimentos definidos pelas normas técnicas da profissão, espera-se uma asseguração razoável da inexistência de distorções relevantes advindas de erro ou fraude ou a comunicação de sua existência (ou de indícios dela) à administração da entidade. Fica claro ainda, conforme comentado acima, que o auditor não poderá concluir seu trabalho antes que a administração e os níveis de governança realizem a investigação aprofundada dos fatos. É aos responsáveis pela governança e à administração da entidade, portanto, que a lei atribui (e muito claramente) a responsabilidade pela prevenção e detecção da fraude e outros atos ilegais. Nos dias atuais se multiplicam-se as denúncias de corrupção envolvendo o atual governo federal e seus partidos da base aliada. Apesar da doença da corrupção ser algo impregnado desde os tempos do império e exercido por diversos outros governos anteriores, se observa-se que as denúncias muitas vezes são feitas sem que haja provas concretas. Neste contexto, as CPI´S (Comissão Parlamentar de Inquérito), vêm exercendo suas funções de investigação. Uma ferramenta importante que não está sendo bem aproveitada nos processos de investigação é o trabalho da auditoria. A auditoria é o instrumento através do qual uma organização, seja ela privada ou pública, consegue, através de análises das demonstrações financeiras e patrimoniais, revisarem os procedimentos operacionais, avaliar os documentos como livros, registros e balanços e apresentar pareceres e/ou relatórios confiáveis sobre a situação da empresa, determinando possíveis ações e/ou novos procedimentos operacionais. Existem dois segmentos na auditoria que são a interna e a externa. A primeira tem como base fundamental o assessoramento da administração empresarial para desempenho, fornecendo-lhe análises, avaliações, recomendações sobre as atividades auditadas. A externa examina as demonstrações financeiras ou contábeis, apresenta as verdades da situação da empresa. Os dois segmentos trabalham com documentos comprobatórios, aplicam técnicas de verificação, emitem as informações fiéis da situação da empresa. Para o fisco, o auditor interno torna-se um colaborador importante, pois auxilia indiretamente nas aplicações das leis fiscais. A auditoria interna é uma atividade regulada no âmbito da liberdade de decisão do regime interno das empresas as atribuições do fiscal estarão definidas no manual interno da empresa. Não há também a necessidade expressa da formação em curso superior de Ciências Contábeis, mas conhecimento das operações da empresa e especificamente ao objeto que será auditado. A auditoria externa atende aos interesses dos acionistas e credores, mas não há influência da administração no desenvolvimento dos trabalhos. Sendo assim, os auditores independentes não devem ter ligações com os gestores ou administradores da empresa. Este segmento é regulado pelo CVM (Comissão de Valores Mobiliários), seus deveres são verificar a veracidade dos relatórios apresentados como os demonstrativos contábeis e apresentar pareceres sobre a situação real da empresa. O não-cumprimento das normas pode acarretar sanções. O sigilo é extremamente respeitado tanto na auditoria interna como na externa. Para a auditoria externa, é exigida a formação superior em Ciências Contábeis e conhecimentos de economia, administração, informática entre outros. Auditoria Interna X Auditoria Externa A auditoria interna é uma das mais importantes ferramentas para o controle administrativo. A ausência de controles adequados para empresas de estrutura complexa a expõe a inúmeros riscos, freqüentes erros e desperdícios. A necessidade das empresas investirem em desenvolvimento tecnológico, aprimorar seus controles, reduzir custos, tornando mais competitivo os seus produtos, faz com que necessitam de um grande volume de recursos. A problemática vem com a expansão das organizações no mercado e o desconhecimento de seus administradores da necessidade auxílio da auditoria interna para obtenção de informações corretas da situação patrimonial e financeira da empresa, deixa de captar recursos juntos a terceiros, como empréstimos bancários ou abrindo seu capital social para novos investidores para investimento das mesmas. O objetivo deste trabalho é demonstrar quais os recursos que a organização obtém com auxílio da auditoria interna para evitar prejuízos irrecuperáveis e consiga recursos financeiros com qualidade e precisão das informações prestadas Auditoria interna vem sendo comentada desde 1949 no Brasil logo, que contadores identificaram