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assistência à saúde do trabalhador

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COORDENADORA GERAL:
CARMEN ELIZABETH KALINOWSKI
DIRETORAS ACADÊMICAS:
JUSSARA GUE MARTINI
VANDA ELISA ANDRES FELLI
PROENF | SAÚDE DO ADULTO | Porto Alegre | Ciclo 1 | Módulo 4 | 2007
PROENF
PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM
SAÚDE DO ADULTO
Associação Brasileira de Enfermagem
ABEn Nacional
SGAN, Conjunto “B”.
CEP: 70830-030 - Brasília, DF
Tel (61) 3226-0653 
E-mail: aben@nacional.org.br
http://www.abennacional.org.br
Artmed/Panamericana Editora Ltda.
Avenida Jerônimo de Ornelas, 670. Bairro Santana
90040-340 – Porto Alegre, RS – Brasil
Fone (51) 3025-2550 – Fax (51) 3025-2555
E-mail: info@sescad.com.br
consultas@sescad.com.br
http://www.sescad.com.br
Os autores têm realizado todos os esforços para localizar e indicar
os detentores dos direitos de autor das fontes do material utilizado.
No entanto, se alguma omissão ocorreu, terão a maior satisfação
de na primeira oportunidade reparar as falhas ocorridas.
As ciências da saúde estão em permanente atualização. À
medida que as novas pesquisas e a experiência ampliam nosso
conhecimento, modificações são necessárias nas modalidades
terapêuticas e nos tratamentos farmacológicos. Os autores desta
obra verificaram toda a informação com fontes confiáveis para
assegurar-se de que esta é completa e de acordo com os padrões
aceitos no momento da publicação. No entanto, em vista da
possibilidade de um erro humano ou de mudanças nas ciências da
saúde, nem os autores, nem a editora ou qualquer outra pessoa
envolvida na preparação da publicação deste trabalho garantem
que a totalidade da informação aqui contida seja exata ou
completa e não se responsabilizam por erros
ou omissões ou por resultados obtidos do uso da informação.
Aconselha-se aos leitores confirmá-la com outras fontes. Por
exemplo, e em particular, recomenda-se aos leitores revisar
o prospecto de cada fármaco que lanejam administrar para
certificar-se de que a informação contida neste livro seja correta
e não tenha produzido mudanças nas doses sugeridas ou nas
contra-indicações da sua administração. Esta recomendação
tem especial importância em relação a fármacos novos
ou de pouco uso.
Estimado leitor
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas
ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na web e outros),
sem permissão expressa da Editora.
Os inscritos aprovados na Avaliação de Ciclo do Programa de Atualização em Enfermagem
(PROENF) receberão certificado de 180horas-aula, outorgado pela Associação Brasileira de
Enfermagem (ABEn) e pelo Sistema de Educação em Saúde Continuada a Distância (SESCAD) da
Artmed/Panamericana Editora.
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ASSISTÊNCIA À SAÚDE
DO TRABALHADOR NO CONTEXTO
DA SAÚDE DO ADULTO
VANDA ELISA ANDRES FELLI
MARIA HELENA PALUCCI MARZIALLE
MARIA LÚCIA DO CARMO CRUZ ROBAZZI
NEUSA MARIA COSTA ALEXANDRE
Vanda Elisa Andres Felli – Professora Associada do Departamento de Orientação Profissional da
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP)
Maria Helena Palucci Marzialle – Professora Titular do Departamento de Enfermagem Geral e
Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP)
Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi – Professora Titular do Departamento de Enfermagem Geral e
Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP)
Neusa Maria Costa Alexandre – Professora Associada do Departamento de Enfermagem da
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
INTRODUÇÃO
A assistência à saúde do trabalhador no contexto da saúde do adulto, fundamentado em
conceito ampliado de saúde, passou a vigorar com a Constituição da República Federativa do
Brasil, promulgada em 1988. Este capítulo aborda os dispositivos legais que embasam essa
mudança, e os conceitos que permitem compreender a relação entre trabalho e saúde. Também
serão abordadas as diferentes formas de adoecimento pelo trabalho, com ênfase aos acidentes
ocorridos com trabalhadores da área da saúde, pela exposição aos materiais biológicos.
Neste estudo são evidenciados os distúrbios osteomusculares relacionados com o trabalho
(DORT), com ênfase na avaliação e no diagnóstico precoce desses distúrbios, assim como
nas orientações sobre posturas e movimentos a serem adotados pelos trabalhadores. Na
abordagem desses conteúdos, são apontados responsabilidades e cuidados de enfermagem
a serem prestados aos trabalhadores, quando assistidos nas instituições de saúde. Orienta-
se, em especial, o trabalhador de enfermagem que também sofre problemas de saúde
relacionados ao trabalho que realiza.
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O OBJETIVOS
Ao final deste capítulo, o leitor será capaz de:
■■■■■ contextualizar a saúde do trabalhador como foco da assistência de enfermagem;
■■■■■ discutir conceitos relativos à saúde do trabalhador;
■■■■■ identificar as diferentes formas de adoecimento pelo trabalho, em especial, os acidentes
com exposição a materiais biológicos;
■■■■■ discutir estratégias de prevenção de problemas de saúde;
■■■■■ encontrar subsídios para a assistência de trabalhadores nas diferentes instituições de saúde.
ESQUEMA CONCEITUAL
Assistência
à saúde
do trabalhador
no contexto
da saúde
do adulto
A saúde do trabalhador no sistema único de saúde
Sistema único de saúde e rede nacional de atenção
integral à saúde do trabalhador
O reconhecimento da relação trabalho-saúde
Tipos de cargas de trabalho
As diferentes formas de adoecimento pelo trabalho
Adoecimento pelo trabalho no setor de saúde
Os acidentes de trabalho com exposição a material
biológico no setor de saúde
Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
Abordagem terapêutica e a participação da enfermagem
Avaliação e medidas para diagnóstico e controle
dos distúrbios osteomusculares
Orientações ergonômicas e posturais
Orientações em relação às técnicas adequadas
de levantamento, manuseio e transporte de cargas
Assistência no atendimento clínico
Orientações em relação à postura e movimentos
Orientações em relação aos equipamentos e materiais
Orientações organizacionais e psicossociais
Orientações gerais
Considerações finais
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ADA SAÚDE DO TRABALHADOR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
A discussão sobre a temática saúde do trabalhador, na atualidade, torna imprescindível a
incorporação de alguns instrumentos que passaram a vigorar com a promulgação da Constituição
da República Federativa do Brasil, em 1988,1 após amplo debate do movimento conhecido como
Reforma Sanitária.
Na Constituição Federal,1 a saúde é entendida em seu conceito ampliado e passa a ser um direito
universal do cidadão, direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visam à redução do risco de doenças e outros agravos e o acesso universal e
igualitário às ações e serviços (de saúde) para a sua promoção, proteção e recuperação.
A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação,
a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; ações que se destinam a
garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.2
Nesse conceito apreende-se que o trabalho é um determinante/condicionante da saúde
dos indivíduos.
Anteriormente à promulgação da Constituição, a saúde do trabalhador era tratada essencialmente
no âmbito do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Era tomada no seu caráter reparadore, basicamente, centrada no evento acidente de trabalho, conforme disposto na Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT),3 ou seja, após a instalação de um evento como lesão, perturbação
funcional, doença. Assim, o Ministério assumiu a responsabilidade de dispor legalmente sobre a
concessão de benefícios e regular o exercício do trabalho.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL
À SAÚDE DO TRABALHADOR
A política de saúde desde então instituída deve ser viabilizada pelo Sistema Único de Saúde
(SUS),2 segundo os princípios que o orientam: universalidade, eqüidade, integralidade das
ações e serviços, descentralização e controle social. Dessa forma a saúde do trabalhador,
também, passa a ser da competência do SUS.
Nesse contexto, a saúde do trabalhador é entendida como “um conjunto de atividades
que se destina, por meio das ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à
promoção e à proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação
e à reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos
das condições de trabalho, abrangendo: “...assistência ao trabalhador vítima de
acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; ...”.2 Com
essa disposição, a saúde do trabalhador, no que concerne ao direito à saúde, deve
ser feita no âmbito do SUS.
