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r e p r o d c l i m . 2 0 1 3;2 7(3):98–103 Reprodução & Climatério h t tp : / /www.sbrh .org .br / rev is ta Artigo de revisão Aspectos psicológicos de mulheres que sofrem violência sexua � Flavia B Denise G a Pontifícia U b Laboratóri c Núcleo de informaç Histórico do a Recebido em Aceito em 1 On-line em 2 Palavras-cha Violência se Transtorno pós-traumá Transtorno Keywords: Sexual viole Post-trauma Depressive � Trabalho ∗ Autor par E-mail: fl 1413-2087 © http://dx.do l ello Costa de Souzaa,c,∗, Jefferson Drezettb,c, Alcina de Cássia Meirelles c e imenez Ramosa niversidade Católica de São Paulo (PUC/SP), São Paulo, SP, Brasil o de Escrita Científica e Delineamento de Estudos da Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, SP, Brasil Violência Sexual e Aborto Legal do Hospital Pérola Byington, São Paulo, SP, Brasil ões sobre o artigo rtigo: 12 de fevereiro de 2013 de março de 2013 0 de julho de 2013 ve: xual de estresse tico depressivo r e s u m o A violência sexual contra a mulher é um problema de saúde pública que pode acarretar consequências médicas, psicológicas e sociais. As vítimas podem sofrer de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão, ansiedade, transtornos alimentares, distúrbios sexuais e do humor. Outras consequências podem ser maior uso ou abuso de álcool e drogas, problemas de saúde, reduc¸ão da qualidade de vida, comprometimento da satisfac¸ão com a vida, com o corpo, com a atividade sexual e com relacionamentos interpessoais. Existe significativa associac¸ão entre violência sexual e sintomas de dissociac¸ão, congelamento e hipervigilância. A relac¸ão com a própria imagem, a autoestima e as relac¸ões afetivas também são afetadas negativamente, o que limita a qualidade de vida. Esses sintomas podem ser duradouros e estender-se por muitos anos na vida dessas mulheres. © 2012 Sociedade Brasileira de Reproduc¸ão Humana. Publicado por Elsevier Editora Ltda. Psychological aspects of women who suffer sexual violence nce tic stress disorders disorder a b s t r a c t Sexual violence against women is a public health problem that can result in medical, psy- chological and social consequences. Victims may suffer from post traumatic Stress Disorder (PTSD), depression, anxiety, eating disorders, sexual disorders and mood. Other consequen- ces may be greater use or abuse of alcohol and drugs, health problems, reduced quality of life, satisfaction with life’s commitment, with the body, with sexual activity and interpersonal relationships. There is a significant association between sexual violence and symptoms of dissociation, freezing, and hypervigilance. The relationship with the self-image, self-esteem Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND feito no Núcleo de Programas Especiais do Hospital Pérola Byington, São Paulo, SP, Brasil. a correspondência. abello@hotmail.com (F.B.C.d. Souza). 2012 Sociedade Brasileira de Reproduc¸ão Humana. Publicado por Elsevier Editora Ltda. i.org/10.1016/j.recli.2013.03.002 Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND r e p r o d c l i m . 2 0 1 3;2 7(3):98–103 99 and emotional relationships are also negatively affected, limiting the quality of life. These symptoms can be long lasting, extending for many years in the lives of these women. © 2012 Sociedade Brasileira de Reproduc¸ão Humana. Published by Elsevier Editora Ltda. Introduc¸ã A Organiza contra a m bilidade de incluindo a trária da lib pública ou p quer conta ou qualque uso de coer ambiente. física ou nã com o pêni O Minist como ques quatro mul com perda cinco anos. cem no am pelos parce Contudo esfera priv problema s necessário cos da seg sexual prov vítimas.4 P retrato da d mina papé masculino. Para Soa bilidade de privado. A p cas pública ac¸ões, trata cia. A denú de quem a zett et al. ( exame per humilhac¸ã violência se Souza e rem núme D’Oliveira e física e/ou vida de 28,9 tes na Zon (2011),7 as e mulher ten cipalmente Em vist homens co dada mica s e co Bras e a ncipa jada gico mo 0 acr da m a dir rnos minu dem iolên ress res e c¸ão dos ica.1 âmi