sua ligação com controles internos e controles contábeis. A auditoria interna, por orientação gerencial da alta administração da empresa, tem de examinar cada ramificação e os segmentos, em períodos regulares de tempo, para observar a aderência às políticas, à legislação, à eficiência operacional e aos aspectos tradicionais de controle e salvaguarda da empresa. Apesar de ambas as funções de auditoria cobrir algumas atividades similares, a ênfase e a forma de abordá-las variam, a auditoria externa tem como objetivo a revisão global das atividades, de maneira menos detalhada. A auditoria externa não elimina a necessidade da auditoria interna, porque a auditoria interna da organização auditada possibilita maior segurança ao auditor independente, evitando a duplicidade de trabalho e reduzindo os custos de ambas as partes, uma vez que a qualidade dos trabalhos praticados assim indique, e permite a identificação e resolução antecipada de problemas que só são solucionados no último instante. O principal objetivo do auditor interno é emitir sua opinião em relação ao funcionamento dos controles internos e aos resultados obtidos no setor. Para atingir seu objetivo, o auditor necessita planejar adequadamente seu trabalho, avaliar o sistema de controle interno a fim de estabelecer natureza, datas e extensão dos procedimentos de auditoria e colher evidências comprobatórias das informações. Conforme Maesta (2008), os passos efetuados pela auditoria devem, primeiramente, ser planejados para que haja uma seqüência de trabalho a ser seguida. Após, o auditor avaliará os procedimentos de controle interno, efetuando a revisão dos mesmos.Ao executar os procedimentos de auditoria, o auditor aplicará testes de avaliação para colher as evidências, ou seja, os fatos ocorridos e, a partir deste, emitirá um relatório com as deficiências do setor e sugestões de melhoria. A auditoria Contábil focaliza prioritariamente as demonstrações financeiras, examinando e avaliando as partes componentes desses demonstrativos, bem como os procedimentos e registros, aferindo o nível de aderência à legislação e aos Princípios Fundamentais da Contabilidade, como também às normas internas da empresa. O enfoque financeiro cobre, prioritariamente, as áreas de tesouraria, aplicações financeiras, captação de recursos, envolvendo avaliação de liquidez e rentabilidade, ultimamente, vir buscando focalizar também a atividade de planejamento e controle dos resultados. A qualidade é um pressuposto básico em todas as atividades da empresa e tem merecido, também, um foco especial da auditoria. No entanto, é importante analisar a questão não somente sob a ótica da percepção do cliente; mas também, do ponto de vista de contribuição de resultados da empresa. Em tese esse objetivo da empresa é dotar os seus produtos do mais alto padrão de qualidade. Porém não se pode esquecer-se de verificar se o seu cliente está disposto a pagar pelos custos adicionais incorridos para produzir com maior qualidade. Cada uma das modalidades de auditoria apresenta características específicas, na maioria das vezes elas se sobrepõem o que nem sempre é possível segmentar cada uma delas. A financeira complementa a operacional, que por sua vez se utiliza da auditoria de sistemas e todas estão focadas na obtenção dos melhores resultados da empresa. Assim, podemos observar que as verificações de auditoria, qualquer que seja o tipo, têm por objetivo final, contribuir para a maioria dos resultados. A auditoria de Gestão, especificamente, se utiliza dos procedimentos dotados nas outras modalidades de auditoria, porém muito focada na avaliação dos resultados obtidos pela unidade sob exame, em confrontação com a estratégia e o plano de ação, em como na identificação de ameaças e oportunidades para consecução de resultados futuros. É fundamental submeter toda e qualquer empresa aos processos de avaliação de como está a utilização dos seus recursos com a finalidade de melhorá-los. Visto isso, a auditoria externa, ou auditoria independente, como também é conhecida, surgiu como parte da evolução de uma empresa. Ela age de forma a averiguar todos os procedimentos internos e políticas definidas pela empresa, tornando possível perceber se os sistemas contábeis e de controles internos estão sendo efetivos e realizados dentro de critérios salutares à vida financeira da empresa. O auditor externo trabalha de forma independente, sem vínculo empregatício, e sua atenção está voltada para a confiabilidade dos registros contábeis. Na maioria das vezes, ele também