Como direito universal, a assistência à saúde deve ser dada a todos os trabalhadores, ou seja,
homens e mulheres que exercem atividades para sustento próprio e/ou de seus dependentes,
qualquer que seja sua forma de inserção no mercado de trabalho, no setor formal ou informal da
economia.4
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O Sem dúvida esse avanço legal, que representa a inclusão de cerca de 60 milhões de brasileiros,4
tem encontrado grandes desafios para a sua operacionalização na prática dos serviços de saúde.
Pode-se dizer que as ações de saúde do trabalhador ainda não estão incluídas na rede de
atendimento do SUS ou são desenvolvidas de forma fragmentada das demais ações de saúde e
de forma precária.
A principal estratégia da pasta da saúde para a atenção à saúde do trabalhador no
SUS é a implantação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador
(RENAST).5
A RENAST propõe a atenção integral à saúde do trabalhador no SUS mediante a:
■■■■■ articulação intra-setorial e intersetorial (Previdência Social, Trabalho, Meio Ambiente, Justiça,
Educação e demais setores relacionados com as políticas de desenvolvimento);
■■■■■ informações em saúde do trabalhador;
■■■■■ apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas;
■■■■■ capacitação permanente em saúde do trabalhador;
■■■■■ gestão participativa dos trabalhadores.
O modelo de atenção integral implica atender aos trabalhadores mediante ações de promoção e
proteção da saúde e de vigilância, doentes e acidentados, nos diferentes serviços da rede e em
diferentes níveis de complexidade (urgências, emergências, ambulatórios, unidades básicas, etc.),
orientadas por um critério epidemiológico.4
A atenção integral à saúde é caracterizada pela construção de ambientes e de
processos de trabalho saudáveis; pelo fortalecimento da vigilância de ambientes,
processos e agravos relacionados ao trabalho e à assistência integral à saúde. 6
A ação integral à saúde significa tomar o trabalho como fator determinante do processo saúde-
doença e atender ao “...trabalhador, na qualidade de indivíduo, ainda que os procedimentos de
diagnóstico e tratamento da doença que apresenta sejam os mesmos, independentemente de o
agravo estar ou não relacionado ao seu trabalho atual ou pregresso, é importante que essa relação
seja estabelecida e feitos os encaminhamentos adequados. (...) Assim, as ações de saúde do
trabalhador são desencadeadas a partir da identificação de um agravo à saúde ou de uma situação
de risco, relacionados ao trabalho”. 6
A RENAST propõe um sistema de informação que dá apoio às ações de saúde do trabalhador, as
quais são:
■■■■■ promoção da saúde;
■■■■■ diagnóstico e tratamento;
■■■■■ vigilância da saúde;
■■■■■ orientação do trabalhador;
■■■■■ notificação aos sistemas de informação;
■■■■■ acesso à Previdência Social e ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT);
■■■■■ capacitação e educação permanente;
■■■■■ produção de conhecimento;
■■■■■ controle social.
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ADDiante desse redirecionamento da atenção à saúde do trabalhador, nos cabe refletir
sobre alguns pontos importantes:
■■■■■ Qual é o nosso papel, como enfermeiros que prestam assistência nas diferentes
instituições de saúde?
■■■■■ Como vencer o despreparo dos profissionais que atuam na rede de serviços para
lidar com os riscos e agravos à saúde?
■■■■■ Como definir os encaminhamentos assistenciais e administrativos adequados?
A busca de resposta para esses questionamentos direciona a necessidade de conhecer o significado
da proposta; assumir a responsabilidade de desenvolvê-la, no âmbito da equipe multiprofissional
e de enfermagem; e investir na reorganização dos serviços de saúde. Portanto, necessariamente
ela deve constar da pauta de discussão das equipes de enfermagem tanto nas unidades básicas
de saúde como em outras unidades assistenciais de maior complexidade dos serviços de saúde
(rede regionalizada e hierarquizada de saúde).
O processo de capacitação deverá abranger a esfera cognitiva, de habilidades e de atitudes,
proporcionando a qualificação dos profissionais para desenvolver ações de diagnóstico de doenças
e de agravos, bem como as ações de vigilância dos ambientes e das condições de trabalho.4
Com esses preceitos deverá ocorrer a qualificação dos trabalhadores de enfermagem (que assistem
nos serviços de saúde) para assistir outros trabalhadores mediante programas de educação
permanente que devem assumir a responsabilidade de desenvolver, minimamente, conteúdos
como:
■■■■■ reconhecer a relação entre o trabalho e o problema de saúde;
■■■■■ planejar a assistência à saúde do trabalhador e orientá-lo;
■■■■■ participar do sistema de informações.
1. O que é a RENAST?
A) É a articulação entre a CIPA e o SESMT.
B) A principal estratégia do Ministério da Saúde para a atenção à saúde do
trabalhador no SUS.
C) É uma rede que propõe a atenção integral do trabalhador.
D) As alternativas B e C estão corretas.
Resposta no final do capítulo
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2. Qual a responsabilidade do enfermeiro ao assistir um indivíduo que tem um
problema de saúde relacionado ao trabalho?
A) Discutir, na equipe multidisciplinar, se o problema de saúde foi gerado no
trabalho.
B) Orientar o paciente quanto à relação do seu problema de saúde e o trabalho
e como cuidar-se no desenvolvimento da atividade laborativa, assim como,
quanto às medidas preventivas.
C) Orientar como o trabalhador pode prevenir esses problemas.
D) Todas as alternativas estão corretas.
3. Quais as características da atenção integral à saúde?
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4. Qual o conceito de saúde proposto pela Constituição?.......................................................................................................................................................
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Respostas no final do capítulo
O RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO TRABALHO-SAÚDE
As mudanças ocorridas no mundo do trabalho têm implicado negativamente nos processos
produtivos. Têm sido relatados como conseqüências dessas mudanças:
■■■■■ o desemprego estrutural;
■■■■■ a precariedade do trabalho;
■■■■■ o crescimento do trabalho informal;
■■■■■ a perda de direitos trabalhistas e previdenciários;
■■■■■ a competitividade nas relações de trabalho.7
Nesse cenário, o perfil de adoecimento dos trabalhadores é reflexo dessas mudanças ocorridas,
decorrentes da exigência da lucratividade no modo de produzir.
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ADTem sido relatado o expressivo número de acidentes de trabalho, o aumento da
prevalência de doenças como as lesões por esforços repetitivos (LER) ou distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT); cânceres; perda auditiva;
intoxicações químicas; doenças cardiocirculatórias; problemas emocionais. Outras formas
de adoecimento mal caracterizadas também têm sido relatadas, como o estresse, a
fadiga física e mental e outras expressões de sofrimento relacionadas ao trabalho.4,6,8
Além dessas doenças coexistem, ainda, as doenças profissionais clássicas, a silicose,
as intoxicações por metais pesados e por agrotóxicos, entre outras.4
Para melhor compreensão de como o trabalho implica na saúde, torna-se necessário o
conhecimento das cargas de trabalho a que os trabalhadores são submetidos nos processos de
trabalho, que são geradoras de problemas de saúde.9,10
O trabalho, segundo Marx, é uma atividade realizada pelos homens para atender uma necessidade
social, que é realizada segundo uma finalidade. Ao realizar essa atividade, o homem transforma o
seu objeto de trabalho ao mesmo tempo em que se transforma. 11
Para tornar mais claro esse conceito, podemos refletir com a situação a seguir.
Em uma fábrica de tintas, o trabalhador transforma os ingredientes (corante, água,
solvente, etc.) em tinta (produto), que será estocada e, posteriormente, distribuída e
consumida pelas pessoas para pintar casas e outros objetos visando à conservação,
por exemplo (necessidade).
Assim, no processo de produção da tinta, no qual o trabalhador usa o seu corpo, sua
habilidade e o seu saber desenvolvendo suas habilidades (processo favorável), ele pode
também desenvolver processos desgastantes ou destrutivos, relativos à sua saúde,
como por exemplo, alergias no contato com solventes. Nesse exemplo, pode-se
apreender a relação entre o trabalho e a saúde do trabalhador, mediada pela exposição
às cargas de trabalho (química) e pelo processo de desgaste (alergia).