ac¸ão as, i e aca res (1 Bra lug sua a to a s em e pod undo deli imite ão.13 esm de m esma tese a n er s rgon obre as, t . Por te p o c¸ão Mundial da Saúde (2002)1 considera violência ulher qualquer ato que cause ou tenha alta proba- causar dano físico, sexual, mental ou sofrimento, s ameac¸as desses atos, a coerc¸ão ou a privac¸ão arbi- erdade, independentemente de se ocorrida na vida rivada.1 A violência sexual se caracteriza por qual- to sexual não consentido, tentado ou consumado r ato contra a sexualidade de uma pessoa com o c¸ão, perpetrado por qualquer pessoa em qualquer Inclui o estupro mediante intimidac¸ão por forc¸a o, para fins de penetrac¸ão da vagina ou do ânus s, outra parte corporal ou objeto.2 ério da Saúde (2011)3 reconhece a violência sexual tão de saúde pública e aponta que uma em cada heres no mundo é vítima de violência de gênero de um ano de vida potencialmente saudável a cada No Brasil, 70% dos crimes contra a mulher aconte- biente doméstico e são praticados, na sua maioria, iros íntimos.3 , a violência contra a mulher não se limita à ada ou familiar e mostra características de um ocial. De acordo com Villela e Lago (2007),4 é enfrentar essa problemática nos âmbitos públi- uranc¸a, do direito e da saúde, pois a violência oca uma gama variada de consequências nas suas ara Diniz (2007),5 a violência contra a mulher é o esigualdade de gênero existente no país, que deter- is, posic¸ões e deveres diferentes do feminino e do 5 res (1999),6 é a partir da denúncia que surge a possi- reconhecimento da violência que ocorre no espac¸o artir daí, esse problema pode ser integrado a políti- s, com discussões e busca por definic¸ões, soluc¸ões, mentos e criminalizac¸ão dessa forma de violên- ncia da violência proporciona o reconhecimento sofre e reduz sua invisibilidade.6 No entanto, Dre- 2011)7 advertem que temores em geral, receio do icial, medo de ser desacreditada e sentimento de o são fatores que podem dificultar a revelac¸ão da xual.7 Adesse (2005)8 ressaltam a dificuldade de se obte- ros precisos sobre a violência sexual no Brasil.8 t al. (2009)9 encontraram prevalência de violência sexual cometida pelo parceiro íntimo ao longo da % das mulheres de São Paulo e 36,9% das residen- a da Mata pernambucana.9 Segundo Drezett et al. vidências indicam que a violência sexual contra a que é a dinâ marca No tos qu as pri indese psicoló tal, co (2007)1 medo mesm transto nia, di que po A v forme familia separa parte dinâm A din A situ ameac¸ corpo Soa tica no sobre o nário, o quan crenc¸a tos qu Seg levar à prios l repetic¸ O m desejo a si m tenta a surgem A mulh com ve A s lentad mundo damen de a ocorrer no espac¸o privado e doméstico, prin- sob ameac¸a psicológica.7 a disso, nos estudos sobre violência sexual de ntra mulheres é necessário considerar a posic¸ão peso, desle a procura desenvolve de comport a elas ao longo da história e buscar compreender psíquica que o estupro envolve, assim como suas nsequências psicológicas. il, o Ministério da Saúde (2011)3 delineia os impac- violência sexual acarreta para as vítimas. Entre is consequências estão lesões físicas, gravidez , doenc¸as sexualmente transmissíveis e o impacto . Também são citados os danos à saúde men- ansiedade, depressão e suicídio.3 Mattar et al. escentam outros aspectos, como sentimentos de orte, sensac¸ão de solidão, vergonha e culpa.10 Na ec¸ão, Drezett(2000)11 relata que podem ocorrer da sexualidade, incluindo vaginismo, dispareu- ic¸ão da lubrificac¸ão vaginal e perda do orgasmo, evoluir para a completa aversão ao sexo.11 cia sexual pode gerar outras consequências, con- altado por Mattar et al. (2007),10 como problemas sociais, abandono dos estudos, perda do emprego, conjugal, abandono da casa e prostituic¸ão, como problemas psicossociais relacionados a essa 0 ca traumática da violência sexual de violência sexual pode envolver agressão, ntimidac¸ão psicológica, ferimentos e invasão do rretar provável trauma psicológico.12 999)6 afirma que o discurso sobre violência domés- sil ainda está calcado no silêncio. A compreensão ar que a vítima ocupa dentro de seu próprio