Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GANARITO DO 1o TESTE DE FUNDAMENTOS DE MECAˆNICA – Turma A2 – 05/04/2017 Dados : ; dtn dt = ntn−1 ; ∫ tn dt = tn+1 n+ 1 ; d (senωt) dt = ω cosωt ; ∫ senωt dt = − cosωt ω .Parte A - Questo˜es: (2,5 pontos, Q1=Q2=0,5 ponto; Q3=1,5 ponto): Diante de cada questa˜o abaixo, responda ou comente as afirmativas feitas, corrigindo as que estiverem errado e (mesmo se a afirmativa estiver correta) justifique com suas palavras. Q1- (A) E´ poss´ıvel um corpo possuir acelerac¸a˜o vetorial na˜o nula e, ao mesmo tempo, ter sua velocidade de mo´dulo constante. (B) E´ poss´ıvel fazer uma curva com acelerac¸a˜o nula. A afirmativa (A) esta´ CORRETA. A definic¸a˜o de acelerac¸a˜o vetorial e´ ~a = d~vdt e a velocidade e´ um vetor. Caracterizam um vetor seu mo´dulo, direc¸a˜o e sentido. Se qualquer dessas propriedades variar, mesmo que as outras fiquem constantes, o vetor varia. Portanto, nada impede que o vetor velocidade mantenha seu mo´dulo constante e varie a direc¸a˜o e/ou o sentido, fazendo com que a acelerac¸a˜o seja na˜o nula. Ja´ a afirmativa (B) esta´ INCORRETA. Se um corpo faz uma curva, a direc¸a˜o de seu movimento varia, pois na˜o e´ retil´ıneo. Como a velocidade esta´ sempre na direc¸a˜o do movimento, a velocidade num movimento em curva varia no mı´nimo por este variar sua direc¸a˜o, e a acelerac¸a˜o na˜o pode ser nula. Q2- Quais das expresso˜es vetoriais a seguir esta˜o corretas? Os produtos entre vetores “escalar” e “vetorial” sa˜o representados por · e ×, respectivamente. O que esta´ errado com as expresso˜es incorretas? a– ~A · ( ~B · ~C) – INCORRETO, pois ~B · ~C e´ um escalar e o produto escalar so´ tem sentido entre vetores b– ~A× ( ~B · ~C) – INCORRETO, pois ~B · ~C e´ um escalar e o produto vetorial so´ tem sentido entre vetores c– ~A · ( ~B × ~C) – CORRETO, e o resultado sera´ um escalar d– ~A× ( ~B × ~C) – CORRETO, e o resultado sera´ um vetor e– ~A+( ~B · ~C) – INCORRETO, pois na˜o se pode somar um vetor com um escalar, e ~B · ~C e´ um escalar. Q3– Considere um corpo que possui sua velocidade dada pela equac¸a˜o ~v(t) = Axˆ+(B+Ct)yˆ+(D senEt)zˆ, em m/s quando t e´ dado em segundos. A posic¸a˜o do corpo em t=0 s e´ ~r(0) = 0xˆ+F yˆ+0zˆ, A,B,C,D,E e F sa˜o constantes e xˆ, yˆ, zˆ sa˜o os unita´rios cartesianos. Calcule o que se pede e justifique seus resultados. Q3.a– Calcule a velocidade vetorial inicial do corpo. A velocidade inicial e´ a velocidade calculada no tempo t = 0, ~v(0) = Axˆ+Byˆ + 0zˆ. Q3.b– Calcule sua acelerac¸a˜o em func¸a˜o do tempo, ~a(t). A acelerac¸a˜o e´ definida como sendo a derivada da velocidade em relac¸a˜o ao tempo, ~a(t) = d~v(t)dt , ou seja, ~a(t) = 0xˆ+ Cyˆ + (DE cosEt)zˆ Q3.c– Calcule sua posic¸a˜o em func¸a˜o do tempo, ~r(t). A relac¸a˜o entre posic¸a˜o e velocidade e´, por definic¸a˜o, ~r(t) − ~r(0) = t∫ 0 ~v(t) dt, ou ~r(t) = ~r(0) + t∫ 0 ~v(t) dt, Usando os dados, calculamos que ~r(t) = (At)xˆ + ( F +Bt+ C t 2 2 ) yˆ + [ − (cos(Et)−1) E ] zˆ Q3.d– Calcule o produto escalar entre sua acelerac¸a˜o e sua posic¸a˜o em func¸a˜o do tempo, ~a · ~r. O produto escalar pode ser calculado na forma geome´trica, ~a · ~r = |~a| |~r| cos θa,r, onde θa,r e´ o aˆngulo entre os vetores ~a(t) e ~r(t), ou anal´ıtica, ~a · ~r = axrx + ayry + azrz . Na˜o temos informac¸a˜o do valor de θa,r (que certamente depende do tempo) mas conhecemos as componentes, resultado das partes Q3.b– e Q3.c–. Portanto, ~a · ~r = C ( F +Bt+ C t 2 2 ) − (DE cosEt) [ (cos(Et)−1) E ] Q3.e– Calcule a componente z do produto vetorial entre sua velocidade e sua acelerac¸a˜o, ~v × ~a. O produto vetorial pedido pode ser calculado como o determinante ~v × ~a = ∣∣∣∣∣∣ xˆ yˆ zˆ vx(t) vy(t) vz(t) ax(t) ay(t) az(t) ∣∣∣∣∣∣ = ∣∣∣∣∣∣ xˆ yˆ zˆ A B + Ct D senEt 0 C DE cosET ∣∣∣∣∣∣ a componente z desse