trabalha em parceria com o auditor interno, para testar a eficiência dos sistemas utilizados. As auditorias externa e interna estão, normalmente, ligadas ao campo contábil e possuem interesses comuns e grande conexão entre seus trabalhos. Usualmente, a auditoria interna trabalha mais como uma coordenação dentro da empresa, enquanto a auditoria externa busca comprovar as demonstrações financeiras e, para isso, utiliza-se dos resultados da auditoria interna. Dessa forma, estas duas áreas devem buscar unir seus trabalhos para melhor aproveitamento dos recursos, benefícios e competências. A Origem A origem latina do termo auditoria, que vem de audire (ouvir), foi ampliado pelos ingleses como auditing para denominar a tecnologia contábil da revisão. Para atender o mundo globalizado, de uma sociedade moderna composta pelas grandes organizações, com o desenvolvimento econômico dos países, gerando crescente complexidade na administração dos negócios, onde as transações são contabilizadas em real-time, sujeitas às determinações fiscais e legais, e devido à criação de normas regulamentadoras da profissão, o conceito de auditoria tem-se ampliado ao longo do tempo. [...] é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer ocorrido, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados. Sá (1998, p.25) A auditoria interna é executada por funcionários da empresa de forma permanente e com absoluta independência, cujo objetivo principal é atender à administração da empresa na implementação e vigilância nas normas internas definidas, avaliando e aperfeiçoando com sugestões o controle interno. O auditor interno para alcançar o seu objetivo, também deve ter uma atenção permanente na identificação das possíveis fraudes. A auditoria externa é aquela exercida por profissional liberal ou independente, sem qualquer subordinação com a empresa, tendo como objetivo primordial expressar a opinião se as demonstrações financeiras estão apresentadas de acordo com princípios de contabilidade geralmente aceitos e se esses princípios foram aplicados de forma consistente em relação ao período anterior. O auditor independente também examina e mede o grau de confiança do controle interno que se pode atribuir às demonstrações financeiras, porém não se preocupa em identificar e prevenir fraude, a não ser que as mesmas afetam substancialmente as demonstrações contábeis em exame, em conformidade com a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 700/91, que aprovou as normas de auditoria independente das demonstrações contábeis, dispondo nos itens 11.1.4.3 e 11.1.4. 4. De acordo com dados da GBE – Peritos & Investigadores Contábeis (1997), as perdas com fraudes nas empresas brasileiras (1% do faturamento) não estariam refletindo corretamente a realidade desse problema. A experiência da GBE e dados coletados pessoalmente junto a algumas empresas pesquisadas indicam que as perdas devem estar entre 6% e 7% do faturamento. A fraude caracteriza-se pela ação intencional e com dolo praticada por agentes internos ou externos a entidade de forma não autorizada com vistas a atentar contra os ativos empresariais suprimindo destes resultados empresariais. A despeito de toda a evolução tecnológica advinda da informática, a possibilidade de entrada de dados simultânea e a forma como os dados são introduzidos nos sistemas dificulta o profissional da área administrativa a visualização de fraudes. Pessoas jurídicas tem como objetivo primordial a continuidade operacional e os esforços devem ser envidados no sentido da manutenção das atividades empresariais da pessoa jurídica com responsabilidade social em relação a sociedade da qual é parte integrante. O perfil das fraudes no Brasil tem sofrido algumas alterações em relação a características dos fraudadores passando de atividade individual para atuação em grupo com formação de verdadeiras quadrilhas caracterizando uma nova etapa de fraudes no país. Com o avanço econômico-financeiro e o aparecimento das grandes empresas em vários países, fez-se necessária a auditoria. A auditoria é uma técnica contábil que avalia por meio de processos a veracidade de documentos e informações da empresa e se os mesmos estão de acordo com as normas estabelecidas, todos os processos da auditoria devem ser executados e auditados por um profissional especializado. É uma tecnologia contábil aplicada sistematicamente, sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, sejam eles: ocorridos, por ocorrer ou prospectados e diagnosticados. (SÁ, 2002). A origemda auditoria