imagi- utoimagem, o que pensa e considera de si própria, credita que vale e merece receber da vida e suas relac¸ão à própria capacidade são alguns dos aspec- em ser afetados por essa experiência.6 Early (1993),13 a violência do abuso sexual pode mitac¸ão confusa das próprias barreiras e dos pró- s, estigmatizac¸ão, vergonha, traic¸ão, dissociac¸ão e o autor (1993)13 ressalta que a invisibilidade é o uitas vítimas de violência sexual. As vítimas veem s como “sujas”, “feias” e “nojentas”. O autor sus- de que com a dissociac¸ão do trauma psicológico egligência e o abandono da pessoa que foi abusada. e vê imunda e percebe a si mesma e ao seu corpo ha.13 vivente desse trauma, ao ter suas barreiras vio- enta construir novos limites entre si mesma e o ém, tais delimitac¸ões são construídas improvisa- ela dinâmica do trauma, por meio de ganho de Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND ixo pessoal, falta de cuidado consigo mesma ou de não ser atraente sexualmente. Pode também r problemas dermatológicos, de aprendizagem ou amento.13 100 r e p r o d c l i m . 2 0 1 3;2 7(3):98–103 Os dois principais sintomas associados ao transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) são evitac¸ão e repetic¸ão, que podem leva situac¸ões n Para Ear ao futuro d almente se sobreviven de vítima d consciente Por outr mento freq e a estigm tima e difi repetir a e formas, fre associar se sexual. Um que pode o experiência Segundo diversas co bém nas re frequentes patológica, tentativa d sexuais.12 Violência Kilpatrick e adolescent comorbida são maior e sexual foi para todos tentam a violência f aumenta o comorbida Faravell sódio único menos qua mulheres s acidente de por mulher significativ humor.15 Choudh violência s de diferent res que so de saúde limitac¸ão d de bebida física debil mulheres, tempo.16 Darves-Bornozet et al. (2008)17 fizeram pesquisa com 21.425 adultos co ac¸ão . Os ser ro ín er filh ia ou te, a n et dos átric de ab ieda s do e t nden o oc sexu nal g cas e zowe osic¸ã mo c ou li ulhe prob ou-se e pe estu cias is e tece resen tivas icad os au ulhe illoux res q e ten tima o p c¸ão, sexo res q s sign fetad sexo ceiro o tam os.21 as et e tr tra e dro uand res a mai ores r a mulher a evitar contato sexual ou colocar-se em as quais pode ser revitimizada.13 ly (1993),13 há certo tom de fatalidade em relac¸ão e uma pessoa que sofre violência sexual, especi- foi crônica ou se ocorreu na infância. É como se a te do trauma estivesse inclinada a ocupar a posic¸ão e novas traumatizac¸ões, impossibilitada de obter mente o controle da própria vida.13 o lado, a dissociac¸ão é uma estratégia de enfrenta- uente para mulheres que sofrem violência sexual atizac¸ão pode resultar em diminuic¸ão da autoes- cultar o crescimento emocional. A compulsão de xperiência traumática pode ocorrer de múltiplas quentemente sutis. Ao longo da vida, elas podem xo com algum elemento vivido durante a violência a possibilidade seria um tratamento psicológico, ferecer à mulher a possibilidade de elaborar essa .13 Levine (1999),12 a violência sexual pode trazer nsequências por meio de transtornos, mas tam- lac¸ões cotidianas. Quando os sintomas se tornam e permanentes, passam a se expressar de forma como TEPT, transtornos alimentares, depressão, e suicídio, dificuldade nas relac¸ões afetivas e sexual e transtornos em geral t al. (2003),14 por meio de entrevistas com 4.023 es, propuseram-se a estudar a prevalência, a de e o fator de risco para TEPT, episódio de depres- abuso ou dependência de substâncias. A violência identificada como significativo fator de risco os pares de comorbidades. Os resultados sus- hipótese de que a exposic¸ão a uma forma de ísica, sexual ou testemunho de ato de violência risco de ocorrência dessas três desordens e suas des.14 i et al. (2004)15 avaliaram as consequências de epi- de estupro em 40 mulheres, ocorrido havia pelo tro meses, e compararam com agressões a 32 ubmetidas a outros tipos de evento estressor, como carro, ataque físico ou assalto. O grupo formado es que sofreram estupro apresentou índices mais os de TEPT e transtornos alimentares, sexuais