produto vetorial e´ AC. Parte B - Problema (2,5 pontos: P1.a=1,0; P1.b=0,7; P1.c=0,8) P1– Dois blocos de massas m e M esta˜o apoiados sobre um plano inclinado do aˆngulo θ em relac¸a˜o a` horizontal, ligados por uma corda ideal (sem massa e inextens´ıvel) que passa por uma roldana ideal (sem massa e sem atrito em seu eixo), como mostrado na figura ao lado. Ha´ atrito en- tre os blocos e entre o de baixo e a superf´ıcie do plano, cujo coeficiente cine´tico vale µ e o sistema fica pa- θ m Mµ F rado se deixado livre. Uma forc¸a F e´ feita, paralelamente ao plano para baixo, no bloco de baixo, de forma a fazer os blocos se movimentarem com velocidade constante sem arrebentar a corda. Deˆ suas respostas em termos de m, M , g, µ, e θ. P1.a– Fac¸a um diagrama com todas as forc¸as que atuam nos dois blocos, nas duas partes da corda e na roldana. Identifique as reac¸o˜es correspondentes, p.ex., ligando-as por linhas. Pode usar a figura ou, se quiser, fac¸a outras, uma para cada parte. P1.b– Calcule o valor da tensa˜o na corda de cima. Quanto vale a tensa˜o na corda de baixo? Justifique. P1.c– Determine, ainda em termos dos dados, o valor da forc¸a F para que os blocos se movimentem com velocidade constante. Soluc¸a˜o P1.a– Veja a figura, onde as forc¸as esta˜o esquematizadas θ θ F N1 T Fa1 Fa1 T T Fe T T TFa2 Mg T N1 N2 T mg θ e os pares de ac¸a˜o e reac¸a˜o relevantes para o problema esta˜o ligados por linhas tracejadas vermelhas. No teste era necessa´rio somente desenhar as forc¸as, mas aqui explico cada uma delas. No corpo de cima atuam: 1- seu peso (vertical para baixo, valor mg, exercido pela Terra, que sofre a reac¸a˜o, na˜o mostrada na figura); 2- a normal N1, que o bloco de baixo faz sobre ele (perpendicular ao plano, para cima, realizada pelo bloco de baixo, que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura); 3- a forc¸a de atrito Fa1, que o bloco de baixo faz sobre ele (paralela ao plano, oposta ao movimento, portanto para baixo, realizada pelo bloco de baixo, que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura); 4- a forc¸a que a parte de cima da corda faz sobre ele, T (na direc¸a˜o da corda, paralela ao plano, para cima, exercida pela corda que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura). Como a corda na˜o possui massa, a resultante sobre ela e suas partes tem que ser nula e as tenso˜es de um lado e do outro (e ao longo de toda a corda) sa˜o iguais. Na parte de cima da corda atuam: 5- a forc¸a que o bloco de cima faz sobre ela, T (na direc¸a˜o da corda, paralela ao plano, para baixo, exercida pelo bloco de cima que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura); 6- a forc¸a que a parte de cima da roldana faz sobre ela, T (na direc¸a˜o da corda, paralela ao plano, para cima, exercida pela roldana que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura). Como a roldana na˜o possui nem massa e nem atrito em seu eixo, a soma das forc¸as que atuam nela tem que ser nula. E, para que na˜o rode descontroladamente, as tenso˜es das cordas em suas bordas teˆm que ser iguais. Na roldana atuam: 7- a forc¸a que a parte de cima da corda faz sobre ela, T (na direc¸a˜o da corda, paralela ao plano, para baixo, exercida pela parte de cima da corda que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura); 8- a forc¸a que a parte de baixo da corda faz sobre ela, T (na direc¸a˜o da corda, paralela ao plano, para baixo, exercida pela parte de baixo da corda que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura); 9- a forc¸a que o eixo da roldana faz sobre ela, de modo que fique parada, anulando as forc¸as que as partes da corda fazem na roldana. Na parte de baixo da corda atuam: 10- a forc¸a que o bloco de baixo faz sobre ela, T (na direc¸a˜o da corda, paralela ao plano, para baixo, exercida pelo