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Ovinos Disciplina: Anatomia dos animais de produção INTRODUÇÃO No ano de 2015 foi contabilizado aproximadamente 18 milhões de cabeças de ovinos no Brasil (IBGE). De acordo com a Embrapa: Nordeste: 57,5% - sul: 29,3% Brasil: 18º maior rebanho de ovinos no planeta. O rebanho ovino, apesar de ter também sofrido redução entre 2011 e 2012, apresenta uma tendência de crescimento do efetivo nos últimos dez anos. Criação periférica no CO Especializada em SP Eficiência reprodutiva INTRODUÇÃO: Classe: Mamífero/ruminante Família: Bovidae Gênero: Ovis aries Macho: carneiro/gibarro Fêmea: ovelha Juvenis: cordeiro FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO Domesticação manteve características selvagens Estacionalidade reprodutiva: poliéstricos estacionais Animais de dias curtos – depois do solstício de verão Período de gestação de 145 a 152 dias e aproximadamente 5 meses. Influência da latitude Pico de fertilidade no final do outono Fotoperiodismo: influência do h. melatonina Ciclo estral Influenciado pela raça – carne, lã e pele Influenciado pela latitude - fotoperíodo Ciclo estral Alternância entre anestro e atividade sexual Anestro: inverno, primavera e verão Estacionalidade reprodutiva: outono No período de atividade sexual - ciclos regulares Duração do ciclo De 16 a 17 dias variando de 14 a 19 - raças Transição anestro/atividade sexual – comum < 12 dias Primeira ovulações: cio silencioso Fase folicular: 3 a 4 dias Fase luteínica: aproximadamente 13 dias Fertilização Fertilização nas trompas 25 a 30 h após sinais do estro Descida do zigoto ao útero 60 a 65h Progesterona Corpo lúteo até 50 dias Placenta após 50 dias ÓRGÃOS CONSTITUINTES : SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Órgãos constituintes: Ovários Tubas uterinas Útero Cérvix Vagina Vulva SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO DA OVELHA Ovário (L) ovarius (que carrega ovos) Funções: Liberação dos gametas femininos (óvulos) Produção de hormônios (progesterona, estrogênio, etc) Quantidade: 2 ovários Tamanho: aproximadamente 1,8 cm. Forma: Ovóide O ovário da ovelha se assemelha com o da vaca, que também é ovóide, sendo que o ovário da vaca é aproximadamente três vezes menor. SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO Particularidades: Localização: entrada da pelve, cranialmente ao púbis. Não se encontra o ligamento suspensório do ovário. Estende-se entre o ovário e a fáscia transversal, presente somente em carnívoros. A bolsa ovárica formada pelo MESOVÁRIO e MESOSSALPINGE que envolve o ovário. Sendo parcial nos ovinos e total nos suínos. SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO 2- Tubas uterinas (L) tuba= trombeta,corneta. Funções: São tubos sinuosos que unem o ovário ao útero. Uma vez liberado pelo ovários, o óvulo desce pela tuba uterina e na presença de espermatozoides ocorre a fecundação. Quantidade : 2 tubas uterinas Tamanho: 17 cm Forma: Tubular SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO 3- Útero (L) uterus, uteri = ventre materno Funções: Responsável pelo desenvolvimento do embrião. Onde ocorre a gestação. Consiste em um corpo verdadeiro e dois cornos, os quais se conectam as tubas. SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO Forma: Cornos enrolados Tamanho: 15 a 24 cm Particularidades: Apresentam a CARÚNCULAS UTERINAS que são saliências arredondadas e aglandulares presentes no endométrio do corpo e corno do útero, com a função de fixar a placenta. SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO DAS OVELHAS 4- Cérvix do Útero (L) cérvix = nuca, pescoço. Funções : O útero se separa da vagina pela cérvix, que tem como função proteger a gestação do meio exterior. Reserva de espermatozoide Secreção de muco para lubrificação da vagina Tampão de muco durante a gestação: contra a invasão bacteriana. (Cérvix de ovelhas da raça Santa Inês) SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO Quantidade: Anéis em número de 4 a 6 Forma : Dobras denominadas anéis Particularidades: A espécie ovina apresenta o cérvix significativamente mais fechada e com maior número de anéis cervicais comparado à espécie caprina. Dificultando a passagem da pipeta para inserir o sêmen próximo ao útero, com isso diminui a ocorrência de fêmeas fecundadas. SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO 5- Vagina (L) vagina = bainha em geral ou de espada Função: Receber o pênis durante acopla, sendo também o canal do parto no momento do nascimento. Forma: Órgão cilíndrico e tubular Tamanho: 8 a 9 cm SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO Particularidades: Prolapso se refere à descida de um órgão, ou de parte dele, de sua posição normal. Tipos de prolapso: vaginal parcial de 8% a 72% e uterino com 20%. O prolapso vaginal normalmente ocorre nas três últimas semanas da gestação. Caracterizado