e de aryet et al. (2008)16 investigaram a relac¸ão entre exual, saúde e comportamentos de risco por meio es variáveis. Os resultados indicaram que mulhe- freram violência sexual tiveram maior incidência mental debilitada, baixa satisfac¸ão com a vida, e atividades, tabagismo e consumo esporádico alcoólica. A associac¸ão entre saúde mental e itada e a violência sexual foi mais prevalente em com consequências que persistem ao longo do associ o TEPT foram parcei lado, t infânc presen Che 37 estu psiqui dente de ans túrbio sexual indepe o abus abuso funcio cogêni Zin da exp o mes perda gas. M maior associ evento Em sequên ou ma sem an cia ap psicoa res ind disso, para m Per mulhe mas d autoes valor d reputa cia do Mulhe índice mais a cia do do par estupr aspect Jon sexual TEPT e álcool ores q Mulhe traram Os aut m o objetivo de investigar a prevalência e a de um evento traumático em potencial (ETP) com ETPs com associac¸ão mais significativa ao TEPT vítima de estupro, ser agredida fisicamente pelo timo, experimentar um evento privado não reve- o com doenc¸a grave, ter recebido castigo físico na ter sofrido perseguic¸ão. Quando algum ETP estava chance de apresentar o TEPT foi três vezes maior.17 al. (2010)18 fizeram de 1980 a 2008 meta-análise com sobre associac¸ão entre abuso sexual e transtornos os. Os resultados indicaram relac¸ão entre o antece- uso sexual, o diagnóstico e a durac¸ão do transtorno de, depressão, transtornos alimentares, TEPT, dis- sono e tentativa de suicídio. A relac¸ão entre abuso ranstornos psiquiátricos mostrou-se persistente, temente do sexo da vítima e da idade na qual orreu. Além disso, observaram associac¸ão entre al e desordens somáticas, incluindo-se alterac¸ão astrointestinal, dor pélvica crônica, convulsões psi- dor crônica não específica.18 t et al. (2010)19 se propuseram comparar os efeitos o ao estupro com uso da forc¸a ou de ameac¸a com rime praticado contra mulheres em condic¸ões de mitac¸ão da consciência por uso de álcool ou dro- res com preservac¸ão da consciência apresentaram abilidade de TEPT e de depressão. O estupro forc¸ado a medo, ferimentos, forc¸a, lembranc¸a clara do rcepc¸ão do evento como crime.19 do recente, Cook et al. (2011)20 analisaram as con- da agressão física e sexual a mulheres com 55 anos as compararam com mulheres da mesma idade dentes de violência. Aquelas que sofreram violên- taram maior frequência de abuso de substâncias , de depressão e de TEPT. Foram observados pio- ores de saúde e maior uso de comprimidos. Além tores encontraram índices significativos de TEPT res cuja violência ocorreu havia muitos anos.20 et et al. (2011)21 fizeram estudo comparativo entre ue sofreram episódio de estupro consumado evíti- tativa de estupro e avaliaram 13 aspectos: saúde, , autopercepc¸ão de atratividade, autopercepc¸ão do arceiro, relac¸ões familiares, trabalho, vida social, reputac¸ão sexual, desejo de fazer sexo, frequên- , prazer de fazer sexo e relac¸ão estável e duradora. ue sofreram estupro consumado apresentaram ificativamente mais negativos em 11 aspectos. Os os foram autoestima, reputac¸ão sexual, frequên- , desejo de fazer sexo e autopercepc¸ão do valor . No entanto, mulheres que sofreram tentativa de bém reportaram vivências negativas em vários al. (2011)22 avaliaram a relac¸ão entre violência anstornos psiquiátricos, abuso de drogas e álcool, nstornos alimentares. Excetuando-se o abuso de gas, os demais eventos apresentaram índices mai- o a violência sexual envolveu atos de penetrac¸ão. dultas que sofreram abuso sexual na infância mos- ores índices de TEPT e de transtornos alimentares. encontraram evidências de que o abuso sexual na r e p r o d c l i m . 