está fortemente associada com a história da contabilidade, desde os primórdios sempre esteve relacionada com as atividades econômicas, com controle e verificação dos registros das informações encontradas. Segundo dados históricos a auditoria surgiu primeiramente na Inglaterra por volta do século XIV, ano de 1.314 onde o governo utilizava o exame periódico e sistemático das contas públicas. O surgimento e evolução da auditoria estão relacionados com o desenvolvimento econômico das empresas, que devido à expansão do mercado e o acirramento da concorrência estão cada vez mais preocupadas em aprimorar os controles e procedimentos internos. RESPONSABILIDADE LEGAL DO PERITO CONTÁBIL 2.2.1 - O Contador, na função de perito-contador ou perito-contador assistente, deve manter adequado nível de competência profissional, pelo conhecimento atualizado de Contabilidade, das Normas Brasileiras de Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente as aplicáveis à perícia, da legislação relativa à profissão contábil e das normas jurídicas, atualizando-se permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento, educação continuada e especialização, realizando seus trabalhos com a observância da eqüidade. 2.2.1.1 - O espírito de solidariedade do perito-contador e do perito-contador assistente não induz nem justifica a participação ou a conivência com erros ou atos infringentes das normas profissionais e éticas que regem o exercício da profissão. 2.2.2 - O perito-contador e o perito-contador assistente devem comprovar sua habilitação mediante apresentação de certidão específica, emitida pelo Conselho Regional de Contabilidade, na forma a ser regulamentada pelo Conselho Federal de Contabilidade. 2.2.3 - A nomeação, a escolha ou a contratação para o exercício do encargo de perito-contador deve ser considerada como distinção e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do Contador, devendo este escusar-se dos serviços, por motivo legítimo ou foro íntimo, ou sempre que reconhecer não estar capacitado a desenvolvê-los, contemplada a utilização do serviço de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto da perícia assim o requerer. 2.2.4 - A indicação ou a contratação para o exercício da atribuição de perito- contador assistente deve ser considerada como distinção e reconhecimento da capacidade e honorabilidade do Contador, devendo este recusar os serviços sempre que reconhecer não estar capacitado a desenvolvê-los, contemplada a utilização de serviços de especialistas de outras áreas, quando parte do objeto do seu trabalho assim o requerer. A perícia, de modo geral, reveste-se de grande importância por examinar e trazer à luz da verdade fatos obscuros que, para serem esclarecidos, dependem do conhecimento de profissionais habilitados de capacidade técnica-científica e de consciência ética. A sociedade a cada instante depara-se diante de acontecimentos que necessitam da investigação esclarecedora de alguém que possua, sobre a matéria em questão, um profundo conhecimento e relativa experiência, assim através da utilização de procedimentos técnicos e científicos chega-se a constatação da veracidade sobre a situação, coisa ou fato que se quer saber. O contador, na função pericial, tem relevante importância, já que o resultado de sua atuação é prova valiosa e em sua grande maioria decisiva para a aplicação da justiça e que concorre primordialmente para os interesses da sociedade de um modo geral. Diante desse contexto, deve o profissional primeiramente se autoconhecer, fazer uma análise de si mesmo e através da autocrítica direcionar suas atitudes não apenas com a intenção de se autopromover, mas com a consciência de que sua função exerce implicações socioeconômicas. A organização para se manter ou se tornar eficaz, robusta, produtiva e suficientemente ágil para enfrentar desafios, consolidar ou ampliar a posição no mercado em que atua necessita estar continuamente realizando mudanças em sua gestão. Além disso, atualmente, a empresa busca, também, a transparência na administração e nos meios por ela utilizados para a redução, tanto quanto possível, da assimetria informacional existente entre aqueles que geram a informação e aqueles que a utilizam (stakeholders). A empresa, ainda, precisa estar atenta as inúmeras alterações que ocorrem tanto no âmbito civil e penal como no âmbito da legislação tributária. Nesse cenário, a área da contabilidade se torna fundamental uma vez que é responsável pela prestação de contas, elaboração das demonstrações contábeis, entre