Esse indivíduo não trabalha sozinho e, provavelmente, outros trabalhadores também
apresentem sintomas de alergia. Portanto é no grupo de trabalhadores que esse problema
de saúde é evidenciado como característico desse coletivo (perfil destrutivo). Por sua
vez, esse trabalho se organiza de uma determinada forma (parcelado por atividades),
visando à geração de lucro (valorização do capital).
Portanto, nesse processo de trabalho existem elementos que interatuam dinamicamente entre si
(objeto, meios e instrumentos e formas de organização) e com o corpo do trabalhador, gerando
processos de desgaste. Esses elementos são denominados cargas de trabalho. 9
O conceito de cargas de trabalho incorpora o de riscos ocupacionais, permitindo estabelecer a
estreita relação entre o trabalho e os problemas de saúde, mesmo quando ainda não se
concretizaram em doenças diagnosticadas, o que é de suma importância na sua prevenção. Os
riscos definidos como ocupacionais são agentes nocivos isolados no ambiente de trabalho que
podem causar doença, ou representam a probabilidade de um determinado evento acontecer.12
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O A exposição dos trabalhadores às cargas de trabalho gera processos de desgaste
particulares, ou seja, a perda da capacidade efetiva e/ou potencial corporal e psíquica.
Esses processos referem-se aos processos de adaptação que são destrutivos da
integridade corporal biopsíquica. Ainda, esses processos não se referem
necessariamente às doenças já diagnosticadas, mas, também, ao processo que as
concretiza, uma vez que é possível recuperar as perdas e as capacidades, assim como
desenvolver as potencialidades.9
Esquematicamente, a relação entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores pode ser visualizada
conforme mostra a Figura 1.
Relação trabalho-saúde
Pólo trabalho
Pólo saúde
Processo de valorização
Processo de trabalho
Objeto, meios/instrumentos, organização/divisão
Cargas de trabalho
Biológicas, físicas, químicas,
mecânicas, fisiológicas e psíquicas
Processos de desgaste
Perfil patológico do grupo
Figura 1 – Relação entre o trabalho e a saúde dos trabalhadores
Fonte: Felli e Tronchin (2005).10
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ADA Figura 1 mostra como são gerados os processos destrutivos no trabalho, uma vez que esse é o
nosso objetivo nesse capítulo. No entanto, é imprescindível explicitar que também existem no
trabalho processos que são favoráveis e preservam a saúde dos trabalhadores, como o
desenvolvimento de habilidades, a convivência amigável com os colegas, o espaço de recuperação
de capacidades psíquicas (por exemplo, quando a vida fora do trabalho é desgastante por causa
de perdas). Esses processos favoráveis também compõem um perfil, que articulado ao perfil
destrutivo, evidenciam a qualidade de vida no trabalho desses indivíduos. 9,13,14
5. São conseqüências de mudanças no mundo do trabalho que têm implicado
negativamente nos processos produtivos, EXCETO:
A) os direitos trabalhistas e previdenciários;
B) o crescimento do trabalho informal;
C) a competitividade nas relações de trabalho;
D) a precariedade do trabalho.
6. O que são processos de desgaste particulares?
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7. Quais são os processos favoráveis que evidenciam a qualidade de vida no
ambiente profissional dos trabalhadores?
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........................................................................................................................................................Respostas no final do capítulo
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O TIPOS DE CARGAS DE TRABALHO
Segundo Laurel e Noriega9 e Silva,15 as cargas de trabalho podem ser classificadas e definidas
conforme apresenta o Quadro 1.
Quadro 1
CLASSIFICAÇÃO E DEFINIÇÃO DE CARGAS DE TRABALHO
A exposição dos trabalhadores às diversas cargas de trabalho é geradora de diferentes processos
de desgaste particulares.
Os processos de desgaste são entendidos como a perda da capacidade efetiva e/ou
potencial corporal e psíquica.9 Referem-se aos processos de adaptação que são
destrutivos da integridade corporal biopsíquica. Esses processos não se referem
necessariamente às doenças já diagnosticadas, mas, também, ao processo que as
concretiza, uma vez que é possível recuperar as perdas e capacidades, assim como
desenvolver as potencialidades. Indicadores globais vêm sendo mais freqüentemente
utilizados para reconhecer o desgaste: sinais e sintomas inespecíficos, morbidade, anos
de vida útil perdidos, envelhecimento acelerado e morte prematura.9
Alguns dos processos de desgaste que acometem os trabalhadores e que constituem foco de
atenção dos enfermeiros e demais trabalhadores da equipe multiprofissional serão abordados
neste capítulo.
Tipo de carga
Biológicas
Químicas
Físicas
Mecânicas
Fisiológicas
Psíquicas
Definição
Ocorrem pela exposição do trabalhador aos microrganismos patogênicos, como
vírus, bactérias, parasitas, fungos, etc.
Ocorrem pela exposição dos trabalhadores às substâncias químicas, que servem a
diferentes finalidades e podem estar em diferentes estados (sólido, líquido e gasoso).
Ocorrem pela exposição aos diferentes agentes físicos, como: temperatura (frio/
calor), ruído, umidade, iluminação, eletricidade, risco de incêndio, emissão de
radiações, etc.
São as mais visíveis, uma vez que se convertem na ruptura de continuidade
instantânea do corpo. São, assim, as mais facilmente reconhecidas como acidentes
de trabalho, como as geradoras de contusões, torções, escoriações, hematomas,
fraturas, perfurações e cortes.
São as decorrentes do uso inadequado do corpo e interferem no funcionamento
deste, como na manipulação de peso excessivo, trabalho em pé, posições
inadequadas e incômodas, trabalho noturno e rodízios de turno.
Ocorrem pela exposição do trabalhador às subcargas (monotonia/repetitividade, falta
de criatividade, fragmentação/ parcelamento das atividades e outras em que o
trabalhador não faz uso de suas potencialidades) e sobrecargas (atenção constante,
supervisão estrita, situações de tensão e estresse, ritmo acelerado de trabalho,
desarticulação de defesas coletivas e outras em que o trabalhador usa
excessivamente a sua força de trabalho).
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8. O que são cargas de trabalho e quais os tipos?
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9. Explique o que são processos de desgaste.
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10. Com base no Quadro 1, relacione os tipos de cargas de trabalho e suas
respectivas definições.
Respostas no final do capítulo
AS DIFERENTES FORMAS DE ADOECIMENTO PELO TRABALHO
Em situações muito corriqueiras, os enfermeiros assistem e planejam a assistência de pacientes
sob sua responsabilidade, muitas vezes sem identificar que os problemas de saúde são gerados
no trabalho. Essa identificação torna-se imprescindível para a promoção do autocuidado,
especialmente para as orientações demandadas pelos pacientes. Para tanto, abordamos os
determinantes do processo saúde-trabalho, os conceitos de acidentes de trabalho e outros
correlatos que orientam essa identificação.
Tipos
( A ) Biológicas
( B ) Psíquicas
( C )Químicas
( D )Fisiológicas
( E ) Físicas
( F ) Mecânicas
( ) Ocorrem pela exposição dos trabalhadores
às substâncias químicas.
( ) Ocorrem pela exposição do trabalhador a
situações de tensão e estresse.
( ) Ocorrem pela exposição a agentes como
ruído, umidade, iluminação e risco de
incêndio.
( ) Ocorrem pela exposição do trabalhador a
microrganismos patogênicos.
( ) São as mais facilmente reconhecidas como
acidentes de trabalho.
( ) Decorrem do uso inadequado do corpo,
como na manipulação de peso excessivo.
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O A evolução da morbidade e da mortalidade da classe trabalhadora acompanha o desenvolvimento
do modo de produção. Nos primórdios do capitalismo, na fase de acumulação primitiva,
predominavam as doenças originárias diretamente do baixo consumo de bens e serviços, das
condições de vida e classe, embora estivessem presentes e em ascensão as doenças respiratórias,
provocadas por poeiras orgânicas e minerais dos ambientes de trabalho.