2 0 1 3;2 7(3):98–103 101 infância aumenta o risco de sofrer violência sexual em idade adulta.22 Violência pós-traum Aciernoet e ou mais sof depressão paradas co antecedent mulheres m as mais jov ciaram ao a da depressã podem não vergonha e sofrida.23 O papel depressiva foi pesquis com outras com índice e mais resp mais severo sivos. Resp a sentimen sexual ou n Fleurken atenc¸ão co tom de am de ameac¸a mulheres q TEPT mostr categorias palmente q Além disso vados se m para as pal dos sugere para qualq manutenc¸ã da atenc¸ão Machad mento de d sexual no p meiro mês, do TEPT, 52 exibiram ín desesperan respectivam mês a seve dos ou sev relacionada sexual, per cos prévios levar mais se prolonga Na observac¸ão de Sudário et al. (2005),27 mulheres que sofrem estupro apresentam evidente sentimento de medo, nâm e se reen a ou ncia et et T n alim s qu apre evid le. H imen se se ent tac¸ão nent dows dent varia leva que o do abus uso cons itim cia se rela 0 pro a fam tare to tr rnos tes d usos es pa estud de u tare dica ativ tare ncia eta-a (200 iolên cia s . Mu insa quela sexual, transtorno do estresse ático e depressão t al. (2001)23 verificaram se mulheres com 55 anos rem o mesmo risco de apresentar sequelas, TEPT e após alguma violência interpessoal quando com- m mulheres mais jovens, entre 18 e 34 anos. O e de violência sexual aumentou o risco para as ais velhas nos sintomas de evitac¸ão do TEPT. Para ens, tanto a violência sexual quanto a física se asso- umento das três categorias de sintomas do TEPT e o. Os autores acreditam que mulheres mais velhas ver certas formas de violência como crime ou que a a estigmatizac¸ão interfiram no relato da violência das respostas peritraumáticas na sintomatologia e do TEPT entre mulheres que sofrem violência ado por Rizviet et al. (2008).24 Quando comparado situac¸ões de violência, o estupro se relacionou s maiores de dissociac¸ão, menos respostas ativas ostas de congelamento, associadas com sintomas s do TEPT e maiores índices de sintomas depres- ostas de congelamento podem estar associadas to de culpa. Respostas ativas frente à violência, ão, foram associadas com menor sintomatologia.24 set et al. (2011)25 investigaram o enviesamento da m relac¸ão a quatro categorias de palavras: com eac¸a sexual, sexuais não ameac¸adoras, em tom a acidentes e positivas. O grupo constituído por ue sofreram violência sexual diagnosticadas com ou maior período de latência para indicar as quatro de palavras do que o grupo de controle, princi- uanto a palavras com tom de ameac¸a sexual. , quanto maior a intensidade do TEPT, mais ele- ostraram os índices de enviesamento da atenc¸ão avras relacionadas à violência sexual. Os resulta- m que a atenc¸ão permanece em estado de alerta uer tipo de ameac¸a, real ou imaginária, e que a o do TEPT pode ocorrer por causa do enviesamento para esses aspectos.25 o et al. (2011)26 avaliaram TEPT, depressão e senti- esesperanc¸a em mulheres que sofreram violência eríodo entre um e seis meses após o evento. No pri- 43% apresentaram índices moderados ou severos ,2% tiveram depressão moderada ou severa e 22,4% dices moderados ou severos de sentimento de c¸a. Esses valores decresceram para 21%, 20% e 10%, ente, no sexto mês após o evento. No primeiro ridade do TEPT foi associada com índices modera- eros de depressão, enquanto no sexto mês ela foi a agressores múltiplos, severidade da violência manência da depressão e transtornos psiquiátri- . Os resultados sugerem que a recuperac¸ão pode tempo para algumas mulheres e para outras pode r por tempo indeterminado.26 com di Ele pod HIV, de em cas Violê TEPT Holzer do TEP tornos Pessoa ambos tares e contro nos al vez, es cionam A exci compo Naj antece e se le álcool cias de ao long rico de TEPT e com o res rev violên Em (2011)3 de vid alimen o even transto ticipan dos ab “grand No o efeito alimen dos in signific alimen Violê Em m Ensink após v violên sexual maior que a ica que remete a sintomas característicos do TEPT. expressar no medo de ser contaminada pelo vírus contrar o agressor, de sair sozinha ou ficar sozinha de contar o ocorrido aos parentes ou ao parceiro.27 sexual, transtornos alimentares e al. (2008)28 examinaram o valor de mediac¸ão o desenvolvimento da sintomatologia dos trans- entares após experiências sexuais traumáticas. e sofreram abuso sexual na infância, estupro ou sentaram maiores índices de transtornos alimen- ências do TEPT quando comparadas às do grupo istórias de trauma foram associadas com transtor- tares e aumento dos sintomas do TEPT. Por sua mostrou como um mediador