outras peças contábeis, fundamentais para tomada de decisões. Com o Novo Código Civil de 11 de janeiro de 2003, o profissional contábil assume a responsabilidade solidária juntamente com seu cliente, o encargo dos seus atos ilícitos cometidos por sua gestão na empresa tanto na esfera civil quanto na criminal. A Responsabilidade do Contabilista é orientar seus clientes ou empregador sobre a obrigatoriedade de certos procedimentos a serem adotados pela empresa na área contábil e fiscal. O profissional contábil não deve ser conivente com seu cliente ou induzi-lo à dispensa da escrituração contábil. Essa indução poderá ocasionar prejuízos ao cliente em função de operações financeiras não aprovadas pela falta das demonstrações contábeis ou por demonstrações contábeis emitidas sem base pela falta de escrituração contábil. Em relação as responsabilidades do profissional contábil é indispensável ter em poder o livro Diário, que por sua vez, deve ser autenticado em estabelecimentos de Registro Públicos de Empresas (como Junta Comercial ou Cartório). A escrituração contábil das empresas está de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade, a NBCT 2 e está atendendo também ao disposto no art.1.179 do Código Civil que trata sobre a obrigatoriedade da escrituração contábil nas empresas. Os registros contábeis efetuados na escrituração contábil podem ser visualizados no “Diário” e no “Razão” e constituem os registros permanentes da empresa. Quanto aos Princípios Fundamentais de Contabilidade pode-se afirmar que a empresa, objeto de estudo, observa o princípio da competência no registro contábil dos seus clientes. Em conformidade com o art. 1.186 do Código Civil os balanços e balancetes estão escriturados corretamente. Observou-se também que a empresa observa fielmente os preceitos de escrituração contábil emanados da Lei 6404/76. As demonstrações contábeis são extraídas dos registros e documentos que compõem o sistema contábil. Em conformidade ao parecer sobre esta consulta ao CFC, poderá a contadora frente ao caso em que os sócios não foram localizados, efetuar a publicação em jornal de grande circulação convocando os mesmos para retirar os documentos e livros pertinentes a empresa, sendo assim o contrato de prestação de serviços não terá validade no prazo de 30 dias, sendo que os serviços contábeis deixarão de ser efetuados após este prazo, caso os sócios não compareçam. Ou a contadora poderá fazer a entrega dos documentos e livros através do cartório ou judicial em decorrência do contrato de prestação de serviços não ter mais validade e fazer a cobrança dos seus honorários conforme as regras legais. Quanto a guarda da documentação de todas as empresas a contadora esta obedecendo ao art. 1.194 do Código Civil que o empresário e a sociedade empresarial estão obrigados a manter em perfeita ordem e bom estado a documentação e a escrituração contábil pertencente a empresa, até a sua prescrição que pode ser de no mínimo cinco anos e dependendo de alguns documentos deverão ser guardados por tempo indeterminado. O profissional contábil deve ter em mente que para execução das suas tarefas deve estar atento ao seu aprendizadoe em constante atualização frente a novas alterações e mudanças na legislação que rege as tarefas contábeis que aparecerão no seu dia-a-dia. A legislação existe para ser seguida, basta o profissional estar de acordo e seguir as normas existentes para não ser penalizado futuramente. O zelo profissional é uma atitude que deve ser conservada pelo perito, fazendo-se respeitar e agindo sempre com seriedade e descrição. O respeito deriva do zelo, tendo o perito e o assistente que se respeitar mutuamente, evitando elogios e críticas de cunho pessoal ou profissional. A autocrítica será exercida com rigor e a crítica com benevolência, somente se forem de natureza profissional. Um fator importante para o cumprimento das responsabilidades é a independência. O perito deve evitar e denunciar qualquer interferência que possa dificultar o andamento do trabalho. O único comprometimento do perito é com a verdade dos fatos. O perito contábil tem a responsabilidade profissional de exercer com retidão a atividade, de modo a que o interesse da sociedade como um todo seja preservado. Quem não leva a sério às responsabilidades, independente da tipificação, poderá ser a bola da vez, muito mais rápido que se imaginam, o Brasil já mudou e muito, Juizes, Políticos e até presidente já foram responsabilizados e punidos.
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