pela exposição da vagina ao exterior através dos lábios da vulva. Sistema reprodutivo feminino O prolapso ocorre devido a associação de dois fatores: o relaxamento excessivo dos tecidos pélvicos antes do parto que permitem a passagem do feto aumento do tamanho do útero no final da gestação. O tratamento tem por objetivo retornar os tecidos à sua posição natural. A anestesia epidural dessensibiliza a zona perineal e cessa as contrações uterinas. SISTEMA REPRODUTIVO FEMININO 6- Vulva (L.) Vulva = manta Função: É a parte mais externa do aparelho genital da fêmea e na porção inferior encontra o clitóris. SISTEMA REPRODUTIVO MASCULINO Aparelho Reprodutor Masculino dos Ovinos: Bolsa ou Invólucros dos testículos; Testículos; Epidídimo; Canal deferente; Vesículas seminais; Pênis ou verga; Glândulas anexas; Prepúcio; SISTEMA REPRODUTIVO MASCULINO Funções: Bolsas escrotal: Formadas de 4 membranas superpostas, que do interior a superfície chamam-se: 1- Vaginal 2- Eritróide 3-Dartos 4-Escroto . Sistema reprodutivo masculino Testículos: São dois, simétricos, apresentam forma ovalada e sua localização é na bolsa escrotal. Produzem espermatozoides e hormônios. Epidídimo: Armazenamento e maturação dos espermatozóides. Canal deferente: Transporte de espermatozoides. Vesículas seminais: Produção de líquidos que nutrem os espermatozoides. SISTEMA REPRODUTIVO MASCULINO Pênis: Responsável pela cópula (deposição no órgão genital feminino). Glândulas anexas: 1- Próstata: adquire maior volume quando o indivíduo torna-se apto à reprodução. 2- Glândulas de Cowper: são dois corpos globulosos situados ao lado da uretra, envolvidos por um músculo compressor. Prepúcio: Camada de pele que envolve e protege o pênis. Hormônios GnRh Hormônio liberador de gonadotrofina dipeptídico produzido no hipotálamo. Causa a liberação dos hormônios: FSH e LH. Atuam estimulando as gônadas dos animais mamíferos. Responsável por regular indiretamente a atividade gonadal por meio de estímulos da secreção de LH e FSH pela hipófise. A frequência e amplitude dos pulsos de GnRH e gonadotrofinas são responsáveis pelo controle da atividade gonadal e, consequentemente, das funções reprodutivas. O FSH é uma glicoproteína que regula o crescimento, desenvolvimento, puberdade, reprodução e secreção de hormônios. O FSH é secretado pela glândula pituitária anterior. hormônios Síntese e secreção – Produção de FSH é estimulada pelo hormônio liberador das gonadotropinas (GnRH) ou hormônio liberador do hormônio luteinizante (LHRH), na região pré-óptica do hipotálamo. A produção pulsátil de FSH é sincronizada com a de LH. Na ausência do LH, a produção de FSH cessa imediatamente, e quanto mais LH é produzido, mais FSH é secretado. Essa flutuação nos níveis de FSH e LH refletem a produção de hormônios como testosterona, que também são produzidos em pulsos. Na primeira fase do ciclo estral, o FSH e o LH se encontram em maior quantidade na corrente sanguínea, além de apresentar picos altos do dia da ovulação e dias próximos a ela. hormônios Função nas fêmeas - O FSH é responsável pelo crescimento e maturação dos folículos ovarianos durante a ovogênese. Uma resposta positivaé exercida sobre o hipotálamo e sobre a pituitária durante a fase folicular do ciclo, resultando em um pico de LH e liberação de FSH, o que faz com que o folículo de Graaf se rompa e libere o óvulo, resultando na ovulação. A secreção de LH e FSH diminuem durante a fase lútea. O FSH é utilizado em algumas técnicas de fertilização para induzir a ovulação. Função nos machos- o FSH atua durante a espermatogênese. hormônios Patologias Níveis diminuídos e até mesmo a ausência de FSH levam à infertilidade. Nos testículos, o excesso de FSH causa níveis altos de testosterona. MANEJO DE OVINOS Instalações Equipamentos Manejo propriamente dito Pré-tosquia Tosquia ou esquila Pós-tosquia Encarneiramento Pré-parição Parição Desmame 1-Instalações Usar aramado sempre liso nas partes de baixo para que evite lesões na pele do animal. Procurar sempre utilizar bebedouros, pois são mais higiênicos e evitam atoleiros. Deverá existir um pequeno piquete denominado enfermaria, para evitar a contaminação de ovelhas sadias. E deverão existir locais separados para ovelhas de cria, cordeiros, borregas e carneiros. Deverá existir um local que possa abrigar os animais da chuva e ventos após a tosquia. 2-Equipamentos Seringas hipodérmicas e agulhas Dosadores ou pistolas dosificadoras Tesoura ou pinça de assinalar Tesoura para cascos Tesoura para tosquia Tinta e giz para marcar ovelhas Medicamentos, vermífugos e desinfetantes 3-Manejo propriamente dito Nunca imobilizar os ovinos pela lã e pelas patas, e sim abraçá-los no pescoço e com a outra mão segurar firme na virilha. Nunca dosificar um cordeiro deitado já que pode tomar uma falsa via como a do pulmão, acarretando uma pneumonia, o correto é dosificar com ele em pé, de preferência que uma pessoa o segure levantado. 