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Epistemologia - Teoria do Conhecimento

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Fundamentos Filosóficos da Educação I
Professor: Ms. Diego Frederichi
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Epistemologia: teoria do conhecimento
Quando falamos em conhecimento, podemos designar não só o ato de conhecer como uma relação que se estabelece entre consciência que conhece e o objeto conhecido.
Mas também o produto do conhecimento, o resultado desse ato, ou seja, o saber adquirido e acumulado.
Embora os dois aspectos sejam importantes, enfatizamos o segundo quando atribuímos à escola a tarefa de transmissão do conhecimento (saber acabado), descuidando muitas vezes das questões relativas a como se constrói o conhecimento. 
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Epistemologia: teoria do conhecimento
Examinaremos a teoria do conhecimento, parte da Filosofia que investiga as relações ente sujeito cognoscente (sujeito que conhece) e o objeto cognoscível (coisa conhecida)
Por exemplo: como apreendemos o real? Se essa apreensão deriva principalmente de nossas sensações ou se deriva de algo anterior a experiência, ou seja, algo a priori (anterior a experiência)
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Epistemologia: teoria do conhecimento
A teoria do conhecimento também é chamada de gnosiologia (do grego gnose, “conhecimento”) e epistemologia (do grego episteme, “ciência”)
Foram os modernos, (René Descartes), que passaram a ver a realidade do mundo como um problema, na medida que investigaram a respeito da origem do conhecimento (origem da fonte)
Também sobre o critério de verdade (o que permite reconhecer o verdadeiro?) 
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Epistemologia: teoria do conhecimento
Dessas indagações derivaram duas tendências:
O Racionalismo (Inatismo) – Interior (dentro para fora)
Empirismo (sensibilidade) – Exterior (fora para dentro)
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Racionalismo e Empirismo
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Racionalismo (Inatismo)
Para os racionalistas, se o conhecimento é uma maneira de entrarmos em contato com a realidade, não poderemos saber se o que conhecemos é verdadeiro ou falso se não tivermos um critério seguro e esse critério está em nossa Razão.
Também conhecido como Idealismo e subjetivismo, porque a realidade se encontra em primeiro lugar na razão, no sujeito e se apresenta na forma de ideias.
Subjetivismo, idealismo, racionalismo, inatismo e apriorismo são conceitos comuns dessa teoria do conhecimento, a qual na relação sujeito-objeto, prioriza o primeiro em detrimento do segundo. 
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Empirismo (experiência)
A corrente empirista segue outro caminho.
John Locke criticou as ideias inatas de Descartes ao afirmar que a mente (sujeito) é como uma tábula Rasa, uma tábua sem instrução, porque o conhecimento só começa após a experiência sensível. 
Segundo Locke, há duas fontes possíveis para nossas ideias: 
Sensação e Reflexão.
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Empirismo (experiência)
A sensação é o resultado da modificação feita na mente por meio dos sentidos;
A reflexão é a percepção que mente (alma) tem daquilo que nela ocorre. 
Portanto, a reflexão se reduz apenas à experiência interna e resulta da experiência externa produzida pela sensação.
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Racionalismo e Empirismo
Ao compararmos essa concepção empirista com o racionalismo, constatamos que, enquanto Locke destaca o papel do objeto, Descartes enfatiza o papel do sujeito.
Isso não significa que o empirismo despreze a razão, mas sim que a subordina ao trabalho anterior da experiência. 
Tampouco significa que o racionalismo exclua a experiência sensível, mas apenas a considera ocasião do conhecimento, sempre sujeita a enganos
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Proposta de Superação
Segundo as tendências contemporâneas, tanto o racionalismo quanto o empirismo são insuficientes para explicar a complexidade do ato cognitivo, esbarrando várias vezes em problemas insolúveis.
Vejamos um exemplo:
Se as ideias são inatas, devem ser atemporais e, portanto, permanentes. Como explicar a sua mudança no tempo e no espaço? O próprio Locke já criticava a ideia inata de Deus, ponderando que alguns povos nem sequer tinha a representação de Deus (perfeito e infinito)
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Proposta de Superação
Por outro lado, se os empiristas partem da experiência, como considerar que as sensações individuais, portanto, particulares e subjetivas, podem nos levar a um conhecimento geral?
Nesse caso, seria preciso concluir que tudo é relativo ou que a razão humana é incapaz de conhecer a realidade.
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Proposta de Superação
A psicologia genética de Jean Piaget investiga o desenvolvimento cognitivo da criança recusando as teorias associacionistas. 
As questões epistemológicas o levaram a concluir que o desenvolvimento da inteligência ocorre por estágios sucessivos caracterizados por um processo evolutivo e construtivista. 
Por meio de assimilação e acomodação, a realidade externa é interpretada por algum tipo de significado já existente na organização cognitiva do sujeito, ao mesmo tempo que a acomodação realiza a alteração desses significados. 
Trata-se, portanto, de uma concepção de conhecimento baseada em estruturas dinâmicas.