Tanto na fase de acumulação mais acelerada e pré-monopolista como na fase seguinte, de franca
monopolização, houve primazia dos acidentes e das doenças do trabalho, sendo esses ciclos
marcados pela “violência explícita do trabalho”.16
No setor de assistência à saúde no Brasil, por exemplo, o aumento na terceirização da força de
trabalho trouxe conseqüências tanto em relação à qualidade dos produtos, quanto às condições e
relações de trabalho. Estas merecem ser analisadas, especialmente no contexto da regulação
dos contratos de trabalho e do acirramento da concorrência entre grupos profissionais que podem
gerar problemas relacionados à qualidade técnica e à ética do trabalho.17
Todas as profissões envolvem riscos inerentes à natureza e ao ambiente onde o profissional atua,
os quais podem ser responsáveis por acidentes do trabalho e/ou doenças ocupacionais.
Acidente de trabalho é definido como aquele que pode ocorrer pelo exercício do trabalho
a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause
morte, perda ou redução da capacidade de trabalho.18
Legalmente equiparam-se ao acidente de trabalho, para efeitos do regulamento do seguro de
acidente do trabalho, a doença profissional ou do trabalho.
Segundo o Decreto 2.172 de 05 de março de 199719 , a doença profissional é entendida
como: “aquela produzida ou desencadeada pelo exercício de trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da relação de doenças elaborada pelo Ministério do
Trabalho e Previdência Social. A doença do trabalho é entendida como aquela adquirida
em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona
diretamente, constante da relação de doenças elaborada pelo Ministério do Trabalho e
Previdência Social”.Na referida relação de doenças profissionais ou do trabalho, o agente patogênico é relacionado
ao tipo de trabalho que contém risco (químicos, físicos, biológicos, etc.).
No período de 1999 a 2003, a Previdência Social registrou 1.875.190 acidentes de trabalho no
Brasil, sendo 15.293 com óbitos e 72.020 com incapacidade permanente, média de 3.059 óbitos/
ano, entre os trabalhadores formais (média de 22,9 milhões em 2002). O coeficiente médio de
mortalidade, no período considerado, foi de 14,84 por 100.000 trabalhadores.20 A comparação
desse coeficiente com o de outros países, tais como Finlândia (2,1 em 2001), França (4,4 em
2000), Canadá (7,2 em 2002) e Espanha (8,3 em 2003), significa que o risco de morrer por acidente
de trabalho no Brasil é cerca de duas a cinco vezes maior.
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ADCabe ressaltar que acidentes e doenças relacionados ao trabalho são agravos previsíveis
e, portanto, evitáveis. Em 2003, segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social,
as lesões de punho e da mão representaram 34,20% dos acidentes. O trabalho com
máquinas e equipamentos obsoletos e inseguros são responsáveis por cerca de 25%
dos acidentes de trabalho graves e incapacitantes registrados no país.21
11. Como pode ser definido o acidente de trabalho?
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12. O que é a doença de trabalho?
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13. Quais são as formas atuais de adoecimento pelo trabalho?
A) Situações de risco relacionadas ao trabalho realizado, adoção das novas
tecnologias e métodos gerenciais nos processos de trabalho.
B) Condições e relações de trabalho inadequadas, regulação dos contratos de
trabalho, problemas relacionados à qualidade técnica e ética do trabalho, riscos
inerentes à natureza e ao ambiente na qual o profissional atua, os quais podem
ser responsáveis por acidentes do trabalho e/ou doenças ocupacionais.
C) Fatores individuais, ambientais, sociais, econômicos e políticos.
D) Todas as alternativas anteriores.
Respostas no final do capítulo
ADOECIMENTO PELO TRABALHO NO SETOR DE SAÚDE
Vários são os fatores responsáveis pelo agravo à saúde dos trabalhadores do setor da saúde e,
portanto, as ações de saúde do trabalhador devem ser desencadeadas a partir da identificação de
situações de risco relacionadas ao trabalho realizado.
Um dos fatores responsáveis pelo adoecimento dos profissionais de saúde está relacionado à
adoção das novas tecnologias e métodos gerenciais nos processos de trabalho, os quais contribuem
para modificar o perfil de saúde, de adoecimento e de sofrimento dos trabalhadores.
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O Entre as doenças relacionadas ao trabalho mais freqüentes estão:
■■■■■ LER/DORT;
■■■■■ sofrimento mental, principalmente depressão, e atualmente constata-se um aumento dos
episódios de violência contra o trabalhador no seu local de trabalho, traduzida pelos acidentes
e doenças do trabalho;
■■■■■ violência decorrente de relações de trabalho deterioradas, como no trabalho escravo e
envolvendo crianças;
■■■■■ violência ligada às relações de gênero e ao assedio moral, caracterizada pelas agressões
entre pares, chefias e subordinados.
As dimensões afetivas e emocionais sempre estiveram presentes no desenvolvimento do trabalho
humano e, no entanto, apenas na atualidade sua importância tem sido mais enfatizada,
especialmente no setor de serviços no qual tem havido um aumento do controle sobre os
sentimentos do trabalhador no ambiente de trabalho.
Se antes o trabalhador ficava exposto apenas às exigências e cobranças feitas pelos seus
superiores hierárquicos, hoje ele também fica sujeito às pressões de terceiros, como os clientes,
cada vez mais exigentes e conscientes de seus direitos como usuários de serviços. Os profissionais
do setor de serviços trabalham, na atualidade, constantemente pressionados para que o
atendimento seja cordial, rápido, eficiente e eficaz, além de se mostrarem muito produtivos, atingindo
ou mesmo ultrapassando as metas estabelecidas pela empresa e, muitas vezes, sendo vítimas
de atos de violência.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),22 “a violência é o uso intencional da
força física ou do poder, real ou por ameaça, contra a própria pessoa, contra outra
pessoa, ou contra um grupo ou comunidade que pode resultar, ou tem alta probabilidade
de resultar em morte, lesão, dano psicológico, alterações do desenvolvimento ou de
privação”.
A violência no trabalho ou ocupacional é constituída por incidentes nos quais os
trabalhadores sofrem abusos, ameaças ou ataques em circunstâncias relacionadas com
o seu trabalho, incluindo o trajeto, que colocam em perigo, implícita ou explicitamente,
sua segurança, seu bem-estar ou sua saúde podendo ocasionar o adoecimento pelo
trabalho.23
A violência no trabalho é um problema freqüentemente observado nos hospitais, principalmente
nos serviços de emergência nos quais os trabalhadores da equipe de saúde, ora atores, ora
vítimas de atos violentos, estão reproduzindo e perpetuando situações de agressividade,
prejudicando a assistência prestada aos usuários/pacientes e desenvolvendo enfermidades
ocasionadas pelo trabalho.
A violência no trabalho traz conseqüências individuais (desmotivação, estresse, medo,
fobias e perturbações do sono), diminuição na qualidade dos serviços de saúde, redução
da produtividade, deterioração nas relações interpessoais e aumento do absenteísmo.
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ADCom a finalidade de minimizar o problema, a Organização Internacional do Trabalho (OIT22) e a
OMS determinaram, por meio das diretrizes para o setor da saúde, que os empregadores são
responsáveis em assegurar a saúde, manter a segurança e o bem-estar dos trabalhadores. Também
devem eliminar todos os riscos previsíveis de violência ocupacional, valorizar as políticas e planos
para combater esse fenômeno, a fim de propiciar um ambiente mais tranqüilo e seguro. Considera-
se imprescindível que os trabalhadores do setor saúde sejam capacitados a prevenir e a enfrentar,
de maneira adequada, atos de violência ocupacional.
O assédio moral e a síndrome de Burnout têm sido evidenciados como situações que também
comprometem a saúde do trabalhador.
O assédio moral refere-se a todo comportamento abusivo que expõe os trabalhadores
a humilhações, constrangimentos e situações vexatórias vividas no trabalho que podem
comprometer a identidade, a dignidade e as relações afetivas e sociais. As depressões,
angústias e outros danos psíquicos podem expressara existência desse risco invisível
nas relações e condições de trabalho.
Burnout designa aquilo que deixou de funcionar por exaustão de energia e compreende
três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuição do sentimento
de realização profissional.
A síndrome de Burnout atinge especialmente professoras e trabalhadoras de enfermagem que
se defrontam com a questão do “vincular-se versus não vincular-se afetivamente”, pois o afeto é
parte obrigatória do investimento desses trabalhadores envolvidos com o cuidado.