importante no rela- o entre trauma sexual e transtornos alimentares. fisiológica e a evitac¸ão social foram os principais es de mediac¸ão do TEPT.28 ki e Ullman (2009)29 investigaram a relac¸ão do e de violência sexual na vida adulta com o TEPT ao uso abusivo de álcool ou se o uso abusivo de ria ao TEPT. Os autores não encontraram evidên- o TEPT influi diretamente no uso abusivo de álcool tempo e vice-versa. Contudo, mulheres com histó- o sexual na infância mostraram maiores índices de abusivo de álcool. Os efeitos do TEPT e problemas umo de álcool foram mais acentuados em mulhe- izadas do que entre mulheres com antecedente de xual exclusivamente em idade adulta.29 c¸ão aos transtornos alimentares, Bergeet et al. curaram entender o papel que mudanc¸as no estilo iliar pode ocupar na dinâmica dos transtornos s. Oito participantes da pesquisa declararam que aumático vivido pouco tempo antes do início dos alimentares foi o abuso sexual ou incesto. As par- eclararam ter comec¸ado a comer para “se livrar ” ou para se tornar “desagradáveis fisicamente” ou ra intimidac¸ão”.30 o de Fischer et al. (2010),31 o objetivo foi examinar ma agressão sexual nos sintomas dos transtornos s presentes na época da pesquisa. Os resulta- ram que a violência sexual recente se associou amente com os sintomas atuais dos transtornos s.31 sexual e satisfac¸ão sexual nálise feita entre 1979 e 1999 por van Berlo e 0)32 sobre o funcionamento sexual de mulheres cia sexual, a maioria dos estudos aponta que a exual produz impacto na frequência e satisfac¸ão lheres que sofrem violência sexual apresentaram tisfac¸ão, falta de desejo sexual e dispareunia do s que experimentaram o evento. Em algumas 102 r e p r o d c l i m . 2 0 1 3;2 7(3):98–103 pesquisas,vítimas de violência sexual mostraram maior frequência trole” sobre Nessa diminuic¸ão estupro, re Porém, mu geral, meno apresentam que, mesm na satisfac¸ expressiva ram o dese sexual, per indiferenc¸a dispareuni Van Be penetrac¸ão podem não gem e relat como pred Entretanto,for a violên por se sent De toda após a viol da perman protetores como a rel ativa antes pode agir c nos sexuai sexual.32 A conce antecedent et al. (2006) diferenc¸as são. Os resu de violênci vimento co e medo de relacionam saudável, a ceram resp que o sexo que causav pelo parcei Nas esca de pontuac¸ com e sem tário de de obteve esco os autores i se associar desejo sexu baixos para depressão.3 Em artig entre agres sexual foi qualidade de vida e saúde emocional, qualidade de vida e física, não existência de parceiro próximo e doenc¸as lógic tisfac me a sa ent alm usõ res s m gica imen vari so d alida isfac¸ ent iolê clue per xces por e re serva rnos va v olvi ntem disf fac¸ã odem próp m sã a. Ex rado res. itos ores r ê n rld H lth. G rld H imate cume ponív p://w istér arta nica avos lesce de relac¸ões sexuais, na tentativa de adquirir “con- a própria vida sexual.32 meta-análise, alguns estudos mostraram da satisfac¸ão sexual imediatamente após o tornando aos níveis prévios após alguns meses. lheres que sofrem estupro mostraram-se, em s satisfeitas sexualmente do que aquelas que não esse antecedente.32 Outros estudos verificaram o após alguns anos da ocorrência, havia queda ão sexual e no prazer nas relac¸ões para parte das mulheres.32 Outras investigac¸ões encontra- nvolvimento de medo do sexo, perda do interesse da de prazer total ou parcial nas relac¸ões sexuais, a assuntos e atividades sexuais, ardor vaginal e a de penetrac¸ão.32 rlo e Ensink (2000)32 acreditam que atos de e de agressão física durante a violência sexual ter relac¸ão com transtornos sexuais. Outros diver- am associac¸ão da penetrac¸ão e da violência física isponentes de problemas sexuais a longo prazo. alguns autores inferem que quanto mais violenta cia sexual, menos problemas sexuais a vítima terá ir menos culpada.32 forma, emoc¸ões sentidas durante e imediatamente ência sexual são consideradas fortes mediadoras ência das disfunc¸ões sexuais. Alguns fatores são contra o desenvolvimento de problemas sexuais, ac¸ão estável com um parceiro e ser sexualmente da violência sexual. Há evidência de