bloco de baixo que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura); 11- a forc¸a que a parte de baixo da roldana faz sobre ela, T (na direc¸a˜o da corda, paralela ao plano, para cima, exercida pela roldana que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura). Finalmente, no corpo de baixo atuam:12- seu peso (vertical para baixo, valorMg, exercido pela Terra, que sofre a reac¸a˜o, na˜o mostrada na figura); 13- a normal N1, que o bloco de cima faz sobre ele (perpendicular ao plano, para baixo, realizada pelo bloco de cima, que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura); 14- a forc¸a de atrito Fa1, que o bloco de cima faz sobre ele (paralela ao plano, oposta ao movimento entre os dois, portanto para cima, realizada pelo bloco de cima, que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura); 15- a forc¸a que a parte de baixo da corda faz sobre ele, T (na direc¸a˜o da corda, paralela ao plano, para cima, exercida pela corda que sofre a reac¸a˜o, mostrada na figura); 16- a normal N2, que a superf´ıcie do plano faz sobre ele (perpendicular ao plano, para cima, realizada pela superf´ıcie do plano, que sofre a reac¸a˜o, na˜o mostrada na figura); 17- a forc¸a de atrito cine´tico Fa2, que a superf´ıcie do plano faz sobre ele (paralela ao plano e oposta ao movimento, portanto, para cima, realizada pela superf´ıcie do plano, que sofre a reac¸a˜o, na˜o mostrada na figura); 18- a forc¸a F do enunciado. P1.b– Calcule o valor da tensa˜o na corda de cima. Quanto vale a tensa˜o na corda de baixo? Justifique. Analisando as forc¸as sobre o bloco de cima, vemos que ele na˜o se movimenta perpendicularmente ao plano e, portanto, a componente da forc¸a resultante sobre ele perpendicular ao plano deve ser nula, de onde se obte´m a normal N1 N1 −mg cos θ = 0 −→ N1 = mg cos θ. (1) O movimento dos blocos ocorre com velocidade constante e, portanto, a componente da forc¸a resultante no bloco de cima na direc¸a˜o paralela ao plano tambe´m deve ser nula, e obtemos o valor da tensa˜o na corda de cima. Considerando o sentido de subir o plano como sendo positivo T − Fa1 −mg sen θ = 0 −→ T = mg sen θ + Fa1 = mg(sen θ + µ cos θ), (2) onde usamos, na Eq.(2) o fato de o atrito ser cine´tico (µN). Como a corda na˜o possui massa na˜o pode ter resultante. Como a roldana tambe´m na˜o possui massa e nem atrito em seu eixo, ale´m de ter a resultante das forc¸as sobre ela nula, para na˜o girar descontroladamente, o valor das forc¸as que as partes da corda fazem em sua borda tem que ser igual. Portanto, o valor da tensa˜o na parte de baixo da corda e´ o mesmo que na parte de cima. Se a corda tivesse massa na˜o desprez´ıvel, se a roldana tivessa a massa na˜o desprez´ıvel ou atrito no seu eixo, as tenso˜es na˜o seriam iguais. P1.c– Determine, ainda em termos dos dados, o valor da forc¸a F para que os blocos se movimentem com velocidade constante. Analisando as forc¸as sobre o bloco de baixo, vemos que ele na˜o se movimenta perpendicularmente ao plano e, portanto, a componente da forc¸a resultante sobre ele perpendicular ao plano deve ser nula, de onde se obte´m a normal N2, usando a Eq.(1), N2 −N1 −Mg cos θ = 0 −→ N2 = (M +m)g cos θ. (3) O movimento do bloco de baixo tambe´m ocorre com velocidade constante e, portanto, a componente da forc¸a resultante no bloco de baixo na direc¸a˜o paralela ao plano tambe´m deve ser nula. Ja´ obtivemos o valor da tensa˜o na corda na Eq.(2). Ainda considerando o sentido de subir o plano como sendo positivo T + Fa1 + Fa2 −Mg sen θ − F = 0 −→ F = T + Fa1 + Fa2 −Mg sen θ. (4) Usando os resultados obtidos na Eq.(2) e o fato de os atritos serem cine´ticos, obtemos com as Eqs.(3) e (4), F = mg(sen θ + µ cos θ) + µmg cos θ + µ(m+M)g cos θ −Mg sen θ. (5) Simplificando F = (m−M)g sen θ + (3m+M)gµ cos θ (6)
Compartilhar