Assim, percebe-se que a relação trabalho-saúde-doença é influenciada por uma série de fatores
individuais, ambientais, sociais, econômicos e políticos, no entanto é direito de todo o cidadão ter
um trabalho decente e seguro. Cabe aos governantes o estabelecimento de atos que assegurem
a oferta de empregos, adequadas condições de trabalho, seguridade social e assistência à saúde.
Porém, cabe aos empregadores e aos trabalhadores o uso de medidas de controle e de prevenção
à ocorrência de acidentes de trabalho e às doenças ocupacionais.
14. Explique o que é a violência ocupacional e quais suas conseqüências.
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Resposta no final do capítulo
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15. O que é o assédio moral?
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16. Descreva a síndrome de Burnout.
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Respostas no final do capítulo
OS ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL
BIOLÓGICO NO SETOR DE SAÚDE
Dentre os trabalhadores do setor terciário estão os próprios trabalhadores de saúde, que
representam um grande contingente de pessoas. O setor da saúde está entre os 10 que mais
empregam trabalhadores em nosso país e um grande problema enfrentado pelos trabalhadores é
a freqüente ocorrência de acidentes de trabalho com exposição a material biológico.
Os acidentes de trabalho com material biológico representam um risco para os
trabalhadores das instituições de saúde devido à possibilidade de transmissão de
patógenos como o vírus da hepatite B (HBV) e da síndrome da imunodeficiência adquirida
– AIDS (HIV), os quais podem ser letais.24
Os trabalhadores da equipe de saúde que atuam nos serviços de apoio hospitalar, ou de outras
unidades de saúde, como os serviços de limpeza, lavanderia e laboratório estão expostos aos
microorganismos causadores de infecções devido ao contato com pacientes e materiais infectados.
O risco de infecção está condicionado:
■■■■■ ao agente – virulência, toxidade, dose infecciosa e via de infecção;
■■■■■ ao hospedeiro – idade, sexo, gravidez, imunidade e doenças capazes de facilitar a instalação
de novos agentes;
■■■■■ à atividade ocupacional – técnicas e método, qualidade dos equipamentos e materiais de
trabalho, prática de medidas eficazes de higiene e segurança do trabalho.
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ADExistem três tipos diferentes de vias de penetração dos agentes biológicos no organismo humano:
■■■■■ cutânea – por meio de ferimentos ou lesões na pele, como aqueles ocasionados por material
perfurocortante;
■■■■■ digestiva – pela ingestão de material ou alimentação contaminada;
■■■■■ respiratória – aspiração de ar contaminado.
Acidentes ocasionados por picadas de agulhas são responsáveis por 80 a 90% das
transmissões de doenças infecciosas entre trabalhadores de saúde e o risco de
transmissão de infecção de 1 agulha contaminada é de 3 para a Hepatite B, 1 em 30
para hepatite C e 1 em 300 para o HIV.25
O International Health Care Worker Safety Center,26 indica que o risco de infecção pós-
exposição ocupacional com material perfurocortante é de 0,25% a 0,4% para o vírus
HIV, 6% a 30% para o vírus HBV e 0,4% a 1,8% para o vírus HCV.
Nos Estados Unidos estima-se que aproximadamente 8 milhões de trabalhadores de saúde são
anualmente vítimas de acidentes com material perfurocortante e os estudantes de medicina, de
odontologia e de enfermagem também formam um grupo muito atingido por esse tipo de acidente.
Dos 16.922 acidentes de trabalho documentados pelo National Surveillance System for Hospital
Health Care Workers (NaSH) no período de 1995 a 2001, cerca de 44% ocorreu com enfermeiras,
28% com médicos, 15% técnicos de laboratório, 4% estudantes e 3% com o pessoal de limpeza.27
Além do risco de contrair infecções, os acidentes de trabalho com exposição aos materiais biológicos
podem gerar no trabalhador sérias repercussões psicossociais levando-o às mudanças nas relações
de trabalho, familiares e sociais, devido às associações ao HIV e a AIDS, às reações
psicossomáticas pós-profilaxia utilizada, à exposição ocupacional e ao impacto emocional.28
Para Marziale e Nishimura,29 as causas dos acidentes de trabalho com exposição aos materiais
biológicos estão relacionadas:
■■■■■ à não-adoção das precauções de segurança;
■■■■■ ao encape ativo de agulhas;
■■■■■ à não-utilização de luvas;
■■■■■ ao descarte de material perfurocortante em recipientes inapropriados segundo tipo/material de
fabricação, localização nos postos de trabalho e, ainda, o desrespeito aos limites de capacidade;
■■■■■ à não-disponibilidade de agulhas e/ou cateteres intravenosos com sistema de segurança;
■■■■■ ao pequeno espaço físico dos postos de trabalho;
■■■■■ a inadequações na organização do trabalho e nas condições de trabalho oferecidas aos
trabalhadores (grande demanda de usuários versus número de trabalhadores, horários e
esquema de turnos, entre outros).
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O Ações de saúde do trabalhador foram desencadeadas em todo o mundo por meio de
recomendações da OIT com a finalidade de identificação, controle e elaboração de estratégias
para prevenção dos acidentes com exposição a material biológico entre os trabalhadores da saúde,
considerando a grande freqüência dessas ocorrências. Isso porque as conseqüências da exposição
ocupacionalaos patógenos transmitidos pelo sangue por meio de um acidente desse tipo não
está somente relacionada à infecção, mas também a traumas psicológicos que perduram dias e
até meses, quando da espera dos resultados dos exames sorológicos por esses trabalhadores e
seus familiares.
O trabalhador vítima de traumas psicológicos ocorridos por acidentes perfurocortantes
tem sofrido ainda outras conseqüências, tais como alterações das práticas sexuais,
efeitos colaterais das drogas profiláticas e perda do emprego.26
Nos Estados Unidos, o elevado número de lesões percutâneas sofridas por trabalhadores de
saúde chamou a atenção das instituições públicas levando ao reconhecimento da gravidade do
problema e a criação de uma legislação específica (Needlestick Safety and Prevention Act)
regulamentada por meio da Occupational Safety & Health Agency (OSHA),30 tornando obrigatória
a adoção de medidas preventivas.
Diante do diagnóstico de lesão percutânea, os CDC e os hospitais americanos desenvolvem
planos pós-exposição ocupacional ao sangue e aos fluidos corpóreos que envolvem notificação,
avaliação e tratamento do trabalhador, a fim de elaborar estratégias e estimativas e avaliar as
condutas a serem adotadas para redução dos acidentes. O sistema padronizado de registro, o
Exposure Prevention Information Network (EPINet), foi criado por pesquisadores da Universidade
de Virgínia e atualmente é usado por hospitais e instituições de saúde para notificar como as
exposições ocupacionais ocorrem e a eficiência das medidas preventivas adotadas.31
Assim, torna-se evidente a importância da notificação do acidente para o planejamento de
estratégias preventivas, um recurso que assegura ao trabalhador o direito de receber avaliação
médica especializada, tratamento adequado e benefícios trabalhistas. A subnotificação da exposição
ocupacional às doenças infecciosas é uma grande barreira para entender os riscos e os fatores
associados com a exposição ocupacional a sangue e fluidos corpóreos.
No Brasil, embora o risco de acidentes dessa natureza esteja presente nas atividades
dos profissionais de saúde, do grande número de pacientes portadores dos vírus HIV,
HBV e HCV e das condições de trabalho oferecidas por muitos hospitais, é observada a
inexistência de dados sistematizados sobre a ocorrência dos acidentes com material
perfurocortante que permitam conhecer a real magnitude do problema. Outro fator que
dificulta conhecer a realidade brasileira é a falta da cultura para a notificação do acidente
do trabalho.
Em nosso país, o Ministério da Saúde acrescentou a notificação para doenças e acidentes do
trabalho no SUS por meio do Sistema Nacional de Agravos de Notificação Compulsória (SINAN).
No entanto, são enfrentados problemas relacionados ao controle e à notificação dos acidentes de
trabalho, pois existem Serviços de Segurança e Medicina do Trabalho das Empresas (SESMT’s)
que não cumprem a Constituição e não notificam ao SUS a morbidade, a mortalidade e os acidentes
do trabalho.