que o TEPT omo mediador no desenvolvimento de transtor- s em mulheres com ou sem histórico de trauma pc¸ão da sexualidade de adolescentes, com e sem e de violência sexual, foi abordada por Rodrigues .33 Os autores avaliaram nos dois grupos possíveis nas escalas de autoestima e inventário de depres- ltados mostraram que adolescentes com histórico a sexual apresentaram medo marcante de envol- m pessoa do sexo oposto, temor da prática sexual sofrer nova violência física ou sexual em futuro ento. Quando perguntadas sobre o sexo ser bom e dolescentes que sofreram violência sexual forne- ostas vagas ou disseram evitar pensar no assunto, não lhes despertava interesse, que era algo ruim, a dor ou que se sentiam incômodo ao ser tocadas ro.33 las aplicadas por Rodrigues et al. (2006),33 a média ão de autoestima foi muito próxima entre os grupos histórico de violência sexual. No entanto, no inven- pressão o grupo com histórico de violência sexual res duas vezes maiores. Com base nos resultados, nferem que o desinteresse pelo sexo também pode à depressão, na medida em que essa possa inibir o al. Além disso, adolescentes com os escores mais autoestima obtiveram os escores mais altos para 3 o de McCall-Hosenfeldet et al. (2009),34 a associac¸ão são sexual no exército e diminuic¸ão da satisfac¸ão pesquisada a partir de quatro mediadores: saúde gineco a insa quatro mente diretam princip Concl Mulhe índice psicoló nos al Outras ou abu da qu de sat cionam entre v que in podem O e usados edade ser ob transto tra no desenv suficie nessas insatis que p com a també de vid ser du mulhe Confl Os aut r e f e 1. Wo hea 2. Wo Int [do Dis htt 3. Min Dep Téc agr ado as. Tanto a violência sexual no exército quanto ¸ão sexual foram expressivamente associadas aos diadores. A agressão sexual impactou negativa- tisfac¸ão sexual de mulheres veteranas, operando e e por meio de consequências na saúde física e, ente, na mental.34 es que sofrem violência sexual apresentam ais severos de transtornos e consequências s, como TEPT, depressão, ansiedade, transtor- tares, distúrbios sexuais e distúrbios do humor. áveis podem ser agregadas, como maior consumo e álcool e de drogas, problemas de saúde, reduc¸ão de de vida e comprometimento do sentimento ão com a vida, o corpo, a vida sexual e os rela- os interpessoais. Existe significativa associac¸ão ncia sexual e altos índices do TEPT, com sintomas m dissociac¸ão, congelamento e hipervigilância e manecer por muito tempo. so alimentar e o abuso de drogas e álcool são algumas vítimas como forma de diminuir a ansi- primir as memórias traumáticas. O TEPT pode do como mediador entre a violência sexual e os alimentares, como tentativa de autoprotec¸ão con- iolência. Pode atuar também como mediador no mento de transtornos sexuais, embora não esteja ente esclarecido o papel do ato de penetrac¸ão unc¸ões. As vítimas geralmente apresentam maior o sexual, perda de prazer, medo e dor, sintomas permanecer após anos da violência. A relac¸ão ria imagem, a autoestima e as relac¸ões afetivas o afetadas negativamente e limitam a qualidade iste permanência desses transtornos, que podem uros e estender-se por muitos anos na vida dessas de interesse declaram não haver conflitos de interesse. c i a s ealth Organization. World report on violence and eneva, 2002. ealth Organization. Violence against women. partner and sexual violence against women nto na Internet]. 2012 Nov. [citado 6 jan 2013]. el em: ww.who.int/mediacentre/factsheets/fs239/en/>. io da Saúde. Secretaria de Atenc¸ão à Saúde. mento de Ac¸ões Programáticas Estratégicas Área de Saúde da Mulher. Prevenc¸ão e tratamento dos resultantes da violência sexual contra mulheres e ntes: norma técnica. 3a ed. 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Aspectos psicológicos de mulheres que sofrem violência sexual Introdução A dinâmica traumática da violência sexual Violência sexual e transtornos em geral Violência sexual, transtorno do estresse pós-traumático e depressão Violência sexual, transtornos alimentares e TEPT Violência sexual e satisfação sexual Conclusões Conflitos de interesse Referências