3- manejo propriamente dito Quando colocados no tronco sempre ficar atento em amontoamentos e traumatismo no corredor, com trancas moveis é possível fazer a separação dos mesmos em grupos menores . Toda semente que passa pelo trato intestinal do ovino não irá germinar depois, se quisermos colher sementes da pastagem cultivada, os ovinos não deverão utilizar essa pastagem até que as sementes não sejam colhidas . 4-Pré-tosquia Antes da tosquia é necessário observar todo o rebanho: aparar os cascos, retirar as impurezas da lã, como fezes, manchas de urina, sementes e nas fêmeas revisar o aparelho genital e o úbere, nos machos o prepúcio e os testículos, dosificar todos com vermífugos de largo espectro. 5-Tosquia É necessário: Tinta especial para que não prejudique a lã Anticéptico para o tratamento de animais cortados Fio de papel para atar os velos Tesoura ou maquina própria para tosquia Verificar se a lã esta bem seca a fim de evitar possíveis fungos na lã. As lãs são separadas por lote, sendo que as da barriga e das pernas são de qualidade inferior. 5- Tosquia O local da esquia é chamado de cancha e deve ser um local bem limpo, seco e com menos poeira possível, pois todos esses fatores influenciam na qualidade da lã. Sempre tosquiar por grupos. Nunca banhar os ovinos após a tosquia, para que evite possíveis contaminações. Os velos de lã deverão ser atados com fio de papel, pois não desvaloriza seu preço. 6-Pós-tosquia Deve-se verificar os animais diariamente duas semanas após a tosquia, caso algum apresente miíase, recolhe-lo para enfermaria. Quando todos os animais estiverem curados dos cortes, é o momento certo para os banhos contra sarna e piolhos. Durante um mês após a tosquia, toda vez que o tempo indicar chuva, recolher todos os animais para um abrigo. 7-Encarneiramento Encarneiramento é o momento dos animais que estão aptos à reprodução. O melhor momento da estação de monta é definido pelo mês em que as fêmeas irão parir, para diminuir a mortalidade dos borregos. Se for feita a monta natural o criador deve dispor de 3% de reprodutores em relação à quantidade de fêmeas, para se ter um melhor aproveitamento, durante o dia as fêmeas ficam soltas no pasto, e os reprodutores fechados recebendo alimentação suplementada, a tarde é colocado as fêmeas e os reprodutores em um mesmo piquete. 8- Pré-parição 15 a 30 dias antes de começar a parição, é necessário fazer a limpeza do períneo, do úbere , deixando assim os dois tetos livres, aparar os cascos, limpar os cascos e dosificar novamente, esse processo é feito com a ajuda de um banco em forma de X. 9-Parição Andar sempre no campo no mínimo duas vezes no dia, para espantar possíveis predadores, e auxiliar ovelhas que tem dificuldades no parto. 10- Desmame É feito quando os cordeiros estão no quinto ou sexto mês de vida. Separar as mães dos borregos. Após serem dosificados, os cordeiros vão para pastagem. Com 22 semanas já estão no peso ideal para o abate. Aos dezoito meses as fêmeas já estão prontas para procriarem. MANEJO DO CIO Maturidade sexual Fisiológica Zootécnica Ideal para cobertura Fêmeas puras: de 7 a 8 meses de idade, com peso entre 60-70% do peso vivo adulto. Fêmeas SRD: com 1 ano de idade . Machos: 1 ano e meio a 2 anos de idade . Comportamento no Cio Comportamento de estro Fêmeas Inquietação Busca macho e cheira Assume postura de cópula Dificuldade: Sinais discretos da fêmea no cio Soluções: Rufiões Fêmeas androgenizadas Manipulação no cio Machos Reflexo de Flehmen Referências https://sidra.ibge.gov.br/tabela/3939#resultado https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/8698648/estudo-aponta-tendencias-para-caprinocultura-e-ovinocultura-nos-cenarios-nacional-e-internacional https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/828448/mod_resource/content/1/Anato%20II%20-%20Aula%2014%20-%20%C3%93rg%C3%A3os%20Genitais%20Femininos.pdf http://www.sheepembryo.com.br/files/pdf/403.pdf http://anatovetufpa.blogspot.com.br/2016/05/sistema-reprodutor-feminino.html http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2013000200006 http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/4648/1/2006_Carlos%20Alberto%20da%20Cruz%20J%C3%BAnior.pdf https://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/prolapso-de-vagina-em-cabras-e-ovelhas-gestantes-80667n.aspx Livro: Criação de Ovinos e suas Enfermidades, Vieira, Geraldo Velloso Nunes. PDF: http://www.capritec.com.br/pdf/reproducaodeovinosecaprinos.pdf https://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/ovinos-e-caprinos/deteccao-de-cio-na-ovinocultura-72899n.aspx Fisiologia. Robert M. Berne... [et al.], tradutores Nephtali Segal Grinbaum... [et al.]. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2004 OBRIGADA PELA ATENÇÃO
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