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ADAs Comunicações de Acidentes do Trabalho (CATs) são de emissão passiva, sem vigilância
ativa, sem controle de subnotificação e sem certificação de qualidade. Além disso, os gestores
estaduais e municipais do SUS não têm acesso em linha direta via internet ao sistema de
notificações eletrônicas implantado a partir do ano de 2000. Nos poucos municípios que fizeram
convênios com a Previdência anteriores a 1999, o SUS contabiliza e processa o componente
residual de CATs ainda feitas em papel, preenchidas à mão e, em alguns lugares, com seis vias de
formulário.
Segundo Santos e colaboradores,32 em 1997 houve no Brasil o registro do primeiro
caso de contaminação de um auxiliar de enfermagem pelo vírus HIV com confirmação
da AIDS, devido à exposição ocupacional decorrente de um acidente de trabalho com
material perfurocortante ocorrido em 1994. No entanto, muitos trabalhadores de
enfermagem em nosso país desconhecem essa informação, bem como os riscos a que
estão expostos no ambiente de trabalho.
Embora o número de pesquisas abordando o referido problema tenha aumentado na última década
e tenha contribuído para a aquisição de conhecimentos sobre a problemática dos acidentes de
trabalho entre trabalhadores da área de saúde, as investigações, na maioria das vezes, retratam
a realidade de alguns hospitais ou de algumas regiões do país.
Os resultados das pesquisas têm sido imprescindíveis para as mudanças das práticas de trabalho;
elas têm alertado para a necessidade de conscientização dos trabalhadores, administradores e
instituições sobre os riscos da exposição ocupacional ao sangue e aos fluidos corpóreos que
podem causar infecção e a necessidade de incentivar sua notificação. No entanto, há necessidade
do desenvolvimento de pesquisas abrangentes que retratem o real diagnóstico da situação dos
acidentes de trabalho com material perfurocortante no Brasil.
Dentre as estratégias utilizadas por pesquisadores para buscar o diagnóstico mais
ampliado da ocorrência de acidentes com exposição de trabalhadores a material biológico
ocorridos nos hospitais do Brasil foi criada a Rede de Prevenção de Acidentes de Trabalho
(REPAT), que possibilita o controle eletrônico do número desses acidentes e o
planejamento de ações para prevê-los.24
Assim, a prática da notificação do acidente de trabalho é primordial. Legalmente no Brasil, notificar
um acidente do trabalho significa registrá-lo no protocolo de CAT, disponibilizado por via impressa
e eletrônica. O empregador é obrigado a comunicar à Previdência Social a ocorrência do evento
acidentário. A notificação deve ser feita até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e de
imediato a autoridade policial competente em caso de acidente fatal.
No caso de falta de comunicação por parte da empresa, poderão emitir a CAT o próprio acidentado,
seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade
pública, não havendo nesse caso limite de prazo para a notificação.21 Nesse caso, compete aos
enfermeiros e equipe de enfermagem a notificação desses acidentes quando da sua ocorrência,
assim como orientar a necessária notificação, quando na assistência à outros indivíduos que
sofreram acidentes de trabalho.
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O Apesar da obrigatoriedade de emissão da CAT, observa-se em nosso país a subnotificação dos
acidentes de trabalho. O sistema de informação utilizado apresenta falha devido à concepção
fragmentada das relações de saúde e trabalho, marcada por uma divisão e alienação das tarefas
dos profissionais responsáveis pelo registro da CAT, os quais privilegiam o cumprimento de normas
burocráticas, mas não o envolvimento profissional com a questão acidentária.
As estatísticas dos acidentes do trabalho são importantes fontes de informação para
programas que visam a tornar as práticas de trabalho mais seguras.
O sub-registro dos acidentes, por sua vez, tem aumentado nos momentos de recessão econômica
devido, entre outros aspectos, ao medo do trabalhador de perder seu emprego.33 Napoleão e
colaboradores,33 ao estudar as causas de subnotificação de acidentes do trabalho entre o pessoal
de enfermagem constataram, dentre os motivos alegados pelos trabalhadores, o desconhecimento
dos reais riscos causados pelo acidente e da necessidade da realização da notificação.
Múltiplos fatores podem estar associados à ocorrência dos acidentes; no entanto, dentre os
principais fatores estão aqueles relacionados a inadequações da organização do trabalho, das
práticas de trabalho adotadas, dos materiais disponíveis e dos fatores pessoais.
Observa-se que o registro de um pequeno número de acidentes, o que levanta a hipótese de
subnotificaçãodas inoculações acidentais, quando relacionado ao grande volume de manipulação
de agulhas e cateteres intravenosos efetuada pelos profissionais de enfermagem na execução de
suas atividades.
O registro das informações sobre a ocorrência dos acidentes é extremamente importante para o
planejamento de estratégias preventivas para a não-ocorrência dos acidentes de trabalho. Lawrence
e colaboradores34 consideram que diferentes estratégias podem ser empregadas para diminuir
essa ocorrência, entre as quais, ressaltam a reorientação do comportamento dos profissionais
para a adoção de práticas seguras de trabalho.
A adoção de medidas preventivas tem sido considerada a melhor estratégia para
minimizar a ocorrência dos acidentes com lesões percutâneas. Os programas preventivos
devem estar centrados na prevenção primária efetuada por meio da análise das práticas
de trabalho, identificando os riscos das mesmas, e no controle de engenharia e ergonomia
voltadas aos instrumentos e materiais construídos para impedir as lesões percutâneas.
Estratégias de prevenção devem ser utilizadas pelo pessoal de saúde e de enfermagem, como
também por outros trabalhadores na ocorrência de acidentes com exposição a fluidos corpóreos
(Quadro 2).
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ADQuadro 2
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO
Quando a exposição acidental a material biológico ocorrer, medidas devem ser tomadas.
Assim, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, por meio do programa de DST/
AIDS, recomenda que os acidentes que envolvam exposição a material biológico sejam
analisados quanto ao material biológico envolvido, ao tipo de acidente e à situação
sorológica do paciente fonte em relação ao HIV. Se for indicado quimioprofilaxia, ela
deverá ser iniciada nas primeiras duas horas após o acidente, tendo duração de quatro
semanas ou até que se tenha o resultado da sorologia do paciente fonte.35
17. Quais as estratégicas básicas para prevenir a exposição ocupacional a fluidos
corpóreos?
A) Identificar no local de trabalho quais são os fatores de risco.
B) Seguir as precauções padrão, usar agulhas e cateteres com sistema de
segurança, descartar o material perfurocortante em recipientes adequados
de paredes rígidas e respeitar os limites de sua capacidade, estar vacinado
contra a hepatite B.
C) Usar luvas, não encapar agulhas e descartar os dispositivos agulhados em
coletores posicionados em locais de fácil acesso, respeitando os limites de
capacidade do recipiente.
D) Participar de treinamentos para prevenção de acidentes do trabalho e notificar
o acidente do trabalho, mesmo que você esteja certo de que o paciente não é
portador de doença infecciosa, ou porque houve apenas uma pequena lesão.
18. O que é e para que foi criada a REPAT?
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Respostas no final do capítulo
■■■■■ Identificar no local de trabalho quais são os fatores de risco.
■■■■■ Seguir as precauções padrão.
■■■■■ Usar luvas.
■■■■■ Não encapar agulhas.
■■■■■ Estabelecer uma rotina de descarte do material, após a realização dos procedimentos.
■■■■■ Descartar os dispositivos agulhados imediatamente em coletores apropriados de paredes rígidas,
posicionados em locais de fácil acesso e no limite de alcance dos braços. Respeitar os limites da
capacidade do recipiente.
■■■■■ Usar agulhas e cateteres com sistema de segurança.
■■■■■ Participar de treinamentos para prevenção de acidentes do trabalho.
■■■■■ Providenciar vacinação contra a hepatite B (três doses).
■■■■■ Notificar o acidente do trabalho, mesmo que você esteja certo de que o paciente não é portador de
doença infecciosa, ou porque houve apenas uma pequena lesão.
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19. Qual a importância do registro de informações sobre a ocorrência de acidentes
de trabalho?