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Proposta de Superação
As teorias pedagógicas cujos pressupostos epistemológicos pretendem superar as tendências inatistas e empiristas são conhecidas como interacionistas e construtivistas (Piaget, Paulo Freire, Vygotsky, Gramsci, Wallon etc.)
Essa abordagem também se diz interacionista porque o conhecimento é concebido como resultado da ação entre sujeito e objeto. 
O conhecimento não está, portanto, no sujeito, como queriam os inatistas, nem no objeto, como queriam os empiristas, mas na interação entre eles. 
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Proposta de Superação
Portanto, o ato de conhecer é dinâmico, já que o ser humano passa por estágios progressivos de auto-organização nos quais as estruturas se sucedem, alternando mobilidade e estabilidade. 
Os polos sujeito-objeto, pessoa-mundo, professor-aluno, dicotomizados nas perspectivas anteriores, encontram-se aqui integrados, inter-relacionados, sem que se enfatize um dos lados.
Assim, os dois polos não são negados pura e simplesmente, porque em toda superação se conservam as qualidades de um e de outro.
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Proposta de Superação
Valorizar o sujeito, o aluno, com sua experiência de vida e sua capacidade de construção do conhecimento, não significa, porém, que o interacionismo despreze o objeto, o mundo, o professor e, portanto, o conhecimento acumulado pela humanidade e a autoridade do saber do mestre.
Ao mesmo tempo, o interacionismo nega que o saber do mestre possa se exercer por si só, pela mera transmissão, sem contraponto do saber que o aluno já traz, já que ele não é uma tábula rasa. 
Portanto, para o interacionismo não existe, de uma lado, um sujeito constituído e, de outro, um objeto dado que se põem a interagir, mas é pela própria interação que se constituem o sujeito e o objeto. 
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Questões para se pensar e Responder
Se perguntarmos a um professor o que ele considera importante fazer para que seu aluno aprenda de fato, ele poderá dar as seguintes respostas:
É importante que o professor saiba transmitir bem o conhecimento acumulado na cultura a que pertence.
O aluno precisa estudar bastante, treinando o suficiente para fixar o que aprendeu.
O esforço do professor é irrelevante diante de alunos carentes, mal alimentados, vindos de famílias sem tradição cultural.
O professor deve premiar quem trabalha bem e punir com nota baixa quem não se esforça.
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Questões para se pensar e Responder
O bom professor é capaz de despertar no aluno o gosto pelo estudo.
O professor precisa saber qual é o estágio de desenvolvimento intelectual do aluno com o qual vai trabalhar, a fim de criar situações para que ele aprenda por si próprio.
O professor deve desenvolver as potencialidades que todo aluno tem.
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Questões para se pensar
Os exemplos 1,2,3 e 4 fundamentam-se na tendência empirista, porque partem do pressuposto de que o conhecimento é algo que vem de fora e o sujeito o recebe de maneira mais passiva, conforme o caso.
Expressões como
transmitir e treinar, nos dois primeiros exemplos, são bastante reveladoras do caráter externo do processo. O terceiro exemplo é empirista também porque reforça a passividade do sujeito, determinado pelo meio em que se insere, fruto de um mundo externo hostil no qual ele está mal alimentado e mal informado. 
O empirismo do quarto exemplo apresenta ainda características típicas do behaviorismo, em que o ensino se baseia em reforços positivos e negativos que modelam os reflexos condicionados.
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Questões para se pensar
Já o quinto e o sétimo exemplos se caracterizam pelo apriorismo (inatismo), ao considerar o gosto de conhecer um elemento inato, que precisaria ser revelado, assim como ao se referir a algo em potência que pode vir à tona.
O sexto exemplo revela-se uma tentativa de superação das duas posições, na medida em que parte do pressuposto de que o conhecimento do aluno não é o mesmo para todos nem é estático, mas se faz por estágios; além disso, ele enfatiza o aspecto pessoal e dinâmico do processo de conhecer.
Fonte: ARANHA, M.L.A. Filosofia da educação. São Paulo: Moderna, 2006, p. 165-166)
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Questões
1. Qual é, segundo Fernando Becker, a epistemologia que está subjacente com mais frequência na prática dos professores que foram objeto de sua pesquisa?
2. Quais são as justificativas do autor ao considerar autoritária a epistemologia empirista?
3. Por que tem sido tão difícil para os professores aplicar as teorias construtivistas em sala de aula?
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Questões
1. Explique as seguintes concepções epistemológica:
 Racionalismo
Empirismo
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2. Identifique a tendência (inatista ou empirista). Justifique.
O aluno tem mais sucesso na escola quando já tem facilidade para o trabalho intelectual.
Dê muitos trabalhos para seus alunos. As notas estimulam e aceleram a aprendizagem.
 Ninguém pode transmitir; é o aluno que aprende.
Os líderes já nascem prontos.
Premiar os melhores alunos da escola com base no desempenho.
O conhecimento para criança é intuitivo, não se ensina, não se transmite.

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