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Resposta no final do capítulo
DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AO
TRABALHO
Os distúrbios osteomusculares representam um sério problema de saúde pública pelos
impactos pessoais, sociais e econômicos que acarretam. Esses distúrbios incluem uma
grande variedade de condições inflamatórias e degenerativas que afetam músculos,
tendões, ligamentos, nervos periféricos e veias, sendo que as regiões corporais mais
envolvidas são a coluna lombar, a cervical, os ombros, os antebraços e as mãos.36 São
considerados relacionados ao trabalho quando o ambiente e a realização do trabalho
contribuem significativamente para o seu desenvolvimento.37 No Brasil tornaram-se
conhecidas como LER, sendo atualmente também denominados DORT.38
A LER/DORT caracteriza-se pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não, tais como
dor, parestesia, sensação de peso e fadiga, causando freqüentemente incapacidade laboral
temporária ou permanente.39 O quadro clínico é específico para as diferentes afecções, de acordo
com a patologia de base (bursite, síndrome do túnel do carpo, tenossinovites e tendinites, lombalgia,
entre outros). Pode se apresentar por meio de quadros clínicos objetivos, quando é possível fazer
um diagnóstico, ou como sinais e sintomas associados de forma pouco característica.40
Várias teorias tentam explicar a fisiopatologia dos distúrbios osteomusculares, sendo considerados
um processo interativo entre fatores genéticos, morfológicos, psicossociais e biomecânicos.
As afecções osteomusculares são, então, causadas por inúmeros fatores inter-relacionados que
variam segundo a área corporal comprometida.41 Ao analisar esses fatores, deve-se observar sua
intensidade, duração e freqüência.
Os fatores de risco ocupacionais geralmente são divididos em físicos e psico-organizacionais.
No entanto, devido à natureza multicausal das desordens osteomusculares, a literatura tem
discutido também sobre os fatores pessoais que podem influenciar a ocorrência dessas
afecções.37 (Quadro 3)
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ADQuadro 3
FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS
Os fatores de risco físicos são agravados pela presença de temperaturas frias. Na prática,
existe uma combinação desses fatores nas situações reais de trabalho.
Considerando que as pesquisas sobre as causas e o tratamento de sintomas osteomusculares
em trabalhadores têm gerado controvérsias, cada vez mais são buscadas novas abordagens para
enfrentar esse problema ocupacional. A literatura tem apontado estratégias tais como:
■■■■■ implementação de avaliações diagnósticas precoces;
■■■■■ orientações ergonômicas e posturais;
■■■■■ utilização de equipamentos e materiais auxiliares;
■■■■■ revisãode aspectos psico-organizacionais;
■■■■■ melhoria no posto de trabalho;
■■■■■ programas de exercícios e alongamentos;
■■■■■ alterações no estilo de vida.
20. Sobre os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho podemos dizer
que:
A) atingem somente os membros superiores;
B) apresentam um quadro clínico definido, sendo fácil fazer um diagnóstico
preciso;
C) são sempre causados por fatores físicos do trabalho;
D) geralmente são causados por uma combinação de fatores, sendo importante
considerar a intensidade, a freqüência e a duração desses fatores.
Resposta no final do capítulo
Físicos41,36
■■■■■ Levantamento e manuseio
de cargas
■■■■■ Esforço físico
■■■■■ Manutenção de uma postura
ou posição por tempo
prolongado
■■■■■ Movimentos freqüentes
de flexão e torção
■■■■■ Posturas inadequadas
■■■■■ Movimentos repetitivos
■■■■■ Vibração
■■■■■ Pressão mecânica sobre
determinados segmentos
do corpo
Psico-organizacionais42,41
■■■■■ Satisfação no trabalho
■■■■■ Falta de autonomia
■■■■■ Trabalho monótono
■■■■■ Suporte social
■■■■■ Falta de definições de
papéis
■■■■■ Pressão no trabalho
■■■■■ Avaliação de desempenho
baseada em produtividade
■■■■■ Outros
Pessoais42
■■■■■ Gênero
■■■■■ Obesidade
■■■■■ Tabagismo
■■■■■ Histórico de saúde
■■■■■ Prática de esportes
■■■■■ Condição
socioeconômica
■■■■■ Condicionamento físico
■■■■■ Outros
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21. São sintomas de distúrbios osteomusculares, EXCETO:
A) parestesia;
B) febre;
C) fadiga;
D) dor.
22. Dentre os fatores de risco ocupacionais, cite os caracterizados como fatores
pessoais.
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Respostas no final do capítulo
ABORDAGEM TERAPÊUTICA E A PARTICIPAÇÃO DA ENFERMAGEM
A abordagem terapêutica deve sempre englobar uma equipe multiprofissional e envolver atividades
de diversas naturezas, reconstruindo modos de trabalhar e viver.39 Dentro desse contexto, o presente
capítulo tem por objetivo descrever os pontos básicos da atuação da enfermagem no processo
terapêutico e preventivo dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.
Avaliação e medidas para diagnóstico e controle dos distúrbios
osteomusculares
Uma das primeiras medidas preventivas para evitar a cronicidade e incapacidade em trabalhadores
é uma avaliação precoce das afecções do sistema osteomuscular. Para isso, deve-se realizar
uma avaliação cuidadosa empregando métodos semiológicos padronizados. Uma propedêutica
sistematizada deve englobar uma anamnese, com ênfase nos aspectos ocupacionais e ergonômicos
e um exame físico específico que pode utilizar os seguintes métodos:
■■■■■ inspeção estática e exame postural;
■■■■■ inspeção dinâmica;
■■■■■ palpação;
■■■■■ avaliação da força e flexibilidade musculares;
■■■■■ exame neurológico e manobras especiais.43
É importante também avaliar o cliente em relação aos diferentes aspectos relacionados
aos sintomas osteomusculares, tais como intensidade da dor, capacidade funcional,
qualidade de vida e estado emocional. A literatura tem descrito escalas e questionários
validados para avaliar esses aspectos.44,45 Esses instrumentos são muito importantes,
pois fornecem dados para melhorar e avaliar a eficácia de tratamentos e programas de
prevenção.
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ADOrientações ergonômicas e posturais
Pesquisas abordando a avaliação de programas educacionais que envolvem princípios de
ergonomia e biomecânica têm mostrado que esse treinamento representa uma das estratégias
para auxiliar na prevenção de sintomas osteomusculares.46,47 Essa abordagem educativa deve
ser complementada com o estabelecimento de práticas seguras de trabalho dentro de uma estrutura
ergonômica, o que engloba uma avaliação do ambiente, dos equipamentos e dos indivíduos com
a redução dos fatores de risco.48
A enfermagem deve participar da implementação das alterações ergonômicas no
ambiente de trabalho e participar ativamente de todas as abordagens educativas descritas
a seguir.
Orientações em relação às técnicas adequadas de levantamento, manuseio e transporte
de cargas
As principais orientações em relação às técnicas adequadas de levantamento, manuseio e
transporte de cargas são:
■■■■■ planejar o procedimento;
■■■■■ avaliar a carga;
■■■■■ manter um espaço livre para acesso à carga;
■■■■■ obter condições seguras do solo e do trajeto a ser percorrido;
■■■■■ posicionar os pés corretamente;
■■■■■ segurar a carga usando totalmente as mãos;
■■■■■ a carga deve ter alça ou furos para encaixe das mãos;
■■■■■ levantar cargas do chão com o dorso retificado e os joelhos dobrados;
■■■■■ carregar a carga o mais próximo possível do corpo;
■■■■■ evitar movimentos de torção em torno de eixo vertical do corpo;
■■■■■ utilizar, sempre que possível, elementos e equipamentos auxiliares;
■■■■■ participar periodicamente de programas de treinamento.
Orientações em relação à postura e movimentos
As principais orientações em relação à postura e movimentos são:
■■■■■ proporcionar variação de posições e atividades;
■■■■■ evitar atividades acima do nível dos ombros;
■■■■■ providenciar arredondamento de cantos e bordas;
■■■■■ evitar manter cabeça inclinada mais que 15 graus;
■■■■■ verificar postura sentada;
■■■■■ observar a altura da bancada de trabalho de acordo com o tamanho do trabalhador e o tipo de
serviço executado (Figura 2 A e C);
■■■■■ manter altura de bancada ajustável, quando utilizada por diferentes pessoas;
■■■■■ manter espaço suficiente para membros inferiores;
■■■■■ colocar os pés alternadamente em um banquinho ao ter que trabalhar em pé por tempo
prolongado (Figura 2B).
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■■■■■ evitar a inclinação do tronco mantendo os membros inferiores esticados, por exemplo, ao
retirar material de armário (Figura 3).
■■■■■ evitar alcances excessivos;
■■■■■ evitar o alongamento excessivo da coluna vertebral (Figura 4 A );
■■■■■ utilizar uma escadinha ao retirar objetos de partes altas de estantes já construídas (Figura 4
B);
■■■■■ armazenar objetos pesados dentro de uma amplitude de altura próxima à cintura e os objetos
leves em qualquer altura situada entre o joelho e o ombro (Figura 4 C );
■■■■■ colocar materiais em um nível que nunca ultrapasse a altura da cabeça.
Figura 2 – A) Bancada de trabalho inadequada; B) Colocar os pés alternadamente em um banquinho; C) Bancada de
trabalho com altura adequada
Fonte: Alexander (1998).49
Figura 3 – A) Postura incorreta; B) Postura correta: abaixar com as costas retas e joelhos fletidos
Fonte: Alexander (1998).49
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Orientações em relação aos equipamentos e materiais
As orientações em relação ao manuseio de equipamentos e materiais são:
■■■■■ evitar a utilização de mobiliários e equipamentos improvisados;
■■■■■ selecionar a ferramenta adequada: as articulações devem ser mantidas em posição neutra;
■■■■■ aliviar o peso de ferramentas manuais;■■■■■ observar a localização e a orientação de dispositivos, alavancas e comandos;
■■■■■ atentar para uma manutenção adequada e periódica dos equipamentos;
■■■■■ modernizar o trabalho do pessoal pelo uso de equipamentos modernos, dando-se mais atenção
ao provisionamento de auxílios mecânicos;
■■■■■ avaliar equipamentos e mobiliários, levando em conta fatores ergonômicos.
Orientações organizacionais e psicossociais
As orientações organizacionais e psicossociais incluem:
■■■■■ proporcionar rodízio de tarefas e atividades;
■■■■■ reduzir duração de turnos;
■■■■■ proporcionar pausas;
■■■■■ implantar modificações que garantam mais autonomia, satisfação e criatividade;
■■■■■ promover o relacionamento interpessoal entre os trabalhadores;
■■■■■ providenciar educação continuada;
■■■■■ verificar conforto térmico, visual e acústico.
Figura 4 – A) Armário em altura elevada; B) Utilizar uma escadinha; C) Armazenar objetos pessoais em uma altura
aproxima à cintura
Fonte: Alexander (1998).49
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O Orientações gerais
Considerando que os estudos sobre as dores musculoesqueléticas têm gerado controvérsias e
que abrangem múltiplas variáveis com complexo inter-relacionamento, cada vez mais se buscam
novas abordagens para enfrentar e aliviar os sintomas, que englobam as seguintes orientações:
■■■■■ praticar atividades físicas regularmente;
■■■■■ realizar exercícios e alongamentos específicos para cada caso;
■■■■■ evitar a obesidade e o tabagismo;
■■■■■ utilizar posições, colchões e travesseiros adequados para dormir;
■■■■■ realizar relaxamento;
■■■■■ utilizar massagem.
Deve-se ainda fornecer informações sobre LER/DORT e as atividades de vida diária,
ajudando o paciente a compreender e a enfrentar a doença e suas limitações. Orientar
também sobre o tratamento e as formas de controlar a dor e outros sintomas.
ASSISTÊNCIA NO ATENDIMENTO CLÍNICO
O tratamento engloba diferentes modalidades destacando-se a administração de medicamentos,
a cirurgia, a acupuntura, a fisioterapia, entre outros.
A enfermagem tem papel primordial na equipe multiprofissional participando das ações
terapêuticas.
23. No tratamento e prevenção dos DORTs, podemos afirmar que:
A) deve-se ministrar uma parte educativa contendo orientações ergonômicas e
posturais.
B) não é preciso promover melhoria nos aspectos organizacionais.
C) a parte educativa não precisa abordar aspectos relacionados ao estilo de
vida.
D) não envolve uma equipe multidisciplinar.
Resposta no final do capítulo
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24. Evitar a utilização de mobiliários e equipamentos improvisados; aliviar o peso
de ferramentas manuais; observar a localização e a orientação de dispositivos,
alavancas e comandos e atentar para uma manutenção adequada e periódica
dos equipamentos são cuidados referentes às orientações:
A) organizacionais e psicossociais;
B) gerais;
C) em relação aos equipamentos e materiais;
D) em relação à postura e movimentos.
25. Cite algumas das principais orientações para prevenção de acidentes de
trabalho com relação à postura e aos movimentos?
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Respostas no final do capítulo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho, procurou-se apresentar as principais estratégias para enfrentar um dos mais
importantes riscos ocupacionais da atualidade. Destacou-se o papel da enfermagem em cada
abordagem, oferecendo bibliografia complementar para reforçar cada tópico.
RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: D
Comentário: A principal estratégia da pasta da saúde para a atenção à saúde do trabalhador no
SUS é a implantação da RENAST. A RENAST propõe a atenção integral à saúde do trabalhador
no SUS, mediante a articulação entre todos os setores relacionados com as políticas de
desenvolvimento, informações em saúde do trabalhador, apoio ao desenvolvimento de estudos e
pesquisas, capacitação permanente em saúde do trabalhador e a gestão participativa dos
trabalhadores.
Atividade 2
Resposta: D
Comentário: Identificar a relação do problema de saúde com o trabalho, juntamente à equipe
multidisciplinar; planejar a assistência; assistir e orientar o paciente/cliente quanto ao problema,
às possibilidades de prevenção e encaminhamentos necessários; capacitar a equipe para a
assistência; e prestar as informações solicitadas pelos sistemas são as responsabilidades do
enfermeiro.
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O Atividade 3
Resposta: A atenção integral à saúde é caracterizada pela construção de ambientes e processos
de trabalho saudáveis; pelo fortalecimento da vigilância de ambientes, processos e agravos
relacionados ao trabalho e à assistência integral à saúde.
Atividade 4
Resposta: Na Constituição Federal, a saúde é entendida em seu conceito ampliado e passa a ser
um direito universal do cidadão, direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos e o acesso
universal e igualitário às ações e serviços (de saúde) para a sua promoção, proteção e recuperação.
Atividade 5
Resposta: A
Comentário: As conseqüências relatadas das mudanças no mundo do trabalho que têm implicado
negativamente nos processos produtivos são a perda dos direitos trabalhistas e previdenciários; o
desemprego estrutural; a precariedade do trabalho; o crescimento do trabalho informal, a
competitividade nas relações de trabalho.
Atividade 6
Resposta: Processos de desgaste particulares são as perdas da capacidade efetiva e/ou potencial
corporal e psíquica. Esses processos referem-se aos processos de adaptação que são destrutivos
da integridade corporal biopsíquica. Ainda, esses processos não se referem necessariamente às
doenças já diagnosticadas, mas, também, ao processo que as concretiza, uma vez que é possível
recuperar as perdas e capacidades, assim como, desenvolver as potencialidades.
Atividade 7
Resposta: Os processos que são favoráveis e preservam a saúde dos trabalhadores são o
desenvolvimento de habilidades, a convivência amigável com os colegas, o espaço de recuperação
de capacidades psíquicas (por exemplo, quando a vida fora do trabalho é desgastante por causa
de perdas). Esses processos favoráveis, também, compõem um perfil, que articulado ao perfil
destrutivo, evidenciam a qualidade de vida no trabalho desses indivíduos.
Atividade 8
Resposta: Cargas de trabalho são os elementos do processo de trabalho (objeto, meios e
instrumentos e a organização do trabalho) que interatuam, dinamicamente, entre si e com o corpo
do trabalhador, gerando processos de desgaste. Podem ser: biológicas, químicas, físicas,
mecânicas, fisiológicas e psíquicas.
Atividade 9
Resposta: Processos de desgaste são entendidos como a perda da capacidade efetiva e/ou
potencial corporal e psíquica. Esses processos referem-se aos processos de adaptação que são
destrutivos da integridade corporal biopsíquica. Não se referem necessariamente às doenças já
diagnosticadas mas, também, ao processo que as concretiza, uma vez que é possível

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